quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Observatório do Said Dib

Quinta-feira, 07 de agosto de 2008

Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser conferido...
Clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las.

Os salários e as plataformas da FGV
Pedro do Coutto
Tribuna da Imprensa

São amplamente conhecidas as plataformas móveis, gigantes, utilizadas para localização e prospecção de petróleo no fundo do mar, mas não se conhecia as plataformas móveis, agora utilizadas pela Fundação Getúlio Vargas, para realizar pesquisas e projeções sociais à base de um novo processo de distribuição de renda. Os jornais de quarta-feira passada publicaram, com destaque, os resultados de uma pesquisa da FGV apresentados de forma impressionista e impressionante pelo economista Marcelo Néri, chefe do Centro de Políticas Sociais da entidade. A melhor edição, a meu ver, foi a de "O Globo", matéria assinada por Liana Melo e Érica Ribeiro, exatamente por incluir no contexto as restrições ao estudo colocadas pelos professores João Sabóia, da UFRJ, e Hildete Pereira de Melo, da UFF. O professor Marcelo Néri destaca o que, à primeira vista, pode se traduzir como o novo milagre brasileiro, em seqüência àquele exaltado pelo ministro Delfim Neto, quando ocupou a pasta da Fazenda no governo Médici, em pleno regime ditatorial.
Sim. Porque só um milagre pode explicar que enorme contingente de pobres, em 2002, tenha se incorporado à classe média, em 2008. O presidente Lula deve ter admirado plenamente o quadro social elaborado pela Fundação Getúlio Vargas. Mas claro, não é bem assim. Em matéria de renda, a mágica - que é o oposto da lógica - não pode funcionar de maneira permanente. Vamos por parte.
Pedro do Coutto


Ensino torto

Fato do Dia - Mauro Braga e Redação
Tribuna da Imprensa

Apesar de o ensino superior no Brasil fazer parte da realidade da minoria da população, as "condições" de acesso, ao menos no que diz respeito à rede privada, são muito mais generosas. Se antes o vestibulando tinha que enfrentar uma bateria de provas que lhe exigiam um mínimo de bagagem cultural, a visão hoje é de que as porteiras ficaram mais largas e as condições menos severas. Em cada esquina do Rio, por exemplo, é possível se deparar com algum anúncio de universidades privadas, que mais parecem se proliferar tal e qual coelhos, onde o pretendente faz uma simples redação ou pode até preencher uma múltipla escolha pela internet para ingressar.
A expressão "só não passa quem não quer" adquire ares infelizes de realismo. Evidentemente existe muita organização séria, com professores qualificados. Entretanto, em várias outras, a conduta ética se esconde sob os mandos e desmandos de seus dirigentes. Em consequëncia, os resultados desastrosos aparecem. Sessenta e seis cursos de graduação dos 239 analisados no Rio foram reprovados no conceito preliminar, novo método criado pelo Ministério da Educação (MEC) para avaliar o ensino superior. Mas não pára por aí.
Tem faculdade de Direito, por exemplo, trocando os professores em salas de aula, isso em períodos avançados, por teletransmissões. Pode?

Supremo Tribunal na berlinda
Antonio Sebastião de Lima

Tribuna da Imprensa

Foi publicada na imprensa nota de desagravo ao ministro Gilmar Mendes, lida pelo ministro Celso de Mello, no Supremo Tribunal Federal (STF), na primeira sessão do segundo semestre de 2008, com o apoio dos ministros presentes. Quanto aos ministros ausentes, Joaquim Barbosa e Eros Grau, ficou a dúvida se apoiavam ou não. A entrada dos dois ministros depois de lida a nota indica uma provável e tácita discordância. O procurador-geral da República não compareceu. O seu substituto se absteve. O advogado-geral da União, embora sem integrar o tribunal, associou-se ao ato.
O desagravo supõe um agravo precedente. A nota não diz em que consistiu o agravo e nem identifica o ofensor. No caso Dantas, não se vislumbra qualquer afronta ou ofensa ao ministro Gilmar Mendes. O segundo decreto de prisão teve base diferente do primeiro e ambos estavam amparados nos fatos e no direito. Houve crítica e censura ao comportamento do ministro, veiculadas pela imprensa, compatíveis com a situação por ele criada. Tome-se, como exemplo, a opinião de Dalmo Dallari, externada na "Tibuna do Advogado", nº 40, de agosto/2008.
Supremo na berlinda

