segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Observatório

Segunda-feira, 08 de setembro de 2008

Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00.

Defesa “Inventiva”

Correio Braziliense

Festa do Sete de Setembro aquece debate sobre as mudanças que o governo prepara na área militar. O presidente deve se reunir esta semana com ministros e comandantes para decidir rumos da reforma

O governo aproveitou a comemoração ontem, em Brasília, do Dia da Independência para promover o novo Plano Estratégico de Defesa. A tarefa coube ao ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, que junto com o colega da Defesa, Nelson Jobim, está encarregado do projeto. Unger afirmou que a proposta está sendo elaborada para tornar as Forças Armadas as mais “audaciosas” e “inventivas” do mundo. O plano deveria ter sido anunciado ontem, mas foi adiado por falta de orçamento fechado e definição das áreas de atuação de cada ministério. Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve reunir-se com Mangabeira, Jobim e Dilma Rousseff (Casa Civil), além dos comandantes das três Forças, para bater o martelo. Depois do encontro as pastas começarão a preparar o anúncio para as próximas semanas.

A pátria em festa

Brasil S.A - Discussões que valem

Correio Braziliense

Distinção entre sistemas de seleção e de remuneração dos setores públicos e privados e seus efeitos

Na coluna da semana anterior publiquei um comentário postado por um leitor do Blog do Servidor (http://www.correiobraziliense.com.br/html/blog/blog.shtml): “Ser servidor público é uma grande benção. Só quem já trabalhou em empresa privada conhece as diferenças. Qualquer coisa é motivo pra demissão. Não pode atrasar, não pode faltar, não pode ficar doente, não pode falar ao telefone, não pode conversar com o colega, não pode acessar internet, só pode trabalhar feito escravo e dá lucro para o patrão. O serviço público é o céu!” (sic). Recebi uma observação de outro servidor público, que me cobrou publicar sua visão. Escreveu que, para ser funcionário, é preciso estudar muito e passar em concursos concorridíssimos, continuar estudando, investindo na formação. O resultado seria o salário elevado que algumas categorias — especificamente as “típicas de Estado” — recebem. A remuneração é conseqüência, portanto, da exigência da seleção a que são submetidos os candidatos.

Brasil S.A - Discussões que valem

Copom decide ritmo de alta dos juros básicos

Correio Braziliense

A semana é decisiva na definição dos juros básicos da economia como forma de controle do surto de inflação. Amanhã e quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne para decidir se será mantido o ritmo de alta de 0,75 ponto percentual na Taxa Selic, que está fixada em 13% ao ano. Entre as informações a serem analisadas pelos diretores do BC constam a perda de fôlego da inflação em agosto, o recorde no uso da capacidade instalada nas indústrias em julho e a maior volatilidade no mercado financeiro mundial. Outra informação relevante para o Copom será a pesquisa Focus, a ser divulgada hoje, e que traz as expectativas do mercado para a inflação em 2008 e em 2009. As previsões para a variação de preço este ano haviam melhorado, para o ano que vem, contudo, ainda se mostravam acima do centro da meta oficial de 4,5%. Nesta semana, os diretores do BC voltam a monitorar a pesquisa para detectar se os agentes projetam menor pressão de preços para o próximo ano.

Copom decide ritmo de alta dos juros básicos

Socorro de R$ 200 bi a gigantes imobiliárias

Correio Braziliense

Governo americano intervém na Freddie e Fannie e determina a troca de diretores. Companhias possuem US$ 6 tri em empréstimos. O Tesouro americano colocou sob tutela as companhias de refinanciamento hipotecário Freddie Mac e Fannie Mae, até que se recuperem da crise financeira provocada pelo estouro da bolha de crédito imobiliário. “Esse plano é o melhor meio de proteger nossos mercados e os contribuintes do risco sistêmico imposto pela situação financeira atual”, declarou o secretário americano do Tesouro, Henry Paulson, em anúncio feito ontem. De acordo com o Tesouro americano, as duas companhias possuem quase a metade dos US$ 12 trilhões em empréstimos para a habitação nos EUA e emitiram US$ 5 trilhões em títulos apoiados por dívida e hipoteca. Mais de US$ 3 trilhões desses fundos estão nas mãos de instituições financeiras dos EUA, enquanto o restante pertence estrangeiras.

Socorro de R$ 200 bi a gigantes imobiliárias

Os mercenários do desporto e a dupla nacionalidade

Roberto Soares de Vasconcellos Paes

Correio Braziliense

Consenso que se universaliza é a crescente influência que o desporto exerce sobre o comportamento dos homens, não mais se limitando a lhes apurar os limites e renovar os vínculos da convivência social. Por exemplo, no Brasil, onde a organização desportiva integra o patrimônio cultural e é considerada de elevado interesse social (Lei nº 9.615/98), o saudoso Nelson Rodrigues filosofou que a Seleção de futebol “é a pátria em calções e chuteiras, a dar rútilas botinadas, em todas as direções. O escrete representa os nossos defeitos e as nossas virtudes”.

Os mercenários do desporto e a dupla nacionalidade

Pré-sal: o sertão não virou mar

Artigo - Wagner Victer

Correio Braziliense

Finalmente tivemos declarações realistas e objetivas a respeito dos recursos do óleo e gás do chamado pré-sal. Em entrevista que precedeu ao evento de comemoração da produção de petróleo da camada do pré-sal, no Espírito Santo, dirigentes da Petrobras disseram claramente que as acumulações de óleo desta tão comentada área não são continuas e sim, como seria de se esperar, concentrações que, embora possivelmente de grande porte, são isoladas, não existindo assim o anunciado "mar de petróleo" para caracterização da situação na qual não se colocam os chamados "riscos geológicos".

Pré-sal: o sertão não virou mar

Fim da gordura trans é voltar à época da banha, diz indústria

RICARDO WESTIN

Folha de S. Paulo

Associação dos fabricantes ironiza proposta do Ministério da Saúde de eliminar esse ingrediente dos alimentos. A Organização Mundial da Saúde recomenda que um adulto não consuma mais que dois gramas de gordura trans por dia. As indústrias rechaçam qualquer prazo para eliminar a gordura trans dos alimentos consumidos no país. O presidente da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação), Edmund Klotz, reage com ironia ao comentar os planos do Ministério da Saúde de ver, em pouco tempo, o Brasil livre da mais danosa das gorduras. "Se for fixado um prazo para acabar com a gordura trans, vamos ter de criar porco de novo e voltar à velha banha", afirma Klotz. "Ainda não temos nada com um resultado final parecido com o dessa gordura." Neste ano, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, convocou os fabricantes e defendeu o modelo do Canadá, que deu três anos para que o ingrediente fosse banido.

Indústria diz que está longe de zerar a gordura trans

Entrevista - Roger Agnelli: Brasil nunca esteve tão consciente

SÉRGIO MALBERGIER e KENNEDY ALENCAR

Folha de S. Paulo

Para o presidente da Vale, país tem vantagens competitivas, mas precisa ainda investir pesadamente em educação e infra-estrutura

Brasil nunca esteve tão consciente

No comando da mineradora Vale do Rio Doce, maior empresa privada do país, Roger Agnelli, 49, não poupa elogios ao presidente Lula: "Genial, genial. É a síntese de tudo. Impossível não gostar dele". Para um dos principais executivos do país, o Brasil nunca esteve tão apreciado no exterior e tão consciente de seus problemas e potencial. Mas ele reclama das dores do crescimento, como energia escassa e cara. Por isso, quer participar de um consórcio para disputar a construção da hidrelétrica de Belo Monte (PA), que será a segunda maior do país, depois de Itaipu. Leia a seguir trechos da entrevista concedida na sede da Vale, no centro do Rio de Janeiro.

