Quarta-feira, 17 de setembro de 2008
A economia fora de controle nos EUA
Argemiro Ferreira
Tribuna da Imprensa
Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las no clipping do Ministério do Planejamento, sem que seja necessário que se cadastre. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00. Nos finais-de-semana os links com as matérias completas serão da Radiobras, que exige cadastro.
A economia fora de controle nos EUA
Argemiro Ferreira
Tribuna da Imprensa
O tio Sam está em queda livre? Isso é o que sugeriu num artigo para a revista "The Nation" o veterano jornalista político William Greider, ex-diretor adjunto da redação do "Washington Post" e autor de vários livros. Nos últimos 18 anos ele tem questionado o rumo da economia - às vezes definida com a frase que desde o governo Reagan virou lema, quase dogma religioso: "Greed is good!" (Ganância é bom). O lema ainda é adorado em Wall Street, apesar de pelo menos dois desastres devastadores - o retratado no livro "Den of thieves" (Covil de ladrões), a lambança que quase destruiu a bolsa na década de 1980, e o chamado escândalo S&Ls (Saving and Loans, poupança e empréstimos), que no mesmo período causou um estrago de US$ 1,5 trilhão para o contribuinte pagar durante 30 anos. O custo de agora tende até a superar isso. E os primeiros pacotes de socorro ("bailouts") do governo, diz Greider, "estão premiando as próprias pessoas e instituições cuja conduta irresponsável causou toda a lambança financeira". O governo nada exige deles em troca - nem mesmo regras novas para uma conduta prudente e responsável ou obrigações explícitas que sirvam ao interesse nacional.
Argemiro Ferreira
Argemiro Ferreira
Carlos Chagas
Tribunas da Imprensa
Números inexplicáveis
De quatro, positivamente, o Brasil não se encontra, ficando a razão com o ministro Guido Mantega. Mas não dá para explicar porque, no auge da crise que levou a Lehman Brothers à breca, tenha a bolsa de valores de Nova York caído 4.42 pontos, enquanto a Bovespa, no mesmo dia, caiu 7.59 pontos. Nosso colchão será mais macio que o deles, permitindo queda mais acentuada? É bom tomar cuidado, porque cresceu nas últimas semanas a fuga de investimentos externos. O dinheiro sai bem mais do que entra, em nossa economia, coisa que nem o momento mágico do pré-sal consegue evitar. As ações da Petrobras perdem valor quando deveriam constituir-se na taboa de salvação dos especuladores estrangeiros. Tem algo de errado por aí.
Contra Lula, Serra fica em São Paulo
José Serra não confirmará nunca, vai jurar de pés juntos que não disse, mas alguém de sua intimidade revelou sua resposta dada de bate-pronto diante da indagação sobre um hipotético terceiro mandato. Rejeitando a possibilidade de disputar o Palácio do Planalto contra o presidente Lula, em 2010, o governador admitiu, então, concorrer a um segundo mandato em São Paulo.
"E quem seria o candidato do PSDB à presidência da República?" "Ora, o Geraldinho, que já tem experiência...". Ninguém, no ninho, admite que o presidente Lula aceite mudar as regras do jogo para permanecer no poder. Até porque, as oposições não deixariam, imaginam os cardeais do PSDB. Mesmo assim, uma nuvem de carcarás poderá melar o plano de vôo e ofuscar a revoada dos tucanos. Porque se Dilma Rousseff não emplacar, se as pesquisas indicarem no momento apropriado a vitória incontestável de Serra, penas vão se espalhar por todo lado.
Vai sem falar de crise
Dia 22 o presidente Lula estará em Nova York. Será homenageado com jantar oferecido por empresários de lá e de cá, possivelmente conversará com o presidente George W. Bush, em Washington. Seus assessores internacionais já estão preparando a visita, com uma recomendação especial: não abordar a crise financeira americana. Responder, no máximo, que confia na capacidade da economia dos Estados Unidos superar as dificuldades atuais.
Apesar do momento mágico promovido pelo pré-sal, o presidente Lula parece disposto a retomar a campanha proselitista do etanol, até mesmo buscando convencer empresários e governantes americanos de que o produto retirado do álcool é mais barato do que o proveniente do milho. Além, é claro, de não contribuir para a falta de alimentos.
Carlos Chagas
O Estado e a Lei Seca
Roberto Cooper
Tribunas da Imprensa
Tribunas da Imprensa
Números inexplicáveis
De quatro, positivamente, o Brasil não se encontra, ficando a razão com o ministro Guido Mantega. Mas não dá para explicar porque, no auge da crise que levou a Lehman Brothers à breca, tenha a bolsa de valores de Nova York caído 4.42 pontos, enquanto a Bovespa, no mesmo dia, caiu 7.59 pontos. Nosso colchão será mais macio que o deles, permitindo queda mais acentuada? É bom tomar cuidado, porque cresceu nas últimas semanas a fuga de investimentos externos. O dinheiro sai bem mais do que entra, em nossa economia, coisa que nem o momento mágico do pré-sal consegue evitar. As ações da Petrobras perdem valor quando deveriam constituir-se na taboa de salvação dos especuladores estrangeiros. Tem algo de errado por aí.
Contra Lula, Serra fica em São Paulo
José Serra não confirmará nunca, vai jurar de pés juntos que não disse, mas alguém de sua intimidade revelou sua resposta dada de bate-pronto diante da indagação sobre um hipotético terceiro mandato. Rejeitando a possibilidade de disputar o Palácio do Planalto contra o presidente Lula, em 2010, o governador admitiu, então, concorrer a um segundo mandato em São Paulo.
"E quem seria o candidato do PSDB à presidência da República?" "Ora, o Geraldinho, que já tem experiência...". Ninguém, no ninho, admite que o presidente Lula aceite mudar as regras do jogo para permanecer no poder. Até porque, as oposições não deixariam, imaginam os cardeais do PSDB. Mesmo assim, uma nuvem de carcarás poderá melar o plano de vôo e ofuscar a revoada dos tucanos. Porque se Dilma Rousseff não emplacar, se as pesquisas indicarem no momento apropriado a vitória incontestável de Serra, penas vão se espalhar por todo lado.
Vai sem falar de crise
Dia 22 o presidente Lula estará em Nova York. Será homenageado com jantar oferecido por empresários de lá e de cá, possivelmente conversará com o presidente George W. Bush, em Washington. Seus assessores internacionais já estão preparando a visita, com uma recomendação especial: não abordar a crise financeira americana. Responder, no máximo, que confia na capacidade da economia dos Estados Unidos superar as dificuldades atuais.
Apesar do momento mágico promovido pelo pré-sal, o presidente Lula parece disposto a retomar a campanha proselitista do etanol, até mesmo buscando convencer empresários e governantes americanos de que o produto retirado do álcool é mais barato do que o proveniente do milho. Além, é claro, de não contribuir para a falta de alimentos.
Carlos Chagas
O Estado e a Lei Seca
Roberto Cooper
Tribunas da Imprensa
Sou a favor de tudo que preserve a vida e a saúde. Mas, não posso admitir que haja uma manipulação da coletividade através de estatísticas. Estatísticas, para ter valor, precisam ser feitas com rigor metodológico. Comparar mortalidade, um número absoluto, pode não significar nada. Seria preciso comparar coisas comparáveis, como taxas de mortalidade. Exemplo: em uma cidade morrem 10 pessoas e em outra morrem 6 pessoas. Isso é comparar mortalidade absoluta. Agora, se soubermos que na primeira vivem 500 pessoas e na segunda 100 pessoas, as taxas de mortalidade serão, respectivamente, 2% e 6%. Morrem, proporcionalmente, mais pessoas na segunda cidade! Logo, a redução do número absoluto de mortes, atribuída à Lei Seca, pode não significar nada. Aceitamos que a Lei Seca seria responsável por essa redução da mortalidade. A responsável é a implementação rigorosa da lei. É de se supor que, se a lei anterior fosse aplicada com o mesmo rigor, os resultados poderiam ser semelhantes. Mais grave, como o Estado é incompetente para questões básicas como educação, saúde e segurança, está usando os resultados para ocultar as enormes lacunas que deixa. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no nosso País. Representam 32% do total de óbitos, enquanto acidentes de trânsito, 8% (nem todos os acidentes estão relacionados ao uso de bebidas alcoólicas).
Opiniao
Opiniao
Perseguição implacável
Mauro Braga
Fato do Dia/Tribuna da Imprensa
O caso dos sargentos do Exército que assumiram ter um relacionamento afetivo publicamente este ano, ainda está dando pano para manga. Perdidos entre críticas e defesas por vários grupos sociais, os rapazes enfrentam as conseqüências de seus atos. Esta semana, mesmo com um relatório médico de uma especialista bastante conceituada e "recomendações" do Ministério Público Federal (MPF), um forte esquema foi montado para prender novamente o sargento Laci Marinho, mesmo tendo ele se apresentado. O militar ficou detido no Hospital do Exército. Evidente que a instituição deve preservar suas determinações e regras, mas o episódio já passou de ser uma simples questão de ordem. Ainda que vários outros órgãos governamentais e civis tenham tentando mostrar que os direitos de Laci foram desrespeitados e que determinadas ações foram desnecessárias, ainda mais por se tratar de alguém que precisava de cuidados especiais, as arapucas contra o miltar não cessam. Quantas vezes ainda terá que pagar por suas opções? A rigidez do sistema não pode servir de escudo para atitudes individuais e ordens sem sentido. A situação permanece inegociável, remetendo aos infelizes anos do "manda quem pode, obedece quem tem juízo". Lastimável.
Fato do Dia
Favelas do Rio: da omissão à tragédia
Pedro do Coutto
Tribunas da Imprensa
Ao assumir a presidência do Tribunal Regional Eleitoral - matéria de Elenice Rottari, "O Globo" de 16/9 - o desembargador Alberto Mota Moraes referiu-se a algumas favelas do Rio como verdadeiros campos de concentração, áreas onde impera o terror do narcotráfico e ameaça do crime com reflexos inevitáveis no comportamento eleitoral dos moradores. Ele fez estas observações críticas, profundamente verdadeiras, ao receber o cargo do desembargador Roberto Wider, que encerrava seu mandato à frente do TRE-RJ. Mota Moraes aproveitou o momento, sem dúvida, para chamar a atenção sobre uma trágica realidade que a cada dia se consolida e se expande nas áreas de menor renda da cidade. E não apenas de renda mais baixa, sobretudo extremamente vulneráveis, já que nela o desemprego é mais alto, o subemprego se evidencia em larga escala, e os salários dos que lá residem perdem disparado para a inflação do IBGE. Com isso, tornam-se prisioneiros de um campo de concentração social, como disse o magistrado. As favelas cariocas não surgiram por acaso. São basicamente produtos da omissão dos governantes através do tempo, notadamente a partir de 1964, com a instalação de um processo cada vez mais forte de concentração de renda. Em 1961, quando Carlos Lacerda assumiu o governo da Guanabara, seu secretário de Planejamento, Helio Beltrão, realizou um levantamento a respeito das áreas críticas existentes na cidade. O Rio tinha, então, 3 milhões de habitantes e 300 mil moradores em barracos, cortiços e porões. Dez por cento do total da população. Uma política integrada seria capaz de erradicar a favelização, tornando-se necessária a construção de 60 mil moradias, pois a média na época era de 5 pessoas por residência. Não era fácil, mas a médio prazo era possível, bastando para isso que as favelas não se expandissem. Mas se expandiram. Hoje, o Rio tem 6 milhões de habitantes. E 1 milhão e 500 mil favelados. Um desastre. O projeto, bastante inteligente, partia do princípio de que no plano federal houvesse uma política de pleno emprego e de valorização do trabalho humano.
Aconteceu exatamente o contrário.
Pedro do Coutto
Segundo homem da PF vai para a cadeia
Edson Luiz
Correio Braziliense
Chefe da Polícia Federal dá voz de prisão a Romero Menezes, segundo na hierarquia da corporação. Delegado é suspeito de tráfico de influência.
O constrangimento foi total na sede da Polícia Federal quando o comandante da corporação anunciou a prisão do colega acusado de favorecer o irmão com informações sigilosas em Macapá. O diretor-executivo da Polícia Federal, Romero Lucena de Menezes, foi preso ontem acusado de advocacia administrativa e tráfico de influência. A suspeita é a de que ele teria beneficiado seu irmão José Gomes de Menezes Júnior com informações e intermediações. O Ministério Público afirmou que o delegado também é acusado de vazamento de apurações, o que não é confirmado pela PF. Ele foi preso temporariamente, assim como seu irmão e Renato Camargo dos Santos, funcionário da EBX, holding do empresário Eike Batista. As detenções foram um desdobramento da Operação Toque de Midas, realizada em julho passado, que teve como objetivo acabar com fraudes no processo de licitação de concessão de uma ferrrovia no Amapá. Foram feitas sete buscas e apreensões, incluindo no Ministério da Justiça, no gabinete e na casa do diretor-executivo.
