segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Observatório

Segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las no clipping do Ministério do Planejamento, sem que seja necessário que se cadastre. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00. Nos finais de semana os links com as matérias completas serão da Radiobras, que exige cadastro.


Carlos Chagas
Tribuna da Imprensa

Mensagem aos jovens jornalistas

(Discurso de paraninfo da turma de formandos do primeiro semestre de 2008 da Universidade de Brasília - dia 17 de setembro de 2008.) Saudações. É com um misto de tristeza, de nostalgia e, também de felicidade, que volto a esta casa que por 25 anos foi a minha casa. E continua sendo. Tristeza por não fazer mais parte do corpo de seus professores, aposentado que estou. Nostalgia por haver vivido, aqui, os anos mais fecundos de minha vida, onde pude dividir com vocês certezas e dúvidas. Felicidade, por ser a Universidade de Brasília o refúgio permanente de quantos, mesmo afastados como eu, para aqui acorrem recompensados pela gratidão de quantos não nos esqueceram. Existem momentos, raros, na vida de todos nós, em que o tempo parece interromper-se. O que era, deixou de ser. O que vai ser ainda não é. As formaturas exprimem esses momentos. O passado terminou e o futuro ainda não começou para vocês formandos. O presente, por isso, adquire as características do eterno. Ao entrar neste auditório, vocês deixaram de ser universitários. Quando saírem, diplomados serão profissionais: jornalistas, publicitários, cineastas, radialistas, enfim, comunicadores. Enquanto aqui estivermos, nesta noite, vocês já deixaram de ser e ainda não são. Aproveitemos então este momento raro para pela última vez praticarmos em conjunto aquilo que reunidos praticamos enquanto nas salas de aula. Vamos continuar questionando. Vamos cultivar a dúvida. Vamos erodir as teorias. Vamos contestar os mitos. Vamos descrer dos modelos. Vamos desfazer verdades absolutas. Essa é a proposta maior da comunicação social: opor os fatos aos mitos. Suplantar as ilusões com a realidade. Mas sem deixar nunca de sonhar. Constituem os sonhos, os fatos e a realidade, o deus que devemos adorar. Assim como as verdades absolutas, os modelos, as teorias e os mitos, o demônio que precisamos exorcizar. Uma referência, apenas, à universidade. Ao contrário do que muitos pretendem e apregoam a universidade não é uma simples matriz produtora de mão de obra qualificada para a sociedade. Jamais a universidade será reduzida ao papel de um forno produtor de pão para o banquete das elites. É claro que vocês se prepararam para trabalhar nos jornais, revistas, rádios, televisões, blogs, agências de notícias on-line, agencias de publicidade, assessorias de empresas públicas e privadas e instituições dos poderes da nação. No entanto, muito mais preparados devem estar e estão para questionar a comunicação social. Prontos para renovar, reformar e, se necessário, revolucionar os meios de comunicação. Porque uma universidade não é uma instituição destinada a servir aos detentores do poder, seja esse poder político, econômico, sindical, esportivo, artístico, cultural ou qualquer outro.
Mensagem aos jovens jornalistas

O troco do Supremo
Sérgio N. Lopes
Tribuna da Imprensa

O Congresso não demorou para dar o troco ao presidente do Supremo, Gilmar Mendes, que ousou estabelecer prazo para que o Legislativo vote a nova lei de criação de municípios. Em revide, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, desconheceu o prazo determinado pelo Tribunal Superior Eleitoral para dar posse a Fábio Rodrigues de Oliveira, suplente do deputado Walter Britto Neto, primeiro parlamentar cassado pelo TSE por infidelidade partidária. A decisão de Chinaglia foi só mais um capítulo. Esta novela vai ser longa.

Juro zero
As revendas de carros estão iludindo os compradores ao anunciar vendas a prazo com juro zero. O golpe é velho e funciona. As revendedoras aumentam o preço à vista e nele embutem os juros que seriam cobrados na venda a prazo. Simples assim. Como diz Delfim Netto, não existe juro zero, assim como não existe almoço de graça.

Recrutamento
O ministro Mangabeira Unger quer reativar o serviço militar obrigatório, alegando que hoje somente são recrutados os filhos dos pobres. Se conhecesse melhor o País, o ex-professor de Harvard saberia que isso é bom, porque muitos jovens carentes saem das Forças Armadas tendo aprendido uma profissão, como motorista, mecânico, lanterneiro, digitador, escriturário ou armeiro, o que seria difícil acontecer se não prestassem serviço militar.

Lei Seca
Na Irlanda, quem estiver visivelmente embriagado paga multa de 100 euros, equivalente a R$ 257. Se perturbar a ordem, o bêbado paga 140 euros, cerca de R$ 360. No Brasil, que tem mania de grandeza, a multa é de R$ 955 para quem estiver dirigindo depois de tomar um singelo cálice de vinho. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, a multa é para quem beber mais de dois chopes.
Sergio N. Lopes
Nelson Jobim esqueceu a Constituição no STF
Pedro de Coutto
Tribuna da Imprensa

Ao depor quarta-feira passada na CPI dos Grampos - matéria de Leila Suwwan e Bernardo Melo Franco, "O Globo" de 18/09 -, o ministro Nelson Jobim defendeu mudanças na lei no sentido de que jornais e jornalistas passem a ser obrigados a revelar suas fontes. Absurdo total, aliás prontamente contestado pelo deputado Miro Teixeira e pelo presidente da Federação Nacional de Jornalistas, Sérgio de Andrade. O atual titular da Defesa esqueceu seu exemplar da Constituição Federal no Supremo no momento em que se aposentou. Tentava então ser candidato a vice de Lula, pelo PMDB, na sucessão presidencial de 2006. Não teve êxito na articulação, mas dois anos depois substituiu Valdir Pires na pasta que reúne os comandos do Exército, Marinha e Aeronáutica. Deveria ter atravessado a Praça dos Três Poderes para pegar de volta o exemplar da Constituição que provavelmente ficou na gaveta que desocupou na Corte Suprema. Se tivesse feito isso, e principalmente lido o artigo 5º, não teria cometido o erro que praticou. O sigilo das fontes, a liberdade de imprensa, da mesma forma que o direito de resposta, são peças essenciais descritas nos itens 14, 5 e 9 do artigo a que me refiro. Vamos começar pelo item 14: "É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional." Nada mais claro e legítimo. Pois se não puder ser preservado o sigilo das fontes, como poderá haver liberdade de informação? Como procederia a revista "Veja", por exemplo, quando, em 2001, publicou a transcrição de um telefonema particular entre o jornalista Ricardo Boechat e o então assessor do empresário Nelson Tanure, Paulo Marinho? A fonte não foi citada, tampouco apareceu até hoje. Quem interceptou a conversa telefônica que culminou com a demissão de Boechat de "O Globo" e da Rede Globo? Se a citação da fonte fosse indispensável, a matéria não poderia naturalmente ser publicada. Passemos agora ao item 9 do mesmo artigo 5º: "É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença". Para encerrar o triângulo constitucional, aqui está o item quinto: "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem." Portanto, é claro, o direito de resposta está condicionado à liberdade inicial do processo informativo, o qual, por seu turno, não poderia ter curso se houvesse necessidade básica de identificação da fonte.
Pedro do Coutto

A resposta política das vítimas de um massacre
Pedro Porfírio
Tribuna da Imprensa


"Mas para fazer diferença este nosso apoio tem de ser ativo, não basta só o seu voto - temos de buscar o voto de nossos familiares e nossos amigos para esses aliados. Por isso, convidamos você a cair na internet e no telefone".