Entrevista - Roger Agnelli: Brasil nunca esteve tão consciente

Fernando Rodrigues - O Estado norte-americano

Folha de S. Paulo

O governo federal nos EUA decidiu ontem intervir nas duas maiores financiadoras do mercado imobiliário local, a Fannie Mae e a Freddie Mac. O contribuinte pagará caro pelo rombo. A linha de crédito inicial disponível é de até US$ 200 bilhões. Há uma análise fácil sobre essa derrocada. "Os EUA seguem o "faça o que eu digo, mas não o que eu faço". Quando a economia deles está em perigo, injetam dinheiro público no setor privado. Se algum país pobre faz igual, é execrado." Essa é só parte da verdade, muito a ver com o cinismo capitalista acima do rio Grande. Mas é recomendável cautela com alguns pressupostos míticos a respeito dos EUA. Primeiro, que o país seja adepto do Estado mínimo e sem regras. Segundo, que o dinheiro será jogado pela janela e os responsáveis pelo rombo irão veranear nas Bahamas.

São duas premissas falsas.

Sobre o tamanho do Estado, um indicador basta. Em 2005 havia 4,1 milhões de funcionários públicos federais nos EUA (incluindo o 1,5 milhão de militares). No Brasil, há cerca de 1 milhão de servidores (sendo 420 mil militares).

Fernando Rodrigues - O Estado norte-americano

Mercado Aberto - Balança de máquinas pesadas deve fechar ano no vermelho

Folha de S. Paulo

Após quatro anos de saldo positivo, a balança comercial de máquinas pesadas feitas sob encomenda, chamadas de não-seriadas, deve fechar 2008 no vermelho, segundo a Abdib (Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústrias de Base). O saldo da balança comercial desses produtos caiu 71% de janeiro a agosto deste ano na comparação com os mesmos meses do ano passado. Com isso, o superávit de US$ 593,5 milhões registrado entre janeiro e agosto do ano passado foi reduzido para US$ 170,8 milhões neste ano. Enquanto as exportações cresceram 32% até o mês de agosto, as importações avançaram 64%. De acordo com Paulo Godoy, presidente da associação, se o ritmo se mantiver, neste ano é possível que haja déficit comercial. Godoy afirma que, entre as máquinas importadas, há tanto equipamentos que não são produzidos no Brasil, e que as empresas precisam encomendar do exterior, como opções feitas no país que foram substituídas por produtos da China.

Mercado Aberto - Balança de máquinas pesadas deve fechar ano no vermelho

Painel - Fora da foto

Folha de S. Paulo

A dificuldade de Geraldo Alckmin não se expressa apenas nos números do mais recente Datafolha, no qual o tucano, estagnado, aparece em situação de empate com um Gilberto Kassab em lenta porém contínua ascensão. Pesquisas qualitativas à disposição de diferentes campanhas indicam que tanto o prefeito do DEM quanto Marta Suplicy estão obtendo sucesso na estratégia de se elegerem mutuamente como adversários. Mais e mais, o debate produzido nos grupos de discussão contrapõe qualidades e defeitos da atual administração e da anterior. Ou seja, o sucessor de José Serra e a candidata do PT. É uma narrativa que deixa Alckmin em algum lugar do passado.

Prévia.

Se Kassab for ao segundo turno, Serra terá obrigatoriamente de se jogar na campanha. Como é provável que Lula faça o mesmo com Marta, há quem enxergue esse eventual embate como uma medição de forças para 2010.

Maionese

O mais recente motivo de atrito entre alckmistas e kassabistas é o jantar de arrecadação que o PSDB promove na quarta-feira. Os primeiros vendem o evento como "a entrada do Serra na campanha". Os segundos fazem tudo para esvaziá-lo.

Painel - Fora da foto


À espera de julgamento, Dirceu quer voltar à vida pública em 2009

Folha de S. Paulo

Principal réu do escândalo do mensalão, o ex-ministro José Dirceu disse à Folha que quer voltar à vida pública em 2009. Ele não quis dizer se existe convite antecipado para trabalhar na prefeitura com algum petista eleito, mas elogiou Marta Suplicy. "Marta governou para São Paulo. Depois do [Mário] Covas, passando por Jânio, Maluf e Pitta, só ela conseguiu recuperar as finanças e reorganizar a administração". A estratégia de Dirceu é similar a de Delúbio Soares. Ele tentará retirar seu processo da alçada do STF, pois alega não dispor de foro privilegiado já que teve seu mandato cassado em 2005. A idéia é antecipar o julgamento na Justiça comum. "Quero ser julgado para poder ser absolvido e ter anistia no Congresso. Vou fazer de tudo para o julgamento ser o mais rápido possível", afirma. Dirceu reclama de ser tratado como condenado. "Tenho 40 anos de vida pública, nunca fui sequer investigado na minha vida. Do dia pra noite, viro chefe de quadrilha e corrupto. Aí falam para mim que vou ser julgado sete anos depois? Não posso esperar", diz.

À espera de julgamento, Dirceu quer voltar à vida pública em 2009

Momento por uma idéia defunta

Artigo - Aldo Pereira

Folha de S. Paulo

A democracia liberal terá de reconhecer que, no sentido original da expressão, "economia de mercado" é idéia morta

O socorro financeiro do governo americano às corporações hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac expôs nova fratura num dos pilares da democracia liberal (economia de mercado, direito de propriedade, liberdade de expressão etc.). O siglônimo Fannie Mae refere-se a Federal National Mortgage Association, "associação hipotecária nacional federal"; e Freddie Mac corresponde a Federal Home Mortgage Corporation, "corporação federal de hipotecas domiciliares". Os nomes sugerem tratar-se de instituições oficiais, mas ambas são sociedades anônimas esdruxulamente respaldadas por fiança estatal. Daí a contingente transfusão de dinheiro público para lhes aliviar a aguda anemia financeira. Inferência: às vezes, nem o mais capitalista dos mercados sara por si.

Momento por uma idéia defunta


Mercado de mentiras e seqüestros

Artigo - Vinicius Torres Freire

Folha de S. Paulo

Atendendo a pedidos do mercado, EUA estatizam quase metade do mercado de financiamento instituição financeira importante provocar um dominó de falências que prejudica até quem nada tem a ver com o pato. Mas o "racional" e "eficiente" mercado financeiro oligopolizado ("muito grande para quebrar") tem o monopólio da desculpa esfarrapada "técnica". Merece o privilégio sistêmico de ser socorrido quando ameaça todo o resto da economia, mas não paga por isso nos tempos de bonança. O outro nome dessa desculpa, "risco sistêmico", é seqüestro: se você não pagar o resgate, eu mato todo mundo; 3. O mercadismo critica de boca cheia "instituições capturadas por grupos de interesse", os quais "politizam a gestão econômica em busca de rendas". Vivem a dizer que "instituições como bancos centrais e agências" têm de ser "independentes" e "técnicas", que o Estado não deve subsidiar empresas etc. Divertido é que, para essa gente, os "rent seekers", os seqüestradores das instituições públicas e devoradores de subsídios e impostos, são sempre os outros -nunca a finança. E agora? Ah, ah, ah. Mostrem-me um liberal.

Mercado de mentiras e seqüestros

O pinto do Manequinho

Artigo - Ruy Castro

Folha de S. Paulo

Na semana passada, arrancaram o pênis do Manequinho, o chafariz na forma de um menino nu, de bronze, que parece urinar, plantado no Mourisco. Por ficar perto da sede do Botafogo, os torcedores alvinegros consideram o Manequinho um dos seus e o vestem com suas cores nas conquistas do clube. Daí estarem atribuindo a castração aos torcedores do Flamengo -como se estes quisessem, simbolicamente, emascular o time da estrela solitária. Monumentos e obras de arte vivem sujeitos a vândalos. "Guernica" já foi atacado com spray. A "Pietà", por um louco armado de marreta. Nem por isso os fãs de Picasso e Michelangelo atribuíram tais agressões aos adeptos de Joan Miró e Leonardo da Vinci. Aqui mesmo no Rio, os óculos da estátua do poeta Drummond, em Copacabana, vivem sendo arrancados. Mas ninguém jamais acusou disso os torcedores de Manuel Bandeira, Ferreira Gullar ou J. G. de Araújo Jorge. Mesmo porque o Manequinho não pertence somente aos botafoguenses. Todos os cariocas gostam dele, e isso desde 1911, quando Belmiro de Almeida o esculpiu e ele foi colocado, a princípio, em frente ao Palácio Monroe, na então avenida Central, onde ficou por muitos anos. Sua associação com o Botafogo só começou em 1957. E o que há de simbólico num pênis infantil cuja finalidade é conduzir a água do chafariz? Psicólogos chamados a opinar vêem outro tipo de símbolo em atos de vandalismo como este. Eles seriam uma forma doentia de demonstrar poder -como se, ao mutilar ou destruir um monumento, o vândalo estivesse se compensando pela própria impotência.

O pinto do Manequinho


BNDES atrasa recursos para implementos

Guilherme Arruda

Gazeta Mercantil

Demora no repasse do Finame causa prejuízo

Caxias do Sul (RS), 8 de Setembro de 2008 - Os fabricantes de implementos rodoviários estão sendo obrigados a esperar até 70 dias para receber repasse de recursos do Finame de contratos para financiamento de equipamentos. O prazo médio, até o final de 2007, estava ao redor de 20 dias. O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), Rafael Wolf Campos, estima que o montante retido hoje oscile entre R$ 500 milhões a R$ 700 milhões. O descompasso tem contribuído para elevar o custo financeiro das empresas, na medida em que elas são forçadas a buscar dinheiro no mercado financeiro como alternativa para atender a agenda de compromissos.

BNDES atrasa recursos para implementos

Primeiro Plano - Portabilidade para poucos

Márcio de Morais

Gazeta Mercantil


Portabilidade numérica exclui mais de cinco mil municípios

A portabilidade numérica não chega a 5.181 municípios brasileiros, que não dispõem de concorrência entre operadoras de telefonia móvel para que o usuário tenha a opção de migrar de serviço. Em 10 anos de atuação para fomentar e fiscalizar as telecomunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) não conseguiu levar a essas cidades, que representam 93,11% do total nacional de 5.564, a competição almejada para o mercado. A agência não informou nem o volume da população desatendida do direito à portabilidade no serviço fixo, nem o número de assinantes que as mais de cinco mil cidades abrigam. Certo é que o universo potencial de 175 milhões de brasileiros com direito à portabilidade - número anunciado pelo presidente da agência, Ronaldo Sardenberg -, não corresponde à realidade ainda limitada da concorrência no mercado do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), designação regulatória do segmento. Do total de assinantes citados pela autoridade federal, 135 milhões são assinantes de celular e os outros 40 milhões, de fixo.

Primeiro Plano - Portabilidade para poucos


Empresas têm 4 meses para se adequar ao Sped

Fernanda Bompan

Gazeta Mercantil


São Paulo, 8 de Setembro de 2008 - Os 14 mil estabelecimentos em todo o País terão apenas quatro meses para se adequar ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) Fiscal, cujo objetivo é tornar mais ágil e detalhar a fiscalização da Receita Federal e das secretarias da Fazenda estaduais e municipais por meio da prestação de informações pela internet. Entretanto, empresas de informática especializadas em soluções fiscais garantem que não dará tempo para todos aqueles estabelecimentos se adequarem. Dos 150 clientes da Lumen IT, por exemplo, apenas 6 já fizeram as adaptações ao programa. "Se o prazo final fosse em 2020, ainda sim haveria muitos reclamando", diz o supervisor do projeto Sped na Receita Federal, Carlos Sussumu. O representante do Fisco garante que o prazo não será adiado, como já ocorreu em janeiro deste ano.

Empresas têm 4 meses para se adequar ao Sped


Governo da Venezuela nacionaliza distribuição

Gazeta Mercantil


O governo da Venezuela assumiu o controle, a partir da última sexta-feira, da distribuição no atacado de combustíveis no país, após a aprovação em segunda instância de uma lei de nacionalização desse setor pela Assembléia Nacional (Parlamento) dominada pela situação. A norma, aprovada na quinta-feira pelo legislativo, estabelece que o Estado se encarregará das operações de distribuição e transporte de combustíveis líquidos "por via terrestre e marítima", erradicando a participação de empresas privadas na intermediação. Segundo a nova lei, a estatal petrolífera venezuelana PDVSA dirigirá toda a cadeia interna de combustíveis, desde a produção e refino petrolíferos até o controle de 70% das operações de fornecimento de gasolina para as estações de venda de varejo. No mercado atacadista de combustíveis operavam a britânica BP e a norte-americana Texaco, em conjunto com as empresas privadas venezuelanas Llanopetrol, Trebolgas, CCM, Lapetrolia, Betapetrol e Petrocanaria. Essas companhias têm um prazo de 60 dias para negociar com o Estado o preço de venda de seus ativos e, no caso de não chegar a um acordo, as autoridades venezuelanas realizarão sua expropriação, segundo a lei.

Governo da Venezuela nacionaliza distribuição


Mercenários dominam setor de informações

Vasconcelo Quadros

Gazeta Mercantil


Ao fazer a analogia dos casos de espionagem que abalaram Brasília nos últimos três anos, a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) passaram a prestar a atenção em um segmento que estava fora do foco das investigações sobre o grampo no telefone do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Ex-servidores da área de inteligência dos dois órgãos que, afastados, passaram para a área privada de segurança e hoje formam uma autêntica rede de mercenários que vende serviços de espionagem a políticos e empresários. O caso que mais vem chamando a atenção dos analistas é o escândalo dos Correios - aquele em que o ex-diretor de compras da estatal, Maurício Marinho aparece na telinha da televisão, em junho de 2005, embolsando uma propina de R$ 3 mil. A denúncia acabou jogando os holofotes nos personagens centrais de uma importante rede empresarial que se utilizava da espionagem para disputar licitações públicas usando como trunfo gravações clandestinas.

Mercenários dominam setor de informações


BRASIL DEVE ULTRAPASSAR A CHINA NA PRODUÇÃO DE CELULOSE ATÉ 2012

Anna Lúcia França

Gazeta Mercantil


Há mais de duas décadas os Estados Unidos eram parâmetro para várias comparações econômicas. Da segunda metade dos anos 1990 para cá a China tornou-se o grande referencial, com potencial para roubar na próxima década o posto de maior economia mundial. Mas em um quesito, pelo menos, o Brasil deve superar esse gigante asiático. Até 2012 o País deve ultrapassar a China em produção de celulose, superando a marca de 18 milhões de toneladas produzidas anualmente e ocupando o terceiro lugar no ranking. Ainda este ano a fabricação da polpa será superior a da Suécia, de 12 milhões de toneladas, e, até o final de 2009, maior que a da Finlândia, de 13 milhões, dois dos mais tradicionais produtores mundiais da matéria-prima do papel. Altera-se, assim, a composição de forças mundiais neste setor.

ATÉ 2012, BRASIL GANHA 3º- LUGAR EM CELULOSE


"Ganhos na Noruega são extraordinários"

Ana Cecilia Americano

Gazeta Mercantil


Se fosse a Noruega a responsável por encontrar enormes reservas petrolíferas em uma hipotética camada pré-sal, o ministro do Petróleo e da Energia daquele país, Bjarne Moe, consideraria, sem pestanejar, a mudança das regras na concessão da exploração. "Só não saberia como fazê-lo, pois precisaria, antes, conhecer os detalhes para avaliar como as novas descobertas impactariam as descobertas anteriores", ponderou o dirigente, sexta-feira, no Rio de Janeiro, durante uma apresentação sobre o modelo norueguês de exploração de petróleo e gás, promovida pela Câmara de Comércio Brasil Noruega, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis e a Norse Energy. A Noruega é o quinto maior exportador de petróleo do mundo e extrai 2,4 milhões de barris por dia. O setor tem importância fundamental na economia e responde por 24% do Produto Interno Bruto (PIB) e 48% das exportações nacionais.

