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Artigo mostra um Lêdo Ivo raro e inédito

Guardar o que está perdido
Lêdo Ivo
A mulher de Noé não queria entrar na arca e chegou mesmo a esbofetear o marido. A Bíblia silencia a respeito desse episódio do Dilúvio, mas sua veracidade é irrefutável. Ele atravessa milênios e figurava nos milagres medievais – naquelas peças teatrais que, ao lado dos mistérios, duraram seis séculos. No Essai sur la littérature anglaise, Chateaubriand indica que esse desentendimento familiar ilustrava as representações teatrais da Idade Média. “La femme de Noé refusait d´entrer dans l´arche et souffletait son mari”. A mulher de Noé esbofeteou o marido? Sim e não: é verdade e é mentira, realidade e ficção. Esse fato, ou preclara invenção da manhã dos tempos, conduz-me à natureza da vida, e de seu desdobramento criador que é a arte. A criação literária é ao mesmo tempo confissão e escondimento. Todos falamos a verdade e todos mentimos. A nossa própria existência, soma inumerável de versões intestinas e alheias, é uma ficção. (...)
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Um dos aspectos contidos no universo machadiano é a música. Basta relembrar a participação efetiva do escritor no Clube Beethoven e sua apreciação pelos clássicos. Inspirada no gosto musical de Machado de Assis, a Academia Brasileira de Letras trouxe para o 4º Ciclo de Conferências a análise do jornalista Luis Paulo Horta e do professor da USP, José Miguel Wisnik. A coordenação é do poeta e secretário-geral da ABL, Ivan Junqueira. "A música em Machado de Assis" está disponível em vídeo e fotografia para consulta no Arquivo Múcio Leão.
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