Do documento das associações de profissionais da Varig

Num dos mais belos textos já escritos para expor as razões de um apoio político, as lideranças das associações dos funcionários da Varig, cidadelas heróicas de uma resistência inesgotável, traduzem o sentimento de uma corporação que teve a oportunidade de conhecer quem é quem na vida parlamentar do nosso País. Considero essa atitude uma resposta exemplar dos que têm responsabilidade de liderar e formar a opinião pública, objeto da propaganda maciça direcionada e de todo tipo de pressão espúria, em conseqüência de que temos a cada legislatura casas legislativas do mais baixo nível, dominadas por corruptos inescrupulosos, que lá chegam com a "legitimidade" do voto popular.
Pedro Porfírio

Luta por justiça
Mauro Braga/Fato do Dia
Tribuna da Imprensa

Toda semana as notícias no Rio parecem se repetir. O poder público se mostra ausente no cumprimento de suas responsabilidades e as conseqüências são sentidas na pele por aquele que paga, e caro, para ser atendido, o cidadão-contribuinte. Os inúmeros impostos que teoricamente deveriam ser voltados para o custeio de uma educação digna, uma saúde pública eficaz e uma política de segurança que atendesse a demanda, entre outros, não surtem efeitos. Falta tudo. Viver se torna uma grande e cotidiana aventura para qualquer um. E com as pequenas tragédias diárias, vidas de famílias inteiras são marcadas pelo abandono dos gestores. Ontem, durante o enterro do agente da polícia civil Sandro Luiz Gonzaga, neto do cantor e compositor Luiz Gonzaga, assassinado na última sexta-feira quando foi rendido por criminosos, a mãe do policial, dona Rosa Gonzaga, disse que lutará com todas as suas forças por justiça. Infelizmente, não será a primeira e nem a última a se entregar a tal missão. O Estado falta, a população padece. Depois, a única solução é tentar tornar públicos episódios que já caíram na banalização de tão corriqueiros. Muitos são esquecidos, outros ganham certa repercussão. Entretanto, o que continua incomodando é que as barbáries continuam acontecendo. E as autoridades não mexem no time.
Fato do Dia

Argemiro Ferreira
Tribuna da Imprensa

O "boom" econômico que nunca aconteceu
Claro que no passado tivemos o privilégio de ver coisa bem parecida em outro país. Nosso suposto "milagre econômico" - lembram-se? - foi festejado no Brasil com a ajuda voluntária de veículos da mídia empenhados em agradar os generais da ditadura, implacáveis na repressão e na censura. "O Globo" até proclamou em manchete a frase forjada na redação e atribuída ao ditador de plantão Garrastazu Médici - depois elevada à condição de slogan patriótico: "Ninguém segura este país!" Na histeria patrioteira que se seguiu ao 11/9, os EUA viveram clima semelhante. Disso aproveitaram-se dois personagens conspícuos da economia e do fundamentalismo cristão para formar em 2003 a parceira que resultou no livro "The Bush boom - How a `misunderestimated' president fixed our broken economy", ou seja, "O boom de Bush - Como um presidente subestimado e incompreendido consertou nossa economia abalada". Jerry Bowyer assinou como autor e Larry Kudlow como prefaciador. O primeiro teve (ainda tem) firmas de investimentos, mas o detalhe é que faz programas de rádio e TV, escreve colunas na internet (inclusive sobre religião). Antes, na década de 1990, pregava uma teocracia - "Cristocracia, a regra de Cristo para toda a nação", conforme palavras dele citadas pelo "Washington Post" em 1999. O outro é, além de colunista sindicalizado de jornais, apresentador de programas ("TV personality", conforme expressão da moda nos EUA). Seu show, "Kudlow & Company", é na rede de cabo nova-iorquina CNBC, do império de mídia NBC-Universal, especializada em negócios e bolsa.
Leia a coluna de hoje completa
Leia também o blog do colunista

Tributação vergonhosa
Osiris Lopes Filho
Tribuna da Imprensa

O sistema tributário brasileiro, infelizmente, baseia-se em impostos indiretos. Essa classificação decorre da transferência ou da repercussão da carga tributária. O tributo que é pago, por excelência, na etapa empresarial - importação, industrialização, prestação de serviços, produção rural, comercialização - pelos titulares desses estabelecimentos, é incorporado como custo da atividade e termina repassado para o consumidor final, escondido no preço praticado na venda da mercadoria ou serviço. Trata-se de transferência ou repasse da carga tributária. Quem majoritariamente padece essa carga tributária é o povão, classe média, classe trabalhadora e desempregados. É um fenômeno dependente do funcionamento do mercado. Reflete tendência. A tendência mais freqüente e preponderante. Não é fato inexorável, embora todo contribuinte que tenha condições favoráveis tente repassar tal ônus adiante. E na maioria dos casos o faz, total ou parcialmente. Todos os tributos são suscetíveis dessa transferência. Alguns com maior ou menor intensidade. Os impostos e contribuições que incidem sobre vendas e faturamento são mais tendentes a admitir essa transferência. Os que incidem sobre a propriedade e a renda são menos suscetíveis à ocorrência desse fenômeno. Mas há exceções. Por exemplo, o proprietário que aluga o seu imóvel a terceiros e faz constar do contrato de locação que o IPTU é encargo do locatário está transferindo a carga tributária. Determinadas empresas monopolistas ou oligopolistas, que têm domínio do mercado, conseguem nos preços praticados transferir, pelo menos parcialmente, o ônus do imposto de renda que pagam.
Leia o Lopes Filho na íntegra

Brasil S.A - Crise e oportunidade
Correio Braziliense

Superar a instabilidade vai custar mais caro do que está parecendo com liberações bilionárias. Mas o Brasil tem chance de aproveitar a situação a seu favor, se o BC tiver coragem

As cifras para tapar o buraco da crise são tão imensas que estamos perdendo a referência. Parece simples arranjar US$ 200 bilhões para pôr nas empresas hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac, mais US$ 85 bilhões para salvar a seguradora AIG e outros US$ 700 bilhões para sanear (ao menos parcialmente) o sistema financeiro. Ninguém gasta US$ 1 trilhão sem mais nem menos. Nem mesmo o poderoso Estados Unidos. Não existe almoço de graça. Esse dinheiro vai sair de algum lugar. Vai ser tirado do consumo e da produção. Vai reduzir o crescimento mundial. E seu custo vai atingir o Brasil. Pode, como tudo indica, ter impacto menor na nossa economia, mas não há como passar incólume. “A onda recessiva vai chegar às praias brasileiras. Resta saber se vamos surfar nela ou levarmos caldo. A globalização vai cobrar seu preço e, ainda que a abertura do país ao comércio seja reduzida, nossas exportações anuais de US$ 200 bilhões vão sentir o tranco. A demanda e a produção domésticas vão compensar o impacto?” Foi o que perguntei em meados de agosto neste espaço.
Brasil S.A - Crise e oportunidade

