segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Observatório do Said Dib

Ontem, domingo, estava com meus filhotes, curtindo o “Dia dos Pais”. Não trabalhei. Por isso, não tivemos os destaques dos jornais de domingo. Para quem não teve tempo de lê-los, aproveite agora. Se você for assinante do Clipping da RADIOBRAS, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las. Nos finais de semana e feriados isto será necessário. Durante a semana, não.
Domingo, 10 de agosto 2008

Dilma veste figurino de candidata
Zero Hora

Um palanque estreito demais
Turbinado pela PF, Tarso disputa com Dilma e Marta a predileção de Lula.
Em primeira mão e com dois anos de antecedência, os gaúchos presenciaram a estréia da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata à sucessão presidencial de 2010.Ao arriscar passos de tarantela na frente de 1,2 mil militantes petistas em Caxias do Sul e discursar para uma platéia ainda maior em Porto Alegre, na semana passada, Dilma deixou de lado a austeridade habitual para cumprir uma determinação expressa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Dias antes, em Brasília, ela havia confidenciado a uma amiga:– Já que o presidente insiste, a partir de agora tenho de vestir a roupa de candidata.Essa insistência ganhara contornos oficiais na segunda-feira anterior, 29 de julho. Durante um jantar na Bahia, Lula aproveitou a entrada da ministra no salão principal do Palácio de Ondina para fazer um pedido ao governador Jaques Wagner e a quatro ministros, dois do PT e dois do PMDB, maior aliado do Planalto.– Tratem bem a minha candidata – disse o presidente, provocando um sorriso acanhado em Dilma.Não era um ato fortuito. À mesa com o presidente estava, além de Wagner, um anfitrião sempre lembrado para o Planalto, o ministro da Educação, Fernando Haddad, cujo nome também vem sendo ventilado para a disputa. Lula estava enviando um recado. Dois dias depois, a frase do presidente estava estampada nos jornais.
Militares pressionam para Lula se manifestar sobre Lei de Anistia
O Estado de São Paulo

Forças gostariam de ouvir que nova interpretação da legislação, como sugeriu Tarso, é questão do Judiciário
Tânia Monteiro

Os comandantes das Forças Armadas querem que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifeste, em público, sobre a polêmica aberta pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, que defendeu nova interpretação da Lei de Anistia para os militares que torturaram no período da ditadura (1964-1985). A pressão abriu negociação com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao longo da semana passada e, se for bem-sucedida, Lula pode vir a se manifestar na terça-feira, dia da solenidade de apresentação, no Planalto, às 10 horas, dos oficiais-generais promovidos. O interesse dos militares deve entrar na pauta da reunião da coordenação política, nesta segunda-feira, às 16 horas, com a presença de Lula, mesmo estando Jobim de viagem marcada para a Amazônia. Os dois deveriam conversar neste fim de semana, depois que o presidente voltar da China - o que estava previsto para ontem. O mais provável é que, na terça ou em outro momento que julgue adequado, mesmo sem fazer uma crítica direta a Tarso, Lula acabe por dizer algo genérico, na linha de que “é preciso olhar para o futuro”, ainda que não seja possível “apagar o passado”.
Militares pressionam para evitar debate sobre anistia

Exército tira transposição do Rio São Francisco do papel
O Estado de São Paulo

Presença de militares e investimentos federais em saneamento reduzem as resistências ao projeto
Ribamar Oliveira e Wilson Pedrosa

A igrejinha branca e azul nos arredores de Cabrobó (PE), onde o bispo d. Luiz Flávio Cappio, em 2005, fez a primeira greve de fome contra a transposição do Rio São Francisco, está fechada. Na região, não há mais manifestações contrárias à obra e os tratores de esteira e as escavadeiras do Exército rasgam o sertão em ritmo acelerado, começando a abrir os dois canais que vão levar água do “Velho Chico” para as bacias hidrográficas do Ceará, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do agreste de Pernambuco.Depois de nove meses de trabalho, os dois batalhões de engenharia e construção que estão na área já concluíram cerca de um terço das obras a cargo do Exército. Nada menos do que 1,6 milhão de metros cúbicos de terra, rochas e outros sedimentos já foram escavados - o que equivale a 18 Maracanãs cheios.Os protestos contra a transposição acabaram por vários motivos. Em primeiro lugar, o Supremo Tribunal Federal (STF) cassou todas as liminares concedidas por juízes de primeira instância que impediam o início das obras. Além disso, a presença dos militares ajudou a dar credibilidade ao projeto.“A estratégia de começar as obras com o Exército foi muito boa”, admitiu o padre Ceslau Broszecki, da Diocese de Cabrobó. “Aqui tudo se acalmou, ninguém fala mais nada (contra a transposição)”, disse o padre. A presença do Exército representou também segurança para os moradores, pois a rodovia que passa por Cabrobó e Floresta é conhecida como “rota da maconha”, utilizada por traficantes.
Sem protestos, transposição do São Francisco já começou

