quinta-feira, 3 de julho de 2008

Minha carta para o mestre Helio Fernandes, publicada no "Tribuna da Imprensa", ontem, dia 02/06

Hidrelétricas

Meu caro mestre Helio Fernandes, lendo matéria do novo portal do site "Nação do Sol" vejo que as estatais brasileiras, que participaram da concorrência da necessária hidrelétrica de Jirau, ao invés de unirem forças, concorreram entre si, o que beneficiou as transnacionais estrangeiras. Na concorrência, dois grupos se apresentaram.
Tanto o primeiro (Odebrecht - Furnas - Cemig - Andrade Gutierrez) quanto o segundo grupo (Suez - Camargo Correia - Chesf - Eletrosul) tinham estatais dos dois lados, concorrendo entre si. De um lado Furnas e Cemig, que ainda se diz estatal, mas está dominada por interesses estrangeiros em detrimento dos mineiros; do outro, Chesf, estatal do São Francisco, e Eletrosul, já privatizada, dominada pelo ramo de energia da Suez.
Perguntinha simples para nosso ministro Lobão responder: "Por que as nossas estatais não se reuniram para executar a obra e manter o fundamental controle das hidrelétricas em mãos brasileiras, sem ingerências, sem remessas de lucro, sem submissão?"
A desculpa da abertura internacional, o mesmo problema da questão dos novos poços de petróleo, é a da "falta" de recursos. E aí entra o problema estrutural de tudo que acontece de ruim: como um País que paga 200 bilhões de dólares de juros da dívida em um ano não tem dinheiro? Além disso, por certo o BNDES vai financiar a obra, como sempre, com o dinheiro de todos nós.

Said Barbosa Bib, historiador e assessor do ex-presidente Sarney - Brasília (DF)

RESPOSTA DE HELIO FERNANDES - Excelente tua carta, Said. Principalmente, porque você colocou todas as questões de forma irrefutável. Perfeita a idéia de que as estatais deveriam se juntar em vez de combaterem entre si. Desvenda o fato da "Cemig, que ainda se diz estatal, mas está dominada e beneficiou transnacionais estrangeiras".
Nada surpreendente, pois a mesma direção favoreceu grupos estrangeiros dentro da Petrobras, escândalo que teve como punição apenas a demissão e relatório devastador, em meu Poder. (Publiquei uma parte há tempos, é muito grande). Acredito que Aécio Neves nem deve saber disso. Muito boa também a tua indagação ao ministro(?) Lobão, que está satisfeitíssimo. Em suma, Said, meus parabéns.

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