Edson Lobão, a formiga...ou "poste" atômico? Lula nunca se divertiu tanto com 64% de popularidade
Exatamente há 20 anos, começava a construção de Angra 3. Ficou parada enquanto não interessava politicamente, agora está para ser retomada. Mas o "ministro" Edson Lobão não fala apenas em Angra 3, garante: "Construiremos 60 usinas nucleares, uma por ano". Mesmo os mais apaixonados pela energia nuclear, duvidam dos números. Nenhum país tem 60 usinas nucleares.
Estão todos enganados com Edson Lobão. Ele não quer voltar para o Senado e ser presidente. Quer ser presidente, mas da República. Como todos estão convencidos de que Lula "elege um poste", e tendo a compreensão de que ninguém é "mais poste político e eleitoral do que ele", Lobão resolveu apostar como se estivesse em Las Vegas.
E não está fazendo nada por acaso ou circunstância. Assim que tomou posse rompeu com Sarney. E rompeu ostensivamente, de modo a não deixar dúvidas. A primeira providência: cortou a publicidade da Organização Jornalística de Sarney no Maranhão. O próprio ex-presidente não acreditou.
Era uma jogada planejada. Tendo vivido sempre no vácuo de Sarney, se Lobão continuasse como "teleguiado", "cronometrado", e "manipulado" por Sarney, não teria a menor chance. Lógico, iriam dizer: "Lobão quer ser presidente empurrado por Sarney". Dessa forma viria o veto, inevitável e acumulado, pois ficariam todos contra ele, os amigos e os inimigos de Sarney.
A jogada é tão inteligente e serve a tantos e tão conciliáveis objetivos e ambições, que não pode ter saído ou surgido da cabeça de Edson Lobão. Ele é um personagem ou coadjuvante, que implantado no sistema, (mesmo em código) pode se beneficiar, mas não de forma irrefutável. Apareça como possível presidenciável, coisa que não imaginou nem mesmo no delírio do sonho ou da simulação.
Vejamos. Lula domina completamente o PT-PT, os "postes" com os quais precisava manobrar, eram todos da sua legenda. Agora, mesmo passageiramente, tem um nome do PMDB até para assustar, intimidar ou mesmo negociar com o próprio PMDB. E no partido da base, podem ridicularizar a "hipótese" Lobão, mas dentro do partido, quem é que já foi senador, governador, senador, ministro?
Racha o PMDB? Longe disso, une a parte "unível" de um partido que esteve sempre dividido. Hoje o PMDB tem uma parte intransigente, menor, e a outra parte, maior, que espera a chegada de um Lobão como esse. Portanto, é mais do que uma revelação, é uma revolução. Partidária.
Agora, vejamos as chances de Lula, com a popularidade no auge, eleger um "poste". Getúlio Vartas elegeu o marechal Dutra, em 1945, ainda não surgira a expressão, mas ninguém era mais "poste" e inelegível do que o marechal. Acontece que Vargas foi 15 anos ditador, derrubado em 29 de outubro e com eleição marcada e realizada 33 dias depois, em 2 de dezembro do mesmo 1945.
Não houve inelegibilidade, ninguém foi punido ou afastado, personagens que ocuparam os governos (nacional, estadual e municipal) por 15 anos, puderam se candidatar aos cargos que escolheram. E com a vantagem da legislação eleitoral ser inteiramente diferente.
Cada cidadão podia se candidatar a deputado por 7 estados e a senador por 1, o que regionalizava as eleições. Vargas se elegeu deputado pelos 7 estados e a senador por 1, o Rio Grande do Sul. Tinha que optar, lógico, ficou com a vaga de senador do seu estado, mais longa e mais importante.
Pela primeira vez na história o Partido Comunista lançou candidato a presidente, o engenheiro Iedo Fiuza, que teve 9 por cento dos votos. Prestes, que apoiava o marechal Dutra, também ganhou em vários estados. Sendo que aqui, no Distrito Federal se elegeu ao mesmo tempo, deputado e senador.
Como se vê, muito diferente. Era uma eleição presidencial em cada estado, com as ramificações que o ditador plantara em 15 anos. Como candidato, Lula não teria nem concorrentes, quem disputaria com ele? Ganharia no primeiro turno se fosse possível ser candidato. Mas "eleger um poste?"