"Ganhos na Noruega são extraordinários"


Dez anos da comercialização de energia elétrica

ARTIGO - Paulo Pedrosa

Gazeta Mercantil

O mercado livre de energia elétrica está completando 10 anos de existência com a atuação dos comercializadores, o que torna o momento mais do que adequado para se fazer um balanço a respeito daquela que é inegavelmente uma das maiores transformações sofridas pelo setor de energia elétrica no Brasil em toda a sua história. Durante décadas, o mercado elétrico teve uma estrutura praticamente inalterada, constituída por geradores que vendiam a energia aos distribuidores e estes aos consumidores. Era uma cadeia produtiva na qual o consumidor final não tinha possibilidade de escolha a respeito do seu supridor. Entretanto, com o surgimento do mercado livre, no bojo de alterações significativas na estrutura do setor elétrico brasileiro, que também levaram ao surgimento do ONS, da Aneel, da CCEE e da EPE, foram criadas as figuras dos agentes de comercialização e dos consumidores livres. Estes, pelo volume da demanda, diferem-se dos consumidores cativos exatamente porque podem optar pelas melhores condições de contratação.

Dez anos da comercialização de energia elétrica

Os viadutos deixaram de ser "sociais"

ARTIGO - Marcos Seabra

Gazeta Mercantil

Se a eleição do prefeito da cidade de São Paulo estivesse sendo encenada em um cassino - o que para alguns realmente o é - poucos estranhariam. A despeito das mudanças na Lei Eleitoral vivemos a mesma realidade de outras disputas: quem tem dinheiro para campanha eleitoral, tem votos. Quem tem votos aparece na frente das pesquisas de intenção de voto e, por isso, conseguem ainda mais votos. Programa de governo? Pouco importa. Com exceção daqueles candidatos que mais parecem personagens saídos diretamente das telas carcomidas pelo tempo de um roteiro traçado e escrito por Federico Fellini, as propostas dos candidatos, outra vez, são tão parecidas que parecem cópias distribuídas aos interessados quinze dias antes do início das campanhas. São promessas de construção de avenidas, viadutos, escolas, hospitais, contratações, disponibilização de vagas e outras tantas. Melhorar o trânsito da cidade é prioridade, primeiro dos jornais e, em seguida e em conseqüência, pelos candidatos. Certamente porque incomoda e traz algum prejuízo financeiro para os paulistanos. Mas nada além disso.

Os viadutos deixaram de ser "sociais"

Informe JB - CPI quer reforço para a Anatel

Jornal do Brasil

A explosão de novas denúncias de que autoridades dos três poderes foram vítimas de grampo também coloca em discussão as ações da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Há um sentimento, entre parlamentares e especialistas do setor, de que o sistema de telefonia do país é vulnerável e a Anatel estaria enfraquecida. A CPI dos Grampos da Câmara vai propor ao governo reforçar a estrutura do órgão. No esboço do parecer que está sendo preparado pelo relator da CPI, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), são propostas medidas para incluir novas atribuições para a Anatel no caso das escutas. Pellegrino diz que no projeto a ser encaminhado pela CPI ao Ministério da Justiça vai estabelecer obrigações mais claras da Anatel com relação aos procedimentos em interceptações legais que deverão ser adotados nas operadoras. Atualmente, cada operadora estabelece suas regras. A agência também deve prevenir a comercialização de equipamentos para interceptação ilegal, que estão sendo oferecidos de forma banal.

De volta

Tem governista querendo aproveitar a nova crise dos grampos para tentar atrapalhar a liderança do deputado ACM Neto na corrida pela prefeitura de Salvador. Deputados do PMDB – ligados ao ministro Geddel Vieira Lima – tentaram aprovar na CPI das Escutas Telefônicas um requerimento convocando a antiga cúpula da Secretaria de Segurança Pública baiana que esteve envolvida no episódio dos grampos do ex-senador ACM. Sobrou para o vice-líder do DEM, José Carlos Aleluia, apagar o incêndio.

Preocupação

O prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT), vai procurar os senadores petistas Aloizio Mercandante (SP) e Ideli Salvatti (SC). Fez as contas e viu que se o Estado do Rio de Janeiro perder recursos dos royalties, como defende o parlamentar paulista, ou ficar a ver navios com a exploração do pré-sal, como pretende a senadora catarinense, a prefeitura não terá como restituir aos cofres do Instituto de Previdência de Nova Iguaçu os R$ 148 milhões de créditos do Previni, retirados a título de antecipação de parcelas dos royalties que serão pagos pela Petrobras até 2025.

Fechou

Os caciques do DEM estão debruçados nos estudos técnicos sobre a exploração da camada pré-sal e vão defender a manutenção do sistema de concessão. Na avaliação dos assessores democratas, a concessão é mais lucrativa por causa dos leilões. Outro ponto da análise técnica diz que o melhor caminho seria, ao invés de criar uma nova estatal, fortalecer a Agência Nacional do Petróleo.

Informe JB - CPI quer reforço para a Anatel

Polícia vaia José Serra e pede melhores condições de trabalho

Jornal do Brasil

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), foi alvo ontem de um protesto de policiais durante o desfile cívico-militar em comemoração ao Dia da Independência. Conforme o protocolo, Serra fez revista à tropa, que tem efetivo de 7 mil militares, no Sambódromo de São Paulo, no Anhembi. Assim que começou o desfile, por volta de 10h15, um grupo de pessoas ligadas ao Sindicato dos Policiais começou a gritar palavras de ordem. Na arquibancada em frente à tribuna reservada às autoridades, eles passaram a ofender o governador: "José Serra, não sou otário, nossa polícia está brigando por salário". Depois, vaiaram Serra, que não reagiu ao protesto.

Polícia vaia José Serra e pede melhores condições de trabalho

Reservado e atento às fileiras militares

Ana Maria Campos

Jornal do Brasil

Presidente do Supremo opta por participação discreta durante o desfile do Dia da Independência e troca poucas palavras com demais autoridades

Uma semana depois de saber que uma conversa sua com o senador Demostenes Torres (DEM-GO) foi alvo de arapongagem, por meio de uma escuta telefônica clandestina, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, participou ontem do desfile cívico do Sete de Setembro. Sentou-se na primeira fila, ao lado de sua mulher, Guiomar Mendes, e cumprimentou de forma protocolar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pelo menos publicamente, os dois chefes de poderes da República trocaram poucas palavras. Pouco antes da chegada do presidente Lula e início da parada militar na Esplanada dos Ministérios, Gilmar Mendes conversou mais calmamente com os ministros da Secretaria de Comunicação, Franklin Martins, e da Justiça, Tarso Genro. O presidente do STF sentou-se ao lado da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e do vice-presidente da República, José Alencar, que estava acompanhado da esposa, Mariza Silva. Ele, no entanto, se dedicou mais a dar atenção ao desfile cívico.

Reservado e atento às fileiras militares

Brasil e Argentina vão abolir dólar no comércio

Jornal do Brasil

Argentina e Brasil assinam hoje acordo para eliminar o dólar do comércio bilateral, que em 2008 chegará a US$ 30 bilhões, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em comentários publicados por um jornal argentino. Anunciada em setembro de 2006 e prevista para entrar em vigor em julho de 2007, a iniciativa visa a reduzir os custos cambiais do comércio bilateral e simplificar o intercâmbio entre os dois países do Mercosul. O acordo será assinado no Brasil, durante cúpula bilateral com a presidente argentina, Cristina Kirchner, em iniciativa que pode vir a se estender aos outros membros do bloco, Uruguai, Paraguai e Venezuela, e a países em processo de adesão. "Vamos assinar com a presidente Cristina Kirchner o acordo que lança oficialmente o uso de reais e pesos em nosso intercâmbio comercial. Vamos abolir o dólar como moeda em nosso comércio", disse Lula em entrevista ao jornal argentino Clarín.

