Destaques dos jornais de hoje (no caso, por força maior...de ontem...). O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las no clipping do Ministério do Planejamento, sem que seja necessário que se cadastre. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00. Nos finais de semana os links com as matérias completas serão da Radiobras, que exige cadastro.
O Globo
Está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de extradição de Manuel Cordero, preso no Brasil em 26/2/2007. A Argentina e o Uruguai pretendem julgá-lo por crimes de quadrilha, seqüestro e desaparecimento forçado de pessoas durante a "Operação Condor" (união dos ditadores militares do Cone Sul, inclusive do Brasil, para perseguir e aniquilar os opositores na década de 1970). Será a primeira decisão brasileira sobre o assunto. Os ministros do STF estão diante de uma missão difícil, que repercutirá na História. É que todos os países do Cone Sul revogaram as leis que anistiavam os ditadores, com exceção do Brasil. Assim, se aceitar a extradição, o STF admitirá que os crimes praticados foram comuns, pois nossa Constituição não admite extradição para crimes políticos, que, na definição do próprio STF (HC 73.452/RJ), referem-se a "atentados contra a soberania nacional e a estrutura política". Assim, os crimes praticados pelos ditadores brasileiros se submeterão à investigação e punição, pois não foram anistiados pela lei de 1979. Seria o primeiro passo para abolição da impunidade. Nesse trilhar, o procurador-geral da República, Antônio Fernando, acatou o pedido de extradição pelo crime de seqüestro, o qual não prescreve enquanto a vítima continuar desaparecida. Infelizmente, o ministro Marco Aurélio votou contra a extradição, alegando que os desaparecidos são presumidamente mortos. Assim, afastou a acusação de seqüestro, restando o crime de homicídio, já prescrito. Aguardam-se os votos dos outros ministros.
Reencontro com o passado :: Fausto Rodrigues de Limea
Panorama Político
Ilimar Franco
O Globo
PT contra PT
O fracasso eleitoral do PT no Rio é mais um capítulo de sua luta interna. Na capital, o ministro Edson Santos, ligado a José Dirceu, defendia uma aliança com o PCdoB; e Alessandro Molon, embalado pelo ministro Tarso Genro, a candidatura própria. Em Niterói, o prefeito Godofredo Pinto queria uma aliança com o PDT, mas prevaleceu a chapa com Rodrigo Neves. Só restou ao PT lutar pela reeleição de Lindberg Farias em Nova Iguaçu.
Um ministério de derrotados
Os ministros políticos do governo vão sair machucados das urnas nestas eleições. Em Belo Horizonte, com a vitória de Márcio Lacerda, perdem Patrus Ananias, Luiz Dulci e Hélio Costa. No Rio, com um PDT pífio, quem sucumbe é Carlos Lupi. Beto Richa, em Curitiba, arrasa com Paulo Bernardo. Em Manaus, se Amazonino Mendes levar, um dos que perdem é Alfredo Nascimento. Se Maria do Rosário não for para o segundo turno em Porto Alegre, arrasta junto Tarso Genro e Dilma Rousseff. Por enquanto, só se salvam José Múcio, que apóia João da Costa em Recife, e Nelson Jobim, que está com Cezar Schirmer em Santa Maria (RS). Como os dados são ruins, quem vai falar é o Flávio (do Ibama). Quando é bom, eu falo" - Carlos Minc, ministro do Meio Ambiente, sobre a divulgação dos novos dados do desmatamento na segunda-feira. BOLA FORA. A Igreja Católica reagiu ao uso, pela campanha de ACM Neto (DEM) à prefeitura de Salvador, de fotos dele com o Papa João Paulo II e o arcebispo-primaz do Brasil, dom Geraldo Majella Agnelo, num panfleto. O objetivo era compensar o fato de ter como vice um bispo evangélico. A Arquidiocese de Salvador divulgou nota dizendo que não autoriza o uso da imagem de autoridadades eclesiásticas em peças de campanha.
Tem para todos
Depois da confusão gerada pela gravação feita para o petista Sérgio Carneiro em Feira de Santana (BA), o presidente Lula gravou especialmente para o concorrente Colbert Martins (PMDB), que já pôs o apoio presidencial no ar.
Ressentimento
O estilo Minc
O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) levou um puxão de orelha do presidente Lula e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) por ter anunciado a suspensão do licenciamento da BR-319 (Manaus-Porto Velho) sem consultar o governo. A obra faz parte do PAC. Outro que não gostou foi o ministro Alfredo Nascimento (Transportes). Ele quer disputar o governo do Amazonas e o asfaltamento dessa estrada seria um trunfo.
Panorama Político :: Ilimar Franco
Um escritor e sua língua
O Globo
ABL celebrará Machado de Assis em sessão presidida por Lula, que assinará Acordo Ortográfico, e com lançamento da obra completa do escritor Na segunda-feira, dia 29, quando se completam cem anos de morte do escritor Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras lembrará seu fundador numa sessão especial. A casa receberá o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estará à frente da cerimônia de homenagem ao escritor e, logo a seguir, assinará quatro decretos de promulgação do Acordo Ortográfico dos Países de Língua Portuguesa. Na mesma ocasião, o editor Sebastião Lacerda, da Nova Aguilar, apresentará aos acadêmicos a aguardada nova edição, revista e ampliada, da obra completa de Machado. "Academia buscará ser a guardiã do nosso idioma" Para Cícero Sandroni, presidente da ABL, Machado de Assis será "duplamente exaltado", não apenas pela sessão solene da Academia - que desde o início do ano vem festejando o autor de "Dom Casmurro" em ciclo de debates, exposição e seminários - como também pela assinatura do Acordo Ortográfico que, lembra ele, realiza o desejo do escritor. No discurso de encerramento do ano acadêmico de 1897, Machado, então presidente da casa, já dizia: "A Academia buscará ser a guardiã de nosso idioma, fundado em suas legítimas fontes - o povo e os escritores, todos os falantes de língua portuguesa". - A cerimônia de assinatura do Acordo Ortográfico é a culminância do registro do centenário de morte do maior escritor brasileiro - diz o acadêmico Domício Proença, especialista em língua portuguesa e que vem acompanhando de perto os desdobramentos do Acordo, previsto para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009. - É um momento importante e a Academia, como casa de Machado, promove esse evento. A mestria de Machado no manejo da língua portuguesa poderá ser conferida em toda a sua plenitude nos novos volumes que a Aguilar está mandando para as livrarias. A edição vai substituir aquela organizada por Afrânio Coutinho, com texto fixado por José Galante de Souza, editada em três volumes em 1959. De lá para cá, muita coisa de e sobre Machado veio à tona, como observa Sebastião Lacerda. Além dos romances, contos, crônicas, teatro e poesias, os volumes trarão nova fortuna crítica, selecionada pelo professor Samuel Titan Jr. Além da cerimônia de segunda-feira, a ABL lembrará Machado com uma conferência de Sergio Paulo Rouanet, que participará do ciclo "Aspectos da literatura machadiana II". O acadêmico, coordenador do volume com a correspondência completa do escritor, a ser publicado pela própria ABL, falará na terça, dia 30, às 17h30m, sobre "Influências literárias inglesas em Machado de Assis".