Estão todos enganados com Edson Lobão. Ele não quer voltar para o Senado e ser presidente. Quer ser presidente, mas da República. Como todos estão convencidos de que Lula "elege um poste", e tendo a compreensão de que ninguém é "mais poste político e eleitoral do que ele", Lobão resolveu apostar como se estivesse em Las Vegas.
E não está fazendo nada por acaso ou circunstância. Assim que tomou posse rompeu com Sarney. E rompeu ostensivamente, de modo a não deixar dúvidas. A primeira providência: cortou a publicidade da Organização Jornalística de Sarney no Maranhão. O próprio ex-presidente não acreditou.
Era uma jogada planejada. Tendo vivido sempre no vácuo de Sarney, se Lobão continuasse como "teleguiado", "cronometrado", e "manipulado" por Sarney, não teria a menor chance. Lógico, iriam dizer: "Lobão quer ser presidente empurrado por Sarney". Dessa forma viria o veto, inevitável e acumulado, pois ficariam todos contra ele, os amigos e os inimigos de Sarney.
A jogada é tão inteligente e serve a tantos e tão conciliáveis objetivos e ambições, que não pode ter saído ou surgido da cabeça de Edson Lobão. Ele é um personagem ou coadjuvante, que implantado no sistema, (mesmo em código) pode se beneficiar, mas não de forma irrefutável. Apareça como possível presidenciável, coisa que não imaginou nem mesmo no delírio do sonho ou da simulação.Vejamos. Lula domina completamente o PT-PT, os "postes" com os quais precisava manobrar, eram todos da sua legenda. Agora, mesmo passageiramente, tem um nome do PMDB até para assustar, intimidar ou mesmo negociar com o próprio PMDB. E no partido da base, podem ridicularizar a "hipótese" Lobão, mas dentro do partido, quem é que já foi senador, governador, senador, ministro?
Racha o PMDB? Longe disso, une a parte "unível" de um partido que esteve sempre dividido. Hoje o PMDB tem uma parte intransigente, menor, e a outra parte, maior, que espera a chegada de um Lobão como esse. Portanto, é mais do que uma revelação, é uma revolução. Partidária.
Agora, vejamos as chances de Lula, com a popularidade no auge, eleger um "poste". Getúlio Vartas elegeu o marechal Dutra, em 1945, ainda não surgira a expressão, mas ninguém era mais "poste" e inelegível do que o marechal. Acontece que Vargas foi 15 anos ditador, derrubado em 29 de outubro e com eleição marcada e realizada 33 dias depois, em 2 de dezembro do mesmo 1945.
Não houve inelegibilidade, ninguém foi punido ou afastado, personagens que ocuparam os governos (nacional, estadual e municipal) por 15 anos, puderam se candidatar aos cargos que escolheram. E com a vantagem da legislação eleitoral ser inteiramente diferente.
Cada cidadão podia se candidatar a deputado por 7 estados e a senador por 1, o que regionalizava as eleições. Vargas se elegeu deputado pelos 7 estados e a senador por 1, o Rio Grande do Sul. Tinha que optar, lógico, ficou com a vaga de senador do seu estado, mais longa e mais importante.
Pela primeira vez na história o Partido Comunista lançou candidato a presidente, o engenheiro Iedo Fiuza, que teve 9 por cento dos votos. Prestes, que apoiava o marechal Dutra, também ganhou em vários estados. Sendo que aqui, no Distrito Federal se elegeu ao mesmo tempo, deputado e senador.
Como se vê, muito diferente. Era uma eleição presidencial em cada estado, com as ramificações que o ditador plantara em 15 anos. Como candidato, Lula não teria nem concorrentes, quem disputaria com ele? Ganharia no primeiro turno se fosse possível ser candidato. Mas "eleger um poste?"
PS - Além do mais, é preciso examinar a resistência desse "poste". Edson Lobão, presidente, com "Edinho 30" ministro chefe da Casa Civil? Uma afronta que nenhuma jogada consolidará e nenhum cidadão aceitará.
Amanhã
No dia 1º de outubro, no Clube Militar, importante "encontro de Amazonidas". Quem debaterá, quem devia debater também.
Amanhã
No dia 1º de outubro, no Clube Militar, importante "encontro de Amazonidas". Quem debaterá, quem devia debater também.
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