Lista única e transplante de fígado
Silvano Raia
O Estado de São Paulo

A mesma sociedade que se outorga o direito de transplantar órgãos de doadores falecidos deve assumir também a responsabilidade de distribuí-los de forma equânime, transparente e auditável. A lista única de receptores, adotada no Brasil nos últimos 11 anos, atinge plenamente esses objetivos. Entretanto, amplo noticiário sobre eventuais irregularidades ocorridas no transplante de fígado no Rio de Janeiro torna oportuno reafirmar a eficácia e a segurança desse método, a fim de evitar efeitos negativos na autorização familiar, parte da já insuficiente captação de órgãos em nosso país.
Lista única e transplante de fígado :: Silvano Raia


Dieta de engorda
Dora Kramer
O Estado de São Paulo

A oposição faz o esperneio regulamentar, mas até aliados do governo prometem criar dificuldades para a aprovação da medida provisória que transforma a Secretaria da Pesca em ministério, cria quase 300 novos cargos de confiança, dobra o orçamento da nova “pasta” e abre caminho à distribuição de sinecuras País afora sob a denominação de “superintendências” regionais.Foi uma surpresa geral quando a MP foi enviada ao Congresso no fim de julho, véspera da volta do recesso. A reação mais vistosa partiu do presidente da Câmara, o petista Arlindo Chinaglia, que achou “difícil” entender a urgência de fazer crescer a estrutura cinco anos e meio de governo depois.Ou, posto de outra forma, que talvez ajude Chinaglia a compreender o espírito da coisa: a dois anos e meio do fim do governo Luiz Inácio da Silva, um e meio antes do início oficial da campanha da sucessão. Francamente, quem não deve estar entendendo nada ante tanta perplexidade e indignação é o presidente Lula que não pegou ninguém desprevenido.
Dora Kramer

Queda livre
Celso Ming
O Estado de São Paulo

Os preços das commodities estão há quarenta dias em queda livre nas bolsas internacionais de mercadorias. É estouro de bolha? Quem será atingido? E como fica a economia brasileira, esse grande exportador de commodities?Economistas reconhecidamente competentes, como Kenneth Rogoff e Paul Krugman, sustentam prognósticos diametralmente opostos. Isso significa que o cidadão comum, que não é o mais entendido nessas coisas, tem de navegar e fazer suas próprias apostas. Não dá para garantir que o especulador não tenha a ver com a alta das commodities. Pode estar assumindo agora a ponta vendedora depois de passar meses ajudando a turbinar os preços. Mas pega carona em movimentos dos fundamentos do mercado.Há também a recuperação do dólar sobre as moedas fortes no câmbio global, que exerce impacto baixista sobre as commodities pelo fato de que cumpre a função de medida de valor. Isso quer dizer que um pedaço da queda dos preços se deve ao fato de que, em questão de duas semanas, menos dólares são precisos para comprar a mesma tonelada de grãos ou o mesmo barril de petróleo.
Celso Ming


R$ 12 bilhões no lixo
Jornal do Brasil

Três números, um desperdício: enquanto 70 mil toneladas de comida são despejadas anualmente na lata de lixo, 64% do que é plantado some com problemas na colheita, no transporte, no processamento e nos hábitos alimentares da população. No cálculo do descaso com os alimentos, o Brasil perde, a cada ano, cerca de R$ 12 bilhões. A culpa do prejuízo é compartilhada por produtores, distribuidores e consumidores – sobretudo da classe média. A comida dispensada por restaurantes e feiras livres chega a ser catada no lixo por famílias carentes. Uma das barreiras contra a melhor distribuição da comida é a própria legislação que regula as doações.
R$ 12 bilhões no lixo