Navalha na carne da PF
Ari Cunha - Cuidado com a chuva
Correio Braziliense
Ainda não começa hoje a “chuva eterna” do final do ano. Mas as primeiras deverão acontecer. Maior perigo para o tráfego. Não se pode dizer que são cuidadosos nossos motoristas; displicentes é a melhor classificação que se pode dar. As primeiras chuvas são traiçoeiras e constituem grande perigo para quem dirige. As pistas de Brasília, com tantos meses sem chuva, ficam cobertas por camada de pó e óleo dos carros. As águas que caem são surpresa para muitos desatentos à nova situação. Os veículos ficam sem adesão à pista. Qualquer freada rápida joga carros contra outros. São desastres imprevisíveis. Muitas vezes, com danos materiais e humanos. A venda de veículos no DF foi aberta a todas as classes sociais. Temos mais de 1 milhão na cidade, fora os que vêm de outros municípios. Nada melhor do que recomendar revisão dos pneus. Muitos carros em circulação estão em mãos pouco adestradas para os perigos da rua. A aquisição de carros foi facilitada pelo número de parcelas para pagamento. Agora é cuidado com as pistas e zelo pelos veículos comprados a longo prazo. Prejuízo de vida e de patrimônio está exposto. Defenda você e os outros. Tenha paciência no trânsito.
Ari Cunha - Cuidado com a chuva
Brasil S.A - Com os pés no chão
Correio Braziliense
Afora o show de Lula, os gestores da economia reagem com realismo à crise que varre os EUA
O ponto alto do furacão que sacode os alicerces da banca nos EUA, pondo abaixo algumas casas financeiras tradicionais além de rachar outras tantas, tem sido a frieza dos responsáveis pela economia no Brasil. Releve-se a soberba do presidente. Indagado sobre a crise, Lula respondeu: “Que crise? Vá perguntar para o Bush”. Isso é alegoria do show de Lula. O que importa é que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admite que a crise, com epicentro nos EUA, já repercute sobre a oferta do crédito externo disponível ao país e também baterá nas contas externas, sensíveis ao preço e ao volume das exportações de commodities, cuja demanda vem esfriando em todos os mercados. Quanto, especialmente na China, o importador número um no mundo de alimentos e minérios, ainda não se sabe.
Brasil S.A - Com os pés no chão
Brasília-DF - Operação acalma a base
Correio Braziliense
O governo não se limitará à liberação das emendas individuais para deixar os parlamentares mais felizes na volta dos trabalhos pós-eleição. Por ordem do presidente Lula, está em curso na área econômica e política um plano para atender parte das emendas de bancada, aquelas que sempre terminam engavetadas por falta de recursos. A idéia do governo é tirar do papel os pedidos de obras “de desenvolvimento”, ou seja, aquelas que realmente foram pedidas por governadores. Agora, aquelas genéricas — que não trazem a obra especificada no texto da emenda — vão continuar apenas como letra morta no Orçamento deste ano.
Brasília-DF - Operação acalma a base
Diálogo rompido
Viviane Vaz
Correio Braziliense
Governadores oposicionistas suspendem negociações de trégua com o governo Evo Morales após a prisão de Leopoldo Fernández, acusado de comandar massacre de camponeses. Brasil reforça vigilância na fronteira do Acre para evitar o alastramento do conflito. Revoltados com a prisão de um governador acusado pela morte de camponeses, oposicionistas se retiram das negociações. Governo insiste em julgar o adversário, mas acena com concessões para destravar processo. “A negociação foi inaugurada com estado de sítio e termina hoje com uma prisão… O diálogo agoniza”, disse ontem o governador do departamento boliviana de Tarija, Mario Cossío. Representando os colegas oposicionistas de Santa Cruz, Beni, Pando e Chuquisaca, Cossío se reuniu com o vice-presidente Álvaro García Linera no Palácio Quemado, em La Paz, durante a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem, para avançar na agenda do diálogo para pacificar o país. A secretária-executiva da Federação Nacional de Mulheres Indígenas, Leonilda Zurita, explicou ao Correio que tudo ia bem até que os opositores pediram o fim do estado de sítio e a libertação do governador de Pando, Leopoldo Fernández, preso por militares em Cobija.
Acordo ameaçado na Bolívia
Fato do Dia
Favelas do Rio: da omissão à tragédia
Pedro do Coutto
Tribunas da Imprensa
Ao assumir a presidência do Tribunal Regional Eleitoral - matéria de Elenice Rottari, "O Globo" de 16/9 - o desembargador Alberto Mota Moraes referiu-se a algumas favelas do Rio como verdadeiros campos de concentração, áreas onde impera o terror do narcotráfico e ameaça do crime com reflexos inevitáveis no comportamento eleitoral dos moradores. Ele fez estas observações críticas, profundamente verdadeiras, ao receber o cargo do desembargador Roberto Wider, que encerrava seu mandato à frente do TRE-RJ. Mota Moraes aproveitou o momento, sem dúvida, para chamar a atenção sobre uma trágica realidade que a cada dia se consolida e se expande nas áreas de menor renda da cidade. E não apenas de renda mais baixa, sobretudo extremamente vulneráveis, já que nela o desemprego é mais alto, o subemprego se evidencia em larga escala, e os salários dos que lá residem perdem disparado para a inflação do IBGE. Com isso, tornam-se prisioneiros de um campo de concentração social, como disse o magistrado. As favelas cariocas não surgiram por acaso. São basicamente produtos da omissão dos governantes através do tempo, notadamente a partir de 1964, com a instalação de um processo cada vez mais forte de concentração de renda. Em 1961, quando Carlos Lacerda assumiu o governo da Guanabara, seu secretário de Planejamento, Helio Beltrão, realizou um levantamento a respeito das áreas críticas existentes na cidade. O Rio tinha, então, 3 milhões de habitantes e 300 mil moradores em barracos, cortiços e porões. Dez por cento do total da população. Uma política integrada seria capaz de erradicar a favelização, tornando-se necessária a construção de 60 mil moradias, pois a média na época era de 5 pessoas por residência. Não era fácil, mas a médio prazo era possível, bastando para isso que as favelas não se expandissem. Mas se expandiram. Hoje, o Rio tem 6 milhões de habitantes. E 1 milhão e 500 mil favelados. Um desastre. O projeto, bastante inteligente, partia do princípio de que no plano federal houvesse uma política de pleno emprego e de valorização do trabalho humano.
Aconteceu exatamente o contrário.
Pedro do Coutto
Segundo homem da PF vai para a cadeia
Edson Luiz
Correio Braziliense
Chefe da Polícia Federal dá voz de prisão a Romero Menezes, segundo na hierarquia da corporação. Delegado é suspeito de tráfico de influência.
O constrangimento foi total na sede da Polícia Federal quando o comandante da corporação anunciou a prisão do colega acusado de favorecer o irmão com informações sigilosas em Macapá. O diretor-executivo da Polícia Federal, Romero Lucena de Menezes, foi preso ontem acusado de advocacia administrativa e tráfico de influência. A suspeita é a de que ele teria beneficiado seu irmão José Gomes de Menezes Júnior com informações e intermediações. O Ministério Público afirmou que o delegado também é acusado de vazamento de apurações, o que não é confirmado pela PF. Ele foi preso temporariamente, assim como seu irmão e Renato Camargo dos Santos, funcionário da EBX, holding do empresário Eike Batista. As detenções foram um desdobramento da Operação Toque de Midas, realizada em julho passado, que teve como objetivo acabar com fraudes no processo de licitação de concessão de uma ferrrovia no Amapá. Foram feitas sete buscas e apreensões, incluindo no Ministério da Justiça, no gabinete e na casa do diretor-executivo.
Navalha na carne da PF
Ari Cunha - Cuidado com a chuva
Correio Braziliense
Ainda não começa hoje a “chuva eterna” do final do ano. Mas as primeiras deverão acontecer. Maior perigo para o tráfego. Não se pode dizer que são cuidadosos nossos motoristas; displicentes é a melhor classificação que se pode dar. As primeiras chuvas são traiçoeiras e constituem grande perigo para quem dirige. As pistas de Brasília, com tantos meses sem chuva, ficam cobertas por camada de pó e óleo dos carros. As águas que caem são surpresa para muitos desatentos à nova situação. Os veículos ficam sem adesão à pista. Qualquer freada rápida joga carros contra outros. São desastres imprevisíveis. Muitas vezes, com danos materiais e humanos. A venda de veículos no DF foi aberta a todas as classes sociais. Temos mais de 1 milhão na cidade, fora os que vêm de outros municípios. Nada melhor do que recomendar revisão dos pneus. Muitos carros em circulação estão em mãos pouco adestradas para os perigos da rua. A aquisição de carros foi facilitada pelo número de parcelas para pagamento. Agora é cuidado com as pistas e zelo pelos veículos comprados a longo prazo. Prejuízo de vida e de patrimônio está exposto. Defenda você e os outros. Tenha paciência no trânsito.
Ari Cunha - Cuidado com a chuva
Brasil S.A - Com os pés no chão
Correio Braziliense
Afora o show de Lula, os gestores da economia reagem com realismo à crise que varre os EUA
O ponto alto do furacão que sacode os alicerces da banca nos EUA, pondo abaixo algumas casas financeiras tradicionais além de rachar outras tantas, tem sido a frieza dos responsáveis pela economia no Brasil. Releve-se a soberba do presidente. Indagado sobre a crise, Lula respondeu: “Que crise? Vá perguntar para o Bush”. Isso é alegoria do show de Lula. O que importa é que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, admite que a crise, com epicentro nos EUA, já repercute sobre a oferta do crédito externo disponível ao país e também baterá nas contas externas, sensíveis ao preço e ao volume das exportações de commodities, cuja demanda vem esfriando em todos os mercados. Quanto, especialmente na China, o importador número um no mundo de alimentos e minérios, ainda não se sabe.
Brasil S.A - Com os pés no chão
Brasília-DF - Operação acalma a base
Correio Braziliense
O governo não se limitará à liberação das emendas individuais para deixar os parlamentares mais felizes na volta dos trabalhos pós-eleição. Por ordem do presidente Lula, está em curso na área econômica e política um plano para atender parte das emendas de bancada, aquelas que sempre terminam engavetadas por falta de recursos. A idéia do governo é tirar do papel os pedidos de obras “de desenvolvimento”, ou seja, aquelas que realmente foram pedidas por governadores. Agora, aquelas genéricas — que não trazem a obra especificada no texto da emenda — vão continuar apenas como letra morta no Orçamento deste ano.
Brasília-DF - Operação acalma a base
Diálogo rompido
Viviane Vaz
Correio Braziliense
Governadores oposicionistas suspendem negociações de trégua com o governo Evo Morales após a prisão de Leopoldo Fernández, acusado de comandar massacre de camponeses. Brasil reforça vigilância na fronteira do Acre para evitar o alastramento do conflito. Revoltados com a prisão de um governador acusado pela morte de camponeses, oposicionistas se retiram das negociações. Governo insiste em julgar o adversário, mas acena com concessões para destravar processo. “A negociação foi inaugurada com estado de sítio e termina hoje com uma prisão… O diálogo agoniza”, disse ontem o governador do departamento boliviana de Tarija, Mario Cossío. Representando os colegas oposicionistas de Santa Cruz, Beni, Pando e Chuquisaca, Cossío se reuniu com o vice-presidente Álvaro García Linera no Palácio Quemado, em La Paz, durante a noite de segunda-feira e a madrugada de ontem, para avançar na agenda do diálogo para pacificar o país. A secretária-executiva da Federação Nacional de Mulheres Indígenas, Leonilda Zurita, explicou ao Correio que tudo ia bem até que os opositores pediram o fim do estado de sítio e a libertação do governador de Pando, Leopoldo Fernández, preso por militares em Cobija.