Ari Cunha - Reforma do governo
Correio Braziliense

Quando o Brasil começou a dar certo, surge a dança ministerial. O país ganha na luta contra a inflação. Não depende apenas do esforço da equipe econômica. Os ministros estão acordes com a unanimidade de pensamento. Quando um deixa o cargo, avolumam-se os problemas em proporções alarmantes. Pelo menos seis meses são necessários para a organização e formação de nova equipe. Veja-se o que está acontecendo com a pesca. A mudança de secretaria para ministério provoca verdadeira alteração de princípios. Serão muitos, os cargos a serem preenchidos. Aí surgem divergências entre integrantes da pasta. Ouve-se falar em reforma ministerial para os próximos meses. Equipes organizadas se expõem a mudar o caminho. Não é bom para o governo. Com a máquina equilibrada, alteração na equipe põe o mando a perder. Aproveitar o azeitamento da máquina tira as preocupações do presidente Lula da Silva. Ele pode não gostar. A esperança se firma na boa vontade da equipe. Os ministros, acostumados ao trabalho em conjunto, sentirão o gosto pela unidade de ações. Inflação sob domínio e ministérios em ordem criam ideal de pensamento e ação. O Brasil está na melhor fase. Bom ficar em paz.
Ari Cunha - Reforma do governo

Lei da Anistia no foco do MP

Edson Luiz
Correio Braziliense

Procuradores federais reúnem-se com pesquisadores de ONG norte-americana para tratar da abertura de arquivos que estão nos Estados Unidos. A tentativa é respaldar investigações feitas no BrasilCentro das atenções dentro do governo, a discussão sobre a revisão da Lei da Anistia também é tema de debate de promotores e procuradores. O Ministério Público Federal em São Paulo, além de entrar com uma representação para tentar punir acusados de tortura durante o regime militar, estuda a possibilidade de abrir os arquivos da ditadura que estão nos Estados Unidos para respaldar investigações no Brasil.
Lei da Anistia no foco do MP
Um degrau acima
Artigo - Dad Squarisi
Correio Braziliense


Subir na vida? Os sonhadores apontam dois caminhos — ganhar na loteria ou arranjar cônjuge rico. Os realistas, com os pés no chão e sem fé em Papai Noel, apostam em outra rota — o trabalho. Outra não é a razão por que imigrantes que chegam aqui com uma mão na frente e outra atrás ganham dinheiro, fazem poupança, adquirem bens. Pesquisa do IBGE divulgada esta semana mostra que a trilha do suor é a mais acertada.
O aumento do trabalho formal, aliado à valorização do salário mínimo e a políticas sociais, fez o Brasil mudar de patamar. De país pobre tornou-se mediano. A classe média passou a representar 51,8% da população. São pessoas cuja renda familiar vai de R$ 1.064 a R$ 4.591. Vale comemorar o salto. Vale, também, não cair no oba-oba. A concentração de renda, maior tragédia nacional desde as capitanias hereditárias, mantém o espectro assustador.
O abismo que separa pobres e ricos fica claro com simples operação aritmética — transformar a renda per capita anual de R$ 13.500 em renda mensal por família. O resultado dá R$ 5.062,50. Comparado com os R$ 1.064, tem-se a distância entre as classes A e B (renda superior a R$ 4.591) e a C. As demais? Nem se fala. Nada menos que 36 milhões de miseráveis sobrevivem com R$ 155 por mês. Conclusão: falta muito chão para consolidar as conquistas, ampliá-las e atingir o estado de justiça social.
Um degrau acima

Mónica Bérgamo - Lula no banco dos réus
Folha de S. Paulo

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu levar a julgamento, neste semestre, o processo em que o presidente Lula foi condenado a pagar indenização de R$ 93 mil a Francisco Amaral, ex-prefeito de Campinas. Em 2001, Lula afirmou que os governantes da cidade tinham "assaltado" os cofres do município.


BOLSO VAZIO

Os advogados pedem a reconsideração da condenação, mas as chances são consideradas mínimas -o pleito já foi negado por Carlos Alberto Direito quando ele era ministro do STJ, cargo que deixou quando foi nomeado para o STF (Supremo Tribunal Federal). Há esperança de que ao menos o valor da multa diminua.
Mónica Bérgamo - Lula no banco dos réus

