quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Observatório

Quinta-feira, 04 de setembro de 2008

Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00.

A arte do jogo sujo na eleição
ARGEMIRO FERREIRA
Tribuna da Imprensa

Tirem o chapéu para Harvey Leroy (Lee) Atwater - ou simplesmente Lee Atwater. O título do filme sobre ele, já lançado nos EUA, é "Boogie Man" (Bicho Papão). Uma biografia, de 1996, o chamava de "bad boy" no título: "Bad boy: The Life and Politics of Lee Atwater". Antes de morrer de câncer no cérebro, aos 40 anos, ele se declarou arrependido e pediu desculpas às vítimas. Mas Karl Rove, seu maior discípulo, continua a mil. A maior façanha de Atwater, já citada aqui antes, foi o golpe sujo que ajudou a instalar o primeiro George Bush na Casa Branca, em 1988: de forma desonesta e racista, o comercial republicano tornava Mike Dukakis, rival democrata do velho Bush, quase cúmplice de Willie Horton, um estuprador que fugira da cadeia. A única culpa de Dukakis no caso era apenas estar bem à frente de Bush nas pesquisas. A princípio Bush vetara o comercial. Mas quando a vantagem de Dukakis chegou a 17 pontos percentuais Atwater recorreu a George W. Bush, conselheiro informal do pai na campanha: "Agora, ou ele autoriza o comercial ou perde a eleição", advertiu. Acostumado a convencê-lo em momentos críticos, Bush filho deu as instruções: "Fica tranqüilo. Prepara tudo. Tenho certeza de que vai concordar".
A arte do jogo sujo na eleição

Golberi gravou Geisel de 74 a 79
Tribuna da Imprensa
Pedro do Coutto

A revista "Veja" acusou no domingo a Agência Brasileira de Inteligência, cujo diretor geral é o delegado Paulo Lacerda, de ter gravado conversa sem maior importância entre o ministro Gilmar Mendes e o senador Demóstenes Torres, e os jornais de segunda-feira publicaram a justa reação indignada do presidente do Supremo Tribunal Federal e também o movimento iniciado pela oposição no Congresso para demitir o dirigente da Abin. A fonte da informação original - está no texto da "Veja" - é um funcionário daquela Agência. Seu nome é um enigma. Não foi revelado. O alvo central da questão, mais uma vez, aliás pela terceira semana consecutiva, é o ex-chefe da Polícia Federal que em 92 comandou o levantamento das denúncias contra o presidente Fernando Collor, e até há poucos meses fora mantido no posto até sua transferência para a Abin. Não se pode aceitar, quanto mais defender, escutas clandestinas, esta inclusive sem ordem judicial alguma. Qual o magistrado que iria autorizar uma devassa nas conversas particulares do ministro Gilmar Mendes? Nenhum. Logo, em tal hipótese, o crime de invasão de privacidade encontra-se configurado. A menos que a gravação tenha sido feita por alguém e atribuída à autoria da Agência de Inteligência, exatamente para tentar a queda de Lacerda. Não se pode afastar de todo esta hipótese. Gravações clandestinas acontecem. Há sete anos, por exemplo, ocorreu uma contra o jornalista Ricardo Boechat, envolvendo a luta que se travava - creio que ainda permanece - entre o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Nelson Tanure, atual proprietário do "Jornal do Brasil". A conversa, focalizando a direção de "O Globo", jornal em que Boechat trabalhava, desenvolveu-se entre o jornalista e o então assessor de Tanure, Paulo Marinho. A revista "Veja" publicou com grande destaque. Quem mandou fazer a gravação? Quem grampeou os telefones? Havia autorização da Justiça? Nenhuma. Eis aí, portanto, um precedente que se tornou amplamente público. Mas existem outros.
Pedro do Coutto

Lobão confirma que Irã convidou Brasil para Opep
Tribuna da Imprensa

BRASÍLIA - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse ontem que o embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, lhe apresentou um convite, há 15 dias, para que o Brasil ingresse na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Lobão explicou que o Irã, na condição de sócio da Opep pode propor à organização a entrada do Brasil. Destacou que o Irã é um membro importante da Opep e observou que o Brasil já é um país exportador de petróleo, ainda que em pequena escala. O ministro contou que respondeu ao diplomata que o convite será objeto de estudo do governo brasileiro. "Essa decisão não depende só de mim, mas do presidente Lula e do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE)", afirmou Lobão. Ele relatou que a reunião de ontem do CNPE não tratou do assunto.
Lobão confirma que Irã convidou Brasil para Opep

Fato do Dia
Bogotá carioca
Mauro Braga e Redação
Tribuna da Imprensa

Na última terça-feira, a prefeitável democrata Solange Amaral caminhou pela comunidade de Nova Brasília, no Complexo do Alemão, onde fez corpo-a-corpo ao lado do sociólogo e ex-subsecretário de Segurança de Bogotá Hugo Acero. Estratégias políticas à parte, Acero, que já aceitou participar da gestão de Amaral, caso seja eleita, detalhou os programas que implementou de convivência e mediação em seu país. Segundo o colombiano, é necessário um processamento de informações e a aplicação de recursos num fundo de segurança ou diretamente em equipamentos, desde que para execução de um programa de trabalho consensuado nos três niveis de governo e transparente. Integração, palavra-chave. Ações singulares, sem respaldo ou uma estrutura firme, só protelam o problema da violência no Rio. A realidade já ensinou. O sociólogo foi além, e completou dizendo que o narcotráfico no Rio está entrando em uma fase na qual os criminosos já recebem treinamento semelhante a forças de operações especiais, a exemplo do que ocorreu na Colômbia. Isso sem falar nas milícias com a participação e liderança de servidores públicos e cujas presenças beira ao incontrolável. Se antes as esferas tinham que baixar a cabeça para um poder paralelo meio que desorganizado, hoje, se perdem diante da proliferação de grupos poderosos e de fortes articulações. Não precisa nem ser especialista para ver aonde isso tudo pode chegar.
Fato do Dia

Universidades federais terão 44 mil novas vagas
Correio Braziliense

Aumento da oferta ocorrerá em 2009 e beneficiará também a UnB, que permitirá a entrada de 3,1 mil alunos a mais do que neste ano O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou ontem, em cerimônia no Palácio do Planalto, que as universidades federais vão oferecer 227.668 vagas em 2009. O número representa um aumento de 44,2 mil vagas em relação à oferta deste ano. A Universidade de Brasília (UnB) será contemplada com o aumento de 3.102 vagas. Enquanto em 2008, foram 4880, serão 7.982 no próximo ano — sendo 6.082 em cursos presenciais e 1.900 em formação feita a distância. A ampliação da oferta é resultado do Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Segundo o ministro, as oportunidades dobraram em relação a 2003, quando foram oferecidas 113.983 — todos os dados incluem os cursos presenciais e do ensino a distância. As regiões que apresentam maior crescimento na oferta das universidades federais são a Nordeste, com aumento de 122%, e a Sul, com 107%.
Novos professores e alunos para a UnB

Crítica a grampos domina posse
Mirella D´Elia
Correio Braziliense

Interceptações contra Gilmar Mendes foram o assunto principal em cerimônia no Superior Tribunal de Justiça. Asfor Rocha, novo presidente do STJ, diz que há banalização da quebra de sigilo telefônico

A crise provocada pela suspeita de que o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, pode ter sido grampeado por arapongas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) dominou a cena ontem na posse do novo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha. O assunto foi tema de inflamado discurso do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto. Diante do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele disse que há um “uso perdulário” de grampos, o que teria transformado o Brasil de Estado democrático de Direito em um “Estado de bisbilhotagem”.
Crítica a grampos domina posse
Limite na atuação de conselheiros
Tiago Pariz
Correio Braziliense

Depois da denúncia de tráfico de influência para liberação de empréstimo no banco de desenvolvimento, diretor da instituição admite a integrantes do Conselho de Ética que é preciso mudar regras de conduta


O diretor de Inclusão Social e Crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Élvio Lima Gaspar, admitiu que a instituição estuda impor limites na atuação de seus conselheiros. A idéia começou a ganhar força depois de a Polícia Federal acusar João Pedro Moura e Ricardo Tosto de tentar praticar tráfico de influência para liberar empréstimo à Prefeitura de Praia Grande (SP). Em depoimento ao Conselho de Ética ontem, Gaspar afirmou que não há nenhum limite para a atuação dos conselheiros. Eles poderiam marcar audiências exclusivas com algum diretor e até tratar de empréstimos específicos. “Nós queremos mudar nosso código para limitar os conselheiros a discutir somente a estratégia do banco”, disse o dirigente.
Limite na atuação de conselheiros

Uma pizza terceirizada
Leandro Colon e Marcelo Rocha
Correio Braziliense

Luciana avalia que, até o momento, não é necessário remeter à Procuradoria-Geral da República, responsável por investigar parlamentares, os relatórios de inteligência da Polícia Federal que mostram Eduardo Ferreira cumprindo expediente no gabinete de Efraim entre junho e julho de 2006, logo depois de as empresas Conservo e Ipanema vencerem as concorrências no Senado. Naquele mesmo período, o lobista foi flagrado pela PF, na Operação Mão-de-Obra, em encontros com os empresários negociando essas licitações. Oficialmente, ele não era funcionário do Senado.
(...)
Apesar dos fortes indícios da ligação entre Efraim Morais e o lobista acusado de fraudar licitações no Senado, procuradora não levará o caso adiante. O corregedor Romeu Tuma deve seguir o mesmo caminhoA decisão da procuradora da República Luciana Marcelino Martins de não aprofundar a investigação sobre os elos entre o primeiro-secretário do Senado, Efraim Morais (DEM-PB), e o lobista Eduardo Bonifácio Ferreira será o argumento usado pelo parlamentar para que o caso seja enterrado pelo corregedor da Casa, Romeu Tuma (PTB-SP).
Uma pizza terceirizada

Brasil é convidado a integrar a Opep
Correio Braziliense

Lula rebate críticas de que planeja gastar a receita do petróleo antes de começar a explorar as novas reservas; Dilma diz que produção não vai ser imediata

O que parecia ser uma tirada espirituosa, num discurso de improviso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ganhou corpo com um convite do embaixador do Irã transmitido ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão: a entrada do Brasil na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O ministro ficou de pensar no assunto. A declaração de Lula, na euforia do anúncio da descoberta de óleo leve no poço Tupi, previa que “logo, logo o Brasil vai participar da Opep”. Segundo Lobão, uma proposta formal foi feita há cerca de 15 dias, numa visita do embaixador do quarto maior produtor de petróleo do mundo — o Irã retira quatro milhões de barris por dia de suas reservas provadas de aproximadamente 140 bilhões de barris. Apesar da resposta diplomática, Lobão reconhece que o Brasil ainda está longe de poder entrar no cartel do petróleo. “Não somos ainda exportadores normais de petróleo. Enquanto não formos definitivamente exportadores teremos que ter prudência para tomar uma decisão dessas”, afirmou. De fato, apesar da auto-suficiência — o que se extrai é equivalente ao consumido — a produção brasileira é de óleo pesado, de menor qualidade. Boa parte desse petróleo é exportado e o país compra óleo leve. Portanto, o Brasil é exportador, mas a diferença entre o que é vendido e comprado é negativa — e nos sete primeiros meses esse déficit bateu recorde, chegando a US$ 5,4 bilhões.
Brasil é convidado a integrar a Opep