ONGs sem investigação
Alana Rizzo
Correio Braziliense

Descaso do governo, reuniões vazias e requerimentos rejeitados impedem o Senado de apurar repasses de R$ 15 bi para 7.670 entidades

Pelo menos R$ 15 bilhões repassados pelo governo federal a 7.670 organizações não-governamentais de todo o país entre 1999 e 2006 devem ficar sem apuração se depender da CPI das ONGs. Instalada no Senado em outubro do ano passado, a comissão ainda não investigou suspeitas de desvio de dinheiro e irregularidades nos convênios entre entidades e o poder público. Não foi por falta de documentação: pelo menos 22 mil folhas com documentos oficiais, relatórios de auditorias, acórdãos do Tribunal de Contas da União (TCU) e denúncias da sociedade civil estão nas mãos dos 11 senadores da comissão. A CPI, que já foi prorrogada uma vez, tem prazo até 22 de novembro, mas pelo Regimento Interno da Casa pode ser levada até o fim desta legislatura em 2010. A oposição acusa o governo de atrapalhar as investigações, esvaziando reuniões e evitando quorum para votação dos requerimentos, principalmente os que tratam da quebra de sigilo bancário. Para o presidente da CPI, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), a base do governo está sabotando a CPI. “Vamos enfrentá-los”, diz, comentando que a estratégia é deixar o próprio governo resolver depois do resultado das eleições: “O descontentamento nas urnas vai provocar mudança no cenário”, aposta. Ele promete para depois do período eleitoral fazer votações de requerimentos importantes, como o que autoriza a quebra de sigilo das entidades e a convocação do ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Jorge Armando Félix.
ONGs sem investigação

A importância da vacina contra HPV para o Brasil
Artigo - Julio Teixeira
Correio Braziliense

O vírus HPV é o causador do câncer do colo do útero. Entre os mais de 200 tipos de HPV, existem cerca de 15 tipos com mais poder de desenvolver um câncer. Entre eles, os HPV-16 e HPV-18, responsáveis por cerca de 70% do total de casos de câncer. O câncer do colo do útero atinge mulheres relativamente jovens no mundo todo — a grande maioria em regiões onde o acesso às medidas preventivas adequadas não são regulares. Entre a ocorrência de uma infecção por HPV, que ocorre por meio do contato sexual e é muito comum no início da vida sexual, e o surgimento de um câncer pode demorar 15 anos. Nesses casos, é necessária infecção persistente pelo HPV por anos, não controlada pelo organismo, causando lesões pré-câncer, assintomáticas (que poderiam ser detectadas em exames preventivos de citologia ou papanicolau) e algumas evoluindo lentamente para câncer. O reflexo desse cenário está nos atuais 500 mil novos casos de câncer do colo do útero a cada ano no mundo — metade desses casos fatais. Pior: estudos indicam que, mantidas as ações atuais, a perspectiva é de que em 2050 sejam 1 milhão de novos casos por ano. Fica claro, então, que esse câncer pode ser prevenido e não deveria existir.
A importância da vacina contra HPV para o Brasil

Fraude previdenciária
Artigo - Almir Pazzianotto Pinto
Correio Braziliense

A Previdência Social brasileira é caso típico e escancarado de fraude. Isso explica a força do mercado de trabalho informal, pois parte dele alimenta-se de pessoas que se recusam a contribuir ao INSS, convencidas de que se trata de gasto dispensável e inútil. A história do sistema previdenciário começa na década de 1930, com a Lei Eloy Chaves, desenvolve-se na era Vargas, mediante a criação dos institutos de previdência, desemboca no regime militar, com o aparecimento do INPS, e, finalmente, a Constituição de 1988 dedica o Título VIII à Ordem Social, “que tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem-estar e a justiça social”.
Fraude previdenciária
Lição em discurso inédito
Artigo - Rubem Azevedo Lima
Correio Braziliense

A 14 meses da sucessão, Lula diz que “escolherá e elegerá a mulher que o substituirá na Presidência”, talvez a ministra Rousseff. É a volta à república velha ou aos tempos do regime militar, cujo último presidente, general João Figueiredo, com os poderes que tinha, elegeria quem quisesse, mas não o fez e até se negou a apoiar o candidato partidário. Uma lição para Lula, como a de Sarney, cuja sucessão também correria livre. Ministro de Figueiredo, o general Danilo Venturini ganhou dele o discurso não-feito, no que seria a posse de Tancredo Neves, então hospitalizado. Para os juristas palacianos e o chefe da Casa Civil, Leitão de Abreu, devia-se empossar Ulysses Guimarães, presidente da Câmara.
Lição em discurso inédito

Uma boa briga
Coluna - Nas Entrelinhas
Correio Braziliense

Lula venceu, mas o DEM consegue incomodá-lo. Muito. Ele perde a paciência com a atuação dos deputados e senadores do partido nas CPIs

A mais recente marola política foi causada pela provocação desferida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o DEM. Num comício da candidata petista à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, o presidente chamou os integrantes do partido de oposição de “oportunistas”, dizendo que eles atacam o governo no Congresso mas não têm coragem de fazer isso na campanha. O comando nacional do Democratas reagiu com uma nota oficial em tom indignado. É mais um capítulo de uma velha briga. Lula e o DEM construíram uma saudável relação de oposição. Diferenças políticas e ideológicas são fundamentais numa democracia. Especialmente na nossa, onde os acordos costumam ser fechados segundo as conveniências e não pelas idéias. É bom que os campos opostos sejam claramente demarcados. O DEM soube se construir como uma força de oposição. Sem maiores relações com os movimentos sociais e sindicais, cavou suas trincheiras em duas áreas estratégicas. A primeira é o Congresso, onde sua bancada na Câmara e no Senado distingue-se como a que mais incomoda o governo. A segunda é um segmento da classe média que continua a rejeitar Lula, não importa quão altos sejam os índices de popularidade que ele e sua administração alcançam nas pesquisas nacionais. O partido não conseguiu derrubar Lula. Tentou, mais de uma vez, pela via das comissões parlamentares de inquérito e pela exploração política dos escândalos e das denúncias de corrupção contra o governo. Tentou nas urnas, embarcando na candidatura do tucano Geraldo Alckmin à Presidência da República em 2006.
Uma boa briga

PF não consegue abrir arquivos de Dantas
RUBENS VALENTE e MARIO CESAR CARVALHO
Folha de S. Paulo

Criptografado, conteúdo de computadores apreendidos no apartamento do banqueiro no Rio não é acessado pela perícia