Acordo ameaçado na Bolívia
TORNEIRA FECHADA
Vicente Nunes
Correio Braziliense
Pela primeira vez em seis anos, pequenos bancos brasileiros suspenderam operações de crédito por não terem dinheiro para emprestar. O fenômeno é sintoma de contágio da crise internacional, que pode, por efeito dominó, se desdobrar em maiores complicações para o país. No resto do mundo, os centros financeiros foram sacudidos pelo terremoto da seguradora AIG — a maior dos EUA, que precisa de um socorro de US$ 85 bilhões para não quebrar. Tentando serenar os ânimos, bancos centrais de vários países injetaram, juntos, US$ 234 bilhões nos mercados. Mesmo assim, a bolsa da Rússia caiu 17% e teve que encerrar os negócios antes do fim do pregão.
A CRISE A CAMINHO DO SEU BOLSO
Médicos peritos do INSS ameaçam parar hoje
Luciano Pires
Correio Braziliense
Categoria quer mudanças na MP do reajuste salarial. Quem marcou consulta pelo telefone corre o risco de perder a viagem
O cidadão que marcou horário por telefone e espera ser atendido hoje por um médico perito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) corre o risco de perder tempo. Insatisfeita com o texto de uma das medidas provisórias editadas no mês passado — autorizando aumentos salariais para 54 carreiras do Executivo federal —, a categoria promete parar. Em todo o país, são cerca de 5,2 mil profissionais. De acordo com a associação que representa os peritos, haverá grande adesão nas capitais e nas grandes cidades do interior.
Médicos peritos do INSS ameaçam parar hoje
Protesto pelo piso salarial dos professores
Luciano Pires
Correio Braziliense
Professores da rede pública em 11 estados e no Distrito Federal foram às ruas ontem em defesa do piso de R$ 950 para a categoria. Houve paralisação nas escolas, protestos em frente a prédios públicos e em assembléias estaduais. No DF, os profissionais que atuam em sala de aula já recebem acima do piso, mas aderiram parcialmente ao protesto nacional. Sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho, o salário mínimo do magistério beneficia cerca de 1,1 milhão de servidores que atuam em creches, pré-escolas, ensino fundamental e médio. A proposta, no entanto, enfrenta resistências por parte de governadores que alegam não poder cumprir a nova regra sob pena de ultrapassar os limites de gastos com pessoal fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) — despesas com funcionários só podem comprometer até 49% da receita corrente líquida.
Protesto pelo piso salarial dos professores
Um desafio histórico
Ricardo Miranda
Correio Braziliense
Rio de Janeiro — Do sonho de tornar-se um dos maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo à realidade de novo sheik planetário, o Brasil enfrentará, para extrair petróleo e gás dos reservatórios gigantes do pré-sal, a até sete mil metros de profundidade, o maior desafio tecnológico de sua história — e certamente o mais caro. Especialistas reunidos ontem na Conferência Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro, maior evento de petróleo e gás da América Latina, estimam que só o desenvolvimento do campo de Tupi, onde a Petrobras dará início, em março de 2009, aos testes de longa duração, custe cerca de US$ 20 bilhões.
Um desafio histórico
Lula nas alturas
Coluna - Marcos Coimbra
Correio Braziliense
Com crescente competência, o presidente estabelece uma relação cada vez mais sólida com a pessoa comum, falando como ela, agindo como “qualquer um” agiria. Com a divulgação da mais recente pesquisa nacional do Datafolha, confirmou-se o que era esperado. Lula está nas alturas, com sua popularidade batendo todos os recordes, mesmo os seus, que já eram os mais exuberantes desde quando se começou a pesquisar de maneira sistemática a opinião pública no Brasil.
Lula nas alturas
Mais empenho na Bolívia
Artigo - João Cláudio Garcia
Correio Braziliense
É histórica a falta de habilidade dos dirigentes sul-americanos para chegar a consensos ou tomar decisões práticas. Na reunião de segunda-feira à noite em Santiago, para discutir a crise na Bolívia, houve consenso, e aparentemente o diálogo foi um sucesso. Méritos para a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, que conseguiu marcar o encontro de emergência e coordenar a mesa-redonda sobre um tema delicado sem passar a impressão de que os países vizinhos pretendem interferir nos assuntos bolivianos. Mas, como era de se esperar, o conflito entre Morales e os opositores ainda está longe do fim, e a comunidade internacional precisará mergulhar mais nesse impasse para desatar o nó.
Mais empenho na Bolívia
Os inocentes e o grampo
Artigo - Ruy Fabiano
Correio Braziliense
A síndrome dos grampos confunde os ingênuos. É talvez o seu pior efeito colateral, tão grave quanto os efeitos diretos que ocasiona, ao indivíduo e à coletividade. A ingenuidade consiste em pensar que o grampo — a invasão de privacidade — só prejudica quem deve algo à Justiça. E só prejudicaria no plano individual. “Quem não deve não teme”, é o bordão que alguns repetem, na presunção de que o problema da perda de privacidade é apenas dos ricos e delinqüentes (que, para alguns, configuram uma única e indissociável condição, moral e social). Ledo engano, que os manipuladores dos grampos exploram espertamente. A perda de um direito humano elementar, seja qual for, afeta a todos. E o direito à privacidade está longe de ser um direito banal, que passaria ao largo dos inocentes — até porque essa condição (a inocência) passa a estar sujeita a manipulações.
Os inocentes e o grampo
Um copo pela metade
Coluna - Nas Entrelinhas
Correio Braziliense
Forte no jogo político pelo alto, Dilma tenta se tornar uma candidata robusta na base, o que não aconteceu até agora. É aí que entra o marketing
A grande popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo atingiu 64% de avaliação positiva (bom e ótimo), é um assunto fora de discussão. O mesmo não acontece com a possibilidade de transferir esse prestígio para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), na sua sucessão em 2010. É como um copo pela metade. Os governistas dizem que está quase cheio; a oposição, quase vazio. Que variáveis podem de fato encher ou esvaziar o copo de Dilma? São sobretudo três: o cenário econômico, a política de alianças e a pegada eleitoral da candidata.
A estratégia
Para o diretor-presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, o copo está quase vazio. Ele não acredita na possibilidade de Lula transferir seu prestígio para Dilma. “Lula tem uma trajetória única. Escapou de morrer de fome no Nordeste, viajou de pau-de-arara para São Paulo, foi engraxate, perdeu um dedo no torno mecânico, comandou greves quando ninguém vazia isso, foi preso pela ditadura, fundou um partido, disputou e perdeu três eleições para presidente da República e venceu duas”, resume. Qual a ligação de Dilma com a história de Lula? Quase nenhuma. Isso significa que ela não tenha uma biografia política? É claro que não. Mas tem uma história diferente, é a jovem estudante que virou guerrilheira, foi presa e torturada, cuja maior proeza foi “expropriar” o cofre do ex-governador paulista Ademar de Barros, criador do “rouba mas faz”. Sua militância política nem de longe será capaz de produzir um carisma semelhante ao de Lula. Como, então, encher o copo de Dilma? Primeiro, garantindo um cenário econômico que lhe seja favorável, com a inflação sob controle, o país crescendo, os programas sociais aos mais pobres e grandes obras para todo lado. Tal cenário favoreceria o continuísmo, o desdobramento da gestão de Lula com a eleição de uma pessoa identificada com suas realizações. Segundo, com a aglutinação das forças políticas que apóiam o governo em torno de Dilma, o que implica em consolidar seu nome nas bases do PT, fazer uma boa amarração com o PMDB e outros partidos aliados e remover a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB). Terceiro, com o marketing político, transformar a executiva da burocracia estatal, perfil de Dilma, na “fazedora de obras” e no trator eleitoral.
As contingências
Com a régua e o compasso do Palácio do Planalto, essa arquitetura pode até dar certo, pois o ambiente é favorável. Mas também pode dar errado. Toda a estratégia sofre fricção, mesmo a bem sucedida. É no seu curso que os obstáculos aparecem. Um problemão é a mudança no cenário econômico. Até aqui, o Brasil tirou de letra a crise financeira norte-americana, mas a situação está ficando cada vez mais estranha. A economia brasileira enfrenta razoavelmente bem a turbulência, mas os prognósticos são de que o país crescerá menos nos próximos anos. Tudo vai depender da China. Se continuar crescendo, o Brasil terá mais chances de manter a economia aquecida.
Um copo pela metade
Ações tentam barrar BrT-Oi
ELVIRA LOBATO
Folha de S. Paulo
Fittel orienta sindicatos dos telefônicos a entrar com medidas judiciais nos Estados
Motivo alegado é que fusão das teles acabaria criando monopólio privado no setor; empresas não comentam iniciativa dos sindicatos. Sindicatos de telefônicos de vários Estados preparam um arrastão judicial para questionar a venda da Brasil Telecom para a Oi. O movimento foi articulado pela Fittel (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações) em reunião realizada há duas semanas em Brasília. O Sinttel do Rio Grande do Sul foi o primeiro a pôr a medida em prática. Entrou com representação no Ministério Público Federal, alegando que a união das duas teles criará um monopólio privado, o que dificultaria ao poder público garantir o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, e a competição no mercado, previstos na Lei Geral de Telecomunicações. O procurador da República José Osmar Pumes, de Porto Alegre, abriu inquérito civil público para apurar o impacto do negócio sobre a competição no mercado, e suposta ilegalidade nos contratos firmados entre os acionistas da BrT, da Oi e o banco Credit Suisse. O procurador requisitou cópia dos contratos assinados, no final de abril. Os contratos são sigilosos, mas, segundo o procurador, não há sigilo para o Ministério Público Federal. A Oi anunciou que pagará R$ 5,8 bilhões por 60,5% do capital votante e 22,28% das ações preferenciais da Brasil Telecom Participações. A compra é condicionada à mudança do Plano Geral de Outorgas, que depende de decreto do presidente Lula. O contrato estipula que a Oi pagará multa de R$ 490 milhões à BrT se a compra não se efetivar até 19 de dezembro ou até abril do ano que vem.
Sindicatos vão à Justiça contra venda da Brasil Telecom à Oi
Crise pode afetar pré-sal, diz Gabrielli
VALDO CRUZ
Folha de S. Paulo
Segundo presidente da Petrobras, se turbulência financeira se prolongar, será difícil para estatal obter financiamento
Mas, ressalva Gabrielli, "bons projetos" sempre encontram crédito, e preço do petróleo não deve ter "queda contínua". O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse à Folha que a crise financeira pode afetar os investimentos na exploração do petróleo do pré-sal caso ela se prolongue. "No curto prazo, não. Agora, se a situação do mercado financeiro se prolongar, com dificuldades de financiamento, aí fica difícil aumentar a dívida", afirmou o presidente da maior empresa brasileira, lembrando que os investimentos no pré-sal vão demandar endividamento. Ele aposta, contudo, que mesmo em momentos de contração de crédito "os bons projetos" sempre encontram financiamentos, citando os planos da estatal no pré-sal. "Piorou [a captação de crédito no mercado financeiro], mas não quer dizer que continue assim", acrescentou. Apesar da gravidade da crise, Gabrielli avalia que o preço do petróleo não irá registrar "uma queda contínua" e manda um recado aos acionistas minoritários da empresa: "A perspectiva de crescimento da Petrobras é grande". Segundo Gabrielli, a crise não vai alterar o plano atual de investimento da empresa, de US$ 112,7 bilhões até 2012. Já em relação ao do pré-sal, lembra que ainda não foi apresentado. "É o futuro." A seguir, leia os principais trechos da entrevista concedida ontem no escritório da Petrobras em São Paulo.
Crise pode afetar pré-sal, diz Gabrielli
Mónica Bérgamo - Mão dupla
Folha de S. Paulo
O governo vai criar uma central para receber, pela internet, denúncias de pedofilia que ocorrem na própria rede. A Petrobras deve financiar a criação do software.
MISSÃO SECRETA
Apesar das críticas de Fidel Castro ao etanol brasileiro, duas missões "secretas" de Cuba já visitaram centros de tecnologia canavieira no interior de São Paulo. A idéia é "importar" o conhecimento do país para a ilha.
NA VITRINE
A primeira-dama, Marisa Letícia, vai sair da "toca" uma vez mais. Ela marcou reunião com 30 empresários em São Paulo para "um chamamento", segundo a Secretaria de Direitos Humanos", para o 3º Congresso Mundial contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que ocorrerá no Brasil em novembro.
