sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

BERLINALE

Padilha lança seu novo filme selecionado para a “Panorama”
Myrna Silveira Brandão
Especial para a gloriosa “Tribuna da Imprensa”

BERLIM - Garapa, de José Padilha, foi exibido em sua primeira sessão pública, na mostra paralela Panorama, do Festival de Berlim. Com todas as honras, Wieland Speck, programador da mostra, apresentou Padilha destacando que ele ganhou o Urso de Ouro no ano passado com Tropa de Elite. No palco, Padilha iniciou sua fala agradecendo seu retorno a Berlim e ressalvando que não gosta muito de explicar seus filmes porque eles devem falar por si, mas desta vez achava importante falar de Garapa. "Eu quis contextualizar o problema da fome no mundo. Segundo dados da ONU, um em cada 6,5 habitantes do mundo é subnutrido. Mas eu não quero passar uma mensagem intelectual, mas sim emocional, é um filme direto e, com ele, quero realmente conscientizar as pessoas para um problema que considero o mais grave no mundo de hoje". Para documentar esse quadro, Padilha registrou o cotidiano de três famílias cearenses: uma do meio rural, outra de uma pequena cidade (Choró) e a terceira de uma cidade urbana, no caso Fortaleza. O título do filme se refere à mistura de água com açúcar que pessoas carentes dão aos seus filhos para aplacar a fome quando não há alimentos. Garapa é um filme forte e muito difícil de assistir. As cenas, mostrando o drama terrível da fome, grande parte delas envolvendo o sofrimento de crianças subnutridas, são jogadas na tela, sem qualquer alívio para os espectadores. Ao final da projeção, um silêncio tumular tomou conta da sala, sem aplausos, vaias ou qualquer manifestação expressa do público, visivelmente impactado com as imagens que havia visto. Padilha voltou ao palco para o debate, do qual participou a Tribuna. Leia os principais trechos.
Leia os principais trechos, clicando aqui...

Padilha fala sobre o “Garapa” e cita Josué de Castro como referência...

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