Manchetes do jornal "Tribuna da Imprensa" de 23 de setembro de 1968
Greve pára Uruguai e luta ganha México
Uma greve geral de trabalhadores paralisará o Uruguai amanhã, em protesto contra a morte de dois estudantes, em conflito com a Polícia, enquanto a Zona Norte da Cidade do México foi transformada em praça de guerra desde ontem, com batalhas de rua entre policiais e estudantes, registrando-se até agora a morte de um homem da força pública. No Uruguai, sete mil universitários sepultaram em silêncio a jovem Susana Pintos, enquanto o governo decretou o fechamento de todas as faculdades até 15 de outubro.
Petróleo jorra de surpresa
Geólogos contratados pela Petrobras foram surpreendidos quando começou a jorrar petróleo espontaneamente de um poço na plataforma continental de Sergipe. Do poço, de uma profundidade de mil e trezentos metros, saem cem barris por hora. Apesar de já terem resultados satisfatórios, os geólogos pretendem perfurar até três mil e quinhentos metros. A notícia foi comunicada ao ministro das Minas e ao presidente da Petrobras.
Lira Tavares abre hoje a VIII CEA
Com um discurso do ministro Aurélio Lira Tavares e uma palestra do general Adalberto Pereira dos Santos sob o tema "O Exército Brasileiro e a Defesa e Segurança do Continente Americano", instala-se hoje, às nove horas, na sede da Escola de Comando e Estado-Maior, a VIII Conferência dos Exércitos Americanos, que objetiva "o estudo dos problemas de interesse mútuo que concorram para a segurança e o desenvolvimento de todos os países do continente". Vinte delegações estão presentes a VIII CEA, inclusive a da República de Haiti que, embora não tenha Exército constituído manterá dois observadores.
Miraglia recusa Luís Cláudio
"Vou me apresentar ao Flamengo hoje à tarde, para treinar normalmente, pois desconheço oficialmente que o clube tenha me expulsado, me proibindo inclusive de entrar na Gávea, porque briguei com o Reyes", declarou ontem o jogador Luís Cláudio, um dos participantes dos tristes e lamentáveis acontecimentos de sábado, na Gávea. Luís Cláudio não acredita que o Flamengo suspenda seu contrato, por causa, da briga, preferindo pensar que os dirigentes disseram isso num momento de irreflexão. "Estava de cabeça quente quando briguei e foi por isso que não atendi os pedidos de "seu" Miraglia e dos demais companheiros que tentavam me retirar do local. Não tenho sangue-de-barata. Entrei duro no Reyes, durante a pelada, e quando ia me justificar ele vibrou uma violenta bofetada na minha boca. Fiquei alucinado. Procurei a forra. Tudo serenado, lá dentro do vestiário, Reyes estava se penteando em frente do espelho e rindo de mim. Joguei 4 anos na Argentina e conheço bem o deboche desses gringos. Foi por isso que perdi a cabeça", explicou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário