quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Notícias comentadas sobre a famigerada "Dívida" Pública, que até agora nenhum candidato viável à Presidência ousou contestar...

Pelo site “Auditoria Cidadã da Dívida Pública”

O Jornal Folha de São Paulo comenta sobre o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% para 4% sobre a entrada de recursos destinados ao mercado financeiro, anunciado ontem pelo governo (“Dólar fecha a R$ 1,67, menor taxa em 25 meses; Bovespa tem ganho de 1,1%”). A medida visa frear o movimento de valorização do real frente ao dólar, causado pela entrada excessiva de capital especulativo no país para ganhar com a dívida interna. A notícia mostra que, apesar da medida, o real continua se valorizando, prejudicando as exportações e estimulando as importações, gerando grande rombo nas contas externas.
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que a decisão de aumentar o IOF é mais um reconhecimento, pelo governo, de um argumento largamente colocado por esta seção: de que há uma entrada excessiva de investidores estrangeiros para ganhar com os altíssimos juros da dívida interna. Porém, conforme mostrou o jornal, ontem o Japão baixou a taxa de juros, o que estimula ainda mais que os investidores estrangeiros tomem recursos lá fora para trazer para o Brasil. Além do mais, também ontem a agência de classificação de risco Moody's divulgou análises favoráveis ao Brasil, ou seja, recomendou aos especuladores comprarem títulos da dívida brasileira.
Cabe colocarmos um argumento adicional: os investidores estrangeiros ganham com a valorização do real, pois quando querem retirar seus investimentos do país, podem trocar os reais investidos por uma quantidade maior de dólares. Desta forma, se o dólar se desvaloriza em 4%, o efeito do IOF fica completamente anulado. E como o dólar caiu 1% somente no dia de ontem, se torna claro que são necessárias medidas bem mais contundentes para frear este movimento especulativo. As verdadeiras medidas seriam o controle sobre o fluxo de capitais - impedindo que o capital especulativo estrangeiro ganhe com as maiores taxas de juros do mundo às custas do povo brasileiro – e a redução nas elevadíssimas taxas de juros, que fazem a dívida aumentar indefinidamente, conforme reconheceu recentemente o próprio Banco Central.
O jornal Folha de São Paulo também informa que o Banco Central continua comprando os dólares que chegam ao país, sob o argumento de que isto aumentaria a demanda pelo dólar e assim impediria a queda da cotação da moeda americana, o que não se observa na prática. Na realidade, esta política gera grande prejuízo para as contas públicas, visto que o Banco Central termina por ficar com o “mico”, ou seja, o dólar, que tem se desvalorizado, e ainda é aplicado em títulos do Tesouro dos EUA, que não rendem quase nada. Por outro lado, para comprar estes dólares, o Banco Central entrega títulos da dívida interna, que pagam os maiores juros do mundo aos especuladores, às custas do povo.

Saiba mais sobre esses assuntos. Leia com bastante atenção algumas postagens que já fizemos neste blog a respeito. Vale a pena conferir:

Sair da crise?

Escravização: as cifras espantosas da dívida pública

Perdas com o serviço da dívida

























Patriotismo

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