Brasil e Argentina vão abolir dólar no comércio

A conspiração dos demolidores

Coluna - Coisas da Política

Jornal do Brasil

As instituições estão sólidas, mas há quem procure minar os seus alicerces. A partir de fato banal na sociedade tecnológica contemporânea – o registro de conversa telefônica – tentaram armar uma crise política. Revista semanal de São Paulo reproduziu diálogo entre o presidente do STF e um senador da oposição, que não comprometia os interlocutores, nem as instituições que representam. Tanto bastou para que se levantassem contra o Poder Executivo, a partir da denúncia, sem provas, de que a escuta fora promovida pela Abin. O Brasil tem um singular serviço de informações no mundo contemporâneo: não pode interceptar conversações telefônicas, o que qualquer informante privado pode fazer. Não é aceitável a bisbilhotice interna contra adversários do governo. Mas não há motivos para que a Abin esteja proibida de fazê-lo, quando se tratar de defesa contra potenciais inimigos externos – como fazem todos os serviços de inteligência do mundo. Se estivéssemos em tempo ideal, em que tais recursos não fossem usados, seria inconcebível que o fizéssemos. O alvo não é exatamente a Abin. O alvo é a Polícia Federal e alguns de seus delegados. Há algum tempo que a maioria dos servidores da instituição tem resistido contra a utilização política de seus quadros, e há movimento que pretende sua autonomia. Nenhuma instituição policial pode ser auto-regulada e auto-administrada. A Polícia Federal é corporação numerosa, com quadros bem equipados e preparados tecnicamente, e sua subordinação aos órgãos próprios do Estado é absolutamente necessária. A polícia pode – e, até mesmo, deve – recusar-se a servir aos interesses políticos dos governos, mas não arrogar-se a se tornar instituição independente. A experiência nos mostra que a polícia, nos regimes ditatoriais, costuma dispor de tal poder que coloca em risco até mesmo os ditadores. E nos regimes democráticos pode destruir o Estado de Direito, sobretudo quando é estimulada pelos meios de comunicação, como ocorreu, no Brasil, em 1964. A instituição não pode – mesmo que fosse perfeita em suas virtudes – assumir a tutela da sociedade. Tampouco pode ser acossada pelos interesses dos que se sentem acima da lei e são por ela investigados.

A conspiraçãodos demolidores

A instabilidade de Assunção

Editorial

Jornal do Brasil

Chega em boa hora a visita do presidente recém-empossado do Paraguai, Fernando Lugo, ao Brasil. Agendado para o próximo dia 17, o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, servirá não só para estreitar os laços diplomáticos entre os dois vizinhos – como sugere a pauta da reunião – mas também para tratar de temas mais espinhosos, como o futuro do Mercosul, a reivindicação do Paraguai com relação aos preços da energia gerada na hidrelétrica binacional de Itaipu e a tentativa de golpe em Assunção, denunciada pelo atual governo no início do mês. Ex-bispo católico, Fernando Lugo rompeu um período de 61 anos de hegemonia do Partido Colorado, assumindo o poder em 15 de agosto. A aliança de esquerda que o levou ao comando do país desagradou setores conservadores da sociedade e figuras políticas tradicionais do Paraguai – entre elas, o ex-presidente Lino Oviedo. Recaem exatamente sobre o ex-governante as suspeitas de liderar um complô, junto ao também ex-presidente Nicanor Duarte Frutos, para derrubar o governo esquerdista.

A instabilidade de Assunção

Lula: país não pode "torrar em bobagens" pré-sal

Bernardo Mello Franco

O Globo

Na TV, presidente aproveita 7 de Setembro para comemorar descobertas da Petrobras, e diz que não vai se "deslumbrar"

O presidente Lula usou ontem cadeia de rádio e TV para repetir que o país não pode "torrar em bobagens" os recursos do pré-sal e que educação e combate à pobreza são prioridade. Em pronunciamento ontem à noite em cadeia nacional de rádio e TV, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou as comemorações do 7 de Setembro para dizer que o país vive o melhor momento econômico e social de sua História e exaltar a descoberta de grandes jazidas de petróleo na camada de pré-sal. Mas avisou: o país não não pode se deslumbrar e "torrar em bobagens" os recursos do pré-sal.

Lula leva o pré-sal à TV

Ministro defende criação de órgão fundiário para a Amazônia

Henrique Gomes Batista

O Globo

Mangabeira adia Plano de Defesa e diz esperar críticas

O governo adiou o anúncio do Plano Nacional de Defesa, previsto para ontem. O ministro Mangabeira Unger disse que o plano causará polêmica e que o presidente Lula quer ampliar o debate. Mangabeira defendeu a criação de um órgão fundiário para cuidar da Amazônia. O governo adiou a divulgação do Plano Nacional de Defesa que vinha sendo elaborado pelos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger. O plano foi apresentado na última semana ao presidente Lula e seria divulgado ontem após o desfile de 7 de setembro. Mangabeira explicou ontem que Lula pediu para ampliar o debate sobre o plano antes de divulgá-lo. O ministro defendeu a criação de um instituto fundiário específico para a Região Norte.

Governo adia o anúncio do Plano de Defesa


Ancelmo Gois - Pega no ganzê

O Globo

O oficial Claude Joseph de Lisle, que compôs "A Marselhesa" em 1792, como hino revolucionário, talvez não aprovasse.

É que a brasileirada comemorou o 7 de Setembro na Place de La Madeleine, em Paris, com uma versão em ritmo de samba do hino francês com direito a emendar entre um "Allons enfants de la Patrie" e outro, o refrão tupiniquim "Pega no ganzê, pega no ganzá".

Quem parte leva...

O show de João Gilberto, sábado, em Salvador, último da curta temporada do gênio, foi também pura emoção. Foi pontual. Atrasou só 1h10m. Não reclamou. É bem verdade que se irritou um tiquinho com as pessoas que tossiam na platéia e chegou a interromper a música "Meditação" ironizando: "O xarope está chegando."

Preguiça baiana

João quase chegou aos prantos ao cantar "Acalanto", de Dorival Caymmi.

Contou que o mestre recém-falecido, certa vez em Roma, livrou-se de um ensaio em horário impróprio com uma desculpa:

- Já vim ensaiado da Bahia.

Ancelmo Gois - Pega no ganzê

FMI e analistas elogiam intervenção em Fannie Mae e Freddie Mac

José Meirelles Passos, Nadja Sampaio e Ramona Ordoñez

O Globo

AMEAÇA GLOBAL: Economistas vêem influência positiva para o Brasil

Medidas devem ajudar a tranqüilizar o mercado financeiro mundial

O pacote de ajuda anunciado ontem pelo governo americano às gigantes do setor hipotecário foi bem recebido por analistas. Eles avaliam que a intervenção na Fannie Mae e na Freddie Mac era inevitável e poderá ajudar a tranqüilizar os mercados. O socorro também foi apoiado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Em nota, o diretor-gerente do Fundo, Dominique Strauss-Kahn, afirmou que o organismo ainda estava estudando os detalhes do pacote, mas elogiou a atitude, definindo-a como "uma ação decisiva", que ajudará a apoiar os mercados "e a perspectiva econômica e financeira". Num sinal de que os mercados financeiros devem receber bem as medidas, as ações da Bolsa de Nova York subiam quase 2% no pregão eletrônico de futuros ontem à noite.

FMI e analistas elogiam intervenção em Fannie Mae e Freddie Mac

A grande reforma

Artigo - Renan Calheiros

O Globo

Não creio que haja diagnóstico divergente quanto à necessidade de uma imediata, ampla e profunda reforma político-partidária. Ela é imprescindível para o país e pode ser naturalmente compatibilizada com quaisquer outras votações que aconteçam nessa caixa de ressonância nacional que é o Congresso. Por isso, a sociedade, o próprio Executivo, o Judiciário e o Legislativo têm de ser sensíveis ao desejo de mudanças. Em diversas oportunidades, sugeri, no Senado Federal, uma participação maior do governo nesse tema que, na verdade, é do Parlamento. Em um modelo de presidencialismo de coalizão, o papel do Executivo é ajudar a dar um norte à agenda legislativa. Como boa nova, parece ser o que está acontecendo. Recentemente, o governo federal apresentou ao Congresso sugestões para a reforma política. No documento, foram elencados seis pontos: fidelidade partidária, lista fechada de candidatos, financiamento público de campanhas, inelegibilidade, fim das coligações proporcionais e cláusula de barreira, também chamada de cláusula de desempenho.


