Câmbio faz indústria caminhar para trás
Sobrevalorização provoca mudança estrutural na produção brasileira
A sobrevalorização do câmbio, praticada em quase todo o Plano Real e mais aguda após 2005, tem efeitos negativos não apenas sobre o balanço de pagamentos, mas também representa uma ameaça estrutural, pois o país está se especializando na produção de bens de menor valor agregado. O alerta é da economista Eliane Araújo, pesquisadora do Ipea e doutoranda pela UFRJ. Segundo ela, desde que optou pela liberalização financeira, o Brasil pratica uma política cambial passiva e prioriza a sobrevalorização da moeda para controlar a inflação, tirando competitividade da indústria e causando problemas nas contas externas. "Em 1992, a abertura financeira implicou renúncia à administração da conta de capitais. Uma segunda variável, a taxa de juros, passou a ser usada para atrair capitais, que contribuem para sobrevalorizar a moeda. Depois, essa valorização passou a servir ao controle da inflação", historiou a economista. Eliane apresentou, durante o 11º encontro da Associação Nacional de Pós-graduação em Economia da Região Sul (Anpec-Sul), artigo intitulado Análise empírica do desalinhamento cambial no Brasil pós-Plano Real, parte da tese de doutorado que está finalizando. O colapso do sistema de Bretton Woods, em 1973, marcou o fim do regime de taxas de câmbio fixas entre as maiores economias industrializadas. Desde então, para os países em desenvolvimento, a administração do câmbio passou a ser ferramenta estratégica para garantir competitividade e crescimento econômico. "O câmbio é uma viável chave de política econômica. Enquanto os asiáticos adotaram estratégia de crescimento via câmbio competitivo, a América Latina usou o câmbio para estabilizar preços. Isso resultou numa grande diferença de crescimento entre essas duas regiões, disse, em entrevista exclusiva ao MM.
A aviação da Índia vai utilizar a versão militar do jato Emb-145.
A Embraer receberá o novo pacote de alerta avançado e controle do espaço, desenvolvido no Centro de Sistemas Aerotransportados, em Bangalore. O contrato cobre três aeronaves e tem valor estimado em US$ 180 milhões. Na configuração adotada pela Força Aérea Brasileira, a antena externa, com raio de alcance entre 360 km e 400 km, é a Eirieye, da sueca Erickson.
Sucessivas quedas afastam pessoa física da Bovespa
Aumenta a participação de estrangeiros no volume negociado pela bolsa. As sucessivas quedas nas cotações das ações este ano afastaram os brasileiros da bolsa mais rapidamente que os estrangeiros. Em maio, as pessoas físicas (investidores individuais mais clubes de investimento) movimentaram R$ 78,45 bilhões na Bolsa de São Paulo. Em junho, esse montante caiu para R$ 64,66 bilhões. Com isso, os estrangeiros - apesar da saída de R$ 7,4 bilhões das bolsas no mês passado -foram responsáveis por 37,21% do volume negociado, ante 35,18% em maio. As pessoas físicas reduziram as movimentações para 24,42%, de 27,93% um mês antes.
O feriado do Dia da Independência norte-americano, nesta sexta-feira, permitiu à Bovespa o luxo de fechar o pregão com ligeira alta de 0,16%, depois de ter tombado quase 9% nas três primeiras sessões de julho. O volume negociado, porém, foi segundo o menor registrado este ano (R$ 2,812 bilhões), atrás apenas do verificado em 26 de maio, também por conta de outro feriado, nos Estados Unidos e Reino Unido. Apesar de Wall Street não ter funcionado, a leva de notícias ruins se manteve, hoje com origem na Europa, onde os mercados recuaram afetados pelo setor financeiro. O Goldman Sachs reduziu as estimativas de lucros de 40 bancos europeus até 2010 e disse ainda que as instituições terão de levantar US$ 94 bilhões em capital extra ou deixar de pagar dividendos durante um ano para fortalecerem seus balanços patrimoniais. A semana que se inicia terá dois dias (terça e quinta-feira) em que o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, concentrará as atenções do mercado. O Banco da Inglaterra se reúne na quinta-feira para decidir sobre a taxa de juros. E quarta-feira é feriado em São Paulo.
Alstom faz novos negócios em SP
A empresa francesa Alstom, suspeita de ter fechado contratos irregulares com o governo de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira dois novos projetos no Brasil: a construção de uma fábrica de equipamentos hidrelétricos em Rondônia e o fornecimento de sistema de controle totalmente automatizado para três linhas do metrô de São Paulo. Segundo a assessoria da empresa no Brasil, o anúncio foi feito pelo presidente da Alstom, Patrick Kron, que esteve visitando o país.
BC se endividará em mais R$ 100 bi
O governo cedeu às necessidades do Banco Central (BC) e deve ampliar em cerca de R$ 100 bilhões o volume de títulos públicos à disposição da instituição para as chamadas operações compromissadas de overnight. Essas operações de "compra de dinheiro" servem para enxugar a liquidez da economia e conter pressões inflacionárias, mas acentuam o conflito de objetivos com o Tesouro Nacional, preocupado em reduzir a dívida.
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