Coisas da Política
Mauro Santayana
Jornal do Brasil

Memórias de agosto
Se a História não tira férias, há alguns meses de sua preferência para promover tragédias políticas. O exame da crônica do poder mostrará que março e agosto são particularmente escolhidos. Com o assassinato de César, nos idos de março – dia 15 – de 44 a.C encerrou-se o compromisso plutocrático-militar que mantinha a República Romana, embora ela já estivesse combalida pelas guerras sociais anteriores. A partir de então, e lentamente como era naqueles séculos, o sistema político iniciou seu declínio com Augusto, para sucumbir em 476, ante as hordas germânicas.
Em 1572, na noite de 24 de agosto (data dedicada a São Bartolomeu) os protestantes franceses, que celebravam o casamento de Henrique de Navarra (futuro Henrique IV de França), com Margarida de Valois, foram massacrados, por ordem de Catarina de Médicis e seu filho, o rei Carlos IX. Só em Paris foram assassinados mais de 3.000 huguenotes, entre os mais eminentes homens de França, sob as bênçãos do papa Gregório XIII, que mandou celebrar um te deum em Roma em regozijo pela matança.
A Primeira Guerra Mundial começou nos dois primeiros dias de agosto de 1914. Em março de 1933, Hitler, com a coligação entre seu partido e os católicos de centro, assumia a chancelaria do Reich e, em 2 de agosto do ano seguinte, com a morte do presidente Hindenburgo, tornava-se o único Führer do povo alemão. Em 1939, ele deixou que chegassem as primeiras horas de setembro para invadir a Polônia, iniciando a Segunda Guerra. Dias antes, no dia 2 do mesmo agosto de 1939, Einstein enviara a sua famosa carta a Roosevelt, sugerindo-lhe que se realizassem pesquisas imediatas para a criação da bomba atômica. E em agosto (nos dias 6 e 8) de 1945, já com a derrota japonesa assegurada, os americanos arrasaram, ainda assim, Hiroshima e Nagasaki, no mais brutal ataque contra populações civis registrado pela História.
Coisas da Política :: Mauro Santayana

Os leilões das usinas do Rio Madeira

Nivalde J. de Castro
Jornal do Brasil

PROFESSOR DO INSTITUTO DE ECONOMIA DA UFRJ E COORDENADOR DO GRUPO DE ESTUDOS DO SETOR ELÉTRICO (GESEL)
Para as próximas décadas as perspectivas da economia mundial são de crise na área da energia. Crise identificada pelo descompasso entre o crescimento da demanda e a incapacidade da oferta acompanhar o ritmo de expansão do PIB mundial, em especial do petróleo que é a base da matriz energética. O resultado mais imediato e visível desta crise é a volatilidade e recordes no preço do barril do petróleo. Os países buscam alternativas para blindar suas economias das incertezas geradas pela crise energética, tais como, estímulo às fontes alternativas – biomassa, eólica, solar – retorno da energia nuclear, gás natural, eficiência energética, carvão mineral etc.
Neste cenário mundial de crise energética o Brasil apresenta condições extremamente favoráveis dadas as recentes descobertas de campos petrolíferos e ao potencial de hidroeletricidade ainda existente. Este potencial de recursos energéticos dará ao Brasil condições de maior competitividade e vantagens relativas na economia mundial que deverão garantir maior viabilidade e estabilidade no desenvolvimento econômico.
Os leilões das usinas do Rio Madeira :: Nivalde J. de Castro

OPERAÇÃO MÃO-DE-OBRA

Uma mão lava a outra
Relatório de investigação do MP revela que funcionários da Conservo prometeram a servidores empregar pessoas conhecidas em troca de ajuda para fraudar licitações no Ministério de Ciência e Tecnologia
Leandro Colon e Marcelo RochaDa equipe do Correio Braziliense
O Ministério de Ciência e Tecnologia mantém quatro contratos que somam R$ 2 milhões com uma empresa acusada de fraudar uma licitação da própria pasta. Diálogos gravados pela Polícia Federal mostram, segundo os investigadores, como a Conservo Brasília Serviços Técnicos Ltda. armou com dois funcionários do ministério a vitória num pregão eletrônico para a empresa prestar serviços de mão-de-obra terceirizada por R$ 1 milhão. As conversas revelam um pouco mais do submundo das licitações. “Amiguinho, meu sobrinho não foi chamado não, tá?” Essa frase faz parte de conversa telefônica travada entre Lorena das Graças, pregoeira da pasta de Ciência e Tecnologia, e Paulo Duarte, da Conservo, em 22 de fevereiro de 2006. Segundo a investigação, ela cobrou de Duarte a contratação de um sobrinho após a Conservo vencer a concorrência no dia 14 daquele mês. Duarte cumpre o prometido. “Manda ele vir aqui amanhã cedo falar comigo”, diz. “Amanhã cedo onde?”, pergunta Lorena. “Aqui na Conservo”, responde Duarte. “Vai começar no dia primeiro”, ressalta. O contrato com o ministério foi assinado em 1º de março, mesma data em que o “sobrinho” de Lorena começaria a trabalhar na Conservo, que somente este ano já recebeu R$ 82 milhões do Executivo federal. O teor dos diálogos confirma uma rotina na vida da empresa no Distrito Federal: a intimidade com os servidores responsáveis pelas concorrências. Um cenário semelhante ao do Senado e também do Ministério de Minas e Energia, conforme reportagens publicadas nos últimos dias pelo Correio. Outra coincidência: a ajuda desses funcionários públicos para descobrir as demais concorrentes e a conseqüente negociação para a retirada delas da disputa.
Ministério ignora fraudes em licitações

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