Um escritor e sua língua
O Globo
Antônios e Antónios Segunda, Lula assina, no Rio, o decreto do acordo de unificação do idioma em países de língua portuguesa. Quem vem Riad al-Maliki, chanceler da Autoridade Nacional da Palestina, vem ao Brasil no fim de outubro ver Lula.
Infidelidade
Repeteco Criticar aliado sem medir a repercussão, como fez com Geraldo Alckmin, não é novidade para o grão-tucano Clóvis Carvalho. Carvalho foi demitido por FH quando era ministro do Desenvolvimento, em 1999, ao atacar o então ministro Malan.
Farra da Receita Ontem, por volta de 9h30m, toda a delegação do Botafogo, que voltava da Colômbia, passou direto pela Receita, no Galeão, sem qualquer fiscalização.
Ancelmo Gois
Nhenhenhém
Jorge Bastos Moreno
O Globo
Sem fundos Serra, me aceita de volta? Sei que traição é uma palavra que não existe no dicionário tucano, mas fui atraído pela promessa de ser beneficiado pela reabertura do uso do FGTS em ações da Petrobras, coisa que me arrependo de não ter feito no passado. E mergulhei de cabeça na campanha da Dilma. Mas a ministra foi muito honesta: Lula não fará isso. A Dilma falou comigo através da gentilíssima Denise Mantovani, uma assessora que todo mundo gostaria de ter: tão discreta que sua presença é quase imperceptível. Fiquei sabendo então que, mesmo se todos os trabalhadores investissem em ações, os recursos do FGTS seriam apenas uma gota d"água no oceano dos investimentos da Petrobras.
Sarney escreve por metáforas. No artigo de ontem na "Folha", lamentou a (auto) exterminação dos pássaros.
Nhenhenhém :: Jorge Bastos Moreno
Clóvis Rossi
Os gatos gordos e o futuro
Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Tornou-se quase lugar-comum dizer que a crise matou Wall Street, a ruazinha que abriga a Bolsa de Nova York e, por isso, se tornou sinônimo de mercados financeiros. No mínimo morreu a Wall Street tal como conhecida nos últimos 75 anos, desde que, em 1933, os bancos comerciais foram separados das empresas financeiras, na esteira da Grande Depressão dos anos 30.Ao contrário dos mortos comuns, em geral transformados em santos mesmo quando estavam longe disso quando vivos, nem se passa perto da beatificação da ruazinha mais famosa do mundo. Veja-se, por exemplo, a queixa de Robert Reich, um dos raros intelectuais que continuaram pensando mesmo depois de serem alçados ao governo (ele foi secretário do Trabalho no primeiro governo Clinton; hoje leciona políticas públicas em Berkeley, na Califórnia): "Eles [o público em geral nos EUA] vêem os gatos gordos de Wall Street, que juntaram avidamente zilhões durante anos, agora extorquirem de fato US$ 8.000 de cada família para cobrir suas próprias omissões, malfeitos, ganância e pura estupidez", escreveu para o "Guardian".Muito bem, de acordo. Mas façamos também a pergunta que apareceu ontem em outro jornal britânico ("The Daily Telegraph"): "O que acontecerá se [o pacote Paulson] não fizer o truque [de salvar Wall Street]? (...) Não é um pensamento confortável".Para aumentar o desconforto, é bom lembrar que, durante a vida da agora finada Wall Street, o mundo cresceu uma barbaridade. Só nos últimos cinco anos, lembra Norman Gall, diretor-executivo do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, "o PIB per capita mundial cresceu mais que em qualquer qüinqüênio já registrado".O crescimento, bem no auge da "ganância dos gatos gordos", se deu apesar deles ou eles ajudaram?crossi@uol.com.br
Clóvis Rossi
Fernando Rodrigues
Dilma, Marta e Patrus
Folha de S. Paulo
Passadas as disputas municipais de outubro, a configuração partidária do país estará formatada para a sucessão presidencial marcada para daqui a dois anos. Mas os três petistas até agora citados como sucessores de Lula terão menos de 24 meses para viabilizarem seus nomes.O prazo final de Dilma Rousseff, Marta Suplicy e Patrus Ananias cai no início de 2010. Falta, mais ou menos, um ano e meio. Como há duas mulheres no páreo, fica dispensado o trocadilho com o livro "O Homem de Fevereiro ou Março", de Rubem Fonseca -mas é nesse período que os interessados terão de mostrar robustez eleitoral.Uma sondagem da CNT/Sensus nesta semana ajudou a clarear um pouco o cenário petista. Havia no partido de Lula alguns axiomas nunca testados na vida real. Marta seria o nome mais nacional de todos, uma política orgânica e com vantagem natural sobre os demais.Dilma, egressa do PDT e sem inserção no PT "de raiz", teria dificuldade interna na legenda. Patrus, por fim, seria um mineiro tímido demais para vôos tão altos.A pesquisa manteve, por enquanto, só a suspeita sobre o nanismo eleitoral de Patrus. Ele pontuou até 4% em qualquer cenário. A petista paulistana registrou de 5,9% a 8,8%, percentuais modestos para quem supostamente é conhecida em todo o país. A gerente de Lula liderou. Ficou numa faixa de 8,4% a 12,3% -nada vibrante, mas à frente dos seus adversários internos.
Fernando Rodrigues
Ruy Castro
Novo dono do pedaço
Folha de S. Paulo
Um diletante ou dependente químico que queira se abastecer de droga, faz o quê? Liga para seu fornecedor particular ou sobe o morro e bate à porta da boca-de-fumo. E uma quadrilha de traficantes que queira repor seu estoque, como faz? Se for o carioca Comando Vermelho, liga para seu atacadista particular: o paulista Primeiro Comando da Capital. O PCC é agora a grande boca-de-fumo que abastece o CV.Já se suspeitava disso há dois ou três anos, quando o PCC, para aliviar uma dívida que o CV tinha para com ele, obrigou os traficantes do Rio a trabalhar com uma droga da qual estes sempre quiseram distância: o crack. Foi o primeiro sinal de que a relação entre os comandos estava mudando de mão.Assim como os mercados financeiro, publicitário, editorial, da moda e outros, o mercado da droga também se mudou do Rio para São Paulo. Donde, no Rio, só nos resta torcer para que, agora que é controlado de fora, ele passe a se comportar como em São Paulo.Em São Paulo, não há guerra entre quadrilhas ou destas com a polícia ou com as milícias -o que reduz consideravelmente o número de homicídios por 100 mil habitantes. As chacinas (21 este ano, até agora) são discretas e passam quase desapercebidas da população -é raro uma delas merecer chamada na primeira página; manchete, nunca. E, ao contrário de Fernandinho Beira-Mar, que é notícia até quando pega uma coriza, ninguém sabe o nome dos chefões do PCC. Isso, sim, é crime organizado; o Rio, em comparação, é uma balbúrdia.Para os traficantes cariocas deve estar sendo um choque descobrir que, em lugares como Madureira, Vigário Geral, Nova Holanda, o Andaraí, a Mangueira e o Borel, a antiga sigla CV, da qual eles tanto se orgulhavam, reduziu-se a um nome de fantasia, absorvida que foi pelo verdadeiro dono da holding: o PCC.