Grampo entra sem bater
Artigo - Dad Squarisi
Correio Braziliense

“Ninguém está livre dos grampos”, disse Tarso Genro. Antes de assumir a impotência, o ministro da Justiça deve ter feito uma visitinha ao passado. Lembrou-se de episódios vira-latas. Entre eles, os dos ronivons santiagos, chicões brígidos e magris dos 30 mil dinheiros. Gente com pedigree também lhe veio à memória. O então todo-poderoso FHC teve conversas gravadas. Culpa do Júlio César — aquele embaixador chefe do Cerimonial do Planalto apanhado com a boca na botija. Grampearam o telefone dele. Resultado: suspeita de tráfico de influência e favorecimento de empresas dentro do gabinete presidencial. Nem os operários de Deus escapam. O pastor Carlos Magno divulgou fita de vídeo em que o bispo Macedo aparece contando dólares. De quebra, explica aos pastores como melhor chegar ao bolso dos fíéis. “Ou dá ou desce”, ensina o líder espiritual. A cena apareceu na tevê. Foi um deus-nos-acuda. Outro auê foram as braguilhas da Casa Branca com Bill Clinton e Monica Levinsky. Ou a intimidade da realeza. Gravação bisbilhoteira trouxe a público o gosto exótico do herdeiro do trono britânico. “Queria ser seu tampão”, confidenciou o príncipe Charles à namorada Camilla. Virou garoto-propaganda da Tampax. Vai longe, terá pensado o ministro, o tempo em que segrego era de quatro paredes. As paredes viraram divisórias — indiscretas e vulneráveis. Os espiões eletrônicos, cada vez menores e mais sofisticados, estão por toda parte. Câmeras e microfones escondem-se por nosso mundinho particular. Artefatos simples abrem e-mails e arquivos de computadores. Nada escapa. Nem os bancos de dados do Pentágono estão a salvo. E daí? As criptografias aprimoram-se dia a dia.
Grampo entra sem bater

Humanizar o SUS ou humanizar o Brasil?
Artigo - Dioclécio Campos Júnior
Correio Braziliense

A melhor maneira de humanizar o SUS é fazer com que os gestores públicos utilizem somente os serviços que oferecem à população. Seria uma lição de coerência, conduta ética exemplar. Evitaria a ambivalência do discurso oficial e acabaria com a contradição ideológica das teses defendidas. De fato, por questão de coerência, os dirigentes do SUS não deveriam recorrer a planos privados de saúde para si mesmos nem para os seus. Só assim estariam a demonstrar que acreditam na qualidade da assistência à saúde que propõem para os outros.
Humanizar o SUS ou humanizar o Brasil?

Minc cede à pressão e muda prazo para redução de poluente
MARTA SALOMON
Folha de S. Paulo

Acordo feito por ministro com montadoras de veículos e Petrobras adia de 2009 para 2012 o uso de diesel mais limpo por toda a frota

Novo cronograma para diminuir a concentração de enxofre no diesel ainda precisará passar por aprovação do Conama. O governo reconheceu o desrespeito à redução de emissão de poluentes prevista para entrar em vigor em todo o país daqui a quatro meses e, para compensar um dos maiores passivos ambientais da gestão Lula, propõe que, a partir de 2012, a frota de ônibus, caminhões e automóveis movidos a diesel sejam abastecidos com o mesmo padrão do combustível que a Europa adotará em 2009. Os veículos movidos a diesel representam cerca de 10% da frota nacional, mas são responsáveis por quase metade da emissão de poluentes. O novo cronograma para a redução da concentração de enxofre no diesel será proposto ao Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) na próxima terça-feira pelo seu presidente, o ministro Carlos Minc.
Acordo adia por três anos o uso de diesel menos poluente no país

A mão suja de óleo
Clóvis Rossi
Folha de S. Paulo

O jornal britânico "Financial Times" já vê no horizonte o barril de petróleo a US$ 100.

Mais: Carl Weinberg, economista-chefe da consultoria HFE ("High Frequency Economics"), escreve, no site do mesmo jornal, que o preço chegará logo a US$ 95, "sinalizando o fim da bolha de preços do petróleo de 2008".
É verdade que previsões de economistas devem ser sempre tomadas com pinças. Cansei de vê-los fazer afirmações que os fatos desmentiam, logo adiante, sem que emitissem um "erramos". Ressalva à parte, são nítidos os sinais de que o preço do petróleo vai cair. Falta só explicar por que atingiram um pico de US$ 145 em julho para, menos de dois meses depois, sofrerem queda de 35%. A única explicação parece ser o cassino.
Clóvis Rossi - A mão suja de óleo

Mercado Aberto - Indústria do leite se reúne para pedir crédito ao governo
Folha de S. Paulo

Mais de 30 empresas ligadas à indústria do leite, entre elas Nestlé, Parmalat, Itambé e Perdigão, reúnem-se hoje, pela segunda vez na semana, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O objetivo é buscar, junto ao governo, alternativas para o setor. Como o volume de produção aumentou de 10% a 12% na última safra e o consumo caiu 8% em razão da alta da inflação, os preços despencaram. Sem alternativa de exportação, que não chega a 3% do total produzido, os fazendeiros ameaçam reduzir a atividade -o que resultaria na conseqüente falta de leite no mercado ou alta no preço cobrado no próximo ano. Isso porque o valor das vendas por litro está inferior ao custo de produção. "O setor é muito desorganizado", afirma Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil, a associação dos produtores. "A indústria alimentícia diz que vai precisar de mais leite, nós respondemos a essa demanda e, de uma hora para outra, ficamos na mão."
Mercado Aberto - Indústria do leite se reúne para pedir crédito ao governo