Painel - Se mexer, piora
Folha de S. Paulo


O desgaste de Tarso Genro, na esteira da Operação Satiagraha e de sua estabanada refrega com os militares, já produz sintomas até na bancada do PT.Alguns deputados próximos ao titular da Justiça tentaram recrutar colegas para reunião ontem com o ministro -formalmente, tratariam de grampos e outros temas da pasta; na prática, seria uma demonstração de solidariedade. Na undécima hora, porém, os próprios organizadores recuaram, temendo que o evento transmitisse a idéia de um confronto PT x PF. Isso para não falar na falta de quórum. Deputados incomodados com as movimentações de Tarso para torpedear a candidatura presidencial de Dilma Rousseff sinalizaram que simplesmente não iriam aparecer.
Painel - Se mexer, piora

Projeto que "blinda" advogados terá veto parcial

LETÍCIA SANDER e LUCAS FERRAZ
Folha de S. Paulo

O governo decidiu vetar pelo menos dois parágrafos do projeto de lei que decreta a "blindagem" dos escritórios de advocacia em ações da Polícia Federal no cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão, afirmou o Ministério da Justiça.A dúvida em relação ao veto, se seria parcial ou total, foi decidida em reunião na manhã de ontem com a presença do ministro Tarso Genro (Justiça).Foram vetados o 5º e o 8º parágrafos do projeto. O 5º detalha quais são os instrumentos de trabalho dos advogados protegidos pela inviolabilidade, como computadores, telefones, arquivos impressos e digitais.
Projeto que "blinda" advogados terá veto parcial


A arte de comprar bicicletas
Artigo - Rogério Cezar de Cerqueira Leite
Folha de S. Paulo

Essa história pode parecer pueril. Mas é o que está ocorrendo com algumas das nossas mais bem-sucedidas instituições de pesquisa



DOIS AMIGOS , Alexei Fedorov Ivanovitch e Bob, decidiram resolver suas diferenças por meio de uma corrida de bicicletas.Cada um a seu jeito foi encomendar uma máquina. Bob firmou um contrato com o fabricante estabelecendo o nível de desempenho, características e datas limites. Ivanovitch, devido talvez a suas inclinações ideológicas, impôs certas condições adicionais: deveria haver concursos para os trabalhadores, estabilidade, isonomia salarial, licitação etc.A corrida teve de ser postergada várias vezes a pedido de Ivanovitch e, quando a sua geringonça ficou pronta, o dinheiro não havia sido suficiente nem sequer para comprar o selim."Ora", justificou-se o fabricante, "não é possível cumprir metas e ter qualidade quando há interferência externa no processo de produção." Ivanovitch justifica-se: "O dinheiro é meu, deve ser gasto como determino".Pois bem, por falta de competitividade, o fabricante da bicicleta socialista foi à falência e seus funcionários ficaram sem emprego. Essa história pode parecer pueril, inverossímil, mesmo. No entanto, é exatamente o que está acontecendo neste momento com algumas das mais bem-sucedidas instituições de pesquisa do país.Devido a uma série de acidentes, o Laboratório Nacional de Luz Síncrotron, criado no início do governo Sarney pelo então ministro da Ciência e Tecnologia, Renato Archer, não fora institucionalizado até início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.
A arte de comprar bicicletas

Extravagâncias monetárias
Artigo - Paulo Nogueira Batista Jr.
Folha de S. Paulo

O Brasil abusa dos juros altos e da valorização cambial como instrumentos de combate à inflação

A ÚLTIMA ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) declara que a estratégia é trazer a inflação de volta para a meta central de 4,5% "tempestivamente, isto é, já em 2009".Talvez o Copom não tenha sido totalmente sincero (espero que não), mas vamos supor que sim.Faz sentido essa estratégia? Depende. Se os preços do petróleo e dos alimentos continuarem cedendo, a meta central pode ser viável em 2009. Caso contrário, o custo pode ser alto.Alto e desnecessário. Não seria mais razoável adotar um horizonte mais longo e fazer a taxa de inflação convergir gradualmente para o centro da meta? Buscar, por exemplo, algo como 5% a 5,5% em 2009 e 4,5% só em 2010? Para isso é que existe o intervalo de confiança de dois pontos percentuais acima e abaixo da meta central. Quando a economia sofre um choque de preços violento, como o que ocorreu em 2008 com petróleo, alimentos e outras commodities, a existência de um intervalo de confiança proporciona tempo e flexibilidade à política monetária.
Extravagâncias monetárias

Inflação importada?
Artigo - Vinicius Torres Freire
Folha de S. Paulo

Hipótese de queda do preço de commodities realimenta debate sobre importação de preços altos e eficácia do BC