Ruy Castro
Impasse no Congresso expõe racha na bancada republicana e ambições políticas
ANDREA MURTADE NOVA YORK
Folha de S. Paulo
O fracasso dos republicanos em agir em uníssono a respeito do pacote de US$ 700 bilhões do governo dos EUA para resgatar Wall Street, apesar de mais estridente do que se poderia supor, não chega a ser surpresa para analistas: reflete não só o apego ao não-intervencionismo mas também disputas recentes entre conservadores na Câmara dos Representantes e pragmáticos no Senado.Até ontem à noite, o presidente republicano, George W. Bush, encarava a defecção de entre 100 e 120 correligionários em relação a seu pacote. Bush e o secretário do Tesouro, Henry Paulson, mantinham a seu lado apenas republicanos mais pragmáticos, geralmente com muitos anos de Congresso e concentrados no Senado -onde o mandato de seis anos alivia a pressão da opinião pública, contrária ao plano.Entre esses estavam nomes da velha guarda republicana, como Robert Bennett (Utah), à frente das negociações sobre o pacote por essa Casa.Já os focos de resistência entre senadores se concentravam na ala mais à direita, como na voz de Richard Shelby (Alabama), membro da Comissão de Bancos do Senado e o primeiro a negar anteontem que um acordo com os democratas sobre o plano fora alcançado.O coração da oposição, porém, está na Câmara, em parte porque os deputados enfrentam eleições em novembro e não querem desagradar ao público com um plano impopular.Mas há outros motivos. "Há mais de uma década a Câmara vem sendo a mais conservadora e apegada a ideologias das duas Casas", diz Lawrence Meade, especialista em política americana do American Enterprise Institute, de direita.Paul C. Light, analista da Universidade de Nova York, concorda e atribui a rebeldia a uma mistura de ambição política e purismo ideológico."Os líderes da rebelião vêem uma longa carreira política à sua frente. Ambicionam passar ao Senado ou mesmo à Presidência e temem desagradar ao eleitorado de seus distritos, já que precisam ser reeleitos a cada dois anos", disse ele. "Veja Eric Cantor [deputado republicano de Virgínia], que está à frente dos "renegados". Ele chegou a ter seu nome sugerido para vice de McCain, é visto como um futuro líder republicano, e isso torna seu apego à base muito mais forte."
Impasse no Congresso expõe racha na bancada republicana e ambições políticas
O tiroteio na batalha final
Gaudêncio Torquato
O Estado de S. Paulo
As campanhas eleitorais, regra geral, se dirigem a dois tipos de públicos: eleitores interessados na política, racionais, com intenção de voto definida; e grupamentos dispersos, desinformados, instáveis e emotivos. Os primeiros se interessam pelos discursos de seus candidatos, sendo pouco suscetíveis às mensagens dos adversários, enquanto os segundos, pragmáticos, podem mudar de posição, de acordo com os benefícios - maiores ou menores - oferecidos pelos contendores por meio de propostas para áreas como saúde, educação, transportes, segurança, habitação, emprego e bem-estar social. Os perfis de eleitores, sejam os engajados ou os dispersos, se guiam por critérios variados, não havendo um padrão exclusivo para decidir sobre o voto. Entre eles se incluem proximidade, qualidade das idéias, viabilidade da promessa, feitos da gestão, história pessoal e até empatia gerada pela maneira como o candidato se apresenta.Para entender qual é a psicologia do eleitor brasileiro usemos uma historinha sobre os graus de liberdade de algumas culturas. Os franceses amam a liberdade como à amante, a quem se ligam de forma apaixonada e de quem se separam após violenta briga; os ingleses amam a liberdade como a uma esposa fiel, tradicional, com quem mantêm sólida relação, mesmo sem volúpia; os alemães amam a liberdade como a uma avó abençoada, a quem reservam o melhor cantinho perto da lareira, onde geralmente costumam esquecê-la; e os brasileiros prezam a liberdade como as muitas namoradas que costumam colecionar no vigor dos 18 anos. Pois bem, nosso eleitor é eclético. Apesar de continuar bastante volúvel, há uma parte que conserva a fidelidade dos ingleses, a paixão avassaladora dos franceses e até a frieza pragmática dos alemães.Essas divisões eleitorais constituem o alvo do tiroteio da última semana de campanha, donde se pinça a indagação: o combate direto - com a arma da desconstrução do adversário - dá resultados? É sabido que campanha negativa afeta de maneira tênue a opção eleitoral. O impacto é mais forte junto a indecisos que aguardam a reta final para tomar partido. O caso mais emblemático de campanha destrutiva ocorre na capital paulista, que mobiliza 8 milhões de eleitores, onde Geraldo Alckmin ataca o prefeito Gilberto Kassab, que sucedeu ao governador José Serra e de quem é candidato in pectore. O ataque é feito por meio de um ator na pele de um piloto de avião que pergunta ao eleitor se prefere ver a cidade nas mãos de alguém que grita com o passageiro (foto de Kassab), de alguém que manda relaxar num momento difícil (imagem de Marta) ou de um “comandante sério”, o tucano. Noutro anúncio, associa-se a figura de Kassab ao candidato Paulo Maluf e ao ex-prefeito Celso Pitta.A história mostra que campanha negativa só é eficaz quando o atirador domina toda a visão de campo, controla os alvos e a velocidade do disparo. Em 2006, a campanha petista insinuou que Alckmin privatizaria a Petrobrás e o Banco do Brasil. Colou. A eficácia ocorre também quando se usa a arma da comparação de gestões. Já a insinuação sobre conduta pouco comove o eleitor. Os episódios do “vagabundo” e do “relaxa e goza” - lembrados no anúncio tucano - já conferiram a Kassab e a Marta sua cota de calvário. A associação a Maluf e Pitta consolida posições já definidas por eleitores, não alterando substancialmente o voto. Para o eleitor é abstrata a idéia de distinguir valores da ética e da coerência entre candidatos.
