Em 10 anos, Furnas foi salva. Agora, querem soterrar a Petrobras
O Centro de Memória da Eletricidade no Brasil, presidido pelo engenheiro Mario Bhering (ex-presidente da Eletrobrás), lançou verdadeira enciclopédia sobre a energia elétrica do Brasil.
São 725 páginas maravilhosas, reconstituindo uma história de mais de 100 anos. Na passagem do século 19 para o 20, a energia elétrica chegou ao País. A posição do presidente FHC fica indefensável.
O então presidente tentou privatizar (leia-se: DOAR) a geração de energia no Brasil. Recuou diante da resistência, mas avançou inacreditavelmente no setor de distribuição. Na verdade FHC sempre foi de desistir sem reagir, e por causa dessa característica conseguimos (o Brasil) salvar alguma coisa.
Furnas, por exemplo, foi salva pela resistência que venceu a imprudência e a incompetência. FHC tinha compromissos de DOAR a grande empresa, que era presidida por Luiz Carlos Santos, nomeado pelo próprio FHC. Mas quando o então presidente já tinha o projeto concebido, montado e que iria ser entregue, que palavra, veio o obstáculo da convicção.
Luiz Carlos Santos, sabendo ouvir e fazer, refletiu, considerou, se convenceu, foi ao presidente da República. E com a maior sinceridade, lealdade e credibilidade, disse a ele: "Presidente, não posso concordar com essa privatização (continuem mudando para DOAR), tenho que pedir demissão do cargo".
Entreguista mas não de todo intelectualmente alienado, FHC percebeu. Se o presidente de Furnas pedisse demissão naquele momento, evidentemente seria ouvido pelos mais diversos órgãos de comunicação. E o presidente sabia, não podia fugir da verdade: "Deixo a presidência de Furnas por não concordar em DOÁ-LA".
Luiz Carlos Santos ficou até 31 de março de 2002, quando deixou o cargo para voltar, como sempre, à Câmara Federal, o que conseguiu facilmente. (Em 2006 não quis mais ser candidato. O ex-deputado de SP manteve a empresa no auge).
Depois dele, um interino, até que 9 meses depois (a geração de uma vida que pode se comparar com a geração da energia fundamental) veio um especialista em eletricidade e em administração, José Pedro Rodrigues.
Consolidou Furnas, transformou-a na segunda maior empresa do mundo em geração e distribuição de energia. (Só existe outra maior, na Rússia).
E se Furnas tivesse sido DOADA como tantas outras? FHC ainda quis DOAR a Petrobras, era muita coisa para ele. Não tinha cacife ou gabarito para tanto. Mas fez aprovar a Lei 9478, que criou as FAMIGERADAS LICITAÇÕES, que obrigam a Petrobras permitir que multinacionais globalizadas exportem o petróleo brasileiro, como se fôssemos o Irã, Iraque, Arábia Saudita e todos aqueles Azerbaijão e Cazaquistão da Rússia. (Isso antes do milagre do pré-sal).
PS - Leiam o livro de Mario Bhering, e compreendam porque me empenho tanto em salvar empresas elétricas, da mesma forma como lutei para salvar Furnas, a Petrobras, o Banco do Brasil e todas as nossas riquezas.
PS 2 - Agora querem destruir a Petrobras, coisa que nem FHC teve coragem de fazer. Se a Petrobras for destruída ou simplesmente atingida, não haverá Petro-Sal que vá buscar esse óleo a uma profundidade que ninguém conhece. Tudo suposição.
PS 3- Heraclito Fortes: ninguém esperava sua ligação com o Opportunity. O senador diz que é acusação vazia, que nem conhece o "banqueiro".
Veja a coluna completa do Helio:
http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=helio
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