sexta-feira, 20 de junho de 2008

Coluna do Helio Fernandes

Jobim disse que estava se DESCULPANDO. "O Globo" em manchete trocou DESCULPAS por PERDÃO. É que a primeira palavra, muito grande, não cabia, a outra, menor. Mas na verdade, o comandante do Exército não pediu DESCULPAS nem PERDÃO, o País espera o desagravo e o lamento pelo ATO INSENSATO.
Outro ponto que deixa o cidadão perplexo e até desarvorado: a demora dos tribunais de determinarem a INELEGIBILIDADE dos candidatos que praticaram crimes contra a ética e a moral. Assaltaram o patrimônio público, se aproveitando do fato de terem sido "eleitos" (as aspas são indispensáveis) por cidadãos enganados e desinformados.
E a opinião pública que votará na eleição importantíssima de 5 de outubro, nos mais de 5 mil municípios onde moram os quase 200 milhões de brasileiros? Até quando o Congresso e os mais altos tribunais hesitarão em preservar a autenticidade do voto? Não há nada mais relevante numa democracia do que a R-E-P-R-E-S-E-N-T-A-T-I-V-I-D-A-D-E. Portanto, que o TSE decida, como o Correio da Manhã dos áureos tempos fez com a candidatura a presidente de Ademar de Barros em 1955: "LADRÃO, NÃO". Mas ele se candidatou.
PS - Existe outro tipo de INELEGIBILIDADE, levantada ontem numa reunião do PMDB do Rio: a de Eduardo Paes. Mas dessa, trato na página 9, a reunião e a acusação, gravíssima.
Na terça-feira escrevi aqui mesmo, véspera do jogo com a Argentina, depois das vergonhosas derrotas para a Venezuela e o Paraguai: "Time grande não perde TRÊS VEZES seguidas". Repetindo o joguinho monótono, desinteressante e cansativo, a seleção do Dunga empatou na maior mediocridade, mostrando que é mesmo time pequeno.
Agora, depois do jogo com a Argentina, posso acrescentar: "Time grande não joga TRÊS VEZES seguida sem marcar um gol que fosse". Portanto, mais uma prova de que a seleção do Dunga é mesmo time pequeno.
Nem vou falar do jogo, todos se irmanaram, se igualaram e se afundaram na falta de qualidade. A Argentina também não é mais aquela. Falam tanto do Riquelme, mas ele ficou longe do futebol apregoado, como já acontecera nos 2 jogos contra o Fluminense. E o Messi, extraordinário driblador, carregando todos com ele, mas chutando pior do que os brasileiros.
Confesso que o Dunga não podia fazer nada, mas o que fez foi inteiramente errado. Colocou Anderson, que logo se machucou, Adriano (longe do antigo "imperador"), Julio Batista, gozadoramente dito "o melhor desse time pequeno". Perdido, Dunga colocou Diego em campo, tirou-o para botar Daniel Alves, que só pode jogar em "time pequeno".
PS - Antes do jogo, Dunga disse que contava com o apoio do torcedor. Este apoiou mesmo, mas por 45 minutos. Sentindo que a pasmaceira, a falta de espetáculo e de resultado iria até o fim, vaiou para valer.
PS 2 - E não faltou o "fora Dunga", que não acontecerá agora e sim depois das Olimpíadas. Os pseudo ou supostos substitutos têm que esperar, não falta muito.
Caetano Veloso
Embora não seja apaixonado por futebol, "pisou na bola" como se fosse do time do Dunga. Dizer que a Suprema Corte se guiou por ele? Ha! Ha! Ha!
Finalmente, na sucessão para prefeito do Rio, um grande partido, o PMDB, realizará sua convenção. Será depois de amanhã, domingo. Mas ontem, houve reunião com a presença de muitos dos 225 eleitores que escolherão o nome do partido. (Como é público e notório, o PMDB decidiu que terá candidato próprio. Dois desses pré-candidatos, Jorge Coutinho e Marcelo Itagiba, estavam presentes).
Não estavam presentes nem o ex-chefe da Casa Civil, Regis Fichtner, indigitado pré-candidato a vice, numa proposta ou aposta tipo megasena, que incluía como candidato do partido o ex-secretário geral do PSDB nacional, Eduardo Paes.
O ex-governador Anthony Garotinho abertamente fez revelações que não eram do conhecimento de pelo menos 90 por cento dos presentes. Vejamos detalhadamente o que contou na reunião.
1 - "Ontem (anteontem), fui procurado no meu gabinete pelo secretário ou ex-secretário Eduardo Paes".
2 - "Conversamos por mais de 1 hora".
3 - "Ele disse que estava me procurando para pedir o meu importante apoio político e eleitoral".
4 - "Imediatamente respondi: `Não posso apoiar a tua candidatura, porque você está INELEGÍVEL'".
5 - "O ex-deputado e ex-secretário Paes tentou justificar a saída LEGÍTIMA do cargo, e que portanto não havia INELEGIBILIDADE".