O tiroteio na batalha final :: Gaudêncio Torquato
Projeto da Marinha prevê compra de navios, submarino e sensores
Roberto Godoy
O Estado de S. Paulo
A vigilância do tesouro submarino brasileiro - jazidas de petróleo com 70 bilhões de barris, depósitos de manganês, cobre, cobalto, níquel, ouro, diamante, enxofre, monazita, minerais estratégicos e uma imensa reserva de recursos pesqueiros, capaz de produzir 1,5 milhão de toneladas por ano - será feita por meio de uma sofisticada rede de sensores eletrônicos distribuídos ao longo dos 4,5 milhões de quilômetros quadrados, a porção do Atlântico Sul sob controle do País. A área equivale a mais da metade do território nacional.Ainda “em forma de projeto”, segundo o comandante da Marinha, almirante Júlio Moura Neto, o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul é comparável ao Sivam, criado para monitorar a Amazônia, ao custo total de US$ 1,4 bilhão.Não é o único recurso previsto para a tarefa. Um amplo programa de reequipamento, com execução prevista para o período de seis anos entre 2008 e 2014, está em curso. O pacote prevê a compra de 27 navios-patrulha de 500 toneladas, a construção de um novo submarino convencional e a modernização dos cinco navios do tipo em uso atualmente. Cuida, também, da aquisição de torpedos, helicópteros, patrulheiros oceânicos, embarcações de escolta e de uso em grandes rios. Entram no inventário a revitalização de parte da frota - inclusive do porta-aviões São Paulo - e a atualização tecnológica de 12 dos 23 caças Skyhawk, contratada da Embraer.O Comando da Marinha não arrisca previsões de investimento. Mas, segundo fornecedores internacionais ouvidos pelo Estado na Europa e nos Estados Unidos, o Sistema de Gerenciamento em desenvolvimento pode custar US$ 2 bilhões. O valor, todavia, depende das especificações técnicas, das dimensões do conjunto e do cronograma das etapas de implantação.“Trata-se de uma ferramenta que permitirá ao País o exercício de sua soberania e direitos sobre espaços marítimos”, explica o almirante Júlio Moura. Para o comandante, “o caráter multidisciplinar torna possível o controle efetivo, não só do aspecto da Defesa, mas, com igual intensidade, nas questões ambientais, socioeconômicas e político-estratégicas relacionadas com temas diversos como pesca, transporte geral, pesquisa científica e, claro, a exploração de petróleo e gás”.A Marinha dispõe de dois sistemas - de Comando e Controle e de Informações sobre o Tráfego. Ambos serão integrados ao complexo da Amazônia Azul. O grupo vai contribuir para a repressão ao contrabando, segurança no mar, prevenção e combate à poluição. Boa parte será empregada na previsão e alerta antecipado de fenômenos climáticos - tempestades e ciclones, por exemplo.
Informe JB
Leandro Mazzini
Jornal do Brasil
Carência da Oi vira caso do Congresso
CONVENHAMOS, QUANDO UM CIDADÃO assina linha telefônica, não tem prazo de carência para começar a pagar o boleto. Em negócios bilionários com gente benquista, a conta fica para o governo. A Telemar Norte Leste leia-se Oi mandou uma carta para o Banco do Brasil, agência Corporate Rio, pedindo empréstimo de R$ 4,3 bilhões para a ajudar na compra da Brasil Telecom, negócio a ser fechado este ano. O dinheiro saiu em maio, e o BB deu prazo de oito anos para o pagamento, além de conceder dois anos de carência para que a empresa comece a pagar prestações semestrais. Os detalhes do contrato chegaram semana passada às mãos de um grupo de deputados federais que não quer deixar isso passar barato. Só um alô: a Oi faturou R$ 2,3 bilhões líquidos em 2007. Calote ela não vai dar. Neo-aliados Zito (PSDB) e Lindberg Farias (PT), candidatos em Duque de Caxias e Nova Iguaçu, com grandes chances de vencer no 1º turno, estão conversando diariamente. Neo-aliados 2 Se eleitos, Zito e Lindberg que- rem aproximar as gestões do governo Lula, e evitar o governador Sérgio Cabral, que tem atacado a dupla para ajudar aliados do PMDB nas duas cidades. Sonho meu A senadora Ideli Salvatti (PT) prepara sua candidatura ao governo de Santa Catarina. Rio quente Em Rio das Ostras, a PF in- vestiga homens armados que distribuíram jornais com ataques ao candidato Alcebíades Sabino. Tropa para Renan Os municípios de Atalaia e Murici, em Alagoas, vão receber as tropas do Exército para as eleições. Em Murici, o atual prefeito é o filho do senador Renan Calheiros (PMDB). De temperamento forte, ele tem acirrado a disputa por lá. O Brasil merece Em Maceió, em seu programa de TV, a candidata a vereadora Lenilda Lima (PT) usa depoimento do presidente Lula, que a cita. Mas a gravação é da campanha de 2006, quando ela disputou o governo. Sociedade pública O mesmo grupo já pegou R$ 3,6 bilhões no BNDES para ajudar na compra da BrT, fusão que chegará a R$ 16 bilhões. Ou seja, o governo é dono de praticamente metade da futura megatele. No rastro... A Justiça da Suíça entrou na segunda fase de rastreamento do dinheiro do propinoduto do Rio. Vai encontrar a conta do mentor do esquema de Rodrigo Silveirinha. O processo corre em segredo, mas uns três cariocas têm perdido o sono na Zona Sul. ...do chefão Detalhes que a Justiça brasileira sabe: o chefe não é o ex-governador do Rio. E o dinheiro não está no Discount Bank & Trust Cie, e sim em outro bancão suíço.
Informe JB :: Leandro Mazzini
Anna Ramalho
Jornal do Brasil
Lula lá
Foi-se o tempo em que Ronaldinho era apontado por estrangeiros como nosso grande ícone nacional. Dois representantes da TurisRio, que desembarcaram em Nova York, sexta à noite, ao terem seu sotaque brasileiro reconhecido no táxi que os levava a Manhattan, ouviram o seguinte elogio do motorista:
– Lula is wonderful (Lula é maravilhoso).
‘Forfait’
Em debate sobre petróleo, semana passada, na Alerj, no qual estiveram presentes o governador Sérgio Cabral e o senador Francisco Dornelles, um nome fez falta. Justo o do secretário estadual de Fazenda, Joaquim Levy, que sequer enviou um representante. Pelo visto, a mosca do pré-sal só pegou Lula.
Às falas
A Câmara Federal quer saber do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, por iniciativa do deputado tucano Otávio Leite, como anda o concurso público da Transpetro S/A. Segundo dados da subsidiária da Petrobras, existem hoje mais de mil funcionários terceirizados ocupando vagas dos aprovados, à espera das convocações.
Anna Ramalho
Educação previdenciária
Arnaldo Niskier
Jornal do Brasil
MEMBRO DA ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS E PRESIDENTE DO CIEE/RJ
O país amadureceu para reconhecer a importância da educação previdenciária. O tema é citado há tempos. Quando tive o privilégio de criar o Instituto Cultural de Seguridade Social (ICSS), há cerca de 10 anos, foi debatido por dirigentes de fundos de pensão, fato robustecido pelas diversas viagens de estudos feitas à Wharton School, na Pensilvânia (EUA). Concluiu-se que era preciso formar e treinar os executivos do sistema em nível superior.
O cenário do futuro é auspicioso. O sistema evolui de forma consistente, aliás, fenômeno que ocorre no mundo desenvolvido, não podendo deixar de ser uma realidade também no Brasil, que cresce a taxas apreciáveis.
É saudável que o Ministério da Previdência esteja alerta em relação ao assunto. Sabe-se do interesse revelado pelo ministro José Pimentel, que conhece profundamente a matéria. A Secretaria de Previdência Complementar desde o comando de Adacir Reis tem realizado estudos para a criação do que poderá se chamar Universidade de Previdência Complementar (UPC) ou Centro Superior de Educação Previdenciária. Vale a pena institucionalizar os cuidados com essa formação de nível superior, para que adquira o status acadêmico que lhe dará mais vida e maiores possibilidades junto à clientela futura e potencialmente enorme.