Envolvidos na investigação estudam pedir ajuda para a empresa americana que criou o código de segurança para proteger os arquivos. Dois meses e meio depois, um dos principais materiais apreendidos pela Polícia Federal no dia em que a Operação Satiagraha foi deflagrada -cinco discos rígidos que estavam no apartamento do banqueiro Daniel Dantas, no Rio- permanece um enigma para os investigadores. Os HDs são protegidos por uma senha que a polícia não havia conseguido, até a última sexta-feira, desvendar. Uma análise inicial, peritos da Polícia Federal disseram que precisariam de um ano para quebrar os códigos. Um dos peritos disse que nunca havia visto um sistema de proteção tão sofisticado no Brasil. O delegado Protógenes Queiroz, que coordenou a Satiagraha, diz que os HDs "guardam segredos da República". Na época da operação, a PF ventilou que 16 HDs haviam sido apreendidos numa "parede falsa" na casa de Dantas, um apartamento na avenida Vieira Souto, em Ipanema, na zona sul do Rio. Um investigador que participou do cumprimento da ordem judicial de busca e apreensão no apartamento confirmou que são cinco os HDs. São unidades externas de memória. Estavam dentro de um armário com porta de correr, num corredor que dá acesso ao quarto da mulher de Dantas. Estavam guardados numa sacola plástica.
PF não decifra criptografia de arquivos de Daniel Dantas

"Bush tem que intervir agora porque não interveio antes"

SÉRGIO DÁVILA
Folha de S. Paulo

RON CHERNOW
Para historiador financeiro, presidente paga a conta por não ter supervisionado de maneira adequada o boom imobiliário


SÓ RICHARD NIXON poderia ter ido à China, assim como só George W. Bush pode fazer uma intervenção no mercado que, segundo cálculos, já equivale a 10% do PIB dos EUA e pode subir. A ironia é apontada pelo historiador financeiro americano Ron Chernow, para quem uma administração democrata progressista não sobreviveria a ações como as tomadas recentemente pelo governo. A raiz do tumulto por que passa o país, diz, está no que ele chama de "falha reguladora geral" da última década. Autor de livros sobre Alexander Hamilton (1755-1804), o primeiro secretário do Tesouro americano, a Casa de Morgan, sobre o banco que daria origem ao moderno JP Morgan, e o icônico bilionário John D. Rockefeller (1839-1937), Ron Chernow, 59, diz que, após o "desaparecimento quase completo" do universo dos bancos de investimento independentes, ele teme pela saúde dos bancos comerciais. Leia a seguir os principais tópicos da entrevista dada à Folha na tarde de sexta, por telefone, do Brooklyn, em Nova York, onde ele vive.
MAIOR DA HISTÓRIA
É a pior crise financeira desde a década de 30. É claro que não vimos o final dela, ainda estamos no meio. Pode ser que no futuro historiadores concluam que na verdade esse é apenas o começo. Mas certamente nunca houve um período em que tantos bancos de investimento grandes de Wall Street foram destruídos tão rapidamente.
Nós vimos o desaparecimento quase completo do universo dos bancos de investimento independentes. Um deles, o Lehman Brothers, tinha mais de 150 anos de história e foi destruído em questão de dias.
Quanto aos bancos comerciais, problema potencialmente muito mais sério, sabemos que o FDIC [Corporação Federal de Seguro de Depósito, na sigla em inglês, órgão garantidor de operações bancárias] tem mais de cem diferentes nomes em sua lista dos possíveis causadores de problema. E só vimos um número muito pequeno de bancos comerciais darem problema até agora.
"Bush tem que intervir agora porque não interveio antes"

Fernando Rodrigues - Grampolândia
Folha de S. Paulo

O escândalo dos grampos já está quase no arquivo de indignações sem solução do Brasil.

O último capítulo foi um laudo da PF na semana passada sobre a capacidade de a Abin fazer escutas telefônicas. Os equipamentos dos arapongas só captam conversas a partir das antigas linhas analógicas.
Logo, o presidente do STF, Gilmar Mendes, não teria sido ouvido ilegalmente com os aparelhos do serviço secreto federal.
A reação negativa ao laudo explicitou o estágio de degradação das instituições brasileiras. Ministros, congressistas e juízes colocaram sob suspeita a perícia. A CPI dos Grampos já anunciou uma análise independente -que certamente também será questionada.
Na quinta-feira à noite, num jantar com gente graúda da República, não se ouvia ninguém disposto a defender o resultado do laudo da PF. Há um estado de desmoralização de calibre não desprezível das instituições em Brasília.
Fernando Rodrigues - Grampolândia

Mercado Aberto - Roda do crédito volta a girar, diz Octavio de Barros
Folha de S. Paulo

Apesar do pessimismo dos economistas em geral, é possível supor que, tão logo a ação do Tesouro americano de resgate dos títulos podres se efetive, restaure-se o clima de volta da confiança dos mercados e de melhora de humor das famílias e das empresas. O chamado risco de confiança vai se dissipando e o sistema de crédito volta a funcionar gradualmente. A tese é do economista Octavio de Barros, diretor de pesquisas macroeconômicas do Bradesco, ao analisar as possíveis conseqüências do pacote de socorro de US$ 700 bilhões do Tesouro americano para salvar as instituições financeiras atingidas pela crise do crédito. De acordo com Octavio de Barros, essa volta à normalidade completa, no entanto, ainda tomará algum tempo, de um a dois anos. A visão do economista está ancorada no fato de que o pacote de resgate do sistema bancário favorece a determinação de preços dos ativos que estavam sem referência no mercado financeiro, os chamados títulos podres. Na medida em que se pressupõe que os ativos que estavam sem preço passam a ter um piso fixado pelo Tesouro americano, os demais ativos do mercado tendem a se beneficiar pela menor volatilidade, inclusive as Bolsas devem ser favorecidas.
Mercado Aberto - Roda do crédito volta a girar, diz Octavio de Barros
Painel - Gabinete eleitoral
Folha de S. Paulo


Com a campanha para prefeito do Rio na rua desde julho, o senador Marcelo Crivella (PRB) gastou R$ 24,9 mil da chamada verba indenizatória mesmo permanecendo longe de seu gabinete em Brasília. Desse valor, R$ 17 mil foram usados para bancar despesas de gasolina, locomoção e alimentação. Patrícia Saboya (PDT), que concorre em Fortaleza, também fez uso da verba: R$ 20,2 mil. Almeida Lima (PMDB), que disputa em Aracaju, não informou os gastos do gabinete.Na Câmara, 80 dos 89 deputados que concorrem a prefeito ou vice em outubro gastaram, juntos, R$ 1,6 milhão da verba com a mesma destinação, além de bancar pesquisas e consultorias.AtalhoIntegrantes da campanha de Marta Suplicy (PT) já procuraram a cúpula nacional do PMDB para tentar atrair o partido caso Gilberto Kassab (DEM), atual aliado, não vá ao segundo turno. Pretendem tentar o mesmo com o PTB se Geraldo Alckmin (PSDB) ficar pelo caminho, mas sabem que ali a missão é mais difícil. É meuMaria do Rosário (PT) colocou cinco ministros do partido em seu programa de TV na sexta-feira, além de estrear o slogan "É Lula com Maria, é Maria com Lula". Empatada no segundo lugar em Porto Alegre, Manuela D'Ávila (PC do B) contra-atacou usando imagem de Orlando Silva (Esporte) e do ex-ministro Aldo Rebelo. EsteiraAlém do naufrágio de Alessandro Molon no Rio, o PT passa apuro, na região metropolitana, em Nova Iguaçu, com Lindberg Farias, e em Niterói, com Rodrigo Neves. Em Duque de Caxias, Washington Reis (PMDB) leva um baile de Zito (PSDB). MadonnaCusta US$ 400 o ingresso mais barato para a palestra de Lula hoje no Council of the Americas, centro de estudos em Nova York, abrindo uma semana de debates de líderes sul-americanos. Desconto O evento com o brasileiro é o mais caro. Ver Cristina Kirchner (Argentina) ou Álvaro Uribe (Colômbia) sai por US$ 250. Pechincha é a palestra de Fernando Lugo (Paraguai): US$ 150.Superdosagem 1Uma das vitrines de Gilberto Kassab (DEM), o "Remédio em Casa" teve os números turbinados na campanha. O programa não atinge 114 mil pacientes em São Paulo, mas 102.991, segundo dados da própria Secretaria de Saúde. Superdosagem 2O número de pacientes cadastrados (63.482 de janeiro a agosto) se estabilizou neste ano, com acréscimo de apenas 0,4% (o ritmo de ampliação fora de 21,5% em 2007). O maior volume de beneficiados está nas regiões norte e sul. Outro ladoA Secretaria Municipal de Saúde afirma que, "com certeza", o programa vai ampliar o número de cadastros até dezembro com base na média mensal. Marketing 1Foi aditado em 25% o contrato da Secretaria de Comunicação da Presidência com as três agências que fazem a propaganda oficial do governo: Propeg, Matisse e 141 Brasil Comunicação. São mais R$ 37,5 milhões, elevando o total para R$ 187,5 milhões.
Painel - Gabinete eleitoral

