Destaques dos jornais de hoje. O que merece ser lido. Se você não tem paciência ou não teve tempo para ler as notícias nos principais jornais de hoje, clique nos links logo abaixo das matérias para lê-las. Publicaremos esta seleção todos os dias entre 19h00 e 21h00.
Vale compra participação em bloco de petróleo
Tribuna da Imprensa
A Vale comprou da petroleira espanhola Repsol-YPF uma participação de 25% no bloco exploratório BM-S-47, localizado em águas rasas na Bacia de Santos. A operação, aprovada pela diretoria da Agência Nacional do Petróleo (ANP) em reunião no dia 13 de agosto, também transfere a operação do projeto à companhia britânica BG, que tem 50% de participação. A Vale estreou no setor de petróleo no ano passado, com a compra de uma fatia da Shell em projeto no Espírito Santo e, posteriormente, participando da 9ª Rodada de Licitações da ANP, na qual arrematou nove blocos exploratórios, todos em parceria com outras companhias. O BM-S-47 é a fusão de dois blocos menores arrematados pelo consórcio Repsol/BG na 7ª Rodada de Licitações.
Vale compra participação em bloco
Petrobras "confia plenamente" na entrega do gás pela Bolívia
Tribuna da Imprensa
A diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, disse ontem que a estatal "confia plenamente" na entrega do gás natural boliviano por parte da Bolívia e "neste momento não prepara qualquer plano de contingência para um eventual corte do produto". Recentemente, manifestantes contrários ao governo de Evo Morales ameaçaram cortar o envio do combustível ao Brasil. Hoje o País recebe o volume máximo contratado, de 31 milhões de metros cúbicos diários, o que corresponde à metade do mercado nacional. A maior parte do gás importado abastece as indústrias de São Paulo."É preciso frisar que a Petrobras não está preocupada com a manutenção deste fornecimento. Não conhecemos supridores mais confiáveis do que os bolivianos.
Petrobras "confia plenamente" na Bolívia
Pedro do Coutto
Tribuna da Imprensa
Há poucos dias, o jornalista Fernando Barbosa Lima, notável diretor de televisão, responsável por tantas inovações e programas inovadores, deixou esta vida e viajou para sempre. Como disse Alceu Amoroso Lima quando Nelson Rodrigues morreu, mais um companheiro de viagem que desembarca. Naquele momento, 1980, o pensador católico, no final da vida mais cristão do que católico, reconciliou-se com o genial autor de "Vestido de noiva". Tristão de Ataíde era o pseudônimo com que Alceu assinava seus artigos semanais no "Jornal do Brasil" e também na "Folha de S. Paulo". Reencontrou o ex-amigo que ficara no passado e reconheceu o valor de sua obra. Dou este exemplo porque na vida é preciso reconhecer os fatos e acentuar os méritos e a importância de cada um. O mérito e a importância de Fernando Barbosa Lima, a meu ver, está principalmente no caráter inovador e de vanguarda que imprimiu à televisão brasileira, na década de 50, bem antes de a Globo surgir no cenário, o que aconteceu em 1965. As emissoras de televisão, a Tupi e a TV Rio nesta cidade, a Record e a Gazeta em São Paulo, foram importantíssimas quando começaram em 1950 e 1951, mas não possuíam ritmo cinematográfico. Tinham programas, como se diz, quadrados, nada inventivos, confiando muito no milagre de poderem levar som e imagem à casa - naquele tempo - de apenas alguns milhões de brasileiros.
Barbosa Lima levou a arte de filmar à TV
Nova York e o legado de Giuliani
Argemiro Ferreira
Tribuna da Imprensa
A volta recente, à cena nacional, do ex-prefeito Rudy Giuliani, na convenção republicana, justifica recordar a madrugada de 4 de fevereiro de 1999. O imigrante africano Amadou Diallo, ao retornar de seu trabalho em Manhattan ao prédio onde morava no Bronx, enfiou a mão no bolso para pegar a chave e foi abatido por 41 tiros disparados por quatro policiais brancos da controvertida Unidade de Crimes de Rua, criada por Giuliani.