Cenário mudou

Coluna - George Vidor

O Globo

Os chamados preços livres (que não sofrem ingerência governamental) subiram menos de 0,2% em agosto. Há indícios claros de redução no ritmo de expansão do crédito para as pessoas físicas. E as vendas de automóveis já estão crescendo em percentuais menos explosivos. Diante desse quadro, ainda seria necessário um choque de juros para o Banco Central segurar a inflação?

Cenário mudou


Félix, pede pra sair!

Coluna - Ricardo Noblat

O Globo

"Sobre tecnologia antigrampo, a única realmente eficaz é não abrir a boca." (General Jorge Félix, da segurança de Lula)

Chamem Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, para tirar o governo do sufoco provocado pela denúncia de que cabeças coroadas da República foram grampeadas por arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), da Polícia Federal ou de terceiros. Não se descarte a hipótese de o trabalho ter sido obra de um mutirão de arapongas. Na época do seu governo, o último do regime militar de 64, o general-presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, oficial de cavalaria e ex-chefe do Serviço Nacional de Informações, ameaçava chamar Pires sempre que se via contrariado pelos políticos. No caso, Pires era o sobrenome do general Walter, então comandante do Exército. Convocá-lo significava que Figueiredo admitia dar meia volta no processo de abertura política inaugurado pelo general-presidente que o antecedera, Ernesto Geisel.

Félix, pede pra sair!

Ranking injusto

Artigo - Henrique Zaremba

O Globo

Acaba de se cumprir mais uma edição do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Difícil imaginar que uma única prova, de âmbito nacional, dê conta das enormes diferenças culturais, sociais e regionais que conformam nossa realidade. Por força de imposição legal, esses exames se realizam há algum tempo, mas os resultados produzem uma enorme injustiça. Os famosos rankings das escolas constituem um capítulo na história amarga dos preconceitos. Quando se examina a classificação dos colégios, separados em escolas públicas e privadas, comete-se uma barbaridade: as instituições públicas de ensino ficam com os últimos lugares, salvo as exceções de sempre, que selecionam seus alunos por meio de concursos de admissão.

Ranking injusto

Bolívia: gás não deve ser cortado

O Globo

Ministro pede que opositores não sabotem a exportação para Brasil e Argentina

Em meio a radicalização de governo e opositores da Bolívia, o ministro dos Hidrocarbonetos do país, Carlos Villegas, pediu ontem que os partidos e movimentos que pedem maior autonomia para os departamentos (províncias) não concretizem a ameaça de interromper as exportações de gás natural para o Brasil e para a Argentina. A venda do produto para os vizinhos são a principal fonte de renda do governo da Bolívia.

Bolívia: gás não deve ser cortado

Longas filas de palestinos elevam tensão com Israel em mês do Ramadã

Valor Econômico

Milhares de palestinos se acotovelaram nos pontos de fronteira no fim de semana para entrar em Israel e fazer as preces do Ramadã em Jerusalém (na foto, palestinos esperam para cruzar a fronteira em Belém, na Cisjordânia). As longas filas criaram descontentamento entre os fiéis, sendo que em alguns postos houve início de confusão. A situação de tensão deve continuar alta por todo o mês. O Ramadã é um feriado não fixo que se movimenta a cada ano, durante o nono mês do calendário muçulmano. Acredita-se que no mês do Ramadã o Alcorão foi enviado do céu como uma orientação aos homens e como um meio de sua salvação. É durante este mês que os muçulmanos jejuam, não podendo comer ou beber durante o período em que há luz do dia. A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, que está em viagem pelo Oriente Médio, reconheceu a dificuldade em obter um amplo acordo de paz entre Israel e os palestinos até o fim do mandato de George W. Bush, em janeiro.

Longas filas de palestinos elevam tensão com Israel em mês do Ramadã

Brasil - A vingança dos heterodoxos

Sergio Leo

Valor Econômico

Analistas como Martin Wolff, do "Financial Times", já registraram, no início do ano, a morte do sonho liberal de um capitalismo global regido pelo livre mercado. Faltava um documento oficial para decretar o óbito. Essa certidão acaba de ser lavrada - pela mais heterodoxa das organizações econômicas multilaterais, a Unctad, sigla em inglês da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento. Críticas como a da Unctad contra o sonho liberal alimentam-se do socorro desesperado do governo dos EUA a bancos e às instituições hipotecárias Fanny Mae e Freddy Mac; da nascente recessão na Europa que se debate entre combater a inflação ou baixar juros; e da emergência das economia asiáticas fortemente impregnadas pelas digitais do Estado. Os economistas da ONU tiraram do limbo peritos de linha heterodoxa, como o neokeynesiano Nicholas Kaldor, para decretar o que chamam de "fracasso do modelo neoclássico", predominante no Ocidente.

Brasil - A vingança dos heterodoxos

Política - O fato mais grave

Fábio Wanderley Reis

Valor Econômico

Na terça-feira da semana passada, o noticiário destacava a avaliação feita, em reunião dos ministros do STF, da comprovação de grampos telefônicos envolvendo um membro da corte e um senador como "o fato mais grave das relações institucionais" desde a promulgação da Constituição de 1988. No mesmo dia, circulava a notícia de que o chamado "maníaco de Guarulhos" confessara, com pormenores convincentes, o assassinato de Vanessa Batista de Freitas, e éramos alertados de que três homens de condições socioeconômicas modestas estavam encarcerados pelo mesmo crime há dois anos, sob prisão preventiva que ultrapassava de muito os prazos legais, com denúncia baseada em confissão obtida sob tortura e acolhida pela Justiça, não obstante a alegação dos envolvidos, segundo os jornais, de que teriam informado repetidamente às autoridades judiciais sobre as condições em que teriam sido levados a confessar.


Por dentro do mercado - Tormenta condiciona juro mais que Copom

Luiz Sérgio Guimarães

Valor Econômico

Às vésperas da reunião de setembro do Copom, até mesmo as taxas de juros privadas de médio prazo têm se movimentado exclusivamente em função da temperatura dos mercados cambiais e do grau de aversão global ao risco. O sobe-e-desce exibido na sexta-feira pelo contrato de swap pré/DI de 360 dias - tido como o verdadeiro piso do custo do dinheiro da economia - foi desconcertante. E a volatilidade não teve nada a ver com supostas apostas divergentes para os próximos passos da política monetária. Pelo contrário, nunca o consenso foi tão monolítico em torno do que o Copom fará depois de amanhã, em outubro e em dezembro. Sem relação também com o IPCA de agosto - alta de 0,28%, aquém das previsões -, o vaivém do swap decorreu das turbulências externas. A taxa oscilou entre 14,59% e 14,76%, e fechou a 14,64%, em leve queda de 0,05 ponto em relação ao juro de quinta-feira, dia de pânico nos mercados. Se o Copom decidir contrariar o consenso e aplicar uma alta na Selic menor que a "precificada" nos contratos de juros futuros irá provocar inescapavelmente um ajuste para baixo nas taxas de curto prazo. O efeito sobre as longas poderia nem ser relevante. Nesse sentido, não poderia ser acusado de incentivar a demanda por meio de uma política menos ortodoxa. Mas o Banco Central não irá correr esse risco. Prefere o oposto: o de exagerar na dose e desaquecer a economia em 2009 mais do que o necessário para trazer a inflação à meta.

Por dentro do mercado - Tormenta condiciona juro mais que Copom

Decisões de Chinaglia criam atritos entre o Planalto e a Câmara

Paulo de Tarso Lyra

Valor Econômico

Terceiro nome na linha sucessória da Presidência da República, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), tem se estranhado constantemente com o Executivo Federal. Bancou a indicação de Sandro Mabel (PR-GO) para a relatoria da reforma tributária enquanto o governo queria Antonio Palocci (PT-SP); forçou a revogação da medida provisória que criava o Ministério da Pesca, sabendo que ela atravancaria ainda mais a pauta de votações da Casa; avisou que o projeto de reforma política encaminhado pelo governo federal tramitaria em conjunto com todas as propostas já existentes no Congresso; criticou o excesso de edição de medidas provisórias.

Decisões de Chinaglia criam atritos entre o Planalto e a Câmara

Brasil "perde" no Clube de Paris

Mônica Izaguirre

Valor Econômico

Pouco mais de dois anos após ter quitado suas dívidas com o Clube de Paris, o Brasil passou para o outro lado do balcão e, tal como seus antigos credores governamentais, agora tenta recuperar dinheiro emprestado a países que ficaram inadimplentes perante os demais. Entre as nações que negociam reestruturação e abatimento de dívida externa no âmbito do Clube, nove ainda têm débitos com o Brasil, no montante de US$ 472,58 milhões. A informação é do Ministério da Fazenda. Devido à situação dos devedores, no entanto, o ministério sabe que não pode contar com o retorno desses recursos, pelo menos não na sua integralidade. O Iraque, por exemplo, que deve ao Brasil pelo menos US$ 95,7 milhões, conseguiu do Clube de Paris um perdão de 80% da dívida.

Brasil "perde" no Clube de Paris

Estudo de técnicos do BC propõe a "flexibilização" do consignado

Alex Ribeiro

Valor Econômico

Três economistas do Banco Central sugerem, em trabalho para discussão divulgado no relatório anual sobre economia bancária, mudança na regulamentação do crédito consignado para permitir que as parcelas dos empréstimos continuem a ser descontadas do salário mesmo quando o trabalhador da iniciativa privada troca de emprego. A medida, segundo os economistas, ajudaria a alavancar o crédito consignado na iniciativa privada, que é bem menos difundido do que no setor publico. Em julho, o estoque de crédito consignado contratado com trabalhadores da iniciativa privada somava R$ 10,165 bilhões, ou 13,8% do total de crédito consignado na economia, que somava R$ 73,644 bilhões na mesma data.

Estudo de técnicos do BC propõe a "flexibilização" do consignado


Fundo já perdeu R$ 50 bilhões por meio da DRU

Arnaldo Galvão

Valor Econômico

O presidente do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), Luís Fernando Emediato, avalia que o problema mais grave enfrentado pelos gestores do fundo é a parcela de 20% descontada pelo governo por meio da Desvinculação das Receitas da União (DRU). Isso significa R$ 5 bilhões por ano e o estoque dessa "mordida" já chegou a R$ 50 bilhões. Na opinião dele, se tudo continuar como está, o fundo pode ter "enormes dificuldades" e até chegar à decisão "radical" de gastar o patrimônio para cobrir as despesas. O patrimônio do FAT está em R$ 150 bilhões, dos quais R$ 100 bilhões emprestados para o BNDES. Emediato explica que o fundo pode cobrar essas quantias, mas admite que isso seria "desastroso" para o desenvolvimento do país. Os recursos tributários que passaram a ser repassados às centrais sindicais - 10% do imposto sindical - representam, para Emediato, apenas R$ 56 milhões. Esse dinheiro, segundo a avaliação do presidente do Codefat, é "irrisório" no orçamento anual de quase R$ 40 bilhões. "Não farão falta", garante.

Fundo já perdeu R$ 50 bilhões por meio da DRU


Fundos de Brasil param de ter saques

Valor Econômico

Os fundos de ações voltados para o Brasil interromperam uma seqüência de 12 semanas consecutivas de perda de recursos na semana encerrada dia 3 de setembro. A constatação é da EPFR Global, consultoria que acompanha fundos com mais de US$ 10 trilhões em ativos. A interrupção dos saques no Brasil ocorreu de forma isolada, já que as os fundo de ações voltados para a América Latina e as carteiras de ações dos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) continuaram perdendo dinheiro. Ainda entre os emergentes, do lado positivo apareceu o grupo Ásia (ex-Japão), que recebeu US$ 55 milhões durante a semana, com destaque para os fundos dedicados à China.

Fundos de Brasil param de ter saques

Mudança estrutural e o crescimento da economia
Artigo

Valor Econômico

Márcio José Vargas da Cruz, Luciano Nakabashi, Gabriel Porcile e Fábio Dória Scatolin

A economia brasileira tem mostrado em anos recentes um processo significativo de mudanças na estrutura do emprego e na composição do valor adicionado. Que implicações têm essas mudanças para o desempenho da economia brasileira no longo prazo? A análise dessas implicações tem sido objeto de debate entre os economistas, particularmente no que se refere ao aumento da participação do setor de serviços, em detrimento da participação relativa da indústria de transformação. Esse processo ocorreu de forma mais intensa nos anos 80. Nos anos 90, apesar dos ganhos de produtividade advindos da modernização industrial de vários setores e do aumento dos investimentos estrangeiros diretos, houve uma continuidade. Utilizando dados do Ministério do Trabalho e do Emprego (RAIS), observa-se uma queda relativa da indústria de transformação no emprego formal, de 26% em 1985 para 18,3% em 2006, com a maior parte dos vínculos empregatícios gerados no setor de serviços, que ampliou sua participação no total de empregos formais da economia de 65,6% para 77,3%, no período 1985-2006.

Mudança estrutural e o crescimento da economia

Colheita de grãos da safra 2007/2008 é a maior da história

Segundo o Ministério da Agricultura, foram colhidos 143,87 milhões de toneladas. O secretário executivo do ministério, Silas Brasileiro, disse que, além do mercado global aquecido, o clima e a tecnologia foram responsáveis pelo resultado

IBGE mantém estimativa de crescimento recorde de 9%

Já não se fala dos aposentados

Pedro Porfírio

Tribuna da imprensa

Já que não falam dos aposentados e dos
idosos

"O processo de envelhecer produz uma mudança fundamental na posição de uma pessoa na sociedade, e, portanto, em todas as relações com os outros." (Nobert Elias, sociólogo alemão, que morreu aos 93 anos, em seu livro "A solidão dos moribundos")

Independente do nível medíocre de quase todas as campanhas políticas neste paupérrimo 2008, é de se lamentar que todos os candidatos passem ao largo de um dos maiores desafios de nossos dias - a relação dos poderes públicos com os maiores de 60 anos, sejam aposentados, pensionistas ou teimosos e sortudos integrantes do mercado de trabalho. Primeiro trampolim do atual governador, que ganhou a simpatia dos mais velhos com propostas cosméticas e eventos diversionistas, a chamada "terceira idade" é a mostra mais exuberante da ausência de políticas sociais consistentes em nosso País, nos estados e nas cidades. Não se tem notícia de uma resposta decente para o fenômeno do envelhecimento da população brasileira, cuja expectativa de vida aumentou de 38 anos, em 1940, para 73 anos, em 2007. A falta de uma discussão mais profunda sobre todos os aspectos que envolvem essa população é ainda mais grave no Rio de Janeiro, cidade que registra o maior percentual de idosos no País: quase 13%, totalizando cerca de 800 mil pessoas.