Em três dias, 2.977 já pediram portabilidade
JULIO WIZIACK
Folha de S. Paulo

Usuários deverão ser efetivados até amanhã

No terceiro dia da implantação da portabilidade numérica, o serviço que permite mudar de operadora mantendo o número do telefone fixo ou móvel, 780 clientes foram migrados, segundo a Folha apurou. Esse processo só ocorreu entre as operadoras. Os clientes só serão oficialmente portados a partir de amanhã. Segundo os técnicos que acompanham esse procedimento, não houve problemas até o momento. A ABRT, a associação que gerencia a portabilidade no país, ainda monitorava o desempenho das operadoras até o fechamento desta edição. Segundo ela, na telefonia fixa e móvel foram solicitados 2.977 pedidos de portabilidade até o momento nas oito regiões do país em que o serviço passou a valer. Desse total, 2.109 foram originários da telefonia celular e 868, da móvel. O número inclui também os 773 pedidos registrados ontem, até as 17h21. Durante os três dias, Goiás foi o Estado com mais pedidos de migrações (998), seguido por Mato Grosso do Sul (551), Paraná (523), Espírito Santo (311), São Paulo, na área de DDD 17 (232) e na área de DDD 14 (190), Minas Gerais (113) e Piauí (59)
Em três dias, 2.977 já pediram portabilidade


Licença da usina de Jirau será "blindada", afirma Minc
LORENNA RODRIGUES
Folha de S. Paulo

Intenção do Ibama é evitar questionamentos judiciais

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) disse ontem que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) vai "blindar" a licença de instalação (necessária para o início das obras) da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, contra possíveis questionamentos judiciais. A idéia, de acordo com o ministro, é que, antes de emitir a licença, a área ambiental ouça o governo e o Ministério Público Federal para que o documento preveja possíveis reivindicações. O Ministério Público Federal de Rondônia já ajuizou três ações judiciais e promete mais uma contra a licença de instalação dada pelo Ibama aos empreendedores da usina de Santo Antonio. Todas as ações pedem a anulação da licença ambiental por considerá-las irregulares. "Quero ver isso de forma redonda para blindar, do ponto de vista ambiental e do ponto de vista jurídico. Se você der uma licença agora, ela é questionada e vai demorar dois anos na Justiça", afirmou o ministro.
Licença da usina de Jirau será "blindada", afirma Minc

Mantega se refugia em cozinha durante protesto contra governo chileno
Folha de S. Paulo

Foco
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, precisou se refugiar na cozinha de um hotel em Santiago (Chile), depois que manifestantes invadiram o salão onde estava sendo realizado um seminário internacional sobre fundos soberanos. O incidente ocorreu no momento em que o ministro da Fazenda chileno, Andrés Velasco, participava de entrevista ao lado do colega norueguês, Martin Skancke, e do vice-diretor-gerente do FMI, John Lipsky, além de Mantega. Os dirigentes tiveram que ir para a cozinha do hotel depois que os seguranças não conseguiram conter os manifestantes e ficaram lá por aproximadamente 30 minutos, até que a polícia retirasse à força os invasores. Os cerca de 50 manifestantes (pelos cálculos do jornal "La Nación"), a maioria mulheres, fazem parte de uma associação de devedores do setor de habitação e são conhecidos por interromperem atos oficiais, especialmente aqueles de que participa a presidente chilena, Michelle Bachelet.
Eles reclamam do montante das suas dívidas e pedem que parte da receita com a venda do cobre (principal fonte de exportação do país) seja distribuída para a população mais pobre, e não para o fundo soberano (fundo de investimento do governo). "Ministro da Fazenda, o dinheiro do cobre é para as pessoas humildes. A minha casa está inundada de dívidas", gritava uma das manifestantes ontem. "As nossas famílias estão morrendo de fome", protestava Olga Zúñiga, uma das dirigentes da associação. Ainda segundo o "La Nación", Mantega e os demais dirigentes saíram pela porta dos fundos da sala no momento da invasão, mas foram seguidos pelos manifestantes, que levavam um boneco de tamanho natural que representava Velasco.
Mantega se refugia em cozinha durante protesto contra governo chileno

Especialistas defendem nova estatal e regime de partilha
Márcio Falcão
Gazeta Mercantil

Os líderes partidários vão ter acesso nos próximos dias ao resultado da primeira análise técnica realizada pela Consultoria Legislativa da Câmara em relação a exploração da camada pré-sal descoberta na costa brasileira. No estudo que avalia mudanças na legislação para a exploração das reservas de petróleo, os especialistas defendem a criação de uma nova empresa estatal e a adoção do regime de partilha, que aumentariam o controle do Estado sobre a produção. O principal argumento para a criação de uma nova estatal para o pré-sal, também chamada de "Petro-Sal", é o capital estrangeiro da Petrobras e a impossibilidade da Agência Nacional de Petróleo (ANP), órgão regulador do setor - que teria a função de intermediar interesses públicos e privados, ser sócia da exploração. Hoje, cerca de 60% do capital social da Petrobras, que opera no litoral brasileiro em regime de cooperação com outras empresas, está na iniciativa privada, sendo 36,2% exclusivamente nas mãos de investidores estrangeiros. No entendimento dos técnicos, com o intenso controle privado, a Petrobras no comando do pré-sal poderia causar prejuízos ao cidadão brasileiro. "O petróleo do pré-sal não é de acionista estrangeiro, não é de acionista brasileiro", sustenta o consultor legislativo Paulo Lima, ex-pesquisador do Centro de Pesquisas da Petrobras. "Com capital rachado a Petrobras não vai defender o interesse do povo brasileiro, vai brigar pelo que interessar as suas concessionárias".
Especialistas defendem nova estatal e regime de partilha

Lacerda caiu por pressão de Nelson Jobim
Vasconcelo Quadros
Gazeta Mercantil

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, foi decisivo no episódio que culminou no afastamento do delegado Paulo Lacerda do comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Jobim convenceu o presidente Lula de que a existência de uma maleta de espionagem, comprada pela agência, demonstrava a fragilidade de Lacerda. Na Abin já se comenta sobre pressões para que o comando da agência volte para as mãos dos militares. Jobim foi decisivo no afastamento de Lacerda

Brasília, 4 de Setembro de 2008 - As investigações sobre o grampo no aparelho do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e a guerra entre a Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ganharam mais um ator de peso: o ministro da Defesa, Nelson Jobim, cuja posição foi decisiva para o afastamento temporário do delegado Paulo Lacerda ao afirmar que a Abin utilizava uma maleta secreta de espionagem. O equipamento de monitoramento eletrônico comprado pela Abin - um sistema anti-grampo conhecido por Oscor 5000, produzido pela americana Research Eletrônics International (REI) - é usado pelo Exército e por outros cinco órgãos federais: Senado, Polícia Federal, Ministério Público Federal, Caixa Econômica Federal e Polícia Militar do Distrito Federal. As críticas ao uso do equipamento foi um dos argumentos usados por Jobim para convencer o presidente Lula a afastar Lacerda. Segundo fontes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), durante a romaria de políticos ao seu gabinete para pedir providências sobre o grampo, Lula estava convencido que a resposta política do governo seria a abertura de uma investigação ampla e profunda. Mas Jobim teria exibido cópia de uma nota fiscal da compra do equipamento para convencer o presidente que a direção da Abin havia omitido a informação sobre a maleta. Não explicou que a transação passava por uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e nem que o equipamento foi construído para proteger dados e informações estratégicas e não para espionar.
Lacerda caiu por pressão de Nelson Jobim

Informe JB - Sol, praia, samba e eleitores perdidos
Jornal do Brasil

O Rio vive um carnaval de indecisão de votos. Os candidatos na liderança nem passam dos 20% – com exceção de um. Num eventual 2º turno, em que coligações sustentam uma vitória, corre-se o risco de a cidade eleger um prefeito com apoio de só um quinto da população – levando-se em conta seu real índice no 1º turno. O número de indecisos é assustador. A eleição acontece em um mês e, nas pesquisas espontâneas, estes são os índices de "nulo, branco e não sei": Ibope (50%), Datafolha (65%) e IBPS (69%). O sociólogo Geraldo Tadeu, do IBPS, dá sua versão: "Há uma fragmentação muito grande, temos seis candidatos com chances. O eleitor carioca tem um nível de escolaridade mais alto; passa a ser mais exigente. E há certa fadiga, sempre são os mesmos candidatos".

Palocci & Lula

Bernard Appy, depois de defenestrado do Ministério da Fazenda, foi nomeado assessor especial do presidente Lula. Pedido do ex-ministro Antonio Palocci.

A escuta voa


Foi uma fonte da Aeronáutica quem passou para o ministro da Defesa, Nelson Jobim, a revelação de que a Abin comprou um equipamento high-tech para grampo.

Na retaguarda

Conforme adiantou a coluna, Jobim anuncia com o presidente Lula no domingo, 7 de setembro, o novo plano de defesa nacional.
Informe JB - Sol, praia, samba e eleitores perdidos

Qual o foco internacional do Brasil?
Ubirajara Loureiro
Jornal do Brasil

Seminário no BNDES evidencia divergências frontais sobre a política comercial do país

A posição do Brasil nas negociações sobre o comércio mundial foi um dos principais focos de confrontos teóricos no seminário organizado pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso sobre como tornar o Brasil o melhor dos Brics, bloco de emergentes integrado também pela Rússia, Índia e China. De um lado, pela manhã, num auditório do BNDES, o governador de São Paulo, José Serra, desancou a política econômica do governo como um todo, e em especial a tentativa de Brasília ainda tentar viabilizar negociações multilaterais para liberalização do comércio mundial, a Rodada Doha. Nesta posição, teve apoio do embaixador Sérgio Amaral, ex-porta-voz da Presidência no governo Fernando Henrique Cardoso. Para Serra, a política comercial brasileira é equivocada pela obrigação de o país negociar junto com o Mercosul em detrimento de acordos bilaterais.
– O Mercosul precisa mudar, está fadado ao fracasso. Em cada negociação bilateral temos que carregar os parceiros, o Brasil perde flexibilidade. Se a Venezuela entrar, pelo amor de Deus... Imagina a China tendo que carregar Camboja e Laos nas negociações – afirmou Serra, ao criticar também o predomínio de produtos primários nas exportações brasileiras.
Qual o foco internacional do Brasil?