Embora Diallo não tivesse arma, nem um simples cortador de unha, e muito menos antecedentes criminais na Polícia, o prefeito negou-se depois a receber os líderes comunitários e religiosos negros que protestaram contra a crescente brutalidade policial. Ao contrário, deu apoio em princípio à ação dos assassinos - que ainda foram absolvidos posteriormente, a pretexto de ter sido uma "fatalidade". Ao percorrer o país hoje exaltando a chapa McCain-Palin e atacando Barack Obama e John Biden, Giuliani sabe que seu sucessor Mike Bloomberg enfrentou de forma oposta, sete anos depois, um episódio parecido. Quatro policiais dispararam 50 tiros contra um carro com quatro rapazes meio tocados após uma despedida de solteiro em boate do bairro de Queens. O noivo, de 23 anos, morreu; dois amigos, baleados, foram hospitalizados.
Argemiro Ferreira
O mesmo vício de sempre
Carlos Chagas
Tribuna da Imprensa
Anunciou o ministro do Futuro, Mangabeira Unger, o adiamento da divulgação do novo Plano de Defesa Nacional. O presidente Lula não terá gostado do original, mandou abrir novos debates. Fora o inusitado de o ministro da Defesa, Nelson Jobim, funcionar como coroinha nessa missa, quando a questão deveria ser exclusiva dele, salta aos olhos que se não fosse o presidente Lula, estaria hoje assistindo a implantação de aspectos polêmicos no âmbito da defesa Nacional. Por exemplo: o plano Mangabeira restabelece a obrigatoriedade de todo brasileiro com 18 anos prestar serviço militar ou, como alternativa, serviço civil na área social. Como teoria é muito bonito, mas, na prática, inexeqüível. As forças armadas carecem de recursos para sustentar até mesmo a minoria que vai servir nos quartéis. Todos os anos as dispensas são antecipadas por falta de verba para o rancho. Obrigá-las a uma despesa por enquanto incalculável seria cortar ainda mais o dinheiro imprescindível para renovação de equipamento e manutenção, sabe-se lá como, da máquina militar. Vale o mesmo para a prestação do serviço civil alternativo. Tirar a meninada das escolas, ao menos em parte do dia, para colocá-lo onde? Nas filas do INSS? Na porta dos hospitais? O que falta, nestes, são médicos enfermeiros diplomados, assim como, naqueles, recursos para processar pensões e aposentadorias conforme o direito dos cidadãos. Mas tem mais. O ministro do Futuro parece não ter limites em sua tentativa de abraçar o governo e o mundo. Também declarou estar a um passo da criação de um novo órgão fundiário para investigar e regularizar a posse de terras na Amazônia, já que apenas 4% das propriedades estão legais. É a malfadada redundância que atinge o Brasil desde o Descobrimento. Esse órgão já existe, é o Incra, que pertence ao ministério da Reforma Agrária. Se não funciona, se deixa desejar, que seja aprimorado, reformado, até revolucionado. Mas criar outro, superposto, subordinado à presidência da República, com todo o respeito, é bobagem. As incursões de Mangabeira Unger no quintal de seus colegas de ministério estão virando piadas. Qualquer dia desses ele vai sugerir a criação de uma nova Polícia Federal, desligada do ministério da Justiça, formada para atuar na estratosfera. Suas idéias fossem exeqüíveis, seria o "ministro Bom-Bril", aquele das mil e uma utilidades.
Ausência discutida
O presidente do Senado, Garibaldi Alves, faltou ao palanque presidencial no desfile de Sete de Setembro. Ficou no Rio Grande do Norte, em campanha para as próximas eleições, ainda que se desculpasse por conta de respeitável resfriado. O presidente Lula não gostou.
Carlos Chagas
Que país é esse?
Sérgio N. Lopes
Tribuna da Imprensa
O Departamento Penitenciário Nacional diz que o País tem cerca de 9 mil pessoas ilegalmente presas, porque já cumpriram as penas. Há outras 133 mil pessoas (30% da população carcerária) em prisão preventiva, muitas delas em situação irregular. O tempo máximo da preventiva é de 81 dias, mas não é raro encontrar presos que há mais de dois anos aguardam julgamento. Como perguntava o deputado Francelino Pereira nos tempos do regime militar, que país é esse?
Mutirão
Esses números do Departamento Penitenciário Nacional demonstram a importância do Projeto Mutirão, criado pelo presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Murta Ribeiro, justamente para impedir que os presos que já cumpriram pena continuem na cadeia.