Já que não fala dos aposentados e dos idosos


FATO DO DIA

Por conta própria

Mauro Braga e Redação

Tribuna da imprensa

Viver em uma país em que não somente a violência entre bandidos e policiais faz vítimas inocentes diariamente, mas também as articulações do Judiciário se mostram emperradas há tempos, se configura em uma infeliz aventura desleal para qualquer cidadão. O risco se faz presente em cada esquina, em cada episódio da novela cotidiana na qual os protagonistas que poderiam mudar o enredo se mostram incapazes e quase inertes. Na última sexta-feira, a ex-vendedora Márcia de Oliveira conseguiu, entretanto, dar rumo diferente a uma história pessoal e "lavar a honra" do filho, o estudante Hanry Silva Gomes, assassinado por policiais em 2002, sob a acusação de envolvimento com o tráfico no Lins, súburbio carioca. Após anos de luta, Márcia fez investigações por conta própria, gravou depoimentos de testemunhas, conversou com bandidos da região, fotografou o rastro de sangue do filho e fez denúncias a varios órgãos, até na Organização das Nações Unidas (ONU). Com a peregrinação, conseguiu, após anos, com que dois policias militares fossem condenados pela morte do jovem.

Por conta própria

O "inominável" e a sua direita raivosa

Argemiro Ferreira

Tribuna da imprensa

Inominável, obviamente, é George W. Bush. Ele viu seu nome e imagem desaparecerem na convenção, como acontecia com os desafetos de Stalin na Rússia, depois de ter falado terça-feira via satélite aos republicanos. Mitt Romney o mencionou uma vez; Rudy Giuliani e a vice Sarah Palin, nem isso. Pode até não dar certo no final, mas a campanha tenta expurgá-lo e também afogar a chapa democrata no próprio sucesso - como refém de armadilha insólita. Vítima do próprio sucesso, na trama republicana, Barack Obama é pintado como "arrogante" e "elitista", além de "celebridade" como Britney Spears. A base desse esforço tende a ser - de novo, como ocorre desde 1992 - a guerra cultural e religiosa alimentada pelo conservadorismo social do sul e meio-oeste. No confronto de 16 anos atrás, não funcionou: George Bush I subverteu o modelo. E seu adversário, governador sulista Bill Clinton, empurrava para a direita o Partido Democrata. trelada à direita cristã, a campanha Bush-Quayle refugiou-se em factóides - como o ataque social-conservador ao eixo Nova York-Califórnia, acusado de envenenar o país com o lixo da TV, onde Murphy Brown, num seriado, teve filho sem se casar. Manchete do tablóide "Daily News" de Nova York: "Quayle to Murphy: You, tramp" (Dan Quayle para Murphy: sua vagabunda". Apesar de cair no ridículo nacional, o vice de Bush insistiu no sermão até o fim.

Argemiro Ferreira

Megadívidas

Sérgio N. Lopes

Tribuna da imprensa

Um alívio para muitos contribuintes. O governo federal vai mesmo perdoar as dívidas individuais no limite de R$ 10 mil, contraídas antes de 2002. O objetivo é se livrar de 2,1 milhões de processos, que equivalem a apenas 0,28% do valor que a União tem a receber em impostos atrasados e multas. Médios e grandes inadimplentes devem cerca de R$ 1,3 trilhão e muitos deles acabam não pagando nada, beneficiados pela bagunça proposital que reina no contencioso jurídico da Receita.

Especulação

Os analistas financeiros consultados pelo Banco Central acreditam que a taxa básica de juros (Selic) suba para 14,75% no fim de 2008. Atualmente, a taxa Selic está em 13%. Paradoxalmente, os mesmos analistas acham que a inflação vai diminuir. Traduzindo: eles lutam pela alta dos juros, para aumentarem seus lucros especulativos, e o resto do País que se exploda.

Desemprego

Pesquisa do Instituto Gallup demonstra que, nos países desenvolvidos, dois terços das pessoas que pedem demissão querem na verdade se livrar dos chefes e não das empresas. Em países como o Brasil, a realidade é outra. Quem consegue emprego faz tudo para mantê-lo. É a única maneira de sobreviver.

Sergio N. Lopes

Dívida do brasileiro é recorde

Tribuna da imprensa

Uso do cheque especial chega a R$ 20,7 bilhões no fim de julho e bate recorde histórico

Em tempos de juros altos e restrição ao crédito, os brasileiros têm se endividado como nunca no cheque especial. Dados do Banco Central (BC) mostram que, em julho, quem estourou as contas precisou usar R$ 20,7 bilhões do limite do especial oferecido pelas instituições financeiras. Esse recorde no uso desse tipo de crédito - o mais caro do sistema financeiro - é 4,5% maior na comparação com junho e 12,3% superior ao registrado há um ano. O uso do cheque especial tem crescido, gradativamente, desde o fim de 2007. Julho foi o primeiro mês na história em que a aplicação desse crédito superou os R$ 20 bilhões - isso quer dizer que brasileiros tomaram emprestados quase R$ 28 milhões do cheque especial a cada hora de julho, ou R$ 8 mil por segundo.

Dívida do brasileiro

Zona do euro corre risco de entrar em recessão

Tribuna da imprensa

MADRI e PARIS - Todos os países da zona do euro, incluindo a Espanha, correm o risco de cair em recessão, alertou ontem o comissário europeu para os Assuntos Econômicos e Monetários, Joaquim Almunia. "Ninguém pode ignorar o risco de uma recessão, que existe para todos os países industrializados. Mas a existência do risco não significa que nós já estejamos em recessão e, além disso, é muito possível que consigamos evitar uma recessão", disse Almunia em entrevista para o jornal espanhol "ABC". Após a divulgação do inesperado crescimento de 0,7% no primeiro trimestre, a economia da zona do euro contraiu 0,2% no segundo trimestre. Muitos economistas prevêem que a região deve registrar nova contração no terceiro trimestre, como resultado dos elevados preços do petróleo, do euro fortalecido e da turbulência financeira.

Zona do euro corre risco de entrar em recessão


Justiça bloqueia os bens de Lessa e outros 14 acusados

Tribuna da imprensa

MACEIÓ - O Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL) conseguiu na Justiça bloquear os bens do ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), do ex-vice-governador Luís Abílio de Sousa (PDT), do deputado Maurício Quintella (PR) e de outras 12 pessoas, todos acusados de envolvimento em desvios de recursos federais repassados à Secretaria Estadual de Educação, no período de 2003 a 2005. Segundo os procuradores da República, autores da ação, o prejuízo estimado apenas com as irregularidades "mais graves" é superior a R$ 77 milhões. Mas, para o MPF/AL, o prejuízo real à União corresponde ao valor integral repassado pelo Ministério da Educação ao governo de Alagoas - R$ 233 milhões, uma vez que nenhum dos programas atingiu as metas. Em todos os programas ligados à educação que receberam verbas federais, houve malversação, desvio e outras irregularidades, afirmam os procuradores. "O resultado de toda essa desfaçatez no trato dos recursos públicos destinados à educação é a situação caótica em que se encontra o ensino público no Estado", dizem os procuradores, lembrando pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril, segundo a qual Alagoas detém o segundo pior índice de educação do Brasil, superando apenas o Acre.

Justiça bloqueia os bens de Lessa e outros 14 acusados

TV Justiça incomoda Lula

Tribuna da imprensa

Presidente não gosta das transmissões ao vivo das sessões de julgamento do STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está incomodado com a transmissão ao vivo das sessões de julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele sugeriu ao presidente do STF, Gilmar Mendes, que os julgamentos sejam editados e veiculados apenas os trechos considerados mais importantes. No ar desde 11 de agosto de 2002, a TV Justiça transmite às quartas e quintas-feiras, ao vivo, a íntegra dos julgamentos realizados no plenário do Supremo. No início da TV, havia uma certa resistência de alguns ministros às transmissões. Mas esses ministros já se aposentaram. A atual composição do STF não levanta obstáculos à veiculação dos julgamentos, nem mesmo quando são flagrados bate-bocas entre ministros, o que vem se tornando freqüente no tribunal. Para Lula, o fato de os julgamentos serem televisionados estimula os ministros do Supremo a falar mais sobre os processos e a fazer mais críticas ao governo. O presidente acha mesmo que os ministros aproveitam a transmissão ao vivo para fazer "discursos inflamados". Na conversa com interlocutores do Planalto, Lula avalia que a TV virou "um elemento a mais" nos julgamentos do Supremo.

TV Justiça incomoda Lula

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