segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Ossétia do Sul: Começou a guerra


Por Andrei Areshev

Na noite de sete de Agosto, forças georgianas lançaram um ataque a Tskhinvali, o qual Tíflis cinicamente descreveu como um esforço para restaurar a ordem constitucional. Poucas horas antes, Sasskashvli declarou um cessar fogo na zona de conflito, mas o movimento era apenas uma manobra de propaganda que disfarçava o plano para uma ofensiva em grande escala. O momento foi cuidadosamente escolhido — a atenção mundial está voltada para a abertura dos Jogos Olímpicos, o primeiro-ministro russo V. Putin está em Pequim, e o presidente russo D. Medvedev está numas férias curtas. As forças georgianas estão a atuar com extrema ferocidade. Uma devastação total do centro de Tskhinvali a qual se deu com mísseis Grad, artilharia, morteiros e fogo de metralhadoras. Dúzias de explosões estilhaçavam a cidade a cada minuto. Dezenas de veículos blindados e milhares de soldados deslocaram-se para a zona de conflito. O vice-comandante da Força Russa de Manutenção da Paz, V. Ivanov, disse que as posições das suas forças não foram alvejadas ou atingidas diretamente e que continuavam a observar a situação na região. Contudo, o lado ossetiano e jornalistas russos dizem que o centro de comando das forças de manutenção da paz esteve sob fogo. A ofensiva já fez dezenas, se não centenas, de mortos. No entanto, parece que a atividades das forças de manutenção da paz permanece limitada à monitorização da situação. A sua inação ajuda o agressor — o lado georgiano declara que a força russa de manutenção da paz não está a intervir no conflito. O exército da Ossétia do Sul respondeu ao fogo, mas não tem potencial comparável àquele das forças georgianas. Várias aldeias da Ossétia já foram capturadas e há possibilidade de que a auto-estrada Zar que liga a Republica à Rússia seja bloqueada. A declaração feita por Mathew Bryza quanto aos acontecimentos é notavelmente cínica — tomando partido com astúcia pela Geórgia e interpretando a posição de Moscou à maneira de um puro e simples gangster, ele culpou a Ossétia do Sul pela escalada. Anteriormente Condoleeza Rice dissera em Tíflis que os EUA estavam totalmente ao lado da Geórgia no conflito, não deixando portanto dúvidas quanto à posição estado-unidense. O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Gonzalo Gallegos, disse que os EUA pediram à Moscou para exercer pressão sobre a liderança da Ossétia do Sul a fim de alcançar um cessar fogo na zona de conflito. Ao mesmo tempo, o lado georgiano é apenas aconselhado a agir com moderação. É simbólico que Tíflis tenha lançado a agressão no aniversário da queda da República Krajina da Sérvia. A sua morte tornou-se o prólogo para a fase seguinte da guerra balcânica – para a guerra no Kosovo, os ataques da NATO à Sérvia e a humilhação da partição do país. Já foi dito muitas vezes que o Ocidente está a re-utilizar o cenário balcânico no Cáucaso, e que desta vez planeia-se que a Rússia desempenhe o papel da Sérvia. Políticos de Belgrado que 13 anos atrás disseram que vendendo seus compatriotas na Croácia e na Bósnia impediriam a agressão ocidental agora pretendem que estavam inconscientes de que chegaria a vez da Sérvia após os sérvios na Croácia e na Bósnia. Será Moscou capaz de aprender pelo menos alguma coisa do passado recente? Em 1995, "mantenedores da paz" da ONU abriram o caminho para o exército croata que estava a matar sérvios, e nestes dias vemos "mantenedores da paz" russos e ossétios a observarem passivamente a artilharia georgiana martelar quarteirões residenciais em Tshkhinvali. No Cáucaso, as conseqüências de tal passividade estão em vias de se tornarem catastróficas — não haverá respeito pelo país fraco incapaz de normalizar a situação na sua fronteira e proteger seus cidadãos.

Leia a matéria completa , acessando:
Ossétia do Sul: Começou a guerra

O original encontra-se em http://en.fondsk.ru/article.php?id=1530

Ver também:
·
http://ossetians.com/eng/
·
Russia Prepares for Naval Blockade of Georgia
·
http://groups.yahoo.com/group/stopnato/
· O oleoduto Baku-Tíflis-Ceyhan

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