Mónica Bérgamo - Mão dupla
Painel - Afinidades eletivas
Folha de S. Paulo
A menos de 20 dias do primeiro turno, circula entre apoiadores de Geraldo Alckmin (PSDB) a idéia de não apenas mencionar a participação de Gilberto Kassab (DEM) na gestão de Celso Pitta, mas de turbinar tal lembrança colhendo um depoimento do ex-prefeito sobre aquele que foi seu secretário do Planejamento. Pitta é filiado ao PTB, sigla do vice na chapa tucana, Campos Machado, com quem mantém "contato regular". "Tenho imenso carinho pelo Alckmin desde a época do Covas, com quem, diga-se, eu tinha quase um "caso secreto", dada a rivalidade dele com o malufismo. Covas sempre me socorreu", diz. Em Kassab, atira: "Ele participou efetivamente. Não por dois dias, mas por dois anos. Dizer que não é mau-caratismo".
Alto lá 1
Na contramão de alckmistas mais acelerados, o coordenador-geral da campanha, Edson Aparecido, rejeita a idéia de exibir na televisão um depoimento de Pitta sobre Kassab: "De jeito nenhum, não concordo com isso", diz o deputado.
Alto lá 2
Aparecido descarta a providência por considerá-la exagerada e fora do tom da propaganda, mas há tucanos que desaconselham tal caminho por questão de lógica: lembram que Pitta hoje não está com Kassab, e sim na coligação de Alckmin.
Passivo
Jorge Bornhausen vai procurar o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para manifestar o descontentamento do DEM diante da malhação de Kassab pela campanha tucana. Lembrará que o partido apoiou Alckmin em 2002 e 2006. E que este teve papel decisivo na escolha de Kassab para ser o vice na chapa de Serra em 2004.
Doutrina
Numa história antiga sempre repetida por Alckmin, ele, jovem candidato a prefeito de Pindamonhangaba, fez um comício desancando o opoente, o que lhe rendeu a seguinte reprimenda do pai: "Os supostos defeitos do seu adversário não aumentam as suas virtudes".
Ligada
A promessa de internet gratuita para toda a população de São Paulo, feita pela campanha de Marta Suplicy (PT), ganhou de adversários o apelido de "CEU Antena".
Painel - Afinidades eletivas
Alstom atrasa investigação, diz Ministério Público suíço
MARCELO NINIO
Folha de S. Paulo
Segundo o órgão, documentos obtidos em operação policial foram lacrados pela empresa
Porta-voz da Alstom não comenta a queixa feita pelo Ministério Público e anuncia intenção de processar o diário "Wall Street Journal". A empresa francesa Alstom está bloqueando as investigações na Suíça em torno da suspeita de que pagou propinas para vencer licitações públicas em países estrangeiros, incluindo o Brasil. A queixa é do Ministério Público suíço, que conduz 2 das 3 investigações sobre o caso no país. No último dia 21, um ex-executivo da Alstom foi preso durante operação policial na Suíça, com apreensão em vários escritórios da empresa no país. As autoridades não divulgaram o nome do suspeito, mas o jornal francês "Le Monde" o identificou como Bruno Kaelin, suíço que teria coordenado o pagamento das propinas.
Alstom atrasa investigação, diz Ministério Público suíço
FED SURPREENDE E SOCORRE AIG COM US$ 85 BI
Folha de S. Paulo
Em ação sem precedentes, BC dos EUA assume controle de maior seguradora do mundo para conter "fragilidade do mercado"
Bovespa sobe 1,68%, e Dow Jones, 1,30%, após relatos de reunião em NY para socorrer AIG; Fed mantém taxa de juros inalterada. Como os grandes bancos americanos se recusaram a emprestar dinheiro para a AIG, o governo dos EUA, depois de afirmar que não voltaria a ajudar o setor privado, decidiu emprestar US$ 85 bilhões para a maior seguradora mundial por meio do Fed (o banco central do país). Em troca, o governo terá como garantia 79,9% das ações da empresa. Pelo acordo, a direção da seguradora deverá ser demitida. O Federal Reserve (o BC dos EUA) anunciou ontem uma injeção de cerca de US$ 85 bilhões na AIG (American International Group), a maior seguradora do mundo, que tentava desesperadamente levantar dinheiro nos mercados para evitar uma concordata que traria prejuízos a grande parte dos bancos americanos e abalaria ainda mais os mercados. Após não obter apoio dos principais bancos do país, as autoridades americanas decidiram encampar a AIG, assumindo a participação de 80% na seguradora em troca do empréstimo salvador. Com o socorro, os mercados globais podem ter um dia positivo hoje. As Bolsas asiáticas abriram em alta, após perdas pesadas ontem. Até o fechamento desta edição, Tóquio ganhava 1,8%, após perdas de 4,95% na véspera, e Coréia do Sul subia 3,5%, após recuo de 6,10% na segunda-feira.
COM US$ 85 BI, EUA SALVAM SEGURADORA
Bolsa russa cai 17,45%, no pior pregão desde a crise de 1998
Folha de S. Paulo
As Bolsas de Valores russas tiveram ontem a sua maior queda desde a crise de 1998, fazendo com que as suas operações fossem suspensas várias vezes durante o dia. O recuo também obrigou o governo a colocar mais de US$ 18 bilhões nos mercados. O índice Micex se desvalorizou em 17,45%. Já o índice RTS teve queda de 11,47%. As quedas foram atribuídas às incertezas em relação aos mercados financeiros globais e à queda do preço do petróleo, com os bancos e as empresas de energia sendo os mais afetados. Depois de anunciar a ajuda de US$ 18,62 bilhões, o primeiro-ministro Vladimir Putin afirmou que "não há dúvidas de que as preocupações [que tomamos] serão operacionais" e que o país "sobreviverá aos atuais percalços no cenário econômico mundial", segundo a agência russa Itar-Tass. Ele disse ainda que o Ministério das Finanças injetará mais dinheiro hoje nos mercados.
Bolsa russa cai 17,45%, no pior pregão desde a crise de 1998
Cristina diz que Argentina está "firme" na crise
ADRIANA KÜCHLER
Folha de S. Paulo
Após receber críticas de diversos bancos de investimentos, como o Lehman Brothers, a presidente argentina, Cristina Kirchner, afirmou ontem que assiste ao Primeiro Mundo se romper como uma bolha, com a crise desses bancos nos EUA. "Aqui estamos no meio da turbulência, firmes, reconstruídos e dispostos a seguir enfrentando o presente e o futuro", disse Cristina. Há cerca de um mês, o Lehman Brothers emitiu um comunicado em que abordava a possibilidade de que a Argentina declarasse um novo default. Na semana passada, quando já se haviam anunciado perdas milionárias do banco de investimentos, a presidente recomendou que o Lehman "se ocupasse das próprias contas".
Cristina diz que Argentina está "firme" na crise
Debate sobre exploração do pré-sal será após eleição
SIMONE IGLESIAS
Folha de S. Paulo
Lula recebe propostas de comissão em 5 de outubro
As discussões com a sociedade em torno do marco regulatório para exploração do petróleo na camada pré-sal começarão um dia depois do primeiro turno das eleições municipais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que receberá as propostas da comissão interministerial no dia 5 de outubro, data da eleição. A entrega, portanto, se dará efetivamente no dia 6, segunda-feira. A partir do estudo, haverá um debate para que a definição do novo marco regulatório se dê de forma consensual. Entre as medidas que serão apresentadas está o aumento do imposto pago pelas empresas para explorar e produzir que é hoje no Brasil, em média, de 65%. A proposta foi praticamente confirmada por Lula. "Na Noruega, as empresas estrangeiras pagam 78% de imposto e não reclamam."
Debate sobre exploração do pré-sal será após eleição
No futuro, Wall Street terá papel menor
LOUISE STORY e EDMUND L. ANDREWS DO "NEW YORK TIMES"
Folha de S. Paulo
Analistas e banqueiros vêem fim de "superbolha" de crédito que durou 30 anos e da "era dourada" do setor financeiro. Crise atual deve reduzir número de bancos de investimento, que precisarão de base maior de capital para operar. A velha Wall Street está abrindo caminho a uma nova. Enquanto reacomodações tectônicas no setor financeiro americano abalam os mercados mundiais, muitos especialistas prevêem que os eventos das 72 horas anteriores prenunciavam um período de dolorosas mudanças em Wall Street. As previsões são desanimadoras. Os bancos de investimento serão menores. Seus lucros, mais magros. Os empregos no setor financeiro escassearão. E a dimensão desproporcional que Wall Street veio a assumir na economia do país encolherá. Esse é o caso extremo. Mas enquanto os investidores tentavam compreender a queda abrupta de duas das mais poderosas empresas de Wall Street -o Lehman Brothers, que entrou em colapso, e o Merrill Lynch, que correu a fechar um acordo de fusão com o Bank of America-, até mesmo os otimistas diziam que o futuro imediato seria difícil. Henry Paulson, o secretário do Tesouro, e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) estão preparando o terreno para que os poucos sobreviventes vigorosos liderem a recuperação do setor, mas permitirão que as empresas mais fracas desabem ou sejam engolidas por rivais. "Tivemos uma era dourada para os serviços financeiros e bancários", disse Kenneth Lewis, presidente-executivo do Bank of America. "As coisas serão mais difíceis agora. Haverá menos empresas, e teremos de ser melhores no que fazemos".
No futuro, Wall Street terá papel menor
A ação do Fed
Antonio Delfim Netto
Folha de S. Paulo
A SITUAÇÃO da economia americana continua extremamente confusa. As informações contraditórias e a incerteza sobre o comportamento do Departamento do Tesouro e do Fed não permitem nenhuma antecipação do que poderá ocorrer no futuro próximo. Todas as "precisões" (feitas por charlatães ou por Prêmios Nobel) valem rigorosamente a mesma coisa! No final de agosto, as previsões e informações eram as seguintes: 1) o PIB dos EUA deve crescer 1,5% em 2008 (contra a média de 3,1% antes da crise); 2) a taxa de inflação anual em julho de 2008 é de 5,6%, contra 2,4% em 2007; 3) a taxa de desemprego era de 5,7%, contra 4,6% em 2007; 4) o déficit comercial era da ordem de 5,6% do PIB, e o déficit em conta corrente, de 4,8%; 5) o déficit fiscal nominal andava em torno de 2,5% do PIB; 6) a taxa de juro nominal de curto prazo continuava negativa (-3%). A manifestação da crise financeira, que parecia restrita ao setor imobiliário, foi enfrentada com uma dramática redução da taxa do Fed Fund de 325 pontos, acompanhada de um suprimento de liqüidez e de uma devolução de impostos. Logo em seguida começaram a surgir novos problemas com a "descoberta" de operações financeiras altamente arriscadas, mas não reguladas e, o que é pior, não adequadamente registradas nos balanços! Com isso introduziu-se uma certeza que vai reduzindo o crédito e, lentamente, atingindo o funcionamento do setor real da economia.
A ação do Fed
Nomes de guerra
Ruy Castro
Folha de S. Paulo
Esta coluna, na segunda-feira, exumou uma quantidade de nomes exóticos com que alguns brasileiros se assinavam a sério, com registro em cartório, nos anos 60. Um deles, Um Dois Três de Oliveira Quatro, ficou tão famoso que lhe ser apresentado seria como apertar a mão do curupira ou do saci-pererê. Mas não se sabe de quem tivesse tido a honra. Mais fácil é conviver com os nomes que hoje infestam os nossos times de futebol: Joilson, Joelson, Jadilson, Kleberson, Vanderson, Ibson, Athirson, Edilson, Denilson, Lenilson, Ademilson, Valdson, Fredson, Liedson, Tailson, Revson, Glelberson e, naturalmente, Richarlyson. Para não falar em Réver, Mairon, Kerlon, Weldon, Cleilton, Rogélio, Thiego, Maicon, Maicossuel e Leyrielton.
Nomes de guerra
MEC estuda autorizar outros diplomados a exercer o jornalismo
Folha de S. Paulo
Proposta de Haddad é permitir que qualquer profissional com formação superior também possa trabalhar na área
Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Fenaj, diz que a proposta é "inoportuna"; ANJ não comenta porque caso está sob exame do STF. O MEC (Ministério da Educação) estuda autorizar profissionais que tenham formação universitária em qualquer área a exercer a profissão de jornalista. O ministro Fernando Haddad (Educação) também quer discutir as diretrizes dos cursos oferecidos na área que passarão por uma supervisão, a exemplo do que ocorreu com direito, medicina e pedagogia. Ainda neste mês, o ministro disse que vai constituir um grupo de trabalho para apresentar, em 90 dias, uma proposta nesse sentido. "A comissão fará uma análise das diretrizes curriculares do jornalismo e, sobretudo, das perspectivas de graduados em outras áreas, mediante formação complementar, poderem fazer jus ao diploma." Ele disse à Folha que seu objetivo não é entrar na discussão travada no STF (Supremo Tribunal Federal) e no Ministério do Trabalho sobre a obrigatoriedade do diploma, mas tratar da formação do jornalista. Do ponto de vista prático, se o STF -que deve julgar ação neste semestre- entender que o diploma de jornalista é obrigatório, a discussão se tornará inócua.