Sem pretexto para violar privacidade
Jorge Peixoto Vasquez
Correio Braziliense
Os episódios recentes de grampos ilegais em que se envolveram a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) têm a nos mostrar algo que todos aqueles que lutam ou lutaram pelos direitos civis já sabem: é da natureza das instituições policiais e assemelhadas avançar sobre os limites legais que resguardam a privacidade dos cidadãos. Ao contrário do que disseram recentemente duas altas autoridades da República, a tecnologia não pode ser culpada pelo avanço do Estado sobre a privacidade do cidadão. O que precisamos, e com urgência, é de novas leis adaptadas ao mundo digital. Duas mudanças se fazem necessárias na lei: atualizar a definição de dados pessoais protegidos e estabelecer prazo limite de armazenagem desse tipo de informação. A primeira significa incluir novos tipos de informações no rol daquelas protegidas por sigilo. A segunda trata da política de armazenagem dos dados coletados ao longo do tempo. A lei deve regular tanto as fronteiras da atuação dos agentes do Estado sobre os dados de qualquer modo ligados à privacidade das pessoas quanto o tratamento que os seus depositários lhes devem dispensar. Os dispositivos legais vigentes foram criados na época do papel, quando o acesso à informação era tanto mais oneroso quanto maior seu volume e idade. Hoje a tecnologia da informação permite que grandes quantidades de dados sejam processadas e vasculhadas em tempo real. Com isso, o potencial de danos irreparáveis ao indivíduo pela violação da sua privacidade é cada vez maior. A Operação Satiagraha, de posse de senhas que davam acesso eletrônico a praticamente todos os registros telefônicos do país, obteve muito mais resultados (sem entrar no mérito da sua qualidade) do que a CPI dos cartões corporativos, subsidiada apenas por incontáveis caixas de papel com comprovantes e relatórios de despesas. Mesmo sem saber do ocorrido, não seria difícil adivinhar qual das duas investigações seria mais produtiva.
Sem pretexto para violar privacidade :: Jorge Peixoto Vasquez
Brasília-DF :: Denise Rothenburg
Correio Braziliense
Risco de desidratação
A equipe econômica do governo só dirá o que deseja realmente em termos de reforma tributária depois que tiver uma definição mais clara sobre o tamanho da crise financeira e seus impactos sobre o Brasil. Se a economia brasileira balançar demais diante das turbulências norte-americanas, haverá um enxugamento das isenções fiscais e tributárias a empresas de pequeno e médio porte que o governo planejou oferecer. A manutenção dos programas estaduais de incentivos fiscais que a área econômica prometia convalidar também poderá ser revista.
* * *
O maior temor dos políticos é o de que o governo aproveite a crise para voltar atrás nessas vantagens oferecidas aos estados. “Se é para ter cautela, claro que elogios são merecidos. Mas quebrar pactos feitos no caminho, aí voltaremos à estaca zero”, observa o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). O fato é que, diante da crise, acabou-se o sonho da reforma profunda.
Mais tempo
O delegado Rômulo Berredo decidiu prorrogar o inquérito dos grampos. O motivo é simples: as investigações até agora avançaram muito pouco.
Paternidade dupla
No Rio de Janeiro, os peemedebistas garantem que o novo presidente de Furnas tem a assinatura da bancada. No Senado, contabiliza-se a indicação a Renan Calheiros (PMDB-AL). Pelo visto, o problema não será por falta de torcida e de padrinho.
Canja de galinha
O governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), se cerca de precauções diante dos recentes prognósticos sobre os abalos na economia financeira mundial. Ele reuniu assessores num gabinete de crise para avaliar possíveis impactos da recessão no plano estadual e propor mecanismos de defesa na lei orçamentária de 2009. As licitações previstas até o fim do ano também foram suspensas.
Fantasia eleitoral
Diante da perspectiva de empate entre Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), a maioria dos tucanos aposta que o governador de São Paulo, José Serra, passará os próximos dias num cantinho da sala, como se fosse um abajur apagado. Agora, só dá para entrar para valer na campanha no segundo turno.
Brasília-DF :: Denise Rothenburg
Ilustres no vazio do Congresso
Em tempos de Legislativo esvaziado por causa das eleições municipais, bancadas do DF na Câmara e no Senado tiram proveito da situação e ganham visibilidade incomum em outras épocas do ano
Lilian Tahan
Da equipe do Correio
O deputado Rodrigo Rollemberg contabiliza discursos em plenário e 17 inserções na Voz do Brasil apenas neste mês. No Senado, Adelmir Santana (foto 1) e Gim Argello: quorum para sessões não deliberativas
A constatação de que o recesso branco deixou o Congresso Nacional às moscas é uma injustiça com um grupo de parlamentares — bem pequeno, é verdade — que nunca esteve tão presente e atuante. Às vésperas da eleição, época em que os congressistas se voltam para as campanhas em suas cidades, os deputados e senadores de Brasília, que não participam diretamente do pleito municipal, fazem um movimento contrário ao observado no recesso branco.
Com um detalhe que os agiganta nesse período. Sem quase ninguém nas duas Casas, os políticos da capital são alçados a cargos de liderança, cumprem missões oficiais em nome das presidências das instituições e tornam-se requisitadíssimos para programas de debate e entrevistas oficiais. Resultado: ganham visibilidade incomum em outras épocas do ano.
Ilustres no vazio do Congresso
Visto, Lido e Ouvido
Ari Cunha
Correio Braziliense
Casquinha contra o BrasilO presidente Lula da Silva dirige a economia mais forte da América do Sul. Entende que o Brasil deseja contribuir para pacificar divergências entre países. Quer ter decisão de Salomão sobre os outros povos. Fala fácil, mas falta fundamento filosófico e força de convicção. Quando começou a crise internacional com os bancos americanos, Lula disse: “Vou dizer a meu amigo Bush que cuide de seu país. A crise jamais atravessará o Atlântico”. A Europa avança ação político-financeira. Procura manter as instituições. A crise chega ao Atlântico Sul e está às portas do Brasil. Evo Morales fechou a Petrobras de forma violenta. Lula falou alto contra o vizinho. Não resolveu nada. O Paraguai desejou rever Itaipu. Sai o presidente, fala e quer resolver tudo. Até o Equador fechou empreiteira do Brasil. Não promete pagar empréstimo ao BNDES, que não é dele, mas da empreiteira. A Argentina engrossou o pescoço para mostrar força. Está o Brasil num cotovelo cívico. Dobra-o para vencer as questões. Falta a Lula cultura de Estado para sobrepor aos fatos. Palavra fácil não muda decisões. Cabe governar o país com modéstia e sem arrogância. Poderemos crescer e aparecer no conceito universal. Isso falta ao presidente.
