"Quando falamos acerca de uma crise financeira, ela é realmente apenas um sintoma... Aventureirismo financeiro é essencialmente o que temos estado a testemunhar durante os últimos trinta ou quarenta anos, explodindo de tempos em tempos na forma de crise financeira. O capital especulativo é realmente aventureiro, ele tem de achar de algum modo uma solução para si próprio. E por que é assim? Esta é a questão. É basicamente por causa do capital produtivo super-produzido. O investimento de capital produtivo está em crise profunda. Eis porque tanto dele é divergido para os canais das transações especulativas e aventureiro-especulativas. Agora, a outra crise... é uma crise política".
"É aproximadamente em 1968 que podemos principiar a assinalar o que é realmente a crise estrutural, não do capitalismo mas do sistema do capital na sua totalidade. O sistema do capital é muito mais fundamental do que o capitalismo... O que nos preocupa portanto é que se trata de uma crise se só se pode aprofundar. Agora, não me entendam mal quando digo que não temos uma crise capitalista habitual, porque capitalismo e crises são sinônimos. Marx disse isso muitas vezes. Mas ele estava a falar acerca de uma crise muito diferente. Estava a falar acerca de crises conjunturais, cíclicas. O capitalismo tem crises regularmente. Marx utilizou mesmo a expressão: estas crises descarregam-se numa tempestade. Então estamos de volta ao normal, por assim dizer. Um bocado de capital excedente é destruído, e pode-se começar todo o jogo outra vez, até que se atinja um ponto de super-acumulação, e então uma nova descarga torna-se necessária. É isto que temos estado a viver. Agora, o nosso grande privilégio, se quiser, é que temos ambas. Temos tanto a crise cíclica, conjuntural, como esta profunda e sempre em aprofundamento crise estrutural de todo o sistema, o sistema total do capital, porque a União Soviética fazia parte do sistema do capital".
"É aproximadamente em 1968 que podemos principiar a assinalar o que é realmente a crise estrutural, não do capitalismo mas do sistema do capital na sua totalidade. O sistema do capital é muito mais fundamental do que o capitalismo... O que nos preocupa portanto é que se trata de uma crise se só se pode aprofundar. Agora, não me entendam mal quando digo que não temos uma crise capitalista habitual, porque capitalismo e crises são sinônimos. Marx disse isso muitas vezes. Mas ele estava a falar acerca de uma crise muito diferente. Estava a falar acerca de crises conjunturais, cíclicas. O capitalismo tem crises regularmente. Marx utilizou mesmo a expressão: estas crises descarregam-se numa tempestade. Então estamos de volta ao normal, por assim dizer. Um bocado de capital excedente é destruído, e pode-se começar todo o jogo outra vez, até que se atinja um ponto de super-acumulação, e então uma nova descarga torna-se necessária. É isto que temos estado a viver. Agora, o nosso grande privilégio, se quiser, é que temos ambas. Temos tanto a crise cíclica, conjuntural, como esta profunda e sempre em aprofundamento crise estrutural de todo o sistema, o sistema total do capital, porque a União Soviética fazia parte do sistema do capital".
O texto acima é uma transcrição parcial da palestra de Mészáros, autor de Socialism or Barbarism: From the "American Century" to the Crossroads (Monthly Review Press, 2001) e Beyond Capital: Toward a Theory of Transition (Monthly Review Press, 1995). Este é um trecho da palestra de Mészáros no painel "The Credit Crunch, Food Riots and the New Capitalist Crisis" da conferência "1968 and All That" realizada em 10 de Maio de 2008 no Conway Hall, Londres. Vídeo de Ady Cousins .
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