EUA ESTENDEM AJUDA A BANCOS ESTRANGEIROS
SÉRGIO DÁVILA
Folha de S. Paulo

Em "atualização" do plano, Tesouro diz agora que poderão se beneficiar empresas com "operação significativa" nos EUA

Como contrapartida à inclusão, secretário Henry Paulson espera reformas similares nos principais mercados do mundo. O Tesouro norte-americano ampliou a instituições estrangeiras o pacote que negocia com o Congresso para limpar das empresas os papéis podres originados pela crise hipotecária dos EUA. A proposta poderá beneficiar empresas com "operação significativa" no país. O esboço inicial do plano dizia que só as sediadas nos EUA poderiam ser ajudadas pelo pacote. O Departamento do Tesouro norte-americano ampliou a instituições estrangeiras o pacote que negocia com o Congresso para limpar das empresas os papéis podres originados pela crise hipotecária ou em conseqüência dela. A princípio, poderão se beneficiar companhias que tenham "operação significativa" nos EUA, mas a proposta dá margem a auxílio mesmo às que não têm.
EUA ESTENDEM AJUDA A BANCOS ESTRANGEIROS

Mercado quer regra para agência de risco
DENYSE GODOY
Folha de S. Paulo

Demora em apontar problemas de bancos nos EUA ressuscita discussão sobre credibilidade das empresas de rating

Para especialistas, principal norma deve impedir que companhias analisadas paguem elas mesmas pelos serviços de avaliação. Em meio às notícias sobre as sérias dificuldades enfrentadas pelas instituições financeiras americanas, o papel e as responsabilidades das agências de classificação de risco voltaram a ser objeto de debate pela sua demora em apontar os problemas de liquidez que os bancos vinham enfrentando. Especialistas pedem que se submetam a uma regulação mais rígida, mas ressaltam que não deve haver uma demonização de tais empresas. "Os gestores não podem se esquivar da sua responsabilidade em estudar ativos nos quais colocam recursos, e os investidores precisam entender que as análises das agências não devem ser sua única fonte de informação a respeito de uma empresa", diz Marcelo Cheyne, sócio da Principal Investimentos.
Mercado quer regra para agência de risco

Bem amigos
Artigo - Ruy Castro
Folha de S. Paulo

Os candidatos a prefeito do Rio têm uma coisa em comum: quase todos são amigos do presidente Lula. Alguns, de infância -infância política, bem entendido. E, não importa a que partido pertençam, todos exploram essa amizade em seu horário eleitoral.
Eduardo Paes (PMDB-PTB-PP-PSL), candidato do governador Sérgio Cabral, garante que, com o governador e o presidente a seu lado, ele resolverá os problemas do Rio. Desde 1961, quando Carlos Lacerda rompeu com Jânio Quadros, o Rio não tinha um governador tão íntimo do presidente. Eduardo Paes quer estender essa intimidade à prefeitura. Mas, se Cabral cair em desgraça, ele vai junto.
Marcelo Crivella (PRB-PR-PSDC-PRTB), candidato da Igreja Universal, invoca mais o nome de Lula que o de Jesus Cristo, e dá a entender que, por baixo do pano, é o favorito do presidente. Lula não é evangélico, nunca foi, e seu único contato com a Bíblia foi numa matinê de "Os Dez Mandamentos", com Charlton Heston. Mas Crivella tem um trunfo forte: é um astro da Record, TV para a qual Lula torce.

Constituição, direitos sociais e cidadania
MARCUS ORIONE GONÇALVES CORREIA
Folha de S. Paulo

Com a proximidade de seu aniversário, pergunta-se: nesses 20 anos, a Constituição auxiliou na pavimentação da cidadania?

A proxima-se A comemoração dos 20 anos da Constituição, chamada, por Ulysses Guimarães, de "cidadã". Com a proximidade de seu aniversário, pergunta-se: efetivamente, nesse período, a nossa Constituição teria auxiliado na pavimentação da cidadania? É claro que uma lei, mesmo a mais importante de todas, não é capaz de transformar, por si só, os fatos. A cidadania é edificada para além das leis, a partir da consolidação de uma sociedade melhor obtida pela atuação dos próprios agentes sociais. No entanto, ainda assim, a pergunta não é de todo desprezível. Se analisarmos a nossa Constituição em matéria de direitos sociais, ela foi extremamente pródiga ao relacioná-los. Nunca na história de nosso constitucionalismo houve previsão tão fecunda dessa modalidade de direitos. Assim, o texto constitucional é prenhe de normas trabalhistas, referentes à saúde, à Previdência e à assistência social, por exemplo. É claro que alguns, mais apressados, poderiam afirmar que, a despeito dessas disposições, nada mudou na vida do país, que mantém expressivo número de pessoas vivendo na miséria. No entanto, a resposta não merece ser dada de forma simplista.
Constituição, direitos sociais e cidadania

O sistema financeiro paralelo se desfaz

NOURIEL ROUBINI ESPECIAL PARA O "FINANCIAL TIMES'
Folha de S. Paulo

A semana que passou determinou o fim do sistema bancário paralelo criado nos últimos 20 anos. Por causa de uma regulação maior dos bancos, a maior parte da intermediação financeira nas últimas duas décadas cresceu dentro de um sistema paralelo cujos membros são corretoras-operadores do mercado, "hedge funds", grupos de "private equity" (fundos privados de participação em empresas), títulos complexos e obscuros, fundos mútuos e empresas de créditos hipotecários não-bancárias. A maioria dos integrantes desse sistema faz operações de crédito de curto prazo, é muito mais alavancada que os bancos e investe em instrumentos financeiros de pouca liquidez. Como os bancos, carregam o risco de sofrerem uma corrida contra suas obrigações. Mas, ao contrário dos bancos, protegidos desse risco por seguros e apoio emergencial de bancos centrais, a maioria dos integrantes do sistema paralelo não tinha acesso a essas proteções.
O sistema financeiro paralelo se desfaz

Governo analisa compra de ações com FGTS
Jornal do Brasil

O governo deve autorizar novamente que pequenos investidores utilizem recursos do FGTS para a compra das ações da Petrobras. O dinheiro arrecadado será investido na exploração do petróleo da camada pré-sal.

O governo Lula analisa a pos- sibilidade de reabrir compra das ações da Petrobras com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Segundo reportagem publicada ontem no jornal Folha de São Paulo, a utilização do dinheiro arrecadado foi autorizada para a explorar o petróleo da camada pré-sal. Quem já tem ações da Petrobras compradas com recursos do fundo também vai poder aplicar recursos restantes nos papéis. Mas para permitir a capitalização, será preciso mudar a lei. A atual legislação que permite a compra só libera uma única aquisição. Em 2000, ano em que o governo permitiu pela primeira vez o uso do fundo para esse tipo de compra, 312 mil trabalhadores adquiriam as ações. De lá para cá, os papéis se valorizaram mais de 750%, ou seja, a aplicação foi multiplicada em mais de oito vezes.
Uma parte do FGTS pode ir para o pré-sal
Agricultor é beneficiado pela crise
Isabel Dias de Aguiar, Roberto Tenório e Norberto Staviski
Jornal do Brasil

Produtores agrícolas prevêem um momento de grandes oportunidades para a agricultura brasileira com a crise financeira internacional. O argumento é de que o dólar valorizado deverá garantir uma renda extra em reais para o agronegócio e compensar, com folga, a queda das commodities nas bolsas internacionais. A alimentação, apostam, será o último item cortado nos orçamentos familiares. Mas alguns especialistas temem que a moeda americana sofra uma nova desvalorização. Dólar valorizado deve reforçar a renda agrícola e garantir uma safra maior em 2009
Crise traz ganhos para a agricultura

Sobre a exclusão do ICMS
José Carlos Mota Vergueiro
Jornal do Brasil

Recentemente, o Plenário do Supremo Tribunal Federal deferiu medida cautelar em Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC nº 18) determinando que todos os processos em tramitação na Justiça que discutiam a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins ficassem suspensos até o julgamento do mérito por aquela Corte, assim como os efeitos das decisões favoráveis aos contribuintes que haviam sido proferidas acerca do mesmo tema. A idéia, com isso, foi impedir a multiplicidade de julgamentos, concentrando a posição do Supremo em uma só decisão.
Sobre a exclusão do ICMS

Ribamar Oliveira - Ajuste das contas no horizonte
O Estado de S. Paulo

É muito pouco provável que a economia brasileira cresça 4,5% no próximo ano, como projeta o ministro da Fazenda, Guido Mantega. A crise do mercado financeiro dos Estados Unidos está levando os economistas a prever uma desaceleração mais forte da economia mundial. O plano do governo americano de salvamento dos bancos, com “centenas de bilhões de dólares”, embora evite o pior não impedirá que a economia real seja afetada. O Brasil, até agora “descolado” da crise, também sofrerá os seus efeitos. O problema é que a projeção de 4,5% de crescimento foi utilizada como parâmetro da proposta orçamentária para 2009, encaminhada ao Congresso Nacional, ao final de agosto. Se o crescimento for menor, a receita tributária da União também será menor do que a estimada. O cenário que se coloca para os ministros Mantega e Paulo Bernardo, do Planejamento, é o de revisão das contas da União para o próximo ano.
Ribamar Oliveira - Ajuste das contas no horizonte

BC vai exigir mais rigor na análise de crédito
Fernando Nakagawa
O Estado de S. Paulo

Entre motivos para adoção da medida, que também valerá para bancos menores, instituição cita crise internacional e “práticas inadequadas”

Na esteira da crise no mercado internacional, o Banco Central se prepara para começar a exigir que todas as instituições financeiras mantenham estrutura de gerenciamento de crédito. O principal objetivo é que, a partir de junho de 2009, sejam criadas áreas de análise para prever problemas nos empréstimos. Entre os motivos citados para a adoção da medida, a autoridade monetária lembra da “recente turbulência externa” e afirma que foram observadas “práticas inadequadas” que geraram perdas “em algumas das maiores e mais complexas instituições financeiras do mundo”.
BC vai exigir mais rigor na análise de crédito

A capitalização do BNDES
editorial
O Estado de S. Paulo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá receber, neste ano, recursos adicionais de cerca de R$ 40 bilhões, como vinha pleiteando seu presidente, Luciano Coutinho. O sinal verde foi dado quarta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista à TV Brasil. É louvável a preocupação do governo de evitar que o agravamento da crise do sistema financeiro dos Estados Unidos afete as empresas brasileiras, que dependem de financiamentos. Mas as autoridades têm de ser rigorosas com a preservação dos fundamentos da política econômica, que garantem o equilíbrio da situação financeira da União e dos bancos estatais, bem como o estrito respeito às regras de Basiléia - que proporcionaram ao País, até agora, condições para resistir melhor às conseqüências da crise externa. Recursos novos para o BNDES não devem provir do aumento da colocação de títulos públicos.
A capitalização do BNDES

Avanço do crime organizado
Carlos Alberto Di Franco
O Estado de S. Paulo

Ele ocupa uma cela no coração da Ilha das Cobras, dentro do Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais, no Rio de Janeiro, enquanto ela amarga uma solitária de seis metros quadrados em Catanduvas, no interior do Paraná, onde não há contato físico nem com carcereiros. Mesmo assim, Edson da Silva Mota, o Mota da Coopasa, e Carmem Guinâncio Guimarães, a Carminha Jerominho, não saíram das ruas. Candidatos a vereador de São Gonçalo e do Rio de Janeiro, respectivamente, eles comandam das prisões campanhas que mobilizam dezenas de aliados e cabos eleitorais, na busca do voto dos eleitores, e desafiam as autoridades ao se apresentarem como mártires e vítimas de perseguições políticas. Apontado como chefão da máfia de transportes alternativos em São Gonçalo e vizinhanças, o vereador e sargento reformado da Marinha Edson da Silva Mota (PSL) está preso em regime fechado desde 13 de agosto, acusado de ordenar o assassinato do presidente da Cooperativa Santa Isabel, Luiz Cláudio Moreira, em 2006. De uma cela do presídio, o candidato mobiliza a estrutura do transporte alternativo no município para se reeleger. São cerca de mil motoristas de Kombis e vans autônomos, que exploram linhas municipais e intermunicipais na cidade, responsáveis por distribuir propaganda do parlamentar em pelo menos 30 pontos onde a categoria atua.
Avanço do crime organizado

E o Plano de Defesa, ministro?
Alexandre Barros
O Estado de S. Paulo

Depois do acidente da TAM em Congonhas, o ministro Nelson Jobim anunciou o novo Plano de Defesa do Brasil para setembro de 2008. Por que setembro? Por que não julho ou outubro? Suspeito, seriamente, que seria para coincidir com o 7 de Setembro, que já passou e, até agora, nada de plano. O anúncio foi feito na cerimônia de apresentação dos novos generais ao presidente, ainda em 2007. Comparados comigo, eles são todos muito jovens. Em relação à velocidade de mudança do mundo, receio que estejam muito velhos. Afinal, por que a idade é tão importante? É simples: Forças Armadas são burocracias que operam fora do mercado. Nelas existe apenas uma maneira de subir: fazer só o que os chefes mandam. E, como todas as burocracias não sujeitas às punições do mercado, elas não são capazes de aprender com seus próprios erros. Só progridem nas burocracias os muito obedientes e os pouco criativos. Qualquer burocracia pública é assim. Inovação e atrevimento são punidos. O conformismo é premiado. Oficiais jovens norte-americanos combatentes no Iraque estão começando a se insurgir contra essas características burocráticas das Forças Armadas dos EUA, que nisso são iguais a todas as outras. Os generais não vão ao campo de batalha nem costumam ter agilidade mental para acompanhar as mudanças do mundo, da tecnologia e, conseqüentemente, da estratégia. O resultado é que uma das coisas mais caras aos militares, a doutrina (que, trocando em miúdos, quer dizer: como se empregam as Forças Armadas em batalhas), acaba ficando desatualizada. Isso é muito grave num mundo que se move cada vez mais rapidamente.
E o Plano de Defesa, ministro?

Sorte e virtude diante da crise
Marcelo de Paiva Abreu
O Estado de S. Paulo

A crise financeira internacional, que se aprofunda, submeterá o governo Lula a um teste decisivo. Será possível determinar se o presidente pode ter alguma pretensão a estadista ou se não é mais do que um líder populista particularmente manhoso e sortudo. Antes de mais nada é preciso insistir no perigo de traçar paralelos entre a crise atual e a Grande Depressão de 1929-1933, tanto na perspectiva mundial quanto no que se refere ao Brasil. Os contrastes institucionais entre o mundo de hoje e o de quase 80 anos atrás são monumentais. No final dos anos 20, o mundo havia adotado o padrão ouro, a intermediação financeira era muito menos complexa do que é hoje e defeitos regulatórios estimulavam a concentração de risco de forma diferente. O Brasil, além de adotar o padrão ouro, dedicava-se a administrar os estoques de café, sua quase única exportação, para manter preços artificialmente altos. As economias candidatas a algo similar às atuais “emergentes” tinham peso desprezível globalmente.
Sorte e virtude diante da crise
Ancelmo Gois - República dos pobres
O Globo

O mapa do Brasil do P (pobre) tem outras curvas.


O Ipea divulga hoje as primeiras análises da Pnad 2007. Uma conclusão é que a pobreza caiu em todas as regiões. Mas permanecem desigualdades regionais.
O terço dos pobres
O Ipea dividiu a população por três estratos. Veja o que houve com os 33,3% mais pobretões: em 2001, no Sudeste, 21,4% viviam no Brasil do P. Hoje, são 13,2% no "país" só de pobres.
Já no Nordeste, que em 2001 tinha 57,3% na República dos pobres, hoje ainda tem 43,1%.
Ancelmo Gois - República dos pobres

Arrumando a casa
George Vidor
O Globo

O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, diz que ainda não é possível marcar nem dia e nem hora para se alcançar o objetivo, porém não se trata de ficção buscar um superávit nominal das finanças do setor público até 2010. Do Tesouro certamente virá a maior contribuição, e para tal as despesas federais precisam se expandir menos que a média da economia brasileira. É o que vem acontecendo desde janeiro, até mesmo no caso dos gastos de pessoal, afirma. O secretário Augustin acha que as críticas à expansão dos gastos públicos se fundamentam mais no passado que no presente, porque mês a mês em 2008 os números mostram uma evolução nominal aquém da que tem sido estimada para o Produto Interno Bruto. Assim, como proporção do PIB, os gastos federais caíram nos sete primeiros meses do ano.
Arrumando a casa

Elogio à virtude
Coluna - Ricardo Noblat
O Globo

Surgiu um novo Lula. Que saiu direto do “eu não sabia” para “eu sei tudo”. O outro sumiu de cena ao cabo do primeiro mandato. Foi ele que ignorou a existência de “uma sofisticada organização criminosa” com gabinete a poucos metros do seu. O atual, salvo um imprevisto, permanecerá em cena até o último dia de 2010. Ou até mais se quiserem. Não, não me abandone. Você não irá ler outra diatribe contra o presidente da República mais querido da nossa História. Sou franco e confesso: buscava há muito tempo uma maneira original de elogiar Lula, quem sabe de aderir a ele. Imaginava esgotado o estoque de elogios que lhe poderiam ser feitos. Mas penso ter encontrado um que a ninguém ocorreu. Este: Lula é modesto. Quase diria modestíssimo. Ao contrário do que afirmam seus escassos adversários, o êxito não o cegou.
Elogio à virtude

Evitar a tentação

Artigo - Candido Mendes
O Globo

As próximas eleições municipais no Rio de Janeiro são exemplares para o lulismo pós-PT e a nova prosperidade sustentada do país. O toque do presidente no palanque é a consagração, de vez, do candidato ao seu lado. Mas a maré de sucesso que aposenta, de vez, o oposicionismo tradicional nada tem a ver com um populismo clássico, nem deixa o futuro a frete de qualquer lance do Planalto. A moção de mudança já começa a fugir da esperança errática, explorada pelos evangelismos mais grosseiros; ou do sentimento meramente assistencial na luta contra a exclusão. Ou, sobretudo, de um abandono de uma efetiva visão de esquerda, pela crença de um progresso, vindo da sorte grande do encontro do tesouro do pré-sal. O peso histórico do mandato de Lula segue como a garantia de base para evitar a tentação caudalosa do terceiro mandato. O presidente é o seu único freio, frente ao compromisso com a democracia profunda e as regras do jogo. A eleição carioca serve de cenário à consagração ou à derrubada do evangelismo primário, em que se abrigou a esperança desgarrada dos destituídos.
Evitar a tentação

Qual é o limite?
Artigo - Álvaro Chrispino
O Globo

Este é um momento especial para a sociedade brasileira, visto que está em curso uma grande mobilização em torno da interrupção dita terapêutica da gestação de anencéfalos. A sociedade deve manifestar sua vontade sobre esse tema porque a decisão que o STF foi instado a tomar terá impacto sobre as nossas vidas e as das gerações futuras. Gostaríamos de refletir sobre a questão a partir da ótica de André Comte-Sponville, filósofo francês que propõe quatro ordens ou limites a serem obedecidos nos estudos de fenômenos como esse. A primeira ordem é a tecnociência, na qual impera a busca pelo conhecimento. Quando se avalia um fenômeno tecnocientífico deve-se perguntar para a biologia, para a genética, para a física: "Qual o limite?" A segunda ordem é a jurídico-política e se propõe a apresentar regramentos e limites à primeira ordem. Essa ordem não se limita a si mesma e não é capaz de legislar sobre o egoísmo, sobre o ódio, sobre o desprezo, e necessita de uma limitação externa que é realizada pela terceira ordem.
Qual é o limite?

