terça-feira, 22 de julho de 2008

'Máfia Verde' é discutida na Amcham Brasil

(Alerta em Rede) - A legitimidade de ONGs ambientalistas vem sendo crescentemente questionada em vários fóruns como, por exemplo, ocorreu em 29 de maio passado na Amcham Brasil, cujo Comitê de Meio Ambiente recebeu o jornalista Lorenzo Carrasco para discorrer sobre o tema. Apresentado como coordenador editorial dos livros ‘Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial’ e ‘Máfia Verde 2: ambientalismo, novo colonialismo’, Carrasco, que integra o conselho Editorial deste Alerta, concedeu uma entrevista ao portal da Amcham Brasil naquele mesmo dia, cujos principais trechos reproduzimos abaixo:
Amcham: Como o sr. avalia a gestão da ex-ministra Marina Silva?
Lorenzo Carrasco: A ex-ministra Marina foi resultado de uma política que começou a se impor no País a partir do assassinato de Chico Mendes (em 1988). Sua carreira política como ambientalista está vinculada a esse fato. Ela nunca teve uma base política no País. Seu apoio veio de fora. O presidente Lula a anunciou nos Estados Unidos porque o que interessava aos mercados internacionais eram o presidente do Banco Central e a ministra Marina, uma ambientalista conhecida. Essa foi a cota do poder da governança global dentro do governo Lula. Ela permaneceu apesar da oposição grande dentro do próprio governo. Esperava-se que ela saísse ao final do segundo mandado, mas a pressão internacional impediu que houvesse uma reforma ministerial nesse sentido.
Amcham: E com relação às políticas adotadas pela ex-ministra?
Lorenzo Carrasco: Penso que ela, em termos das políticas de preservação, foi um fracasso. Foi um sucesso apenas no sentido de criar obstáculos ao desenvolvimento por meio, por exemplo, de demora nos licenciamentos. Nesse contexto, para os interesses externos que ela representava, foi exitosa. Por isso a repercussão no exterior lamentando sua saída.
Amcham: Quais foram esses fracassos?
Lorenzo Carrasco: A política [dela] fracassou ao não impedir as usinas do Complexo Madeira, o avanço do plano nuclear com Angra 3 – que está em fase de licitação – e a aprovação da lei de transgênicos. Se ela tivesse êxito nessas questões, teria parado o País. Onde mais rotundamente se mostra o fracasso é o plano de desmatamento.
Amcham: A renúncia então foi essencialmente positiva?
Lorenzo Carrasco: Ela fecha um ciclo de 20 anos em que o País não investiu em infra-estrutura. Isso não pode mais continuar. Abre-se um ciclo de crescimento no Brasil em que, pelas circunstâncias globais – tanto no campo energético como no alimentício –, temos uma grande oportunidade de mudança de estágio de desenvolvimento. Precisamos usar esse potencial econômico para produzir um nível de industrialização diferente, com alta tecnologia e moderno e, em função disso, ter muito mais recursos para promover uma convivência pacífica entre meio ambiente e desenvolvimento, como é na Europa e nos Estados Unidos. Não há contradição. É uma enorme janela de oportunidade que se abre. [..]
Amcham: O sr. é fávorável à administração do Plano Amazônia Sustentável pela Secretaria Especial de Planejamento Estratégico, fora da pasta do Meio Ambiente?
Lorenzo Carrasco: Foi uma decisão absolutamente acertada. O meio ambiente tem que estar subordinado ao desenvolvimento nacional, não pode ser o centro da política. Isso é uma exigência de fora, por propósitos não confessados. Não se pode colocar o meio ambiente no centro de tudo e dizer que não importa que os homens não tenham emprego, não haja energia nem transportes.
Amcham: Isso justifica a afirmação de João Paulo Capobianco, que assumiu o Ministério do Meio Ambiente interinamente após a saída de Marina Sillva, de que a pasta não é vista como de primeira classe?
Lorenzo Carrasco: O Ministério do Meio Ambiente sempre teve uma missão subordinada ao Ministério do Desenvolvimento. Deve ser assim. Ele tem que ser submetido à racionalidade do crescimento econômico. Isso é o que ocorre na Europa e nos Estados Unidos, onde o meio ambiente não é um obstáculo aos investimentos.
Amcham: O que o sr. pensa a respeito da intenção de Minc de criar um fundo misto para financiar a preservação da área amazônica?
Lorenzo Carrasco: A prervação da Amazônia e a ajuda internacional são muito bem-vindas, mas essa ajuda tem que vir no âmbito de decisões de soberania nacional. Tudo tem que começar em um plano nacional. Se esses recursos que Carlos Minc promete estão enquadrados em uma política nacional de preservação, serão muito bem recebidos.

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