MEC estuda autorizar outros diplomados a exercer o jornalismo
Meio ambiente: Governo retém verba de pasta para pagar juros, diz entidade
Folha de S. Paulo
Cerca de R$ 3,2 bilhões, que deveriam ser usados em ações do Meio Ambiente, foram retidos pelo governo em favor do superávit primário. A pasta deveria ter recebido R$ 3,8 bilhões de royalties de 2002 a 2007, mas só ficou com R$ 606 milhões, segundo a Confederação Nacional de Municípios. Carlos Minc admitiu a retenção, mas disse que parte da verba era engessada. Segundo ele, a maior parte do recurso vindo do petróleo só poderia ser usada em programas de despoluição do mar causado por acidentes e vazamentos.
Meio ambiente: Governo retém verba de pasta para pagar juros, diz entidade
A arte de amolar o contribuinte no Brasil
Gazeta Mercantil
O governo federal enviou sua proposta orçamentária para 2009 prevendo um aumento de arrecadação de 13%. O aumento nominal do PIB será de 10,53%. Entregará, o contribuinte brasileiro, 25,38% do que ganha só para a União, sem contar o que entrega às outras entidades federativas. Medalha de Ouro absoluto, nas Olimpíadas tributárias, decidiu, o governo federal, elevar as despesas com a mão-de-obra oficial em 16,5%. Com isso, os integrantes serão os grandes beneficiários deste aumento acima da previsão inflacionária de 4,5%! Para o pagamento, portanto, de 0,75% da população brasileira - que ocupa cargos e funções públicas - deverá destinar 4,87% do PIB!!!
A arte de amolar o contribuinte no Brasil
A Lei de Dantas e o riso do bandido
Augusto Nunes
Gazeta Mercantil
"O criminoso também tem direitos fundamentais", ensina a frase de Gilmar Mendes transformada em preâmbulo da Lei de Dantas, concebida pelo Supremo Tribunal Federal num ritmo de assustar velocista jamaicano. "Bandido é gente como a gente", poderia ter sido mais claro o time de 11 ministros. Mas gente de toga não fala língua de gente. Além do mais, os presídios acharam justo eternizar no preâmbulo um dos mantras favoritos do presidente. Faz sentido: ninguém foi mais destemido que Mendes nos trabalhos de parto da mais recente contribuição do Brasil ao mundo jurídico. A homenagem ao ministro é tão merecida quanto a prestada a Daniel Dantas pelo pai da idéia de batizar a criatura com o sobrenome do empresário que ficou conhecido como case de sucesso e virou celebridade como caso de polícia. Daqui por diante, todos lembrarão que a gestação dos dois artigos que compõem a Lei de Dantas começou na segunda semana de julho, quando foram engaiolados pela Polícia Federal alguns figurões incorporados à quadrilha de especialistas em gatunagens financeiras liderada pelo dono do Opportunity.
A Lei de Dantas e o riso do bandido
Informe JB - Um outro PMDB no caminho de Temer
Jornal do Brasil
Não é de hoje que a desunida bancada do PMDB no Senado traz problemas para o partido. Agora, surge um percalço no caminho do presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP), rumo à presidência da Câmara. Uma ala da bancada de 20 na Casa Alta quer manter a cadeira a todo custo, enquanto a outra, diplomática, entrega-se à tradição da alternância de poder das Casas e apóia Tião Viana, do PT. O presidente Lula já avisou a Temer que não quer confusão, e que se virem no Congresso. Logo, o deputado começou a ouvir os cinco ministros do partido – principalmente Geddel Vieira e Edison Lobão. Depois das eleições, pedirá ajuda a José Sarney para retomar as reuniões na casa de Roseana Sarney a fim de unir o discurso. Vai ser dose. A ala independente quer justamente coroar José Sarney no trono que hoje é de Garibaldi Alves.
Informe JB - Um outro PMDB no caminho de Temer
Doação para ambiente terá isenção de imposto
João Domingos, Adriana Fernandes e Denise Chrispim Marin
O Estado de S. Paulo
Vicente Nunes
Correio Braziliense
Pela primeira vez em seis anos, pequenos bancos brasileiros suspenderam operações de crédito por não terem dinheiro para emprestar. O fenômeno é sintoma de contágio da crise internacional, que pode, por efeito dominó, se desdobrar em maiores complicações para o país. No resto do mundo, os centros financeiros foram sacudidos pelo terremoto da seguradora AIG — a maior dos EUA, que precisa de um socorro de US$ 85 bilhões para não quebrar. Tentando serenar os ânimos, bancos centrais de vários países injetaram, juntos, US$ 234 bilhões nos mercados. Mesmo assim, a bolsa da Rússia caiu 17% e teve que encerrar os negócios antes do fim do pregão.
A CRISE A CAMINHO DO SEU BOLSO
Médicos peritos do INSS ameaçam parar hoje
Luciano Pires
Correio Braziliense
Categoria quer mudanças na MP do reajuste salarial. Quem marcou consulta pelo telefone corre o risco de perder a viagem
O cidadão que marcou horário por telefone e espera ser atendido hoje por um médico perito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) corre o risco de perder tempo. Insatisfeita com o texto de uma das medidas provisórias editadas no mês passado — autorizando aumentos salariais para 54 carreiras do Executivo federal —, a categoria promete parar. Em todo o país, são cerca de 5,2 mil profissionais. De acordo com a associação que representa os peritos, haverá grande adesão nas capitais e nas grandes cidades do interior.
Médicos peritos do INSS ameaçam parar hoje
Protesto pelo piso salarial dos professores
Luciano Pires
Correio Braziliense
Professores da rede pública em 11 estados e no Distrito Federal foram às ruas ontem em defesa do piso de R$ 950 para a categoria. Houve paralisação nas escolas, protestos em frente a prédios públicos e em assembléias estaduais. No DF, os profissionais que atuam em sala de aula já recebem acima do piso, mas aderiram parcialmente ao protesto nacional. Sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho, o salário mínimo do magistério beneficia cerca de 1,1 milhão de servidores que atuam em creches, pré-escolas, ensino fundamental e médio. A proposta, no entanto, enfrenta resistências por parte de governadores que alegam não poder cumprir a nova regra sob pena de ultrapassar os limites de gastos com pessoal fixados pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) — despesas com funcionários só podem comprometer até 49% da receita corrente líquida.
Protesto pelo piso salarial dos professores
Um desafio histórico
Ricardo Miranda
Correio Braziliense
Rio de Janeiro — Do sonho de tornar-se um dos maiores produtores e exportadores de petróleo do mundo à realidade de novo sheik planetário, o Brasil enfrentará, para extrair petróleo e gás dos reservatórios gigantes do pré-sal, a até sete mil metros de profundidade, o maior desafio tecnológico de sua história — e certamente o mais caro. Especialistas reunidos ontem na Conferência Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro, maior evento de petróleo e gás da América Latina, estimam que só o desenvolvimento do campo de Tupi, onde a Petrobras dará início, em março de 2009, aos testes de longa duração, custe cerca de US$ 20 bilhões.
Um desafio histórico
Lula nas alturas
Coluna - Marcos Coimbra
Correio Braziliense
Com crescente competência, o presidente estabelece uma relação cada vez mais sólida com a pessoa comum, falando como ela, agindo como “qualquer um” agiria. Com a divulgação da mais recente pesquisa nacional do Datafolha, confirmou-se o que era esperado. Lula está nas alturas, com sua popularidade batendo todos os recordes, mesmo os seus, que já eram os mais exuberantes desde quando se começou a pesquisar de maneira sistemática a opinião pública no Brasil.
Lula nas alturas
Mais empenho na Bolívia
Artigo - João Cláudio Garcia
Correio Braziliense
É histórica a falta de habilidade dos dirigentes sul-americanos para chegar a consensos ou tomar decisões práticas. Na reunião de segunda-feira à noite em Santiago, para discutir a crise na Bolívia, houve consenso, e aparentemente o diálogo foi um sucesso. Méritos para a presidenta do Chile, Michelle Bachelet, que conseguiu marcar o encontro de emergência e coordenar a mesa-redonda sobre um tema delicado sem passar a impressão de que os países vizinhos pretendem interferir nos assuntos bolivianos. Mas, como era de se esperar, o conflito entre Morales e os opositores ainda está longe do fim, e a comunidade internacional precisará mergulhar mais nesse impasse para desatar o nó.
Mais empenho na Bolívia
Os inocentes e o grampo
Artigo - Ruy Fabiano
Correio Braziliense
A síndrome dos grampos confunde os ingênuos. É talvez o seu pior efeito colateral, tão grave quanto os efeitos diretos que ocasiona, ao indivíduo e à coletividade. A ingenuidade consiste em pensar que o grampo — a invasão de privacidade — só prejudica quem deve algo à Justiça. E só prejudicaria no plano individual. “Quem não deve não teme”, é o bordão que alguns repetem, na presunção de que o problema da perda de privacidade é apenas dos ricos e delinqüentes (que, para alguns, configuram uma única e indissociável condição, moral e social). Ledo engano, que os manipuladores dos grampos exploram espertamente. A perda de um direito humano elementar, seja qual for, afeta a todos. E o direito à privacidade está longe de ser um direito banal, que passaria ao largo dos inocentes — até porque essa condição (a inocência) passa a estar sujeita a manipulações.
Os inocentes e o grampo
Um copo pela metade
Coluna - Nas Entrelinhas
Correio Braziliense
Forte no jogo político pelo alto, Dilma tenta se tornar uma candidata robusta na base, o que não aconteceu até agora. É aí que entra o marketing
A grande popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo atingiu 64% de avaliação positiva (bom e ótimo), é um assunto fora de discussão. O mesmo não acontece com a possibilidade de transferir esse prestígio para a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), na sua sucessão em 2010. É como um copo pela metade. Os governistas dizem que está quase cheio; a oposição, quase vazio. Que variáveis podem de fato encher ou esvaziar o copo de Dilma? São sobretudo três: o cenário econômico, a política de alianças e a pegada eleitoral da candidata.
A estratégia
Para o diretor-presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, o copo está quase vazio. Ele não acredita na possibilidade de Lula transferir seu prestígio para Dilma. “Lula tem uma trajetória única. Escapou de morrer de fome no Nordeste, viajou de pau-de-arara para São Paulo, foi engraxate, perdeu um dedo no torno mecânico, comandou greves quando ninguém vazia isso, foi preso pela ditadura, fundou um partido, disputou e perdeu três eleições para presidente da República e venceu duas”, resume. Qual a ligação de Dilma com a história de Lula? Quase nenhuma. Isso significa que ela não tenha uma biografia política? É claro que não. Mas tem uma história diferente, é a jovem estudante que virou guerrilheira, foi presa e torturada, cuja maior proeza foi “expropriar” o cofre do ex-governador paulista Ademar de Barros, criador do “rouba mas faz”. Sua militância política nem de longe será capaz de produzir um carisma semelhante ao de Lula. Como, então, encher o copo de Dilma? Primeiro, garantindo um cenário econômico que lhe seja favorável, com a inflação sob controle, o país crescendo, os programas sociais aos mais pobres e grandes obras para todo lado. Tal cenário favoreceria o continuísmo, o desdobramento da gestão de Lula com a eleição de uma pessoa identificada com suas realizações. Segundo, com a aglutinação das forças políticas que apóiam o governo em torno de Dilma, o que implica em consolidar seu nome nas bases do PT, fazer uma boa amarração com o PMDB e outros partidos aliados e remover a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB). Terceiro, com o marketing político, transformar a executiva da burocracia estatal, perfil de Dilma, na “fazedora de obras” e no trator eleitoral.
As contingências
Com a régua e o compasso do Palácio do Planalto, essa arquitetura pode até dar certo, pois o ambiente é favorável. Mas também pode dar errado. Toda a estratégia sofre fricção, mesmo a bem sucedida. É no seu curso que os obstáculos aparecem. Um problemão é a mudança no cenário econômico. Até aqui, o Brasil tirou de letra a crise financeira norte-americana, mas a situação está ficando cada vez mais estranha. A economia brasileira enfrenta razoavelmente bem a turbulência, mas os prognósticos são de que o país crescerá menos nos próximos anos. Tudo vai depender da China. Se continuar crescendo, o Brasil terá mais chances de manter a economia aquecida.
Um copo pela metade
Ações tentam barrar BrT-Oi
ELVIRA LOBATO
Folha de S. Paulo
Fittel orienta sindicatos dos telefônicos a entrar com medidas judiciais nos Estados
Motivo alegado é que fusão das teles acabaria criando monopólio privado no setor; empresas não comentam iniciativa dos sindicatos. Sindicatos de telefônicos de vários Estados preparam um arrastão judicial para questionar a venda da Brasil Telecom para a Oi. O movimento foi articulado pela Fittel (Federação Interestadual dos Trabalhadores em Telecomunicações) em reunião realizada há duas semanas em Brasília. O Sinttel do Rio Grande do Sul foi o primeiro a pôr a medida em prática. Entrou com representação no Ministério Público Federal, alegando que a união das duas teles criará um monopólio privado, o que dificultaria ao poder público garantir o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, e a competição no mercado, previstos na Lei Geral de Telecomunicações. O procurador da República José Osmar Pumes, de Porto Alegre, abriu inquérito civil público para apurar o impacto do negócio sobre a competição no mercado, e suposta ilegalidade nos contratos firmados entre os acionistas da BrT, da Oi e o banco Credit Suisse. O procurador requisitou cópia dos contratos assinados, no final de abril. Os contratos são sigilosos, mas, segundo o procurador, não há sigilo para o Ministério Público Federal. A Oi anunciou que pagará R$ 5,8 bilhões por 60,5% do capital votante e 22,28% das ações preferenciais da Brasil Telecom Participações. A compra é condicionada à mudança do Plano Geral de Outorgas, que depende de decreto do presidente Lula. O contrato estipula que a Oi pagará multa de R$ 490 milhões à BrT se a compra não se efetivar até 19 de dezembro ou até abril do ano que vem.
Sindicatos vão à Justiça contra venda da Brasil Telecom à Oi
Crise pode afetar pré-sal, diz Gabrielli
VALDO CRUZ
Folha de S. Paulo
Segundo presidente da Petrobras, se turbulência financeira se prolongar, será difícil para estatal obter financiamento
Mas, ressalva Gabrielli, "bons projetos" sempre encontram crédito, e preço do petróleo não deve ter "queda contínua". O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, disse à Folha que a crise financeira pode afetar os investimentos na exploração do petróleo do pré-sal caso ela se prolongue. "No curto prazo, não. Agora, se a situação do mercado financeiro se prolongar, com dificuldades de financiamento, aí fica difícil aumentar a dívida", afirmou o presidente da maior empresa brasileira, lembrando que os investimentos no pré-sal vão demandar endividamento. Ele aposta, contudo, que mesmo em momentos de contração de crédito "os bons projetos" sempre encontram financiamentos, citando os planos da estatal no pré-sal. "Piorou [a captação de crédito no mercado financeiro], mas não quer dizer que continue assim", acrescentou. Apesar da gravidade da crise, Gabrielli avalia que o preço do petróleo não irá registrar "uma queda contínua" e manda um recado aos acionistas minoritários da empresa: "A perspectiva de crescimento da Petrobras é grande". Segundo Gabrielli, a crise não vai alterar o plano atual de investimento da empresa, de US$ 112,7 bilhões até 2012. Já em relação ao do pré-sal, lembra que ainda não foi apresentado. "É o futuro." A seguir, leia os principais trechos da entrevista concedida ontem no escritório da Petrobras em São Paulo.
Crise pode afetar pré-sal, diz Gabrielli
Mónica Bérgamo - Mão dupla
Folha de S. Paulo
O governo vai criar uma central para receber, pela internet, denúncias de pedofilia que ocorrem na própria rede. A Petrobras deve financiar a criação do software.
MISSÃO SECRETA
Apesar das críticas de Fidel Castro ao etanol brasileiro, duas missões "secretas" de Cuba já visitaram centros de tecnologia canavieira no interior de São Paulo. A idéia é "importar" o conhecimento do país para a ilha.
NA VITRINE
A primeira-dama, Marisa Letícia, vai sair da "toca" uma vez mais. Ela marcou reunião com 30 empresários em São Paulo para "um chamamento", segundo a Secretaria de Direitos Humanos", para o 3º Congresso Mundial contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que ocorrerá no Brasil em novembro.
Mónica Bérgamo - Mão dupla
Painel - Afinidades eletivas
Folha de S. Paulo
A menos de 20 dias do primeiro turno, circula entre apoiadores de Geraldo Alckmin (PSDB) a idéia de não apenas mencionar a participação de Gilberto Kassab (DEM) na gestão de Celso Pitta, mas de turbinar tal lembrança colhendo um depoimento do ex-prefeito sobre aquele que foi seu secretário do Planejamento. Pitta é filiado ao PTB, sigla do vice na chapa tucana, Campos Machado, com quem mantém "contato regular". "Tenho imenso carinho pelo Alckmin desde a época do Covas, com quem, diga-se, eu tinha quase um "caso secreto", dada a rivalidade dele com o malufismo. Covas sempre me socorreu", diz. Em Kassab, atira: "Ele participou efetivamente. Não por dois dias, mas por dois anos. Dizer que não é mau-caratismo".
Alto lá 1
Na contramão de alckmistas mais acelerados, o coordenador-geral da campanha, Edson Aparecido, rejeita a idéia de exibir na televisão um depoimento de Pitta sobre Kassab: "De jeito nenhum, não concordo com isso", diz o deputado.
Alto lá 2
Aparecido descarta a providência por considerá-la exagerada e fora do tom da propaganda, mas há tucanos que desaconselham tal caminho por questão de lógica: lembram que Pitta hoje não está com Kassab, e sim na coligação de Alckmin.
Passivo
Jorge Bornhausen vai procurar o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para manifestar o descontentamento do DEM diante da malhação de Kassab pela campanha tucana. Lembrará que o partido apoiou Alckmin em 2002 e 2006. E que este teve papel decisivo na escolha de Kassab para ser o vice na chapa de Serra em 2004.
Doutrina
Numa história antiga sempre repetida por Alckmin, ele, jovem candidato a prefeito de Pindamonhangaba, fez um comício desancando o opoente, o que lhe rendeu a seguinte reprimenda do pai: "Os supostos defeitos do seu adversário não aumentam as suas virtudes".
Ligada
A promessa de internet gratuita para toda a população de São Paulo, feita pela campanha de Marta Suplicy (PT), ganhou de adversários o apelido de "CEU Antena".
Painel - Afinidades eletivas
Alstom atrasa investigação, diz Ministério Público suíço
MARCELO NINIO
Folha de S. Paulo
Segundo o órgão, documentos obtidos em operação policial foram lacrados pela empresa
Porta-voz da Alstom não comenta a queixa feita pelo Ministério Público e anuncia intenção de processar o diário "Wall Street Journal". A empresa francesa Alstom está bloqueando as investigações na Suíça em torno da suspeita de que pagou propinas para vencer licitações públicas em países estrangeiros, incluindo o Brasil. A queixa é do Ministério Público suíço, que conduz 2 das 3 investigações sobre o caso no país. No último dia 21, um ex-executivo da Alstom foi preso durante operação policial na Suíça, com apreensão em vários escritórios da empresa no país. As autoridades não divulgaram o nome do suspeito, mas o jornal francês "Le Monde" o identificou como Bruno Kaelin, suíço que teria coordenado o pagamento das propinas.
Alstom atrasa investigação, diz Ministério Público suíço
FED SURPREENDE E SOCORRE AIG COM US$ 85 BI
Folha de S. Paulo
Em ação sem precedentes, BC dos EUA assume controle de maior seguradora do mundo para conter "fragilidade do mercado"
Bovespa sobe 1,68%, e Dow Jones, 1,30%, após relatos de reunião em NY para socorrer AIG; Fed mantém taxa de juros inalterada. Como os grandes bancos americanos se recusaram a emprestar dinheiro para a AIG, o governo dos EUA, depois de afirmar que não voltaria a ajudar o setor privado, decidiu emprestar US$ 85 bilhões para a maior seguradora mundial por meio do Fed (o banco central do país). Em troca, o governo terá como garantia 79,9% das ações da empresa. Pelo acordo, a direção da seguradora deverá ser demitida. O Federal Reserve (o BC dos EUA) anunciou ontem uma injeção de cerca de US$ 85 bilhões na AIG (American International Group), a maior seguradora do mundo, que tentava desesperadamente levantar dinheiro nos mercados para evitar uma concordata que traria prejuízos a grande parte dos bancos americanos e abalaria ainda mais os mercados. Após não obter apoio dos principais bancos do país, as autoridades americanas decidiram encampar a AIG, assumindo a participação de 80% na seguradora em troca do empréstimo salvador. Com o socorro, os mercados globais podem ter um dia positivo hoje. As Bolsas asiáticas abriram em alta, após perdas pesadas ontem. Até o fechamento desta edição, Tóquio ganhava 1,8%, após perdas de 4,95% na véspera, e Coréia do Sul subia 3,5%, após recuo de 6,10% na segunda-feira.
COM US$ 85 BI, EUA SALVAM SEGURADORA
Bolsa russa cai 17,45%, no pior pregão desde a crise de 1998
Folha de S. Paulo
As Bolsas de Valores russas tiveram ontem a sua maior queda desde a crise de 1998, fazendo com que as suas operações fossem suspensas várias vezes durante o dia. O recuo também obrigou o governo a colocar mais de US$ 18 bilhões nos mercados. O índice Micex se desvalorizou em 17,45%. Já o índice RTS teve queda de 11,47%. As quedas foram atribuídas às incertezas em relação aos mercados financeiros globais e à queda do preço do petróleo, com os bancos e as empresas de energia sendo os mais afetados. Depois de anunciar a ajuda de US$ 18,62 bilhões, o primeiro-ministro Vladimir Putin afirmou que "não há dúvidas de que as preocupações [que tomamos] serão operacionais" e que o país "sobreviverá aos atuais percalços no cenário econômico mundial", segundo a agência russa Itar-Tass. Ele disse ainda que o Ministério das Finanças injetará mais dinheiro hoje nos mercados.
Bolsa russa cai 17,45%, no pior pregão desde a crise de 1998
Cristina diz que Argentina está "firme" na crise
ADRIANA KÜCHLER
Folha de S. Paulo
Após receber críticas de diversos bancos de investimentos, como o Lehman Brothers, a presidente argentina, Cristina Kirchner, afirmou ontem que assiste ao Primeiro Mundo se romper como uma bolha, com a crise desses bancos nos EUA. "Aqui estamos no meio da turbulência, firmes, reconstruídos e dispostos a seguir enfrentando o presente e o futuro", disse Cristina. Há cerca de um mês, o Lehman Brothers emitiu um comunicado em que abordava a possibilidade de que a Argentina declarasse um novo default. Na semana passada, quando já se haviam anunciado perdas milionárias do banco de investimentos, a presidente recomendou que o Lehman "se ocupasse das próprias contas".
Cristina diz que Argentina está "firme" na crise
Debate sobre exploração do pré-sal será após eleição
SIMONE IGLESIAS
Folha de S. Paulo
Lula recebe propostas de comissão em 5 de outubro
As discussões com a sociedade em torno do marco regulatório para exploração do petróleo na camada pré-sal começarão um dia depois do primeiro turno das eleições municipais. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que receberá as propostas da comissão interministerial no dia 5 de outubro, data da eleição. A entrega, portanto, se dará efetivamente no dia 6, segunda-feira. A partir do estudo, haverá um debate para que a definição do novo marco regulatório se dê de forma consensual. Entre as medidas que serão apresentadas está o aumento do imposto pago pelas empresas para explorar e produzir que é hoje no Brasil, em média, de 65%. A proposta foi praticamente confirmada por Lula. "Na Noruega, as empresas estrangeiras pagam 78% de imposto e não reclamam."
Debate sobre exploração do pré-sal será após eleição
No futuro, Wall Street terá papel menor
LOUISE STORY e EDMUND L. ANDREWS DO "NEW YORK TIMES"
Folha de S. Paulo
Analistas e banqueiros vêem fim de "superbolha" de crédito que durou 30 anos e da "era dourada" do setor financeiro. Crise atual deve reduzir número de bancos de investimento, que precisarão de base maior de capital para operar. A velha Wall Street está abrindo caminho a uma nova. Enquanto reacomodações tectônicas no setor financeiro americano abalam os mercados mundiais, muitos especialistas prevêem que os eventos das 72 horas anteriores prenunciavam um período de dolorosas mudanças em Wall Street. As previsões são desanimadoras. Os bancos de investimento serão menores. Seus lucros, mais magros. Os empregos no setor financeiro escassearão. E a dimensão desproporcional que Wall Street veio a assumir na economia do país encolherá. Esse é o caso extremo. Mas enquanto os investidores tentavam compreender a queda abrupta de duas das mais poderosas empresas de Wall Street -o Lehman Brothers, que entrou em colapso, e o Merrill Lynch, que correu a fechar um acordo de fusão com o Bank of America-, até mesmo os otimistas diziam que o futuro imediato seria difícil. Henry Paulson, o secretário do Tesouro, e o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) estão preparando o terreno para que os poucos sobreviventes vigorosos liderem a recuperação do setor, mas permitirão que as empresas mais fracas desabem ou sejam engolidas por rivais. "Tivemos uma era dourada para os serviços financeiros e bancários", disse Kenneth Lewis, presidente-executivo do Bank of America. "As coisas serão mais difíceis agora. Haverá menos empresas, e teremos de ser melhores no que fazemos".
No futuro, Wall Street terá papel menor
A ação do Fed
Antonio Delfim Netto
Folha de S. Paulo
A SITUAÇÃO da economia americana continua extremamente confusa. As informações contraditórias e a incerteza sobre o comportamento do Departamento do Tesouro e do Fed não permitem nenhuma antecipação do que poderá ocorrer no futuro próximo. Todas as "precisões" (feitas por charlatães ou por Prêmios Nobel) valem rigorosamente a mesma coisa! No final de agosto, as previsões e informações eram as seguintes: 1) o PIB dos EUA deve crescer 1,5% em 2008 (contra a média de 3,1% antes da crise); 2) a taxa de inflação anual em julho de 2008 é de 5,6%, contra 2,4% em 2007; 3) a taxa de desemprego era de 5,7%, contra 4,6% em 2007; 4) o déficit comercial era da ordem de 5,6% do PIB, e o déficit em conta corrente, de 4,8%; 5) o déficit fiscal nominal andava em torno de 2,5% do PIB; 6) a taxa de juro nominal de curto prazo continuava negativa (-3%). A manifestação da crise financeira, que parecia restrita ao setor imobiliário, foi enfrentada com uma dramática redução da taxa do Fed Fund de 325 pontos, acompanhada de um suprimento de liqüidez e de uma devolução de impostos. Logo em seguida começaram a surgir novos problemas com a "descoberta" de operações financeiras altamente arriscadas, mas não reguladas e, o que é pior, não adequadamente registradas nos balanços! Com isso introduziu-se uma certeza que vai reduzindo o crédito e, lentamente, atingindo o funcionamento do setor real da economia.
A ação do Fed
Nomes de guerra
Ruy Castro
Folha de S. Paulo
Esta coluna, na segunda-feira, exumou uma quantidade de nomes exóticos com que alguns brasileiros se assinavam a sério, com registro em cartório, nos anos 60. Um deles, Um Dois Três de Oliveira Quatro, ficou tão famoso que lhe ser apresentado seria como apertar a mão do curupira ou do saci-pererê. Mas não se sabe de quem tivesse tido a honra. Mais fácil é conviver com os nomes que hoje infestam os nossos times de futebol: Joilson, Joelson, Jadilson, Kleberson, Vanderson, Ibson, Athirson, Edilson, Denilson, Lenilson, Ademilson, Valdson, Fredson, Liedson, Tailson, Revson, Glelberson e, naturalmente, Richarlyson. Para não falar em Réver, Mairon, Kerlon, Weldon, Cleilton, Rogélio, Thiego, Maicon, Maicossuel e Leyrielton.
Nomes de guerra
MEC estuda autorizar outros diplomados a exercer o jornalismo
Folha de S. Paulo
Proposta de Haddad é permitir que qualquer profissional com formação superior também possa trabalhar na área
Sérgio Murillo de Andrade, presidente da Fenaj, diz que a proposta é "inoportuna"; ANJ não comenta porque caso está sob exame do STF. O MEC (Ministério da Educação) estuda autorizar profissionais que tenham formação universitária em qualquer área a exercer a profissão de jornalista. O ministro Fernando Haddad (Educação) também quer discutir as diretrizes dos cursos oferecidos na área que passarão por uma supervisão, a exemplo do que ocorreu com direito, medicina e pedagogia. Ainda neste mês, o ministro disse que vai constituir um grupo de trabalho para apresentar, em 90 dias, uma proposta nesse sentido. "A comissão fará uma análise das diretrizes curriculares do jornalismo e, sobretudo, das perspectivas de graduados em outras áreas, mediante formação complementar, poderem fazer jus ao diploma." Ele disse à Folha que seu objetivo não é entrar na discussão travada no STF (Supremo Tribunal Federal) e no Ministério do Trabalho sobre a obrigatoriedade do diploma, mas tratar da formação do jornalista. Do ponto de vista prático, se o STF -que deve julgar ação neste semestre- entender que o diploma de jornalista é obrigatório, a discussão se tornará inócua.
MEC estuda autorizar outros diplomados a exercer o jornalismo
Meio ambiente: Governo retém verba de pasta para pagar juros, diz entidade
Folha de S. Paulo
Cerca de R$ 3,2 bilhões, que deveriam ser usados em ações do Meio Ambiente, foram retidos pelo governo em favor do superávit primário. A pasta deveria ter recebido R$ 3,8 bilhões de royalties de 2002 a 2007, mas só ficou com R$ 606 milhões, segundo a Confederação Nacional de Municípios. Carlos Minc admitiu a retenção, mas disse que parte da verba era engessada. Segundo ele, a maior parte do recurso vindo do petróleo só poderia ser usada em programas de despoluição do mar causado por acidentes e vazamentos.
Meio ambiente: Governo retém verba de pasta para pagar juros, diz entidade
A arte de amolar o contribuinte no Brasil
Gazeta Mercantil
O governo federal enviou sua proposta orçamentária para 2009 prevendo um aumento de arrecadação de 13%. O aumento nominal do PIB será de 10,53%. Entregará, o contribuinte brasileiro, 25,38% do que ganha só para a União, sem contar o que entrega às outras entidades federativas. Medalha de Ouro absoluto, nas Olimpíadas tributárias, decidiu, o governo federal, elevar as despesas com a mão-de-obra oficial em 16,5%. Com isso, os integrantes serão os grandes beneficiários deste aumento acima da previsão inflacionária de 4,5%! Para o pagamento, portanto, de 0,75% da população brasileira - que ocupa cargos e funções públicas - deverá destinar 4,87% do PIB!!!
A arte de amolar o contribuinte no Brasil
A Lei de Dantas e o riso do bandido
Augusto Nunes
Gazeta Mercantil
"O criminoso também tem direitos fundamentais", ensina a frase de Gilmar Mendes transformada em preâmbulo da Lei de Dantas, concebida pelo Supremo Tribunal Federal num ritmo de assustar velocista jamaicano. "Bandido é gente como a gente", poderia ter sido mais claro o time de 11 ministros. Mas gente de toga não fala língua de gente. Além do mais, os presídios acharam justo eternizar no preâmbulo um dos mantras favoritos do presidente. Faz sentido: ninguém foi mais destemido que Mendes nos trabalhos de parto da mais recente contribuição do Brasil ao mundo jurídico. A homenagem ao ministro é tão merecida quanto a prestada a Daniel Dantas pelo pai da idéia de batizar a criatura com o sobrenome do empresário que ficou conhecido como case de sucesso e virou celebridade como caso de polícia. Daqui por diante, todos lembrarão que a gestação dos dois artigos que compõem a Lei de Dantas começou na segunda semana de julho, quando foram engaiolados pela Polícia Federal alguns figurões incorporados à quadrilha de especialistas em gatunagens financeiras liderada pelo dono do Opportunity.
A Lei de Dantas e o riso do bandido
Informe JB - Um outro PMDB no caminho de Temer
Jornal do Brasil
Não é de hoje que a desunida bancada do PMDB no Senado traz problemas para o partido. Agora, surge um percalço no caminho do presidente da legenda, deputado Michel Temer (SP), rumo à presidência da Câmara. Uma ala da bancada de 20 na Casa Alta quer manter a cadeira a todo custo, enquanto a outra, diplomática, entrega-se à tradição da alternância de poder das Casas e apóia Tião Viana, do PT. O presidente Lula já avisou a Temer que não quer confusão, e que se virem no Congresso. Logo, o deputado começou a ouvir os cinco ministros do partido – principalmente Geddel Vieira e Edison Lobão. Depois das eleições, pedirá ajuda a José Sarney para retomar as reuniões na casa de Roseana Sarney a fim de unir o discurso. Vai ser dose. A ala independente quer justamente coroar José Sarney no trono que hoje é de Garibaldi Alves.
Informe JB - Um outro PMDB no caminho de Temer
Doação para ambiente terá isenção de imposto
João Domingos, Adriana Fernandes e Denise Chrispim Marin
O Estado de S. Paulo
Noruega vai destinar US$ 1 bilhão até 2015 para combater o desmatamento na Amazônia
A decisão do governo da Noruega de destinar U$ 1 bilhão ao País até 2015 para conter o desmatamento na Amazônia levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a assinar decreto que isenta da cobrança do PIS/Cofins o dinheiro de doações para a prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de conservação do uso sustentável das florestas. Para obter a isenção, o dinheiro terá de ser depositado em bancos oficiais. No caso do Fundo Amazônia, que recebeu U$ 20 milhões da Noruega ontem, o dinheiro ficará no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outros U$ 120 milhões deverão ser depositados no fundo nos próximos 12 meses, também pelo governo da Noruega. O restante, pelos anos seguintes, até 2015. "Não tem sentido um país dar U$ 100 milhões para defender a Amazônia e U$ 20 milhões virarem imposto para o governo. Então, qualquer fundo dessa natureza, supõe-se que ele vá diretamente para o destino adequado, que é a sustentabilidade", disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. "Não faz sentido taxar uma doação que está destinada a um fim tão nobre", complementou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O decreto que isentou as doações destinadas à preservação das florestas foi publicado no Diário Oficial da União de ontem e regulamenta a Medida Provisória 438, deste ano, que prevê a criação de fundos para a preservação da biodiversidade do País. Pelos cálculos do governo, o impacto da renúncia fiscal em 2008 é estimado em R$ 43 milhões para a Cofins e R$ 7 milhões para o PIS/Pasep. Para os anos seguintes, a previsão de renúncia também é de R$ 50 milhões.
O amigo norueguês: US$ 1 bilhão para a Amazônia
A oposição não sabe onde o galo canta
José Nêumanne
O Estado de S. Paulo
Diz o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que “a oposição foi revogada, saiu da moda”. O reconhecimento prévio do malogro neste ano eleitoral reproduz, com exatidão e sinceridade, a situação política esdrúxula que o País vive. E também ajuda a explicar tal fiasco, pois a autocondenação à morte mostra que o prócer, a exemplo dos colegas de bancada, sabe que o galo canta, mas não tem idéia de onde fica o poleiro do qual todo dia este saúda o Sol. O desabafo de Guerra traduz desalento e é também uma confissão de impotência, que resulta da própria incompetência, não apenas para combater o fenômeno que a tirou de moda, mas também para compreender a cena política, condição básica para que a partir de tal compreensão se esbocem as linhas-mestras para enfrentar e resolver o problema. A maior tragédia da oposição brasileira hoje não é a eficiência do governo, mas a própria ineficiência para perceber e atuar.