Visto, Lido e Ouvido :: Ari Cunha
O contágio do ágio
Flávio Tavares
Zero Hora
A crise do capitalismo financeiro norte-americano faz-me recordar uma frase-lema dos macrobióticos. Eu fui um deles durante anos e aprendi que, quando se detecta um caso precoce de câncer, a exclamação é de alívio: Bendito o câncer!. Sim, bendito, pois é um alerta para mudar radicalmente o estilo de vida antes que o monstro nos devore.Portanto, bendita a crise! Apesar da mixórdia de incertezas, desnudou a especulação e os especuladores. O capitalismo financeiro perverteu-se na ânsia de enfeitiçar o dinheiro. Quis ser a cartola do mago, da qual saltam coelhos como “lucro líquido”, mas virou amassado chapéu de mendigo à porta da igreja. O chamado “livre mercado”, que se dizia rei e regulador de tudo, teve de socorrer-se com US$ 700 bilhões do Tesouro Público dos EUA!Ao contrário, porém, do que ocorre com os macrobióticos no câncer, os bilhões vão disfarçar a doença e dar vida aos vírus semimortos. Daqui a um tempo, inventarão que o horror foi só um “acidente de percurso” e o ciclo recomeçará.
O contágio do ágio :: Flávio Tavares
Vale nega boicote chinês ao minério
O Estado de Minas
Presidente da empresa diz que ameaça asiática é só "oba-oba"
Marinella Castro
No momento em que a Vale tenta reajustar o preço do minério vendido à China, surgem declarações de que o país asiático poderia interromper a compra do produto. Ontem, o presidente da Vale, Roger Agnelli, chegou a definir como “oba-oba” as declarações feitas por representantes da siderurgia asiática. Segundo ele, se a Vale deixasse de vender, a siderurgia chinesa iria parar. A guerra de preços ganha um peso a mais, porque a mineradora brasileira tenta o reajuste depois de fechada a rodada anual de negociações. O país asiático é o maior produtor e comprador de minério de ferro, adquirindo metade da produção mundial. De janeiro a abril deste ano, a China importou do Brasil 33 milhões de toneladas de minério de ferro, um crescimento de 9% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a Câmara da Indústria e Comércio Brasil-China, desse percentual, mais de 90% foram comercializados pela Vale, o que demonstra que a interrupção dos negócios provocaria prejuízos para quem compra e desequilíbrio da balança para quem vende. Jornais chineses, como o Shangai Daily, noticiaram que o país vai interromper as importações em curto prazo. “Estamos boicotando a transgressão da Vale de pedir outro aumento de preços depois do fechamento das negociações anuais”, declarou Luo Bingsheng, vice-presidente da Associação do Aço e do Minério de Ferro da China. Agnelli negou que tenha recebido qualquer comunicação formal e também que a mineradora tenha reduzido as vendas para a Ásia, como estratégia para conseguir impor um reajuste, como foi noticiado pela imprensa asiática. “Nós temos praticamente zero tonelada de minério nos nossos portos.” Para Agnelli, a Vale é responsável pelo crescimento da siderurgia do país. “Se a China está produzindo hoje o que produz de aço muito se deve à agressividade da Vale em aumentar a produção para atender o mercado chinês.” A expectativa é de que a China produza este ano 800 milhões de toneladas do minério de ferro. De acordo com o presidente da Vale, os chineses estão “chorando e gritando”, mas os preços efetivamente não vão subir. Isso porque a queda recente do frete compensaria o percentual. A Vale diz que os preços para os clientes asiáticos são de 11% a 11,5% menores que na Europa. Caso o reajuste seja concluído, implicará acréscimo estimado inferior a 3% da receita. total da Vale, de US$ 35,481 bilhões, considerando os últimos 12 meses encerrados em 30 de junho.
Vale nega boicote chinês ao minério
McCain, mau juiz de caráter
O colunista David Brooks, da facção conservadora do "New York Times", andou meio embaraçado com atitudes recentes de seu candidato, John McCain, em especial por causa de comerciais de sua campanha - alguns tão sórdidos que custou a acreditar ter o senador autorizado a veiculação. Assim, na quinta-feira Brooks pareceu inclinado a dar explicações aos que o têm na conta de pessoa sensata. Paradoxalmente, a frase oferecida como base do raciocínio de Brooks acaba por comprometer todo o restante. Ele escreveu que McCain "não chega a ser um pensador conceitual sofisticado, mas é um bom juiz de caráter". Ora, por coincidência, já houve até uma manifestação coletiva da comissão de ética do Senado, que disse o contrário: sem condenar McCain, ela o considerou um mau juiz de caráter. A expressão usada, em inglês, foi "poor judgement". O erro de avaliação que ele cometeu, juntamente com quatro colegas senadores (Alan Cranston, John Glenn, Dennis DeConcini e Donald Riegle), foi em conexão com o escândalo S&Ls (Savings & Loan), quando se deixou iludir pelo financista corrupto Charles Keating Jr., da Lincoln Savings - o "colarinho branco" em favor do qual os cinco intercederam.
Falso herói no cavalo branco
Argemiro Ferreira
Tribuna da Imprensa
Naquele episódio, McCain passou à história como um dos "cinco de Keating" - ou "Keating Five". Faltou bom senso a ele ao julgar o caráter de Keating, em cujo jato particular fez várias viagens para passar férias em hotel de propriedade do banqueiro. O bom senso e a sabedoria que fingiu ter agora, ao se apresentar - como cavaleiro medieval, montado num cavalo branco - para salvar o país da crise financeira. Até as cifras são parecidas. Aquele escândalo que Keating e sua Lincoln Savings passaram a simbolizar (houve ainda, claro, muitos outros executivos e bancos envolvidos) causou ao contribuinte prejuízo estimado hoje em US$1,4 trilhão, total que poderá ser igualado e até superado na crise financeira atual. E, para variar, havia pelo menos um Bush no escândalo. O país vivia então a obsessão desregulamentadora da era republicana Reagan-Bush (1981-1993). E entre os bancos que faliram estava o Silverado Banking, de Denver, que tinha como um dos executivos Neil Bush - filho do Bush I e irmão de Bush II. A revelação da falência fraudulenta do Silverado, com seus empréstimos garantidos pelo governo federal, foi retardada para não impedir em 1988 a eleição do primeiro presidente Bush.
Os cinco aliados do banqueiro
Mas voltemos aos "Keating Five". A acusação de corrupção a McCain e aos outros quatro foi feita por volta de 1989, mesma ocasião da trapalhada de Neil. A comissão de ética do Senado isentou de culpa apenas dois - o republicano McCain, que tinha passado cinco anos como prisioneiro no Vietnã, e o democrata John Glenn, herói astronauta, primeiro a dar uma volta em órbita da terra.
Os dois foram criticados, mas apenas por erros de julgamento ("poor judgment"), enquanto Cranston era repreendido formalmente, por ação imprópria (tentara interferir na investigação dos reguladores). Riegle e DeConcini foram criticados, também por ação imprópria, ao tentar interferir. Mas DeConcini, depois, acusou McCain de outro pecado: vazar informação sensível à mídia, o que seria confirmado por um investigador.
Enfim, não é episódio capaz de enaltecer o senador e candidato presidencial. É verdade que alguns - em especial o senador Cranston - foram bem mais longe, mas os cinco procuraram ajudar Keating quando esse financista corrupto e corruptor era investigado pela comissão reguladora, FHLBB (Federal Home Loan Bank Board), em meio à montanha de irregularidades. Keating, depois, cumpriu pena de prisão.