O FATO DE que em quase toda parte a inflação tenha subido desandou no clichê da "inflação mundial causada por commodities" e daí na idéia defendida por alguns economistas de que a inflação brasileira seria em grande parte importada. A inflação importada seria uma superbactéria resistente a antibióticos puramente monetários. A tese da superbactéria inflacionária perdeu um pouco de força ao se verificar que micróbios autóctones se tornaram também tão comuns quanto a dengue no verão. Mas a hipótese ainda arriscada de iminente tombo das commodities requentou tal idéia, agora com sinal invertido: graças ao fim do contágio, a inflação no Brasil tende a cair. Uma variante mais sofisticada da hipótese do contágio externo atribui parte do surto inflacionário verificado de meados de 2007 para cá ao salto extra que os preços das commodities deram a partir de então. A crise nos EUA, que levou à queda nos juros americanos e a mais desvalorização do dólar, deu mais gás aos preços de petróleo, minérios e comida. Ao mesmo tempo, a desvalorização do dólar em relação ao real não seria mais suficiente para conter a contaminação de preços "internos" pelos "externos" (o dólar mais fraco barateia importados): o preço dos importados estaria subindo mais depressa que o real em relação ao dólar.
Inflação importada?

CURSOS "INADEQUADOS" FORMAM 1 EM CADA 4 MÉDICOS DO PAÍS
FÁBIO TAKAHASHI e ANGELA PINHO e ANTÔNIO GOIS
Folha de S. Paulo

Levantamento divulgado pelo Ministério da Educação revela que 27 cursos de medicina do país não têm condições de funcionar, segundo o próprio governo.Dados do Enade mostram que 2.600 alunos cursaram faculdades mal avaliadasOs cursos tiveram notas 1 e 2 em indicador do MEC, que leva em conta uma prova, o perfil do corpo docente e a satisfação dos alunos
Essas escolas, na maioria privadas, formam anualmente cerca de 2.600 alunos – um a cada quatro médicos que concluem o ensino superior na área. Os cursos mal avaliados obtiveram notas 1 e 2 em um novo indicador criado pelo ministério. Esse indicador, o conceito preliminar, vai de 1 a 5 e engloba a titulação de professores, a satisfação dos estudantes e o desempenho dos alunos no Enade (antigo provão, do qual USP e Unicamp não funcionam).
De 153 cursos de medicina, só 4 tiveram nota 5, como “referências” no setor. Outras 15 áreas foram avaliadas. O ministro Fernando Haddad prometeu fiscalização mais rígida.
CURSOS RUINS FORMAM 1 A CADA 4 MÉDICAS


Cade suspende sessão por falta de quórum
Rivadavia Severo
Gazeta Mercantil

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) teve que suspender a sessão de ontem por falta de quórum e poderá não realizar a próxima, marcada para o dia 27 de agosto, se não forem nomeados novos membros até lá. Amanhã, dois conselheiros, Ricardo Cueva e Luiz Carlos Rigato, encerram seus mandatos e deixam o órgão que ficará com apenas três integrantes, Fernando Furlan, Paulo Furquim e Vinícius Carvalho, quando o número mínimo para realizar uma sessão é de cinco.
Sem quórum, Cade suspende trabalhos

Commodity ganha espaço em ranking de exportação
Raquel Landim
Valor Econômico

A alta do preço das commodities provocou uma mudança importante no perfil dos dez maiores exportadores do Brasil. As montadoras perderam posições no ranking elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento para o primeiro semestre do ano, enquanto os exportadores de commodities agrícolas e minerais se destacaram. Com exceção de Embraer e Volkswagen, as oito demais empresas líderes, no período de janeiro a junho, atuam no mercado de commodities. No primeiro semestre de 2007, estava mais equilibrado: seis exportadoras de commodities e quatro de manufaturados. As montadoras General Motors e Ford cederam lugar para as tradings agrícolas ADM e Louis Dreyfus.
Commodities mudam ranking de exportação

A conversão da MP 413 e o setor produtivo
Artigo - Roberto Porfírio
Valor Econômico

A Medida Provisória nº 413, de 2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.727, de 23 de junho do mesmo ano, trouxe várias alterações na já tão conturbada legislação federal com o objetivo estimular o setor de turismo, reforçar o sistema de proteção tarifária brasileiro e instituir normas na forma concentrada da contribuição do PIS e da Cofins na produção e na comercialização de álcool. Também na conversão foram acrescidos diversos artigos. Analisaremos aqui algumas modificações que achamos relevantes.
A conversão da MP 413 e o setor produtivo

Referendo que nada resolve traz radicalização à Bolívia

Editorial
Valor Econômico

O referendo revogatório marcado para o próximo domingo na Bolívia é uma das idéias estapafúrdias que prosperam em um ambiente de radicalização e que, criada para resolver um impasse, serve mais para aprofundar a grave crise política no país. A oposição, concentrada nos governos das províncias da "meia-lua", rica em gás e petróleo - Beni, Pando, Tarija e Santa Cruz -, quis, com o referendo, dar uma demonstração de força política dispensável, a que não fugiu o presidente Evo Morales, não antes de dar um formato astuto ao pleito.
Um dos muitos absurdos do referendo é que presidente e governadores perderão o cargo caso tenham contra si votação superior ao total de votos com que foram eleitos, e não a maioria dos eleitores. A esperteza foi barrada pelo tribunal constitucional boliviano, ele mesmo incapaz de impor o que quer que seja: dos cinco membros, quatro foram destituídos.
A conversão da MP 413 e o setor produtivo

Aprovada MP da negociação da dívida
Gazeta Mercantil

A Câmara dos Deputados aprovou ontem a Medida Provisória 432 referente à renegociação das dívidas dos produtores rurais, que somam R$ 75 bilhões. O texto, com a aprovação de suas emendas, segue para o Senado. Nos destaques, os deputados mudaram o indexador da dívida. A emenda tira a Taxa Selic como indexador, que passa a ser a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). Deste modo, a taxa de juros passa dos atuais 13% para 6,75% ao ano. "Esta decisão do plenário dá esperança a muitos produtores que estão na dívida ativa e corriam o risco de ter seus bens confiscados", comemorou Valdir Colatto, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária.
Aprovada MP da negociação da dívida

Mobilização contra o desemprego precoce

ARTIGO - Susana Penteado
Gazeta Mercantil

É muito preocupante o resultado de novíssimo estudo referente ao Brasil, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que indica ser o desemprego, na faixa etária de 15 a 24 anos, 3,5 vezes maior do que o dos trabalhadores adultos. Mais grave é a constatação de que o problema cresce paulatinamente, atingindo sua proporção mais elevada desde o ano 2000. A falta de oportunidades de trabalho para a juventude não atinge apenas os brasileiros, conforme se observa em estatísticas da Organização Internacional do Trabalho (OIT): 44% dos mais de 200 milhões de desempregados no mundo têm menos de 24 anos.
Mobilização contra o desemprego precoce

Informe JB - Centrais aceitam o fim do imposto
Jornal do Brasil

O embate fervoroso dos pelegos sobre o a obrigatoriedade do imposto sindical morreu numa canetada à mesa ministerial de Carlos Lupi, titular do Trabalho, no fim da tarde de terça-feira. Depois de muita conversa, representantes das seis centrais sindicais (que foram reconhecidas oficialmente há poucos meses) assinaram protocolo em que aceitam o fim do imposto compulsório, aquele que equivale a um dia de salário mínimo do trabalhador e é recolhido uma vez por ano.
O governo teve de abrir o cofre. Reconhecidas, as centrais vão receber R$ 55 milhões do imposto sindical vigente. E depois que se virem com a mensalidade dos associados. O projeto de lei está em redação.
Informe JB - Centrais aceitam o fim do imposto

Novas leis para consolidar o estado de direito
Artigo - José Dirceu
Jornal do Brasil

Como acontece em momentos de crise e de luta contra o crime organizado e a corrupção, enfrentamos o dilema de como combater esses males, sem nos desviar do estado de direito, que exige o respeito integral à Constituição e aos direitos e garantias individuais. Essa questão não é única do Brasil. Há inúmeros exemplos no mundo, em países e regimes democráticos, como nos EUA, onde o ato patriótico, com o pretexto de combater o terrorismo, na prática, autorizou a suspensão das garantias individuais. De forma indireta, autorizou o uso da tortura e a prisão sem prazo e sem culpa até que a Suprema Corte começasse a derrubar essas barbaridades e impusesse de novo o império das garantias constitucionais.

Novas leis para consolidar o estado de direito

EM 4 MESES, US$ 15 BI DEIXAM O PAÍS
Fernando Nakagawa
O Estado de S. Paulo

Investidores e empresas enviaram ao exterior US$ 15,1 bilhões nos últimos quatro meses. Em tempos de crise internacional, dólares têm deixado o Brasil para, principalmente, cobrir prejuízos nos Estados Unidos. No ano, essa saída se aproxima de US$ 20 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Esses números se referem ao saldo das operações de câmbio no segmento financeiro - investimentos, aplicações financeiras e pagamentos diversos. Os números do chamado segmento comercial do mercado de câmbio, ligado às operações de importação e exportação, continuam positivos, mas nos últimos dois meses não foram suficientes para cobrir as saídas financeiras.
Em julho, o fluxo cambial fechou com resultado negativo de US$ 2,4 bilhões, o mais elevado desde dezembro de 2006. De janeiro a julho, ficou positivo em US$ 12,4 bilhões, mas o valor caiu 80% na comparação com o mesmo período do ano passado.
A conta financeira teve resultado negativo pelo quarto mês seguido. Apenas em julho, US$ 5,1 bilhões deixaram o Brasil, depois de resultado também expressivo (US$ 5,6 bilhões) em maio.
INVESTIDORES TIRAM US$ 15 BI DO PAÍS EM QUATRO MESES



Os ‘processos de Tarso’

ARTIGO - Demétrio Magnoli
O Estado de S. Paulo

Tarso Genro é advogado de formação e, por algum motivo obscuro, imagina-se um jurista. A sua tese jurídica mais recente foi alardeada como uma chave mágica para “punir os torturadores”. O ministro do Arbítrio assim a proclamou: “Esse agente (...) que realizou uma prisão ilegal, mas que a realizou dentro das normas do regime autoritário, e levou o prisioneiro para um local de interrogatório, até esse momento, estava de acordo com o regime vigente e, por esse ato, não pode ser responsabilizado. Mas, a partir do momento em que esse agente pega o prisioneiro, leva para um porão e o tortura, ele saiu da própria legalidade do regime militar.”
Esperto como uma raposa, Tarso aponta seu dardo justiceiro para o sargento do porão escuro, que “saiu da legalidade do regime militar”, enquanto firma um compromisso explícito com a cadeia de comando acima dele: “Não são as Forças Armadas que estão em jogo aqui. Não é a postura dos comandantes, dos presidentes ou dos partidos que apoiaram o regime militar. Estamos discutindo o comportamento de um agente público dentro de uma estrutura jurídica.” A mensagem dirige-se aos “comandantes” e “presidentes”, na forma de um pacto: entreguem seus pequenos à imolação na pira da minha justiça de fancaria e eu, em troca, asseguro-lhes o fim das incertezas. Coragem moral é isso.
Classificar Tarso como ministro do Arbítrio é apenas registro factual. Partiu dele a ordem de captura e deportação dos pugilistas cubanos Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara
Os ‘processos de Tarso’

Coluna - Ilimar Franco - PANORAMA POLÍTICO
O Globo

Cadê os líderes do governo?


Inconformado com projetos aprovados no Congresso, o presidente Lula virou-se para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), em encontro no Itamaraty, e disparou: "Vocês fazem cada coisa naquele Senado. Como aprovaram aquele projeto do João Cândido?". A anistia ao líder da Revolta da Chibata dava direito às famílias de pedirem indenização. Depois disso, a base do governo ainda aprovou a inviolabilidade dos escritórios de advocacia, que teve de ser vetado pelo presidente.
Em campanha pela Rio 2016

Não é só renda que define a pirâmide social
Cássia Almeida
O Globo

Ao comentar estudo, sociólogo do Iuperj diz que identificar ocupação é importante para perceber mobilidade
O crescimento da fatia da população com renda domiciliar entre R$1.064 e R$4.591, que corresponde à classe média no estudo divulgado anteontem pelo chefe do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marcelo Neri, demonstra apenas que a renda do brasileiro cresceu nos últimos seis anos, na opinião do sociólogo do Iuperj Adalberto Cardoso. Para ir além e qualificar esse aumento, seria necessário avaliar em quais ocupações profissionais está essa população recém-inserida no meio da pirâmide de renda. Pesquisa da FGV mostrou o crescimento da classe média, com base na renda familiar. Só isso basta? ADALBERTO CARDOSO: A pesquisa não foi feita com a renda per capita (rendimento dividido pelo número de pessoas da família) nem estabeleceu diferenças regionais. Fixar o ganho da classe média entre R$1 mil e R$4 mil é arbitrário. Por que não de R$1.100 a R$5 mil? Estabelecer que as famílias com renda de R$1 mil são da classe média é temerário. A região também importa: uma coisa é ganhar R$4 mil em São Paulo, outra é ganhar a mesma coisa no Nordeste.
Não é só renda que define a pirâmide social
Confira:

Nenhum comentário:

Postar um comentário