terça-feira, 24 de junho de 2008

Reservas não dão para saída


Especulação eleva passivo externo em 50% em 1 ano e é 1,6 superior à reserva

O estoque dos recursos estrangeiros no Brasil, incluindo aplicações financeiras, investimentos produtivos e empréstimos, atingiu US$ 939,1 bilhões em dezembro 2007, de acordo com dados do Banco Central (BC). Em setembro de 2007, o passivo externo do Brasil somava US$ 869 bilhões e, em dezembro de 2006, US$ 623,3 bilhões. O total de ativos conversíveis em dólar representa 5,2 vezes as reservas internacionais do país, que fecharam 2007 em US$ 180,3 bilhões. Ou seja, em caso de agravamento da crise internacional e fuga de capitais, as reservas, não apenas virariam pó, como seriam insuficientes para cobrir os compromissos externos do país.
Descontando o estoque de investimentos de brasileiros no exterior, de US$ 365 bilhões em dezembro passado, o saldo líquido de investimentos estrangeiros, ou passivo externo líquido, fechou 2007 em US$ 574,1 bilhões, mais 49,35% ante 2006. Ou 1,6 vez as reservas do país. O crescimento do passivo externo embute a maior presença de capital volátil no país. O chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, porém, insistiu em que a elevação do passivo externo líquido não significaria aumento na vulnerabilidade externa. Ele alegou que parte relevante desse movimento ocorreu via Investimento Estrangeiro Direto (IED) - voltado para a produção, mas que também resulta em pressão sobre remessas e lucros para o exterior.
O estoque de IED somou US$ 328,4 bilhões, em dezembro de 2007, ante US$ 236,2 bilhões em 2006. Porém, o movimento mais relevante ocorreu nos investimentos em carteira (ações e renda fixa): de US$ 303,5 bilhões para US$ 509,6 bilhões em 2007. Em maio, o déficit da conta corrente do balanço de pagamento - registra o saldo de todas as transações com o exterior - ficou em US$ 649 milhões, contra US$ 3,310 bilhões, em abril. No acumulado do ano, o déficit atinge US$ 14,717 bilhões, contra superávit de US$ 1,897 bilhão, no mesmo período.

Esta matéria está no MONITOR MERCANTIL

Nenhum comentário:

Postar um comentário