A oposição não sabe onde o galo canta
País terá série de genéricos antiaids
Lígia Formenti
O Estado de S. Paulo
Outras drogas poderão ser copiadas com o mesmo modelo, diz ministro
A versão genérica do Efavirenz deverá ser a primeira de uma nova geração de remédios antiaids produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que outras drogas, cuja patente está próxima a terminar, poderão ser copiadas no País. E, seguindo o exemplo do Efavirenz, em parceria com empresas privadas. A idéia é seguir o modelo: as empresas produzem a matéria-prima e a Fiocruz, o produto final. Atualmente, das 17 drogas usadas no coquetel destinado a pacientes com aids no Brasil, 7 são produzidas por laboratórios nacionais. Apesar do aparente equilíbrio, as drogas importadas representam boa parte do orçamento consumido pelo programa. Em 2007, antes da quebra de patente do Efavirenz, os importados consumiam 70% dos R$ 960 milhões gastos com compra de remédios. Apesar de o Efavirenz ser o 8º antiaids
País terá série de genéricos antiaids
Integração
Coluna - Ilimar Franco - Panorama Político
O Globo
Convencido a ajudar o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o presidente Lula diz que o país vizinho não terá outra oportunidade como esta nos próximos cem anos. Lugo não tem ligação com partidos nem oligarquias que associaram a imagem do Paraguai ao contrabando e ao narcotráfico. Na sua avaliação, se o Paraguai não se desenvolver, haverá uma invasão de imigrantes no Brasil. E, para Lula, a saída não é um muro. Mobilização nacional contra a dengue. Uma operação de guerra está sendo montada pelo Ministério da Saúde contra a dengue. O ministro José Temporão teme uma calamidade nacional no próximo ano. A mobilização envolve governadores, prefeitos e até as Forças Armadas. São 14 as áreas considerados de risco: Rio, Baixada Fluminense, São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Vitória, Salvador, Fortaleza, Belém, Goiânia, Aracaju, Natal, Maceió e Porto Velho. Para preparar a logística da operação, representantes do ministério têm se reunido com secretários de saúde estaduais e municipais. O governo não quer reviver o drama enfrentado este ano pelo Rio. Isso é inaceitável, isso é racismo. É tão condenável quanto as ações das Farc" - Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, sobre a oposição na Bolívia
NA BALANÇA.
A decisão do governo da Noruega de destinar U$ 1 bilhão ao País até 2015 para conter o desmatamento na Amazônia levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a assinar decreto que isenta da cobrança do PIS/Cofins o dinheiro de doações para a prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento e de conservação do uso sustentável das florestas. Para obter a isenção, o dinheiro terá de ser depositado em bancos oficiais. No caso do Fundo Amazônia, que recebeu U$ 20 milhões da Noruega ontem, o dinheiro ficará no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Outros U$ 120 milhões deverão ser depositados no fundo nos próximos 12 meses, também pelo governo da Noruega. O restante, pelos anos seguintes, até 2015. "Não tem sentido um país dar U$ 100 milhões para defender a Amazônia e U$ 20 milhões virarem imposto para o governo. Então, qualquer fundo dessa natureza, supõe-se que ele vá diretamente para o destino adequado, que é a sustentabilidade", disse o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. "Não faz sentido taxar uma doação que está destinada a um fim tão nobre", complementou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O decreto que isentou as doações destinadas à preservação das florestas foi publicado no Diário Oficial da União de ontem e regulamenta a Medida Provisória 438, deste ano, que prevê a criação de fundos para a preservação da biodiversidade do País. Pelos cálculos do governo, o impacto da renúncia fiscal em 2008 é estimado em R$ 43 milhões para a Cofins e R$ 7 milhões para o PIS/Pasep. Para os anos seguintes, a previsão de renúncia também é de R$ 50 milhões.
O amigo norueguês: US$ 1 bilhão para a Amazônia
A oposição não sabe onde o galo canta
José Nêumanne
O Estado de S. Paulo
Diz o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), que “a oposição foi revogada, saiu da moda”. O reconhecimento prévio do malogro neste ano eleitoral reproduz, com exatidão e sinceridade, a situação política esdrúxula que o País vive. E também ajuda a explicar tal fiasco, pois a autocondenação à morte mostra que o prócer, a exemplo dos colegas de bancada, sabe que o galo canta, mas não tem idéia de onde fica o poleiro do qual todo dia este saúda o Sol. O desabafo de Guerra traduz desalento e é também uma confissão de impotência, que resulta da própria incompetência, não apenas para combater o fenômeno que a tirou de moda, mas também para compreender a cena política, condição básica para que a partir de tal compreensão se esbocem as linhas-mestras para enfrentar e resolver o problema. A maior tragédia da oposição brasileira hoje não é a eficiência do governo, mas a própria ineficiência para perceber e atuar.
A oposição não sabe onde o galo canta
País terá série de genéricos antiaids
Lígia Formenti
O Estado de S. Paulo
Outras drogas poderão ser copiadas com o mesmo modelo, diz ministro
A versão genérica do Efavirenz deverá ser a primeira de uma nova geração de remédios antiaids produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que outras drogas, cuja patente está próxima a terminar, poderão ser copiadas no País. E, seguindo o exemplo do Efavirenz, em parceria com empresas privadas. A idéia é seguir o modelo: as empresas produzem a matéria-prima e a Fiocruz, o produto final. Atualmente, das 17 drogas usadas no coquetel destinado a pacientes com aids no Brasil, 7 são produzidas por laboratórios nacionais. Apesar do aparente equilíbrio, as drogas importadas representam boa parte do orçamento consumido pelo programa. Em 2007, antes da quebra de patente do Efavirenz, os importados consumiam 70% dos R$ 960 milhões gastos com compra de remédios. Apesar de o Efavirenz ser o 8º antiaids
País terá série de genéricos antiaids
Integração
Coluna - Ilimar Franco - Panorama Político
O Globo
Convencido a ajudar o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, o presidente Lula diz que o país vizinho não terá outra oportunidade como esta nos próximos cem anos. Lugo não tem ligação com partidos nem oligarquias que associaram a imagem do Paraguai ao contrabando e ao narcotráfico. Na sua avaliação, se o Paraguai não se desenvolver, haverá uma invasão de imigrantes no Brasil. E, para Lula, a saída não é um muro. Mobilização nacional contra a dengue. Uma operação de guerra está sendo montada pelo Ministério da Saúde contra a dengue. O ministro José Temporão teme uma calamidade nacional no próximo ano. A mobilização envolve governadores, prefeitos e até as Forças Armadas. São 14 as áreas considerados de risco: Rio, Baixada Fluminense, São Paulo, Campinas, Baixada Santista, Vitória, Salvador, Fortaleza, Belém, Goiânia, Aracaju, Natal, Maceió e Porto Velho. Para preparar a logística da operação, representantes do ministério têm se reunido com secretários de saúde estaduais e municipais. O governo não quer reviver o drama enfrentado este ano pelo Rio. Isso é inaceitável, isso é racismo. É tão condenável quanto as ações das Farc" - Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, sobre a oposição na Bolívia
NA BALANÇA.
As pesquisas apontam que os partidos que terão melhor desempenho individual nas cidades com maior número de eleitores serão o PT, o PMDB e o PSDB. O PT lidera em 7 capitais; o PMDB, em 5; e o PSDB, em 4. Quatro partidos devem ter um desempenho médio nos grandes centros: DEM, PSB, PDT e PP. O PSB lidera em 3 capitais e o DEM, em 2. O PDT, o PV, o PP, o PCdoB e o PTB estão na frente em uma capital.
Ofegante
As eleições em Salvador e assuntos administrativos levaram o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, ao presidente Lula ontem de manhã. Ele saiu do encontro afirmando que Lula não gravou mensagem para o petista Walter Pinheiro.
Integração
Crise pode estar no auge, diz economista
Vera Saavedra Durão
As eleições em Salvador e assuntos administrativos levaram o ministro da Integração, Geddel Vieira Lima, ao presidente Lula ontem de manhã. Ele saiu do encontro afirmando que Lula não gravou mensagem para o petista Walter Pinheiro.
Integração
Crise pode estar no auge, diz economista
Vera Saavedra Durão
Valor Econômico
O economista e professor do Instituto de Economia (IE) da UFRJ Fernando Cardim, especializado na área financeira, teme que a crise financeira internacional esteja vivendo hoje seu momento mais perigoso. "O risco de quebra da seguradora AIG, a maior do mundo, abre uma frente nova na crise", observa. Em sua análise, a quebradeira dos bancos de investimento representa perdas para investidores, mas a falência de seguradoras - instituições financeiras que mais negociam os "Credit Default Swaps" (CDS), derivativos que dão proteção ao sistema bancário inadimplência de tomadores - pode deixar os bancos sem proteção. Ao perceberem que seu hedge não existe mais, os bancos americanos, incluindo os principais - podem contrair violentamente o crédito, até mesmo o crédito ao consumidor que move a economia dos Estados Unidos, abrindo caminho para uma recessão brutal e até mesmo depressão nos moldes da de 1929. "Mas, este é o pior cenário, tudo vai depender da intervenção do governo americano na AIG", diz Cardim. Para ele, o importante é que as conversas entre a seguradora e o governo já começaram. Mas, como Bush tem baixa popularidade e está em fim de governo, o economista teme que ele não tenha legitimidade para dar a ajuda necessária para socorrer o sistema. "O que seria o pior dos mundos". O Brasil, no cenário desenhado por Cardim do ponto de vista financeiro, está por enquanto assistindo ao derretimento dos mercados de arquibancada, pois os bancos brasileiros são pouco ou nada expostos a derivativos vendidos no exterior, como títulos "subprimes" e CDS. "A dívida pública, via títulos do Tesouro, paga muito mais que os "subprimes". Afinal, os juros brasileiros são os mais altos do mundo e acabam, nessa hora, servindo de blindagem para a crise". Para Cardim, o risco de o país ser contaminado pela crise está na área comercial, no déficit em conta corrente. "Se houver recessão lá fora as exportações brasileiras vão encolher. O que dificulta financiar o déficit. E o governo pode ser obrigado a apelar para as reservas num momento de iliquidez dos mercados. É hora do BC definir uma política cambial", diz o pós-keynesiano.
Crise pode estar no auge, diz economista
Crise pode estar no auge, diz economista
Funai revê regras para demarcação no MS
Samantha Maia
Valor Econômico
A Fundação Nacional do Índio (Funai) deve apresentar dentro de uma semana a dez dias uma instrução normativa com os procedimentos para estudos de demarcação de terras indígenas no sul do Mato Grosso do Sul, segundo o governo do Estado. Até lá, os estudos estão suspensos, decisão fruto de acordo assinado na segunda entre o presidente da entidade, Márcio Meira, e o governador do MS, André Puccinelli. As portarias não serão canceladas, como era o desejo do governo estadual, das prefeituras dos 26 municípios que serão estudados e de empresários da região. A Funai, porém, comprometeu-se a detalhar a atuação dos técnicos e permitir a participação do governo do MS nos estudos. O trabalho dos antropólogos foi limitado. Segundo o acordo, os grupos de estudo trabalharão apenas nas aldeias, e no caso de transitar em propriedades particulares, avisarão previamente os proprietários. Hoje já está em vigor uma liminar, obtida pelo empresários agrícolas, que obriga a Funai a avisar dez dias antes ao dono da terra quando entrará em sua propriedade para fazer vistorias.
Funai revê regras para demarcação no MS
1929 pode acontecer de novo?
José Luis Oreiro e Gabriel Coelho Squeff
Valor Econômico
"Oevento econômico mais importante do período Pós-Segunda Guerra mundial foi algo que não aconteceu: não houve uma grande e prolongada depressão". Essa frase do economista pós-keynesiano americano Hyman Minsky abre o capítulo introdutório do seu livro clássico: "Pode "aquilo" acontecer de novo?", publicado em 1982. Por "aquilo", Minsky se referia à Grande Depressão de 1929, o evento mais traumático da história econômica dos Estados Unidos no século XX. Nesse livro, Minsky procura responder a uma questão fundamental, a saber: que ou quais razões têm impedido que a instabilidade crônica das economias de mercado se traduza numa queda profunda e prolongada do nível de atividade econômica, tal como ocorreu nos EUA e demais países desenvolvidos na década de 1930?
1929 pode acontecer de novo?
Fim da regulação superficial
Coluna - Martin Wolf
Valor Econômico
Estes são tempos dramáticos. Até segunda-feira desta semana, três dos cinco maiores bancos de investimento - Bear Stearns, Lehman Brothers e Merrill Lynch - desapareceram como entidades independentes. A seguradora AIG está em sérios apuros. Aquilo que até recentemente foi o bravo novo sistema financeiro dos EUA se dissolve diante dos nossos olhos. Ao longo das semanas passadas, três experiências ajudaram a desanuviar a minha mente em torno dessa crise. Primeiro, reli a obra-prima de Hyman Minsky, "Stabilizing an Unstable Economy" (Estabilizando uma economia instável). Em segundo lugar, me envolvi em uma discussão sobre o futuro da regulação com meu estimado colega e amigo, John Kay (http://podcast.ft.com). Finalmente, na segunda-feira, moderei uma sessão sobre essa crise no Seminário de Operações Bancárias Swift Internacionais, em Viena. Eu estruturei essa discussão em torno de quatro questões.
Fim da regulação superficial
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