Questão de ética
Artigo - João Oreste Dalazen
O Globo

A adoção de um Código de Ética Judicial tem o propósito de servir de guia para melhorar o serviço público de administração da Justiça, ao erigir um conjunto de valores e princípios por que devam orientar-se os magistrados. De uns tempos a esta parte, máxime a partir da instalação do Conselho Nacional de Justiça, preocupamo-nos com a eficiência, a modernização, a gestão e o planejamento estratégico do Poder Judiciário. Sem embargo da extraordinária relevância da consecução de tais objetivos, isso apenas não é suficiente para alcançar-se uma Justiça de superior qualidade.
Questão de ética

Um quadro estarrecedor
Artigo - Marcelo Itagiba
O Globo

A interceptação telefônica é um instrumento fundamental e necessário para a identificação e reunião de provas contra autores de crimes graves, como o de colarinho branco, corrupção, lavagem de dinheiro, contrabando, tráfico de armas e drogas. O emprego deste mecanismo na desarticulação das organizações criminosas deve seguir os estritos limites da lei. Afinal, a inviolabilidade das comunicações está protegida pela Constituição Federal. A lei que regulamentou a escuta no país definiu que a interceptação é permitida somente quando a autoridade policial fundamentar, de forma sólida, que a sua execução é indispensável à elucidação de um crime e ficar devidamente demonstrado não ser possível, por outros meios, colher as informações. Em suma, a regra é a preservação da privacidade. A sua invasão, quando autorizada pela Justiça, é uma exceção.
Um quadro estarrecedor

Governo contesta indicador do Bird
Sergio Leo
Valor Econômico

O Banco Mundial (Bird) prejudica o Brasil ao patrocinar a divulgação de um indicador incorreto, com graves falhas metodológicas: o "Doing Business", criado por técnicos da instituição para apontar custos de investimentos em diversos países, provocados pela burocracia. A acusação, do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, inspirou uma batalha nos bastidores, entre o governo brasileiro e autoridades do banco, que o ministro, irritado, resolveu tornar pública. Não é implicância do ministro: executivos do próprio Banco Mundial dão razão às queixas sobre "falhas graves" no relatório. Um dos motivos da reclamação do ministro é o uso dos dados da cidade de São Paulo como única referência para a classificação do Brasil no ranking do "Doing Business" - a cidade está entre as de pior desempenho na maioria dos indicadores. Lá, o tempo para se abrir uma empresa chega a ser quase quatro vezes superior ao de outras capitais brasileiras segundo dados do próprio "Doing Business". No relatório do Banco Mundial, o Brasil, aparece atrás de países como Venezuela e Argentina no quesito cumprimento de contratos, o que, para técnicos brasileiros, se deve fato de que o indicador se baseia em apenas dois tipos de disputas judiciais: cobrança de cheques sem fundos e despejo de inquilino.
Relatório do Bird tem falhas sobre o Brasil

Por dentro do mercado - BC mira no câmbio e acerta especulador
Luiz Sérgio Guimarães
Valor Econômico

Um fenômeno raro aconteceu no mercado de câmbio. As cotações do dólar no mercado à vista não foram, na sexta-feira, determinadas pelas armações tecidas por especuladores nos mercados de derivativos cambiais da BM&F. Para desespero dos "hedge funds" pesadamente comprados (aposta na alta do dólar), pela posição de quinta-feira, em US$ 6,87 bilhões ocorreu justamente o contrário: o pregão físico ditou o comportamento do mercado futuro, e este travou, já nas primeiras horas da manhã, quando foi atingido o limite de baixa de 5% definido pela BM&F . A inversão dos papéis só foi possível por causa da correta decisão do Banco Central de fornecer empréstimos em dólar aos bancos para suprir a ausência de linhas externas aos exportadores. E o BC fez dois leilões de linhas num momento de euforia geral nos mercados desencadeada pela intenção do governo americano de criar uma empresa para absorver os títulos podres que hoje contaminam as carteiras de instituições e não encontram financiadores.
Por dentro do mercado - BC mira no câmbio e acerta especulador

"Taxa verde" paga por consumidor sustenta marketing
Ben Elgin e Diana Holden
Valor Econômico

Mais de 750 companhias de serviços públicos dos Estados Unidos afirmam ter encontrado uma nova maneira de conter o aquecimento global. Elas oferecem aos clientes a oportunidade de pagar um extra sobre suas contas de energia elétrica para a geração de "energia verde". Mas, em muitos casos, boa parte do dinheiro é desviada para cobrir custos de marketing e pouca coisa segue para a geração de energia renovável adicional.
"Taxa verde" paga por consumidor sustenta marketing

Crise coloca em xeque os pilares do capitalismo
David Wessel
Valor Econômico

A semana passada marcou uma mudança decisiva na evolução do capitalismo americano.

O Setembro Negro, o maior choque financeiro desde a Grande Depressão, está levando dois republicanos, o secretário do Tesouro, Henry Paulson, e o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, a realizar a maior intervenção do governo na economia desde os anos 30, numa tentativa de impedir a devastação econômica daquela crise. Abandonando a estratégia de um resgate por vez usada nos últimos meses, o governo americano mudou subitamente para um amplo ataque ao que Paulson chama de "raiz dos problemas de nosso sistema financeiro": os créditos podres nos balanços dos bancos do país.
Crise coloca em xeque os pilares do capitalismo

Um mercado barato, mas de alto risco
Coluna - Angelo Pavini
Valor Econômico

O vaivém da semana passada mostrou finalmente por que se diz que a bolsa é um investimento de risco. O Índice Bovespa chegou a cair 12,38%, para 45.908 pontos na quarta-feira, mas encerrou a semana com chave de ouro, com ganho de 9,57% somente na sexta-feira, a maior alta desde 15 de janeiro de 1999, quando o Brasil deixou o real flutuar e o índice subiu 33,40%. O Ibovespa ainda encerrou a semana em alta, de 1,27%, aos 53.055 pontos. A recuperação, impulsionada pela expectativa com o fundo de ajuda aos bancos americanos, não eliminou, porém, todas as perdas no ano, que estão em 16,95%, dos quais 4,71% só neste mês. Há, portanto, diversas oportunidades para quem olha os fundamentos das empresas, apesar de esses fundamentos terem valido pouco ultimamente. É o que a movimentação dos estrangeiros na Bovespa, cujo saldo no mês, até dia 17, está negativo em R$ 1,482 bilhão, elevando o acumulado no ano para o recorde de R$ 18 bilhões.
Um mercado barato, mas de alto risco

Policiais civis de SP mantêm greve

Monitor Mercantil

Eletrobrás pede US$ 500 milhões ao Bird
A Eletrobrás pediu ao Banco Mundial (Bird) um financiamento de US$ 500 milhões para o seu processo de reestruturação, afirmou o presidente da empresa, José Antonio Muniz Lopes. No mês passado, a Eletrobrás já havia obtido empréstimo, de US$ 600 milhões, da Corporação Andina de Fomento (CAF) para financiar seus planos de investimento. Muniz espera que a crise do sistema financeiro americano não seja empecilho para a estatal obter os recursos do Bird e garante que ela não comprometerá o plano de investimentos da Eletrobrás.
Policiais civis de SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário