terça-feira, 2 de setembro de 2008

Serra do Sol ameaça a Amazônia (II)
Lynce Naveira*

Nossa Amazônia também é riquíssima em biodiversidade, em madeiras nobres, em grande variedade de peixes, inclusive ornamentais, em vastas áreas de terras férteis. (Aquela história de que é um solo arenoso e pobre é tão verdadeira quanto o que os gringos diziam, na década de 1950, que no Brasil não havia petróleo).
Agora países hegemônicos nos virem cobrar esta ou aquela atitude em relação a índios e ao meio ambiente ou a fazer justiça a este ou aquele grupo, cheira a cinismo puro. Vejamos. Enquanto Europa e Estados Unidos têm menos de 3% cada de cobertura vegertal, nós temos 76%, portanto merecemos elogios e não puxões de orelha. Quando eles superarem a nossa cobertura vegetal poderão falar alguma coisa, mas até lá seria bom que ficassem calados.
Quanto aos índios, não tínhamos nenhum problema de convivência até que artificialmente nações "amigas" do dito primeiro mundo, (aquelas que explodiram aos montes bombas atômicas na atmosfera, nos atóis nos mares, etc.. Que lançaram bombas atômicas sobre uma população civil matando centenas de milhares de pessoas. Que quase dizimaram seus índios (quem duvida que leia "Enterrem meu coração na curva do rio", de Den Bon Brawm, - história dos Índios Americanos contadas por eles mesmos).
Estas nações "amigas" criaram, segundo a Abin (Agência de Inteligência do Brasil), mais de 100 mil ONGs (mais ou menos três para cada índio) com o vergonhoso e mal disfaçado propósito de tomar a Amazônia do Brasil e dos outros países que também têm em seus territórios partes da floresta amazônica, como um todo.
Agora, só após os Estados Unidos devolverem a Flórida, o Texas, o Arizona, o Novo México, a Califórnia aos mexicanos, só após eles devolverem Guantánamo aos cubanos, só depois que eles repararem o mal causado aos seus índios e ao seu meio ambiente é poderão falar alguma coisa.
Quanto à Inglaterra, somente após devolver a Escócia aos escoceses, a Irlanda aos irlandeses, as Malvinas aos argentinos e ainda devolver corrigidos ao Brasil todo o ouro roubado nos 350 de pirataria financiados pela Coroa Inglesa, indenizar os africanos pelo tráfico de escravos e o sofrimeno a este povo impingido cruelmente, indenizar a China pelos 100 anos que ela, Inglaterra, levou ópio para o país, causando grande sofrimento àquele povo, poderá também falar alguma coisa.
Quanto à Igreja Católica, ela só poderá proferir qualquer crítica ao Brasil depois que fizer justiça e indenizar todos os descendentes das famílias que tiveram seus entes queridos queimados vivos nas fogueias da inquisição, que durou alguns séculos. Depois que indenizarem todos os povos massacrados durante as perversas cruzadas. Só estes dois lamentáveis fatos de brutal injustiça e crueldade devem ter feito Nosso Senhor Jesus Cristo, lá no Céu, chorar muito, por ver seus ensinamentos e preceitos serem rasgados, exatamente por aqueles que os deviam pregar e defender. Sem falar na impagável indenização às vítimas (crianças inocentes e indefesas) pela afronta, vergonha, brutalidade e humilhação a que foram submetidas por padres pedófilos (sendo que a Igreja fez vistas grossas na maioria das vezes).
O "curioso" é que só nos Estados Unidos é que as vítimas estão sendo indenizadas. Portanto, antes de a Igreja vir querer intrometer-se nos assuntos do Estado Brasileiro deveria preceder a estas reparações, até lá seria bom que ficasse calada.


*Lynce Naveira é geólogo sênior

Este ensaio está em:
http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=opiniao

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