Bispo condena indigenismo em Mato Grosso do Sul
Nilder Costa
(Alerta em Rede) – Após quatro horas de reunião, realizada na segunda-feira 22 em Campo Grande (MS), o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli e o presidente da Funai, Márcio Meira, firmaram um acordo que prevê a fixação de novas diretrizes para os estudos antropológicos que identificarão as terras tradicionalmente ocupadas por índios e que, futuramente, devem ser transformadas em reservas. Os dois pontos principais do acordo são (i) a garantia de que as eventuais demarcações não causarão prejuízos à economia estadual e (ii) o compromisso de que os proprietários de terras concedidas a índios serão indenizados. [1] O acordo, porém, foi questionado pelo procurador da República em Dourados (MS), Marco Antônio de Almeida. Mesmo reconhecendo que o acordo representa um ‘avanço’, o procurador refutou a possibilidade de o governo federal pagar pelas áreas rurais que eventualmente sejam declaradas terra indígena. Segundo Almeida, para que os produtores recebam pela 'terra nua', há duas soluções: ou muda-se a Constituição para que a União pague as indenizações, ou o governo de MS assume o ônus e paga os valores com dinheiro do orçamento do Estado. [2] Como se recorda, as recentes ações da Funai para demarcar e identificar terras indígenas em nada menos que 26 municípios sul-mato-grossenses, conforme suas portarias 788 a 793, de julho passado, mobilizou produtores e outras entidades por entenderem que as arbitrariedades do órgão indígena representam uma séria ameaça à economia de todo o Estado. Uma dessas vozes foi a do bispo da Diocese de Dourados, Dom Redovino Rizzardo, que se reuniu, na sexta-feira 12, com mais de 300 produtores rurais de Dourados e Itaporã. O bispo colocou sob suspeita a atuação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Estado, dizendo que a exemplo dos demais setores da sociedade a ONG – que é ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – já não sabe que os membros do Cimi estão à serviço de Deus ou dos seus próprios interesses. Dom Redovino também afirmou que a Igreja Católica não tem posição formada em relação às portarias da Funai, mas defende que o diálogo possa apontar uma solução pacífica para os problemas das demarcações de terras. "Não concordo que se faça justiça aos direitos dos índios, com a injustiça sobre os direitos dos produtores", enfatizou o bispo. [3]Dom Redovino foi além e deixou claro que não são verdadeiras as afirmações do Cimi dando conta que a Igreja Católica apóia as portarias da Funai em Mato Grosso do Sul. "O Cimi não pode falar pela CNBB, nem pelos bispos de Mato Grosso do Sul", afirmou Dom Redovino.Trata-se, sem dúvida, de uma das mais vigorosas condenações da Igreja Católica contra o indigenismo radical pregado pelo Cimi – controlado por seguidores da Teologia da Libertação cujas ações são, por sua vez, coordenadas pelo Conselho Mundial de Igrejas – e outras ONGs dos círculos da ‘Antropologia da Ação’, como o Instituto Socioambiental (ISA).
Notas:
Nilder Costa
(Alerta em Rede) – Após quatro horas de reunião, realizada na segunda-feira 22 em Campo Grande (MS), o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli e o presidente da Funai, Márcio Meira, firmaram um acordo que prevê a fixação de novas diretrizes para os estudos antropológicos que identificarão as terras tradicionalmente ocupadas por índios e que, futuramente, devem ser transformadas em reservas. Os dois pontos principais do acordo são (i) a garantia de que as eventuais demarcações não causarão prejuízos à economia estadual e (ii) o compromisso de que os proprietários de terras concedidas a índios serão indenizados. [1] O acordo, porém, foi questionado pelo procurador da República em Dourados (MS), Marco Antônio de Almeida. Mesmo reconhecendo que o acordo representa um ‘avanço’, o procurador refutou a possibilidade de o governo federal pagar pelas áreas rurais que eventualmente sejam declaradas terra indígena. Segundo Almeida, para que os produtores recebam pela 'terra nua', há duas soluções: ou muda-se a Constituição para que a União pague as indenizações, ou o governo de MS assume o ônus e paga os valores com dinheiro do orçamento do Estado. [2] Como se recorda, as recentes ações da Funai para demarcar e identificar terras indígenas em nada menos que 26 municípios sul-mato-grossenses, conforme suas portarias 788 a 793, de julho passado, mobilizou produtores e outras entidades por entenderem que as arbitrariedades do órgão indígena representam uma séria ameaça à economia de todo o Estado. Uma dessas vozes foi a do bispo da Diocese de Dourados, Dom Redovino Rizzardo, que se reuniu, na sexta-feira 12, com mais de 300 produtores rurais de Dourados e Itaporã. O bispo colocou sob suspeita a atuação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) no Estado, dizendo que a exemplo dos demais setores da sociedade a ONG – que é ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – já não sabe que os membros do Cimi estão à serviço de Deus ou dos seus próprios interesses. Dom Redovino também afirmou que a Igreja Católica não tem posição formada em relação às portarias da Funai, mas defende que o diálogo possa apontar uma solução pacífica para os problemas das demarcações de terras. "Não concordo que se faça justiça aos direitos dos índios, com a injustiça sobre os direitos dos produtores", enfatizou o bispo. [3]Dom Redovino foi além e deixou claro que não são verdadeiras as afirmações do Cimi dando conta que a Igreja Católica apóia as portarias da Funai em Mato Grosso do Sul. "O Cimi não pode falar pela CNBB, nem pelos bispos de Mato Grosso do Sul", afirmou Dom Redovino.Trata-se, sem dúvida, de uma das mais vigorosas condenações da Igreja Católica contra o indigenismo radical pregado pelo Cimi – controlado por seguidores da Teologia da Libertação cujas ações são, por sua vez, coordenadas pelo Conselho Mundial de Igrejas – e outras ONGs dos círculos da ‘Antropologia da Ação’, como o Instituto Socioambiental (ISA).
Notas:
[1]Governador quer produção agropecuária como prioridade em Mato Grosso do Sul, Agência Brasil, 18/09/2008
[2]Procurador questiona termos de acordo entre Funai e governo do MS, Agência Brasil, 17/09/2008
[3]Dom Redovino coloca Cimi sob suspeita, O Progresso, 14/09/2008
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