Argemiro Ferreira
Essa abominável guerra surda (e suja) dopoder
Pedro Porfírio
Tribuna da Imprensa
"Ao classificar de `abominável e irresponsável' a declaração do ministro Carlos Lupi sobre a utilização de recursos do FGTS para capitalizar a Petrobras para o projeto pré-sal, o presidente Lula praticamente demitiu-o". (Helio Fernandes, TRIBUNA DA IMPRENSA, 25 de setembro de 2008)
Esse novo e deplorável episódio sobre recursos do FGTS, que deixou mal na fita o ministro Carlos Lupi, está servindo para uma avaliação crítica das relações do governo do PT com o partido sobre o qual paira a aura legendária de Leonel de Moura Brizola.
Colunista de grande responsabilidade e competência, por quem, aliás, o caudilho tinha grande admiração, Carlos Chagas escreveu em sua coluna de ontem, também aqui na TRIBUNA:
"O ministro Carlos Lupi não é doido nem rasga dinheiro. Aderiu-se publicamente à utilização do FGTS para a compra de ações da Petrobras foi por haver recebido sinais nesse sentido da equipe econômica ou do Palácio do Planalto. O que dizer da explosão do presidente Lula, logo depois, chamando a idéia de abominável, capaz de desarticular o mercado de ações?
É preciso prospectar o episódio mais a fundo. Alguém, no governo, estimulou o ministro do Trabalho a engajar-se na proposta e, depois, exasperou o presidente da República no sentido contrário.
O resultado aí está: uma lambança dos diabos. O mínimo a supor é a existência de ministros ou altos funcionários interessados em desestabilizar Lupi, de olho no seu lugar para oferecer a aliados e correligionários".
Pedro Porfírio
A dívida da Câmara
Mauro Braga/Fato do Dia
Tribuna da Imprensa
Prestes a eleger os novos representantes para a Câmara Municipal do Rio, o eleitor deve estar atento para onde está indo não só o seu dinheiro, mas também o futuro da cidade. Pelo visto, nos últimos quatro anos, a galera que ocupou as cadeiras da Casa deixou muito a desejar. A maioria dos vereadores dormiu no ponto. Os eleitos permitiram que as prioridades do Rio se mantivessem sem soluções, assinaram cheques em branco para as ações um tanto contraditórias do prefeito Cesar Maia e, por fim, não fizeram a lição de casa a contento.
De acordo com um estudo da Organização Não-Governamental "Transparência Brasil", divulgado esta semana, nos últimos quatro anos, 93% das proposições apresentadas pelos vereadores ou não foram aprovadas ou se referiam a assuntos insignificantes. Foi um festival de concessão de medalhas e fixação de datas comemorativas. Até torcida de futebol foi incluída em homenagens descabidas.
E as situações emergenciais? A ver navios. Segundo a pesquisa, a média de produtividade relevante foi de só 9,4%. "Nenhum vereador ultrapassou a marca de 26% e quatro não tiveram aprovado nenhum projeto relevante", apontou a ONG. E o cenário promete se repetir, se o eleitor se deixar seduzir por discursos sem fundamentos. E é o que mais se vê. O que tem de candidato prometendo o que não poderá legalmente cumprir, não está escrito. Enxergar a cadeira como mera "boquinha rica" virou costume. Agora, disposição para trabalhar sério que é bom parece ainda virtude de poucos.
Fato do Dia
Irmãos menores, mas pivetes?
CARLOS CHAGAS
Tribuna da Imprensa
Esta semana o presidente Lula, ainda em Nova York, usou a feliz imagem do irmão mais velho tomando conta dos menores para explicar a paciência demonstrada pelo Brasil diante das provocações da Bolívia, do Paraguai e agora do Equador. Todos cobram do irmão mais velho tudo o que acontece ou deixa de acontecer na casa.
Com todo o respeito aos nossos "hermanos", mas bem que o presidente Lula poderia ter seguido adiante e caracterizado Evo, Lugo e Correa não só como irmãos mais novos, mas como pivetes mal-educados e malcriados. Porque os presidentes desses três países estão mais preocupados em atuar para os respectivos públicos internos do que realmente para resolver seus problemas internos. É bom ressaltar que Fernando Lugo, do Paraguai, ainda se encontra em meio ao processo de auto-exaltação que seus colegas boliviano e equatoriano já completaram. Mas não demora muito, conforme indicações vindas de Assunção.
A explicação é simples: elegeram-se, os três, em nome de uma falsa esquerda, debulhando promessas inviáveis para o eleitorado. Ao mesmo tempo, enfrentam a reação dos setores reacionários de seus países. Para ganhar fôlego, então, investem contra o Brasil, que tentam transformar em inimigo externo. Valem-se do exemplo do chefe da gangue onde pediram inscrição, no caso, o presidente da Venezuela, Hugo Chavez.
Esquecem-se, porém, de que o modelo a copiar, mesmo liderando a baderna, é rico, mora num palacete e os deixa dormindo na rua quando, de noite, volta para casa. Se Chavez desafia os Estados Unidos, por que eles não fariam o mesmo com o Brasil? Só que Chavez tem petróleo numa proporção que os gringos não podem prescindir, enquanto Bolívia, Paraguai e Equador nada têm de essencial para barganhar com a gente.
O gás da Bolívia? Ora, em pouco tempo seremos auto-suficientes no produto, sendo que se a situação apertar poderemos importar gás de outras fontes, por via marítima. Em suma, os irmãos mais novos caminham céleres para transformar-se em pivetes, merecendo, enquanto é tempo, umas boas palmadas.
O ministério definitivo
Falta pouco para as eleições municipais revelarem um novo quadro político e partidário. Senão no primeiro, com certeza no segundo turno, saberemos quem subiu e quem desceu na gangorra onde o governo Lula se equilibra.
Traduzindo: se o PT eleger os prefeitos que imagina, ganhará cacifes para confrontar o próprio Palácio do Planalto. A vitória em capitais de grande expressão como Porto Alegre, São Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza e outras darão aos companheiros oxigênio suficiente até mesmo para exigir que a escolha do candidato à sucessão de 2010 se faça em condomínio. Parece óbvio que vão querer maiores espaços no ministério, bem como opinar sobre os rumos dos últimos dois anos do mandato do presidente Lula.
Mas se for o PMDB a manter a supremacia nos municípios, elegendo mais prefeitos e vereadores além dos atuais, ficará difícil ao Palácio do Planalto evitar a pretensão maior do partido, no caso, de indicar o candidato à vice-presidência na chapa oficial. Os peemedebistas não deixarão, também, de controlar o Congresso.
No reverso da medalha, quem garante que PSDB e DEM, aliados, não se tornarão os maiores vitoriosos nas próximas urnas? A conseqüência será o acirramento da pregação oposicionista, também com vista à sucessão presidencial. Ficará o governo Lula obrigado a blindar-se para manter o poder, podendo emergir outra vez a proposta do terceiro mandato ou, mesmo, a abominável sugestão da prorrogação geral de mandatos por dois anos.
Tudo indica, em qualquer dos casos, uma vez conhecidos os resultados das urnas, que o presidente Lula se obrigará a uma recomposição do ministério. Poucos ministros estão garantidos, hoje, até porque, para continuar mantendo a popularidade e elevar sua administração a novos patamares, o chefe do governo necessitará promover alterações. Não é o caso da citação, hoje, de ministros fortes e de ministros fracos, mas basta passar os olhos na relação do ministério para se ter razoável noção de quem precisa ficar e de quem precisa sair.
Para concluir, a partir de novembro ninguém conseguirá segurar as especulações, mesmo se Lula, até lá, negar qualquer disposição de reformar o quadro de seus principais auxiliares.
Irmãos menores, mas pivetes?
Consagração é uma coisa, transferir votos outra
Pedro do Coutto
Tribuna da Imprensa
Sem dúvida alguma, a pesquisa Sensus-CNT publicada há poucos dias em todos os jornais significou uma consagração política para o presidente Lula, já que seu governo foi considerado entre ótimo e muito bom pela parcela de 68 por cento da opinião pública. O levantamento foi nacional. Confirmou plenamente o Datafolha, que, duas semanas antes, encontrou uma avaliação positiva de 64 pontos. A Confederação Nacional dos Transportes e o Instituto Sensus deslocaram a visão coletiva para o desempenho pessoal de Luís Inácio da Silva.
Melhor ainda para Lula: aplauso por parte de 77 por cento. Presidente algum, que me lembre, atingiu grau tão alto de aprovação. Nem mesmo Juscelino no final de seu mandato. Porém, apoio popular é uma coisa, transferência de voto, outra. Tanto assim que a pesquisa, ao medir hoje as intenções de voto para presidente da República, na sucessão de 2010, encontrou o governador José Serra na frente com 38 por cento, em duas versões.
A primeira colocou Ciro Gomes no páreo e este alcançou 17 por cento. A segunda substituiu Ciro por Aécio Neves e o governador mineiro registrou 18 pontos. Em terceiro, nas duas alternativas, a ex-senadora Heloisa Helena com 9,9, e na quarta colocação a ministra Dilma Rousseff, com 8,4 por cento. Em minha opinião, não vale a pena pensar na hipótese de mudança constitucional para permitir uma tríplice candidatura do atual chefe do Executivo. Mas deve-se considerar a perspectiva do fim da reeleição para permitir um possível retorno de Lula às urnas de 2014.
Daqui a dois anos, ele vai mesmo apoiar Dilma Rousseff. Conseguirá transferir votos? Sim. Mas em que escala? Este é o problema. Até porque transferência de votos não depende apenas de quem oferece o apoio, mas igualmente de quem o recebe. Assim não fosse, se tudo dependesse da máquina estatal, o poder não perdia eleição no mundo. Quantidade muito grande de exemplos acentua o contrário.
É claro que, com o apoio de Lula, a ministra-chefe da Casa Civil não ficará com apenas 8,4 pontos. Mas alcançará Serra? As pesquisas, tanto esta do Sensus quanto uma do Datafolha a cerca de dois meses, coincidiram em assinalar 38 por cento para o governador de São Paulo. Não é surpresa. Ele teve este patamar quando perdeu para o atual presidente nas eleições de 2002. Quatro anos depois, Geraldo Alckmim atingiu um ponto a mais, fechando o segundo turno com 39.
Pedro do Coutto
A situação radicalizou-se a partir de 4 de agosto, com o acirramento da crise externa, que culminou na maior alta da cotação desde a quebra do México, na década de 90.
"A volatilidade tomou conta dos mercados de câmbio e financeiro", resume o Ip /NN/NA/Furacões devem atrasar cerca de um ano estabilização do Haiti
Porto Príncipe (Haiti) - Depois dos quatro furacões que atingiram o Haiti, a estabilização do país deve atrasar cerca de um ano, de acordo com a expectativa do representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Luiz Carlos dos Santos. Ele é o segundo homem no comando da Minustah, a missão de paz das Nações Unidas que está na ilha caribenha desde junho de 2004. Isso porque os eventos desse início da temporada de furacões na região desviam a atenção das tropas da missão de estabilização para a reconstrução da infra-estrutura destruída. Nos próximos 12 meses provavelmente a concentração será nessa reconstrução, afirmou Santos. Vocês podem dizer que vai haver um grande impacto, houve um atraso em todas as iniciativas de fortalecimento institucional. Em todo o país, desde 25 de agosto até a primeira semana de setembro, pelo menos 423 pessoas morreram, segundo dados oficiais do Departamento de Defesa Civil haitiano. Outras 69 pessoas estão desaparecidas e há 307 feridos. No total, desde a passagem do furacão Fay, mais de 131 famílias, ou 800 mil pessoas, foram afetadas, em torno de 10% da população. Ainda de acordo com a Defesa Civil, mais de 13 mil casas foram completamente destruídas e quase 54,5 mil, danificadas de alguma forma. Se você fizer uma análise do país, pode considerar que isso aí pode causar um atraso em todo o programa de estabilização e de desenvolvimento do país, observou o comandante da força da Minustah, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, ao destacar que no ano passado o Haiti teve um crescimento positivo que não registrava há 20 anos. Uma catástrofe dessas é claro que pode atrasar esse desenvolvimento, pode ser que este ano ele seja negativo, completou. Segundo Santos Cruz, 16 pontos de estradas estão obstruídos, dificultando a comunicação com as áreas afetadas. Os dois primeiros furacões, Fay e Gustav, atingiram principalmente o sul do país, e os outros dois, Hannah e Ike, o centro e norte, especialmente a cidade de Gonaives. Com isso tivemos que mobilizar uma estrutura muito grande para dar um apoio de emergência na parte de alimentação, entrando diversos países, agências da ONU, para fazer essa coordenação humanitária, afirmou o general. As tropas da ONU, no caso os argentinos que estão responsáveis pela estabilização da área de Gonaives, foram empregadas nos primeiros socorros e também foram deslocadas para o trabalho no âmbito do Programa Mundial de Alimentação, que distribui alimentos às pessoas atingidas.
O documento mostra que, apesar das intervenções do Banco Central (BC), o dólar saltou de R$ 1,54, em 4 de agosto, para R$ 1,83, no último dia 19.
O saldo do número de contratos em aberto indica que a posição dos investidores estrangeiros está majoritariamente comprada. Ou seja, torna-se ganhadora caso haja uma desvalorização cambial.
"Os investidores estrangeiros estão apostando cada vez mais na desvalorização do real. Cada vez mais também eles migram da bolsa para a renda fixa", comentou Marcelo Nonnenberg, coordenador do Grupo de Análises e Previsões (Gap/Ipea).
De acordo com Nonnenberg, isso motivou o BC a reduzir o depósito compulsório, para garantir liquidez: "A curto prazo, a expectativa é de que o real continue pressionado. No médio e longo prazos, é difícil prever", salientou.
O fluxo de entrada dos investimentos estrangeiros em carteira já caiu 39,8%, em relação ao primeiro semestre, mas o montante, de US$ 252,7 bilhões, segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), supera o valor das reservas do país, de US$ 207 bilhões, segundo o BC.
Bancos dobram aposta...
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