Diversos sindicatos e entidades que representam a categoria dos trabalhadores estiveram reunidos em um ato público na manhã de ontem em frente à sede do Banco do Brasil na avenida Presidente Vargas. A mobilização, com objetivo de conscientizar a população contra a elevação da taxa básica de juros em 0,5% prevista pelo Comitê de Política Monetária (Copom), foi realizada simultaneamente em diversas capitais do país. Cléber Rezende, da seção Pará da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), diz que a intenção é chamar a sociedade para um debate. 'É preciso que a população exija a redução da taxa de juros em prol da melhoria social, revertendo investimentos para a área do trabalho e renda e impulsionando o mercado interno', explica. 'Essa política do Copom explora cada vez mais os trabalhadores e tira investimentos sociais', destacou o representante do CTB, que organizou o ato ao lado da Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Nacional dos Estudante (UNE), Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Sindicato dos Bancários, União Brasileira de Mulheres (UBM), União da Juventude Socialista (UJS) e Unegro, entre outros. 'Não há teoria econômica que justifique o fato do Brasil manter os juros reais no maior patamar de todo o mundo. Países com índice de inflação menor que a nossa trabalham com taxas de juros reais expressivamente inferiores porque concedem efetiva prioridade ao desenvolvimento e à abertura de novos postos de trabalho', destaca um documento entregue à população que trafegava pela Presidente Vargas. Em todas as capitais, o ato foi realizado em frente ao Banco Central, mas em Belém o ponto escolhido foi o Banco do Brasil, segundo Cléber por causa da concentração e fluxo maior de pessoas. 'E também por ser um órgão que representa o governo federal de forma direta', justifica. 'Esperamos ter um resultado prático, principalmente porque o ato nacional vai mexer diretamente com os políticos em Brasília e isso sempre tem repercussão', diz.
BRASÍLIA
O protesto realizado por estudantes e trabalhadores contra a escalada dos juros básicos da economia (Selic) na sede do BC, em Brasília, reuniu cerca de 1,5 mil pessoas de acordo com a Polícia Militar. E apesar da segurança reforçada, manifestantes conseguiram jogar na fachada do prédio tinta, canos de PVC e garrafas d’água. O ato 'Menos juros, mais desenvolvimento', que teve início às 10h, foi organizado pela Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS) e teve a participação de entidades como a CUT, CGTB e UNE. A CMS é ligada à CUT. A maioria dos participantes era, no entanto, estudantes das cidades satélites de Brasília, como Taguatinga e Ceilândia. O protesto sujou parte da fachada do banco com manchas e inscrições nas cores verde e amarela. Segundo a Polícia Militar, durante o protesto, policiais agiram para evitar mais estragos na fachada do edifício. Um grupo de cerca de dez PMs caminhou em meio aos manifestantes no momento em que estudantes escreviam palavras contra o BC e jogavam tinta nos vidros do prédio. Apesar de canos e garrafas terem sido arremessados, nenhum vidro foi quebrado e ninguém ficou ferido.
Matéria do jornal paraense O Liberal
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