sábado, 24 de maio de 2008

Coluna do Helio Fernandes


O Barão do Itararé atualizado por FHC


Presidente, doou a Vale do Rio Doce, bebeu o rio, comeu o doce, deixou o vale na caixa


Todas as DOAÇÕES foram inqualificáveis, diminuíram o tamanho das nossas esperanças. Comprometeram o passado não tão distante, o presente lamentável, não sabemos o que nos reserva para o inimaginável futuro. Mas não há dúvida que o símbolo de tudo foi a entrega da Vale, já uma das maiores empresas do mundo. E FHC só não entregou outras como Petrobras, Furnas, Correios, Banco do Brasil, e mais e mais, porque é covarde, encontrou resistência, recuou.
Tentando defender o indefensável FHC, o atual presidente da empresa afirma: "A Vale só cresceu porque deixou de ser estatal". Ele se chama Roger Agnelli, mas nem é parente do gigante da Fiat. A Vale sempre foi potência, mesmo nos tempos de Eliezer Batista e seu grupo. Que também destruiu e vendeu a "preço de banana" (royalties para o presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, que criou a frase em 1903) todo o manganês do Brasil.
Generoso, complacente, hipoglicêmico, iconoclasta, troglodita mas sempre consciente, FHC não tirou Eliezer da jogada, apenas acrescentou, na época, o primeiro filho. Se Petrobras, Furnas, Cemig, Itaipu-Binacional e outras são prósperas como estatais, por que entregar a Vale? Isso se parece muito mais com a definição-libelo do Aporelly que coloquei como título. A Vale sempre esteve marcada para morrer. Mas foi assassinada por FHC.
Os prejuízos da desadministração FHC não param aí. Devastou o sistema financeiro, foi DOANDO o que podia, sempre com a justificativa injustificável e mentirosa: "Precisamos conseguir recursos para pagar os juros da dívida". E enquanto a "dívida" atingia níveis alucinantes, o patrimônio ia ficando cada vez menor. Perdão, cada vez maior, só que já na propriedade das multinacionais ou fantoches delas.
Agora, inesperada e surpreendentemente, jogam na televisão e nos jornalões a discussão contraditória: "Precisamos DIMINUIR O TAMANHO DO ESTADO, com esse tamanho é impossível administrá-lo". Desmentem a eles mesmos, o próprio FHC à frente, e logo atrás dele os servos, submissos e subservientes Alckmin e Serra. FHC mudou a ótica da ética, quer (ou tenta) se explicar, não consegue. Quem destruiu o que pertencia ao povo não tem salvação.
O "presidenciável" já Geraldo Alckmin, mediocríssimo, sem convicção e sem força de expressão, se enrola todo, não sabe o que fazer, mergulha na contradição: "Não vou PRIVATIZAR NADA, mas sou a favor delas". Além de tudo, covarde. Se é a favor das privatizações, deveria assumir e dizer: "VOU CONTINUAR A PRIVATIZAR, ESSE É O PROGRAMA DO MEU PARTIDO. DAREI CONTINUIDADE AO QUE O PRESIDENTE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO NÃO PÔDE TERMINAR".
Agora surge outro aspecto calamitoso do governo FHC: o APAGÃO, fonte de mais escândalos e irregularidades, mais prejuízos para empresas brasileiras. Esse assunto foi ligeiramente sugerido na época, mas FHC no Poder era absoluto. Agora, quem faz a revelação pública é Pinguelli Rosa, que foi presidente da Eletrobrás. (Foi um péssimo presidente, mas conhece os fatos. Só que Pinguelli é honesto em matéria de dinheiro).
Denúncia comprovada. Em 2001 houve o APAGÃO, FHC teve o cinismo de dizer que não sabia de nada. (A mesma coisa que seus acólitos e apaniguados dizem de Lula). Depois de "informado", FHC impôs um racionamento de 20%. Todos, comércio, indústria, serviços e a população inteira, tiveram que cumprir. O que fez FHC, "generosamente"? Aumentou as tarifas de energia TAMBÉM EM 20%.
Mas esse aumento foi apenas para as DISTRIBUIDORAS, multinacionais e particulares, que GANHARAM 8 BILHÕES A MAIS. As geradoras, que são estatais (com exceção da Tractebel, no Sul), não tiveram aumento algum, tiveram que ficar com o prejuízo. Essa discriminação atingiu Furnas, Chesf, Eletronorte.
Aceitemos que FHC NÃO SABIA DO APAGÃO. Mas é impossível confessar que não sabia do aumento de 20% para as MULTINACIONAIS e de ZERO para as estatais. Que farsante.
Esses 8 BILHÕES DOADOS às multinacionais de energia, nada a ver com o tamanho do Estado. Tem a ver, e muito, com o tamanho das contas bancárias. De muitos. De quase todos.
PS - O artigo acima foi publicado em 24 de maio de 2004. Está completando 4 anos, um dia completará 40. FHC jamais será esquecido. Na sua campa, escreverão, "AQUI, JAZ", e cada um completará da forma que bem entender. Todas N-E-G-A-T-I-V-A-M-E-N-T-E.


Para ler a coluna completa do Helio, acesse: http://www.tribunadaimprensa.com.br/coluna.asp?coluna=helio

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