quinta-feira, 10 de julho de 2008

Pedro do Coutto

Edmar Bacha culpa a demanda. Não os juros

Numa entrevista de quase página inteira ao repórter Roberto Machado, "Folha de S. Paulo", de 7 de julho, o economista Edmar Bacha, ex-presidente do IBGE e que integrou as equipes dos Planos Cruzado e Real, hoje consultor do Banco Itaú, identificou o excesso de demanda interna como a causa principal da reaceleração do ritmo inflacionário no País.
Não se referiu à influência dos juros cobrados pelos bancos e pelo comércio na liberação de créditos, que atingiram o montante de 1 trilhão de reais e cujas taxas anuais, na escala de 50 por cento, são dez vezes maiores que a inflação encontrada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para os últimos doze meses.
O raciocínio do também hoje diretor da Casa das Garças, segundo a matéria um instituto que reúne banqueiros e especialistas, surpreende.
Pois o fator capaz de teoricamente explicar o excesso de demanda é exatamente a expansão do crédito, que está empurrando o consumo. O que se compra tem que ser pago, não existe outro meio. E nos últimos anos, principalmente a partir do período FHC, de 95 a janeiro de 2003, os salários perderam disparado para os índices inflacionários. Assim, se está ocorrendo uma sedução pela demanda, o agente viabilizador é o crédito, não o montante salarial. Como perdeu para a inflação de 95 até 2003, quando apenas passou a empatar com Lula, a massa de vencimentos não pode ter aumentado.

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