Crise faz “The Economist” virar “Small Newspapers” (Jornal Pequeno)
A crise chegou à imprensa mundial. Com falta crônica de crédito, mudanças preocupantes estão ocorrendo. Veículos tradicionais, como o Le Monde, o Washington Post, o The New York Times, The Economist e El Pais , estão sem liquidez até para pagar empregados. É a realidade batendo à porta da “liberdade de expressão”. E o irônico é que quase todas estas publicações foram justamente apologistas da desregulamentação dos mercados mundiais, fator principal da atual crise financeira. O fato é que estão sem anunciantes. E os anúncios representam mais de 80% de seus faturamentos. O valor das vendas nas bancas, como no Brasil, há muito não significa quase nada, menos de 2%. Na França, jornalistas e grandes barões da imprensa (les patrons de presse) resolveram pedir ajuda ao governo. O presidente Sarkozy, em outubro passado, não vacilou. Convocou logo os "Estados Gerais da Imprensa", fórum governamental para discutir o salvamento da mídia impressa. Os jornalistas mais independentes já estão com os olhos e ouvidos bem abertos, calculando o preço que a ajuda custará. Na Inglaterra, tradicionalmente mais liberal, há ainda certa resistência com relação a uma possível ajuda do Estado. Mas, a alternativa que estão trilhando pode ser muito mais perigosa para a democracia: a ampliação da venda de espaços não apenas para empresas de comércio, indústria e finanças, mas também para anunciantes de todo o mundo, politicamente engajados em nebulosos interesses. Ongs pilantras, narco-terroristas, governos corruptos do terceiro mundo e traficantes de armas, estão encontrando espaço abundante nos grandes jornais. Matérias de todas as partes do mundo, mostrando conflitos localizados e que nunca foram do interesse dos grandes jornais, começaram a ser publicadas quase todas as semanas. São matérias pagas em espaços onde não se pode identificar exatamente se são em seções de opinião ou matérias realmente jornalísticas.


O fato é que, como destaca hoje Cláudio Humberto, em sua coluna, “em vez de defenderem Jackson Lago, seus aliados preferem culpar José Sarney, presidente do Senado, chamando o processo de ´armação`”. Com a campanha irresponsável da “Nova Balaiada” e o apoio de jornais estrangeiros decadentes, Jackson Lago, que sabe que violentou a vontade popular, quer ser a versão reduzida de Hugo Chaves, tentando enquadrar a Justiça brasileira, detonar com o Estado Democrático de Direito e provocar o caos no Maranhão. E, enquanto tem o controle do orçamento do estado, tem que responder se está usando dinheiro público para ajudar ao “Jornal Pequeno” da Inglaterra.
Veja também a nota do senador Sarney sobre o assunto:
PALAVRA DO SENADOR
O Estado de S. Paulo abriu, neste fim de semana, espaço para repercutir editorial que The Economist publicou em sua última edição, contendo ataques contra minha pessoa. Desejaria, a respeito, fazer alguns comentários. Há muitos anos sou leitor e admirador de The Economist, revista que respeito pela coerência e exame aprofundado dos temas atuais. Por isso, mais do que surpreso, chocou-me o conteúdo do editorial de sua corrente edição pelo rancor que contra mim exibiu, esgrimindo acusações falsas e incorretas. Estou escrevendo à The Economist, exigindo retratação. Se não o fizerem, buscarei a via judicial. Assinalo o tom preconceituoso com que minha idade foi tratada pela revista. Não posso conceber que The Economist, editada num país cuja rainha ascendeu ao trono em 1952, encontre motivo de achincalhe no fato de que tenha disputado meu primeiro mandato há mais de meio século. A título de curiosidade, vale recordar que a história política da Inglaterra nos oferece inúmeros exemplos de nomes que dedicaram longos anos de suas vidas à causa pública com competência e dedicação. Entre estes podemos mencionar Loyd George, com quase 55 anos de vida pública; Winston Churchill, com 62 anos, Chamberlain e Disraeli, ambos com 44 anos. Lançando mão de subterfúgios, esforçaram-se os editorialistas de The Economist em lançar sobre meus ombros a responsabilidade por todos os males e injustiças que ainda afligem o Estado do Maranhão, onde há 30 anos não disputo uma eleição. Recordo, ainda, que há sete anos o Maranhão é governado pelo grupo de meus adversários políticos. Finalmente, não entendo a razão de tanta preocupação da revista com o futuro governador do Maranhão, Jackson Lago, que em breve estará sendo julgado pela prática de crimes eleitorais, de formação de quadrilha e de recebimento de propinas, no âmbito da chamada operação Gautama, pelo Superior Tribunal de Justiça.
José Sarney
Brasília
Nenhum comentário:
Postar um comentário