quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Arhur, "o brigador", adverte...

O governador Braga trairá o presidente Lula
Arthur Virgílio

O Amazonas está constrangido e envergonhado com o recentíssimo episódio de Coari. Indesculpavelmente, o presidente da República, em praça pública, passou a mão na cabeça do prefeito Adail Pinheiro, figura central da operação Vorax, deflagrada pela Polícia Federal no dia 20 de maio último. Figura apontada como chefe de esquema de corrupção que surrupiou quase R$ 60 milhões da prefeitura coariense e sonegou R$ 30 milhões à Receita Federal. Que operou cerca de 200 licitações fraudulentas e, desgraçadamente, estaria envolvido no crime hediondo da exploração sexual infanto-juvenil, utilizando-se dos "serviços" do diretor da agência de "modelos" Mega Models, Fábio Marques Martins, e usando meninas menores de idade em orgias sexuais.

Segundo o delegado Jocenildo Cavalcante, dinheiro público era usado para custear as despesas com as jovens e, certa vez, uma senhora enferma deixou de ser transportada para Manaus, pelo avião a serviço da prefeitura, porque a prioridade era levar uma banda de forró para Coari. Suponho, firmemente, que a parte do inquérito da operação Vorax, que apurará as evidências de prostituição infantil, haverá de exibir nomes e identidades de pessoas importantes, poderosas mesmo, desse estado.
Essa é a situação de Coari. Há registros até de assassinatos, com suspeitas fundadas recaindo sobre as milícias que aterrorizam o povo a mando do prefeito. Lá, imperam o suborno, a prepotência, a amoralidade, a desmoralização e a imoralidade. Até a visita do presidente Lula, Adail era um homem acuado, esperando a cada manhã a ordem de prisão que, misteriosamente, não foi ainda assinada. Era um homem acovardado, falsamente humilde, mentirosamente arrependido. Agora, deve andar de peito estufado, pronto para mais falcatruas e arbitrariedades contra os municípes que deveria governar com decência e respeito.
Até bem pouco, nem ele mesmo compreendia a razão de estar solto. Afinal, empreiteiros foram encarcerados, servidores de confiança também, o vice-prefeito idem, idem. Todo mundo pagando algum preço, menos Adail Pinheiro, o protegido de Eduardo Braga, que chegou ao paroxismo da irresponsabilidade, levando o presidente para elogiar um malfeitor.
(...)
Usou meu partido miseravelmente, em sua luta contra Alfredo Nascimento (2000, disputa para a prefeitura da capital), no episódio fraudulento do menino Anderson. Interpelei-o. Jurou de pés juntos que foi tão enganado quanto eu próprio fui. Ele é do tipo que jura, mentindo, com a convicção dos sinceros.
Presidente Lula, Eduardo Braga não é seu amigo, porque simplesmente não consegue ser amigo de ninguém. É patologicamente desleal. É doentiamente carreirista. É inarredavelmente traidor.
Traiu o PDS, traiu Gilberto Mestrinho, traiu Amazonino, traiu mil partidos, traiu Serafim Corrêa, traiu seus companheiros mais sofridos e íntimos, traiu Alfredo, traiu a mim. Ora, meu Deus, apunhalará Lula também, na ocasião propícia, no momento em que seu instinto de sobrevivência lhe indique esse caminho.
Não deixe de ler este artigo completo do senador Arthur Virgílio no "Tribuna da Imprensa" de hoje

Este espaço está aberto para qualquer manifestação do governador Eduardo Braga

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