domingo, 15 de fevereiro de 2009

COPA 2O14

As dez obras para a Copa que podem mudar a cara de São Paulo

Por João Sandrini/Portal EXAME

Governos prometem evitar erros do Pan-2007 e deixar como legado da Copa obras que ajudarão a resolver os problemas da cidade

O Pan-2007 é o exemplo de tudo o que o Brasil não deve fazer nos preparativos para a Copa de 2014. Cálculos preliminares do Tribunal de Contas da União mostram que o gasto público para a realização dos jogos no Rio de Janeiro chegaram a 3,6 bilhões de reais - ou 500% a mais que o previsto inicialmente. O Pan mais caro da história não trouxe as benfeitorias que se previa à cidade. O dinheiro foi gasto principalmente na construção de novas instalações esportivas - mesmo quando era possível reformar as existentes.
Considerado o maior "elefante branco" do Pan, o estádio João Havelange (também conhecido como Engenhão), por exemplo, consumiu 380 milhões de reais. O estádio foi construído a poucos quilômetros do Maracanã, em uma zona considerada pouco segura pelos cariocas. Após o Pan-2007, o Engenhão foi concedido ao Botafogo por um prazo de 20 anos em troca de um aluguel mensal de 36 mil reais.
Por esse valor, o poder público levará cerca de 880 anos para recuperar o dinheiro investido. Com a priorização da construção de instalações esportivas, faltou dinheiro para obras importantes para a cidade, como a despoluição da baía de Guanabara e a construção de uma linha de metrô.
As cidades que abrigarão os jogos da Copa só serão confirmadas em 20 de março, mas cinco sedes já são consideradas óbvias: Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília. Ao menos em São Paulo, o poder público diz ter aprendido a lição do Pan-2007.
O estádio do Morumbi será reformado com o investimento de 135 milhões pelo São Paulo Futebol Clube e por empresas parceiras - sem a utilização de dinheiro público. Como o projeto aproveita a estrutura já existente, a reforma do Morumbi tem o menor orçamento entre as 17 arenas que ainda concorrem para abrigar partidas da Copa.
Sem a necessidade de gastar com instalações esportivas, o governador José Serra (PSDB) tem afirmado que só vai colocar dinheiro em projetos para a Copa que beneficiem a população, antes e depois do evento. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) diz que os investimentos públicos em infra-estrutura na cidade devem alcançar 20 bilhões de reais até 2014.
A maior parte desse dinheiro será utilizada na melhoria da mobilidade urbana, um do grandes defeitos da cidade, segundo a Fifa. "A melhoria da mobilidade urbana é melhor legado que a cidade de São Paulo pode ter da Copa porque aumentaria dramaticamente a produtividade dos trabalhadores e das empresas", diz Fernando Leme Fleury, professor da Business School São Paulo e consultor na área de infra-estrutura.
São Paulo ainda disputa com Brasília e Belo Horizonte o direito de abrigar a partida de abertura da Copa - a final deve ocorrer no Maracanã, principalmente para que o Brasil tenha a chance de sepultar o trauma de perder em casa na final da Copa de 1950.
Entre os pontos fortes de São Paulo, estão a rede hoteleira e hospitalar, a existência de um aeroporto internacional, a maior malha de voos do país, uma polícia treinada para grandes eventos, um centro de negócios importante para patrocinadores e uma mão-de-obra no setor de serviços bastante qualificada. Ainda a favor de São Paulo estão as boas chances de José Serra vencer a eleição presidencial em 2010 e ocupar o cargo de presidente durante a Copa de 2014.
Por outro lado, Brasília não tem problemas de mobilidade urbana comparáveis aos de São Paulo e, como capital do país, abriga o centro de poder político. Por esse motivo, São Paulo apresentou à Fifa um dossiê com 34 cadernos e 28 DVDs em que se compromete a ampliar um de seus aeroportos, construir uma nova avenida nas proximidades do Morumbi e terminar a construção da linha 4-Amarela do Metrô, cuja estação final estará localizada a cerca de 1 km do estádio.
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