segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Helio Fernandes

Para o presidente Lula ler (?) e meditar

O corregedor, os sequestradores das Farc, gravadores e economistas ambivalentes

O corregedor da Câmara, Edmar Moreira, é mais um personagem que surge, assombrando o panorama político eleitoral. Corregedor é quem corrige, lógico. Só que antigamente era função exclusiva da magistratura. Pelo espírito de imitação, passou para outros órgãos, principalmente Legislativo.
O deputado Edmar Moreira tem três motivos irrevogáveis, irrefutáveis e insustentáveis para ser cassado.
1 - Por mau gosto. Aquela excrescência arquitetônica que custou 20 milhões revela quem é o deputado, suas concepções, convicções, constatações e todo o resto.
2 - Indicado para corregedor, disse logo: "Deputados por vício de amizade não devem julgar colegas". Não devia ter aceitado o cargo. Antecipadamente traiu a função.
3 - E finalmente a cassação definitiva (já identificado e localizado o personagem) por aquilo que "O Globo", jornalisticamente, chamou de "dúvidas e dívidas". Dúvida, nenhuma. Dívidas, enormes e muitíssimas enterradas nesse castelo.
Para terminar, por hoje, por hoje: responde a 2 mil e 700 ações. Só perde para o Barão Steinbruch, que tem contra ele 10 mil ações. Todas prejudicando a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
Nenhuma incoerência, inconsciência governamental ou pessoal. As Farc começaram realmente como Movimento Revolucionário positivo e construtivo. Fascinados pelo dinheiro colossal, trocaram tudo. Se aliaram à droga e ao sequestro.
A formidável crise que envolve o principal partido de oposição da Espanha teve como origem a descoberta de grampos e gravações, aos milhares. Com isso, o governo do Brasil e a Polícia Federal estão se sentindo reabilitados.
Só para não esquecer: tudo o que se escreveu e falou sobre o assunto não começa na democracia ou seja lá o que for. João Figueiredo mandou fazer obras no gabinete de "presidente". Descobriram um espantoso e abrangente sistema de escuta.
O economista Gonzaga Belluzzo (dizem que do primeiro time) estava cotado para presidente do Banco Central e indicado para presidente do Palmeiras. Preferiu o clube de São Paulo.
Garantem ao repórter: "Presidência do Palmeiras é um estágio". Depois do desastre do Plano Cruzado, ficou sem muito o que fazer, a não ser esporádicas entrevistas supérfluas.
Os conselheiros do Palmeiras não acreditam nessa versão e insistiram com Belluzzo para presidir o clube. (Um aparte: o novo presidente foi à Bolívia, enfrentou os 3.900 metros de altura?) Informação: não foi, quem iria? (Só o treinador e os jogadores, que se saíram muito bem.)
Então o plano e a conclusão: como ninguém tem força para tirar Meirelles do BC, só sairá por vontade própria.
Quer dizer, ele mesmo anunciou: será candidato a governador de Goiás, deixará o cargo em 31 de março de 2010.
PS - Então, como bom presidente de clube de futebol, Belluzzo joga em dois tempos. Agora preside o Palmeiras. Depois, o BC. Economista tem sempre uma estratégia, esportiva.
Battisti

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