6 - "Disse então a ele o que era óbvio: `Se você veio aqui para justificar que é candidato ELEGÍVEL, terá que provar isso na Justiça'". Como faltam pouco mais de 9 meses para a eleição, "o PMDB não poderá ter um candidato sem tempo para fazer campanha".
7 - Eduardo Paes deixou o gabinete de Garotinho contrariado, mas certo de que o presidente do Diretório Estadual levantará a sua INELEGIBILIDADE.
8 - Isso se ele disputar na convenção. Se disputar e ganhar, o que ninguém acredita. E o que dirá a Justiça?
9 - Para terminar, o ex-governador garantiu, antes de encerrar a reunião: "Estão aqui, presentes e atuantes, os dois pré-candidatos do PMDB, Marcelo Itagiba e Jorge Coutinho".
10 - "Um dos dois ganhará a convenção de domingo. O que for referendado pela convenção, terá o meu apoio, de acordo com o que já tenho afirmado e reafirmado". Mais claro, impossível.
O chamado "caso Varig" não está encerrado com a decisão da juíza que determinou que os "sócios brasileiros" não têm direito a coisa alguma na empresa. As irregularidades e as roubalheiras nas transações são colossais. Mas a juíza julgou mal.
É evidente que é decisão de primeira instância (embora federal), é transitória, o governo vai lutar e muito para mudar.
Mas pela Constituição, empresa aérea não pode ser proprietária de estrangeiros. Portanto, vem decisão contrária por aí.
Num dos seus arroubos, que palavra, de alcaide-factóide-debilóide, César Maia declarou: "A construção da Cidade da Música será a minha consagração, ficarei como o Cristo Redentor".
Depois que o "O Globo" fez duas reportagens, provando que "o custo inicial de 80 milhões passou para 445 milhões", César Maia "esqueceu" o assunto. Não vai inaugurá-la?
No domingo, Tiger Woods ganhou mais uma vez o importante Aberto de Golfe dos EUA. Numa jogada, vi que ele levou a mão à coxa, senti que mancou. Pelo regulamento não pode tomar nenhum medicamento.
Na segunda-feira, fui o único a registrar o fato. Anteontem, quarta, Woods publicou nota oficial. Sofreu desligamento da rótula, terá que operar o joelho, não joga mais este ano. Nem o apresentador (ou o comentarista da TV americana) notou ou comentou.
José Carlos Tonin entrou com Ação Popular, através do Escritório Luiz Nogueira, contra a Liderança Capitalização, apenas um jogo pela televisão, nada a ver com capitalização. O relator no STJ foi o ministro Luiz Fux. Tonin ficou surpreendido, o ministro copiou os termos da defesa da Liderança Capitalização. (Três páginas).
Recorreu ao Supremo, o ministro Cesar Peluzzo não "viu nada de mais". Textual: "É uma questão de ISENÇÃO ou não ISENÇÃO do relator".
Tonin não se conformou com a decisão de "devolver" o processo para o STJ, e já recorreu. Alegações do recurso, irrefutáveis por qualquer juiz, ministro ou não ministro do Supremo Tribunal.
Também textual: "Se um cidadão comum pratica plágio, comete ILÍCITO, se apropria de textos de terceiros". Como admitir que um magistrado copie alegações de uma das partes e isso seja normal?
O ministro Peluzzo (que defendi na votação das células-tronco-embrionárias) agora exorbitou. E como afirma que a questão é puramente de ISENÇÃO, aceita que um juiz pode julgar SEM ISENÇÃO. Que República.
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Excelente a repercussão do discurso do senador Arthur Virgilio sobre o Mestrado da jovem artista plática Joana Limongi. Sobre José Celso, ela se aprofundou de verdade.

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Edison Lobão vai viajar, não ficará ninguém no lugar, o cargo ficará igualmente vazio. Eu ia dizer vago, é diferente.

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Agora descobriram que existe muita ONG na Amazônia. A denúncia foi feita pelo general Lessa, que comandou a Amazônia, conhece a situação a fundo, declarou: "Só na Amazônia existem 100 MIL ONGs". Agora tomaram conhecimento, que pelo menos façam alguma coisa.

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Domingo, o PT-PT realiza sua convenção, no mesmo dia, hora e local (Rio capital) para escolha do candidato a prefeito. Há 10 anos "matavam" em Brasília a maior liderança do PT do Estado do Rio, com possibilidades de vôo nacional, Vladimir Palmeira.
Agora podem ir de Molon (ou de moleton, não sei quem é mais frio, o candidato ou o inverno que estará chegando no dia da convenção), mas não ganham de ninguém.

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