POLLINATION DEFICIT
Alexandre do Espírito Santo, Ph.D.
Vivemos num mundo de numerosos milagres diários. É um planeta fértil entre milhões de outros tidos como estéreis. Quantas escolhas tiveram os entes oriundos das estrelas para nos colocar aqui e não em outro local do universo? Por que fomos nós os privilegiados para habitar o Planeta Terra? Um astro propício à vida e com incomensurável capacidade de auto-renovação. Nos últimos cem anos de tudo temos feito para destruí-lo com tudo que nele vive, mas não conseguimos. A cada golpe mortal que lhe aplicamos ele se renova como um Titã. A maioria das suas benesses nos dá sem que nada façamos por merecer. São verdadeiros milagres. A polinização é um deles. Flores produzem néctar que atrai abelhas, que inadvertidamente transferem grânulos pegajosos de pólen em suas patas de uma flor para outra, fertilizando-as para que dêem frutos. Entretanto, acredita-se que envenenadas pelos pesticidas ou por outro fator, as abelhas em todas as partes do mundo estão morrendo ou abandonando as colméias. É uma síndrome misteriosa para o qual já deram um nome:Colony -Collapse Disorder ou CCD. A ameaça é das maiores. Diz a agro-ecologista Alexandra-Maria Klein da Universidade de Göttingen, Alemanha, que 87 das 115 mais importantes culturas exigem polinização para desenvolver frutas, nozes e sementes. Essas culturas rendem até US 3 trilhões de vendas anuais no mundo. A maioria das frutas que consumimos depende da existência da abelha. Até culturas como as de alface e broccoli precisam da polinização desse inseto. Os pesticidas são os primeiros vilões que vêm à mente. Mas, os pesquisadores de fato não sabem. Somente nos Estados Unidos houve uma perda de 35% das abelhas neste inverno, após terem perdido 30% no ano passado, segundo o Newsweek desta semana. Na China já estão polinizando manualmente. Por que as abelhas nos estão abandonando? É um mistério! Como a humanidade se arranjará sem as frutas tradicionais, se o abandono um dia for total? Sempre achei que damos pouca atenção aos insetos. Eles são, depois das bactérias, os seres mais abundantes no Planeta. Devem ter mais finalidades e importância do que lhes damos. Há mais espécies de abelhas que de mamíferos e pássaros. Como sobreviveremos sem elas? Quantos outros entes planetários estão sendo e serão afetados pelo aquecimento e pelas agressões que estamos infringindo diariamente ao nosso habitat galáctico? Existe a vingança tecnológica (o que inventamos trabalha contra nós) e poderá existir a vingança planetológica, muito mais extensa e profunda. Como a evolução ela não terá preocupações com o bem-estar e felicidade humana. Terremotos e gases venenosos, saindo de todas as frestas na terra poderão ser mais devastadoras e mais eficientes que todas as bombas nucleares para trocar cabalmente a humanidade atual por uma humanidade mais piedosa com o Planeta-mãe
Agora, vejam o comentário do doutor Adriano Benayon do Amaral, professor da UnB, mostrando que não há imparcialidade em ciência e que é uma tolice achar que se pode salvar o Planeta apenas com a conscientização bem intencionada e empolgada dos bilhões de indivídios que formam a massa da Humanidade. Ou seja, sem "mostrar os bois", os interesses dos poderosos conglomerados econômicos transnacionais que controlam a produção e distribuição de riquezas no Planeta, não há como se falar em mudanças que viabilizem uma melhor relação Homem/Natureza.
Há um erro grave, a meu ver, na argumentação. Não somos nós, conjunto de indivíduos, que estamos destruindo o equilíbrio de nosso fabuloso planeta. São os oligarcas do petróleo, da indústria química e outras que governam o mundo em função de seus interesses de acumulação de poder, sem qualquer outra consideração a não ser faturar sem limites. Apontar a destruição sem identificar os responsáveis por suas fontes redunda em conversa fiada para boi dormir, pois, desse modo, não há nem sequer como começar o difícil caminho de reverter o maligno processo. O grosso da propaganda ecologista é demagógica, dirigida e financiada pelos próprios mega-poluidores, como sempre para desviar a atenção das causas reais do problema e, ainda, servir a outros objetivos deles, como tolher o desenvolvimento da infra-estrutura em países periféricos, dos quais eles só querem extrair ganhos e obter graciosamente os recursos naturais. Falando em pesticidas, os da indústria química são terríveis, produzidos pelas mesmas empresas envolvidas na guerra química, tais como: Dow Chemical, a patroa do sr. Golbery do Couto e Silva, organizador da pseudodemocracia no Brasil; Du Pont, Monsanto, BASF, Bayer etc. Não esquecer, ademais, o papel dos horrorosos fertilizantes químicos, que esterilizam a terra a médio e longo prazo: eles foram impingidos pela Fundação Rockefeller por meio de um de seus instrumentos, o Banco Mundial, comandante da “revolução agrícola”. Não esquecer, também, que uma das maiores causas do sumiço das abelhas são os transgênicos, cujos maiores expoentes são a Monsanto dos EUA e a Syngenta, da Suiça, cartéis mundiais com o controle do mercado.
Adriano Benayon
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