Os paradoxos da espionagem
Coluna - Coisas da Política
Jornal do Brasil

Pouco antes de morrer em Moscou, em 1988, o famoso Kim Philby (Harold Phillips) aconselhou os jovens atraídos pela espionagem que o fizessem por dinheiro, e não por ideologia ou patriotismo: jamais saberiam, com certeza, para quem estariam trabalhando. Philby sabia bem do assunto, porque, desde 1942, fora, por idealismo, agente da União Soviética. Ao mesmo tempo, durante grande parte da Guerra Fria, chefiara o serviço secreto britânico. Quando pressentiu que seria descoberto, fugiu para Moscou, onde morreu aos 62 anos. Ele conta tudo em seu livro My silent war. É difícil saber para quem estará trabalhando o grampeador da conversa telefônica (curiosamente em que os dois se saem bem) entre o ministro Gilmar Mendes e o senador oposicionista Demóstenes Torres. Todos são suspeitos, ninguém é suspeito em particular. Se todos são suspeitos, não há quem seja invulnerável a esse tipo de escuta. Se o leitor dispuser de alguns minutos e fizer rápida pesquisa pela internet, descobrirá que pode, se quiser, e mediante modesto investimento, aparelhar-se para saber se está sendo traído no amor, na amizade, na política e nos negócios. Mas se não for hábil em manusear tais gadgets, pode contratar os especialistas no assunto. Dependendo do que pretende, não necessita gastar o que provavelmente Daniel Dantas tenha despendido para contratar a Kroll. Dois ou três mil reais já bastam para saber o que tramam e onde poderão ser surpreendidos em flagrante os que o traem. Os leitores mais velhos devem lembrar-se do excelente filme de Francis Coppola The conversation, de 1974, em que Gene Hackman encarna o profissional Caul, especialista em ouvir, de longe, as conversas alheias. Há 34 anos, embora não houvesse celulares, nem a miniaturização dos circuitos telefônicos, já havia equipamentos sofisticados para a invasão da privacidade dos outros. Desde então, o avanço tecnológico tem sido espantoso.
Os paradoxos da espionagem

Uma estratégia para o petróleo
Artigo - José Dirceu
Jornal do Brasil

Os Estados Unidos consomem 7 bilhões de barris de petróleo por ano, o que corresponde a 25% do consumo mundial. Suas reservas são de 28 bilhões de barris, o que atende a uma demanda de apenas quatro anos, ou seja, os EUA precisam do petróleo do mundo. Sem entender isso não vamos unificar o país em torno de uma nova política para as novas reservas descobertas na camada pré-sal pela Petrobras. O Brasil tem 14 bilhões de reservas e consome cerca de 800 milhões de barris. As informações veiculadas até agora indicam que podem ter sido descobertos de 30 bilhões a 300 bilhões de barris. Que sejam 50 bilhões ou 100 bilhões de barris, estaremos com reservas semelhantes às do Irã e do Iraque, abaixo dos 280 bilhões de barris da Arábia Saudita. Vale lembrar, também, que a Indonésia exportou todo petróleo que tinha a US$ 3 o barril e hoje importa a US$ 100; e o México tinha 52 bilhões de barris, hoje tem 17 bilhões. Ter imensas reservas, portanto, não é tudo. Ao contrário, pode ser o começo de grandes problemas.
Uma estratégia para o petróleo

Delegado da Operação Satiagraha teve gasto secreto de R$ 64 mil
Sônia Filgueiras
O Estado de S. Paulo

O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, que comandou a Operação Satiagraha, recebeu neste ano R$ 64 mil em despesas sigilosas. O escrivão da PF que trabalhou com ele na operação, Amadeu Ranieri Bellomusto, gastou outros R$ 96 mil. Os recursos foram disponibilizados entre fevereiro e abril, durante as investigações, encerradas em julho. Os dados constam de levantamento do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Na última terça-feira, o ministro da Justiça, Tarso Genro, reconheceu a possibilidade de que o monitoramento ilegal de conversas do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, pode ter ocorrido no rastro da Satiagraha, que teve o banqueiro Daniel Dantas como principal alvo. Ele foi preso duas vezes. Durante a Satiagraha, ações de “colaboração” entre a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a PF foram desenvolvidas. Segundo a Abin, elas teriam se resumido à troca de dados e à identificação do principal local de trabalho de um dos auxiliares de Dantas. No entanto, a partir das denúncias de que agentes da Abin teriam monitorado as conversas do presidente do STF, surgiram dúvidas sobre a real extensão da colaboração. Tarso, no entanto, defende a PF. Segundo o governo, a Abin teria ingressado na investigação à revelia do diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa.
Delegado da Operação Satiagraha teve gasto secreto de R$ 64 mil


Cabral: Lula aprova mudança no Tom Jobim
Rubem Berta e Geralda Doca
O Globo

Governador diz ter apoio informal do presidente para assumir aeroporto e depois passá-lo para o setor privado

O governador Sérgio Cabral disse ontem que obteve a “aprovação informal” do presidente Lula para que o Aeroporto Tom Jobim passe à administração estadual. O estado quer conceder a responsabilidade à inciativa privada. O governador Sérgio Cabral afirmou ontem, em Londres, que obteve a "aprovação informal" do presidente Lula e do ministro da Defesa, Nelson Jobim, para que o Aeroporto Internacional Tom Jobim passe à administração do estado por convênio. Segundo Cabral, caso a medida seja concretizada, o governo estadual fará imediatamente uma concessão para que o setor privado cuide da gestão do aeroporto.
- Tanto o presidente Lula quanto o ministro Jobim concordaram informalmente com a proposta. O presidente está do nosso lado. A gente tem que tirar o Galeão do sofrimento da Infraero - afirmou Cabral.
Rio tem sinal verde para assumir Galeão

Saem os juros, entra o pré-sal
Patrícia Duarte e Gustavo Paul
O Globo

EXPLORANDO O PETRÓLEO

Governo quer que Petrobras deixe de contribuir para o superávit fiscal e invista mais

O governo quer tirar da Petrobras a obrigação de engordar o caixa do Tesouro contribuindo para o superávit nas contas. Com isso, a estatal ficaria livre para investir R$10 bi a mais por ano no pré-sal. As licitações para exploração serão retomadas, mas só com blocos em terra. O governo estuda livrar a Petrobras da obrigação de contribuir para a formação dos superávits primário (economia do governo antes do pagamento de juros da dívida) e nominal. A equipe econômica entende que é o melhor a ser feito, ainda mais com as perspectivas bilionárias das reservas dos megacampos, que demandarão bilhões de dólares de investimentos. A discussão faz parte das mudanças no cálculo das contas públicas, anunciadas recentemente pelo Ministério da Fazenda. Mais do que adequar as contas às normas internacionais, as mudanças visam a aumentar a capacidade de investimentos da Petrobras na exploração do petróleo da camada do pré-sal. Sem essa amarra, a estatal poderia aumentar sua capacidade de investimentos em pelo menos mais de R$10 bilhões ao ano, numa conta simples. Esse montante é quase um terço superior ao previsto nos planos de investimentos da Petrobras, que somam US$112,4 bilhões entre 2008 e 2012 - ou US$22,48 bilhões ao ano, em média. Em outubro, a empresa deverá anunciar um novo plano, já contemplando o pré-sal.
Governo quer aliviar contas da Petrobras

Saúde no Brasil é bancada pelas famílias
Cássia Almeida
O Globo

Gastos somam R$103 bi e chegam a 60,2% do total do setor. Administração pública arca com 38,8% da despesa

Pesquisa do IBGE mostra que as famílias bancam 60,2% (R$ 103 bilhões) de todos os gastos com saúde no país. A maior despesa é com medicamentos. O setor público fica com 38,8%. O restante é de entidades sem fins lucrativos. O gasto com saúde no Brasil foi de R$171,6 bilhões em 2005, correspondendo a 8% de toda a economia do país. E essa despesa, na maior parte, ficou nas mãos das famílias brasileiras: 60,2% (R$103,2 bilhões) vieram desse bolso, enquanto a administração pública arcou com 38,8% (R$66,6 bilhões). O restante foi bancado pelas instituições sem fins lucrativos. O quadro e a evolução financeira do setor de saúde no Brasil, de 2000 a 2005, foram mostrados ontem pela primeira vez pelo IBGE, num projeto para pôr uma lupa em setores específicos da economia como já foi feito com o turismo e a cultura:
- Em relação a países semelhantes ao Brasil, os gastos públicos se equiparam. Mas quando se olha para os países desenvolvidos, nossa despesa é bem menor - disse Rebeca Palis, gerente de Contas Nacionais Trimestrais do IBGE.
Saúde: 60% dos gastos são de famílias

Interino trabalhou para Dantas
O Globo

Parlamentares criticam; Trezza rechaça suspeitas

A divulgação de um possível vínculo do novo diretor interino da Abin, Wilson Trezza, com o banqueiro Daniel Dantas levou parlamentares da CPI do Grampo a questionar sua independência. Em nota, o Gabinete de Segurança Institucional confirmou a permanência de Trezza no cargo, e disse não haver impedimento para isso. Trezza, remanescente do antigo SNI, dirigiu o departamento de Seguridade da Fundação BrPrev, responsável pelos planos de benefícios dos colaboradores da Brasil Telecom, entre fevereiro de 2002 e março de 2003. Nesse período, Dantas era o controlador da empresa. O deputado Maurício Quintella (PR-AL) disse que o vínculo entre Trezza e Dantas macula a imagem da Abin e pode comprometer a investigação sobre o grampo.
- Não macula a imagem da Abin? Eu acho que macula. É uma ligação muito perigosa neste momento. Pode sugerir à opinião pública que Daniel Dantas teve influência nessa indicação - disse Quintella.
O deputado Domingos Dutra (PT-MA) disse que o episódio fortalece a imagem de Dantas como uma pessoa superpoderosa. Segundo a assessoria de Trezza, o novo diretor interino da Abin saiu da BrPrev em litígio com Daniel Dantas, e teria ficado muito abatido com a divulgação de sua passagem pela empresa e as dúvidas sobre sua isenção à frente da Abin.
Interino trabalhou para Dantas

Governo deve lançar editais de ferrovias em novembro
O Globo


Previsão de investimentos é de R$11 bi e inclui nova rota para o agronegócio

A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se prepara para lançar, em novembro, dois editais para a construção de ferrovias que somam R$11 bilhões em investimentos. Serão licitados o prolongamento da Ferrovia Norte-Sul, entre Palmas (TO) e Santa Fé do Sul (SP), e a Ferrovia Oeste-Leste, entre Alvorada (TO, onde há a integração com a Norte-Sul) e Ilhéus (BA). Segundo o presidente da agência, Bernardo Figueiredo, investidores não faltam:
- Acredito que esses leilões serão tão concorridos quanto o leilão de sete rodovias federais, realizado no fim de 2007, quando mais de 30 grupos participaram - disse ele, frisando que as obras não vão prejudicar o leilão do trem-bala Rio-São Paulo, previsto para o primeiro semestre de 2009.
A extensão da Ferrovia Norte-Sul prevê investimentos de R$4,6 bilhões na construção de 1.538 quilômetros de vias férreas. A Vale está entre as favoritas, por já administrar o trecho da estrada de Palmas ao Maranhão e ao Pará. Mas a maior novidade será a Oeste-Leste. O governo quer criar, rapidamente, mais uma rota de escoamento da produção do Centro-Oeste - os estudos definitivos para essa ferrovia foram iniciados no fim de 2007.
Governo quer aliviar contas da Petrobras

Eleição na cabeça

Coluna - Ilimar Franco - PANORAMA POLÍTICO
O Globo

Nem só de grampo trataram, na segunda-feira, o presidente Lula, o presidente do Congresso, Garibaldi Alves (PMDB-RN), e os senadores Tião Viana (PT-AC) e Demóstenes Torres (DEM-GO). Lá pelas tantas, o democrata fez entusiasmada defesa da candidatura do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, para o governo de Goiás. A chapa completa teria ainda Demóstenes e o prefeito de Goiânia, Iris Resende (PMDB), para o Senado.

Lula elogia candidatura de Meirelles

Depois de ouvir Demóstenes, o presidente Lula afirmou que seria muito bom, do ponto de vista político e administrativo para Goiás, se Meirelles pudesse unir o estado e a base aliada. Mas argumentou que Iris Resende era uma pedra no sapato e que ele, dificilmente, abriria mão de concorrer ao governo estadual. Lula então sugeriu a chapa Iris para o governo, com Meirelles e Demóstenes concorrendo ao Senado. Aí, foi a vez de o democrata explicar que essa aliança tinha poucas possibilidades. Demóstenes comentou que, dificilmente, o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) aceitaria uma composição para apoiar Iris Resende.
Foi um misto de Disney com escola de samba do Rio de Janeiro" - André de Paula, deputado federal (DEM-PE), sobre a convenção do Partido Democrata nos EUA
MAIS BARULHO. O PSDB não está satisfeito com os trabalhos da CPI dos Grampos, presidida por Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), e que ontem ouviu servidores da Abin. Por isso, quer criar duas novas CPIs. Os tucanos dizem que é preciso reagir à altura da gravidade dos grampos telefônicos ilegais. A oposição ficou surpresa com o afastamento de Paulo Lacerda da Abin, mas acredita que é preciso agir para desgastar o governo.

No espaço

As candidaturas de Osmar Serraglio (PMDB-PR) e Rita Camata (PMDB-ES) à presidência da Câmara não levantaram vôo: 85 dos 95 deputados do PMDB assinaram documento em apoio ao presidente do partido, Michel Temer (SP).
Eleição na cabeça

O pacto Brasil-União Européia
Artigo - Hugues Goisbault
O Globo

A União Européia reúne hoje - 50 anos após a sua criação - 27 democracias européias e 495 milhões de cidadãos. Muitas pessoas ao redor do mundo se perguntam como funciona a UE, que é hoje um modelo de integração política e econômica, e qual é o conteúdo de sua ação externa. Os próprios europeus muitas vezes acham que ela possui mecanismos institucionais muito complexos e por vezes severos. Sua trajetória de desafios e conquistas, no entanto, é seu retrato mais fiel. Após as duas grandes guerras mundiais, os europeus sonhavam com a reconciliação. O pontapé inicial para a criação de um bloco europeu foi dado em 1951, com a assinatura do Tratado de Paris entre seis países: França, Itália, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Países Baixos. Os mesmos países assinaram seis anos mais tarde, em 1957, o Tratado de Roma, instituindo a Comunidade Econômica Européia (CEE), que é o primeiro ancestral da União Européia. As cinco ampliações pelas quais passou fizeram com que a UE saísse de 6 estados membros para 27. Hoje, a União Européia é o primeiro bloco comercial do mundo, detém a segunda moeda mundial, o euro, e tem como objetivo maior assegurar a paz, a prosperidade e a liberdade para os seus cidadãos, em um mundo mais justo e mais seguro. Mas a UE é bem mais do que isso: representa uma identidade européia capaz de integrar tradições e culturas distintas com políticas comuns em diversas áreas como meio ambiente e pesquisa, por exemplo. Ela também é de longe o primeiro doador internacional, destinando mensalmente cerca de três bilhões de euros a projetos de assistência nos cinco continentes. A ação humanitária, a ajuda ao desenvolvimento e a promoção dos direitos humanos e da democracia são as prioridades de sua ação externa.
O pacto Brasil-União Européia


Lições de Pequim
Artigo - Breno Lemos, Evelin Lucht e Edílson Catapan
Valor Econômico

Terminada mais uma olimpíada, são muitas as razões para justificar o desempenho aquém do esperado pela comitiva brasileira. É lugar comum dentre a "crítica especializada" alegar que o Brasil gasta pouco no apoio às modalidades esportivas olímpicas. Afinal, não existe uma infra-estrutura adequada para estimular e desenvolver a prática de esportes olímpicos no país, tampouco um planejamento estratégico para concentrar os recursos fiscais escassos no investimento em atividades esportivas que ou temos uma vantagem natural, ou elevam a probabilidade de conquista de medalhas - esse é o caso de esportes individuais como atletismo (47 categorias), ginástica artística (14 categorias) e natação (34 categorias). Antes de prosseguir, entretanto, cabe a seguinte reflexão: por que dar importância para o desempenho do país numa olimpíada? Será que vale a pena destinar os recursos fiscais escassos em meio a tantas demandas sociais para incentivar a prática de atividades esportivas?
Lições de Pequim

Notícia da Vale vira presente de grego
Coluna - Daniele Camba
Valor Econômico

A Vale, segunda empresa mais importante dentro da Bovespa, esteve envolvida ontem num grande presente de grego que o mercado recebeu. As ações preferenciais (PN, sem direito a voto) série A da mineradora chegaram a subir 4,77%, mas caíram até 2,14% e fecharam em baixa de 0,65%. O Índice Bovespa seguiu a mesma toada: subiu 1,5%, caiu 2,72% e encerrou o pregão em baixa de 1,61% aos 53.527 pontos. Logo de manhã, os investidores foram agraciados com a notícia de que a Vale estaria negociando um aumento de 20% no preço do minério de ferro vendido para as siderúrgicas chinesas. O rumor veio a calhar, já que no dia anterior os temores de desvalorização das commodities havia aumentado depois de a ArcelorMittal decidir cortar os preços do aço vendido para a África do Sul. Os investidores, que passaram as últimas semanas quietos, sem fazer grandes movimentos, se encheram de coragem e voltaram ao mercado, comprando principalmente as ações da Vale e de outras empresas de commodities, que andavam relegadas a segundo plano. A segurança do mercado fazia sentido, já que seria impossível acreditar num processo de queda das matérias-primas enquanto uma das maiores mineradoras do mundo percebe que ainda há demanda suficiente para mais aumentos.
Notícia da Vale vira presente de grego

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