quarta-feira, 21 de maio de 2008

Carlos Chagas

Lambança no Meio Ambiente

Antes de encontrar-se com o presidente Lula, segunda-feira, o novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, propôs transformar as forças armadas em guarda florestal, pretendendo que regimentos do Exército ocupassem e fiscalizassem os parques nacionais e suas periferias. Comentou também que o ministro do Futuro, Mangabeira Unger, era um excelente professor acadêmico, mas, em matéria de Amazônia, um aluno. Assim, chegou a convidar Jorge Viana para coordenador do Plano Amazônia Sustentável. Diante da recusa, deu a volta por cima e classificou as funções do companheiro de ministério como voltadas para programar o futuro da região, jamais para aplicar a sustentabilidade imediata. Ao deixar o gabinete presidencial, patrulhado pela ministra Dilma Rousseff, Minc curvou-se à coordenação efetiva de Mangabeira e contentou-se com a sugestão de ser criada uma Força Nacional Ambientalista, sucedâneo da Força Nacional de Segurança, que levará pelo menos dois anos para ser organizada. Em compensação, o novo ministro saiu-se com ameaça digna das intervenções de crianças em conversa de adultos: "Tremei, poluidores, tremei!" A conclusão é de que ao sucessor de Marina Silva caberá o papel de repressor dos incendiários, dos madeireiros, dos plantadores de soja e dos pecuaristas cujas atividades são exercidas na Amazônia, onde não há apenas floresta. Convenhamos, a lambança é geral, em termos de meio ambiente, mas também particular, em se tratando de Carlos Minc. Se o que ele fala, propõe e promete torna-se tão fugaz como uma dessas ventanias que nessa época do ano levantam rodamoinhos em Brasília, só haverá uma conclusão a tirar: o governo deu as costas para os princípios ecológicos que nortearam a primeira campanha vitoriosa de Lula à presidência da República. Ninguém tremeu e ninguém vai tremer, na Amazônia, nem fora dela, por conta da fragilidade das convicções de Carlos Minc.

Sem explicação

Alguém conseguirá explicar por que o INSS tem créditos superiores a 300 milhões de reais junto a grandes empresas e a entidades públicas, mas corre o risco de nada receber por conta da aplicação de uma tal lei de anulação de débitos, a cargo do Conselho de Recursos da Previdência Social? Quer dizer, o cidadão comum, o pequeno, é levado ao pelourinho em função de dívidas de uns poucos salários mínimos. Já os potentados sempre encontrarão um jeitinho de ser perdoados.
Só para citar os que devem mais de 10 milhões cada: Cia. Siderúrgica Nacional (52,7 milhões), prefeitura de Guarulhos (21 milhões), Cia. de Gás do Rio de Janeiro (15,7 milhões), Furnas Centrais Elétricas (14 milhões) Telemar, Norte-Leste (13,6 milhões). Vamos ficar por aqui, registrando que entre os grandes devedores estão a Fiat, o governo do Amazonas, a Acesita, a Cia. Brasileira de Trens Urbanos, o governo do Rio Grande do Norte, a Petrobras, o Banco do Brasil e outros. Já o Zezinho das Candongas responde a processo por impossibilidade de pagar 500 reais...

Veja a coluna completa do Carlos Chagas:

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