Servidores da ditadura ainda dominam a democracia
Deputados estão estarrecidos com o comportamento da Câmara, dos partidos em geral e do novo presidente, Michel Temer. Este é tido como "grande coordenador", por ter "tirado o sofá da sala", no caso do corregedor que "corrigia" em causa própria. Desenterraram a expressão antiga, para o velório de Edmar Moreira.
Só que houve velório, mas não enterro, foi providenciada imediatamente a ressurreição. Tudo em 48 horas a partir da denúncia-revelação-fotografada pelo "Globo".
Tudo isso providenciado pelo gênio "político-eleitoral" de Michel Temer. Favorecido pelos votos do DEM, que beneficiaram Edmar Moreira e naturalmente o próprio Temer.
Este é gênio mesmo. Sendo quase suplente da bancada do PMDB, é o seu presidente eterno. E para assumir a presidência da Câmara não entregou a presidência do partido, "se licenciou até 8 de março". Não se sabe se de 2009 ou 2010, será o que ele quiser.
Por determinação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), alguns deputados perderam o mandato. Motivo: "infidelidade partidária". Mas que infidelidade é essa se os partidos não existem?
O próprio Michel Temer anunciou: "Como candidato a presidente da Câmara, estou sendo apoiado por 14 partidos".
E o deputado de 10 mandatos Henrique Eduardo Alves (o grande articulador da vitória de Temer) leu da tribuna da Câmara essa lista irrepreensível e intransponível.
É evidente, lógico e sem contestação, que não existem 14 partidos no Brasil. Além dos outros que apoiaram Ciro Nogueira (129 votos) e Aldo Rebelo (76).
Quase todos os colunistas (amestrados ou não), blogueiros e até repórteres (a denominação mais nobre do jornalismo) falavam: "Será a eleição da traição". Foi.
Os jornalistas mais audaciosos, arrogantes e prepotentes, só porque "frequentam o cafezinho da Câmara e Senado", adivinhavam o resultado. Da Câmara e do Senado.
E concluíam: "A vitória nas duas casas se dará por diferença de 3 a 4 votos". E garantiam: "Na Câmara deve haver segundo turno". Por causa disso, "a corrida" a parlamentares, sem maiores exames ou pesquisas.
E aí, na Câmara surgiu escalafobético e estrambólico, que palavras, Edmar Moreira. E como diziam que era importante, ficou com a 2ª vice-presidência. Que República.
Agora, revelados os bastidores, fiquemos com os fatos verdadeiros, tratemos só desse espantoso deputado e a coordenação para elegê-lo. E depois, para salvá-lo.
1 - Aquele castelo está ali há quase 20 anos e ninguém viu? Está bem, viram, mas ele é da escola e do estado de Newton Cardoso, o que fazer? Já disse: devia ser cassado pelo mau gosto.
2 - Não foi nem será cassado, mas perdeu uma parte do Poder. Não é 2º vice-presidente da Câmara, não é mais corregedor. E portanto perdeu o direito de praticar o "vício da amizade".
3 - Dirigentes e outros membros da cúpula do DEM garantem: "Não é mais do DEM, estamos providenciando sua expulsão". Isso será concretizado? Até quando esperarão?
4 - O "vício da amizade" deveria ser substituído pela "pureza da representatividade". Mas como fazer isso, se a mais importante das reformas, a partidária, depende das cúpulas? Consolidadas, desinteressadas, poderosas e inatingidas.
PS - A reforma partidária, com eleitos legítimos e representativos, permitirá todas as outras. Como não farão nada, a RENOVAÇÃO ou RENOVOLUÇÃO não existirá.
PS 2 - Quem diria, a República depende do DEM, com o maior número de participantes da ditadura.
PS 3 - Com isso, constrangidos, abandonaram a sigla PFL, MARCADA, pela DEM, que pode ser MARCANTE. Aguardemos.
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