Na Suíça, a nova Lei de Proteção aos Animais é paradoxal. Proíbe a pesca com soltura posterior, realizada quando a pessoa devolve o peixe à água. Mas permite a pesca se o peixe for realmente deixado fora d'água até morrer. Dá para entender?
Parceria
O presidente Luiz-2 tem motivos para manter um excelente relacionamento com Hugo Chávez. Desde que o tenente-coronel chegou ao poder na Venezuela, em 1999, as exportações brasileiras já subiram 780%, enquanto as importações se mantêm em queda. Em 2007, por exemplo, o Brasil exportou US$ 4,72 bilhões e importou apenas US$ 350 milhões da Venezuela. Uma parceria realmente sem igual.
Sérgio N. Lopes
Tribuna da Imprensa
Para especialista, aumento da inflação fez consumidor perder a noção do que é um preço justo
SÃO PAULO - O aumento da inflação nos últimos meses tirou um pouco da referência de preços que o consumidor adquiriu com o advento da estabilização econômica na esteira do Plano Real. A afirmação é da economista e coordenadora do Índice do Custo de Vida (ICV), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Cornélia Nogueira Porto, que fez, com base na pesquisa de preços para o ICV de agosto, um levantamento em que constatou diferenças superiores a 100% entre os preços mínimos e máximos cobrados para um mesmo produto nos supermercados.
Diferença entre preço mínimo e máximo ultrapassa 100%
Fato do Dia
Mauro Braga e Redação
Tribuna da Imprensa
Verdadeiros administradores
Na última semana, o caso envolvendo três rapazes que foram acusados de violentar e assassinar uma garota de 22 anos trouxe à tona mais uma vez a discussão sobre os erros do Judiciário e as táticas de persuasão utilizadas pela polícia brasileira. Dois anos vivendo os piores dias de suas vidas, os jovens ganharam a liberdade após o verdadeiro autor da bárbarie ter confessado o crime. Discussões à parte sobre as nevralgias do sistema que foi capaz de extirpar parte da vida desses inocentes, a história deve também ser vista por outro lado e que envolve toda a sociedade. Segundo as famílias, ao serem transferidos para um presídio dominado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), um deles já tinha sua sentença de morte determinada pelo código de "ética dos presos", pois era acusado de estupro. A manobra usada foi encaminhar uma cópia do processo para "análise" dos cabeças do PCC, que os julgaram inocentes, na época. Com isso, garantiram suas vidas pelo período. Após saberem que o verdadeiro assassino tinha confessado, a cúpula criminosa avisou ao diretor do presídio que os jovens teriam que ser postos em liberdade imediatamente, ou o local seria tomado por uma rebelião. Isso tudo comprova, mais uma vez, que seja nas ruas ou atrás das grades, os grupos ilegais continuam mandando e desmandando, em todas as regiões do Brasil. Da mais simples presença de celulares até a continuidade dos absurdos vistos diariamente, o cenário é desesperador. Os administradores convivem diariamente com uma bomba-relógio em suas mãos, prestes a estourar caso as ordens paralelas não sejam cumpridas. E cadê solução?
A fonte dos desejos do servidor
Luciano Pires
Correio Braziliense
Servidores pedem a parlamentares alterações que vão de pontuação de gratificações a avaliação de desempenho funcional. Especialista considera difícil haver qualquer modificação no texto das medidas. A idéia fixa de alterar as medidas provisórias que reajustaram os salários de cerca de 350 mil servidores federais levou os sindicatos a encaminharem ao Congresso Nacional nada menos do que 1,2 mil pedidos de emendas parlamentares. Pressionadas por suas bases, as entidades propõem mudar quase tudo o que está nos textos originais: da pontuação de algumas gratificações, ao sistema de avaliação de desempenho funcional; da forma de progressão na carreira, à inclusão de servidores novos planos de cargos.
MP original jogada fora
UnB fica em 11º lugar
Renata Mariz
Correio Braziliense
MEC lança novo indicador e atribui pontos a 1.448 instituições educacionais do país. Nove das 10 melhores universidades são públicas. Escola Superior de Ciências da Saúde do DF também tem bom desempenho
Universidades públicas são as melhores
Ari Cunha - Sofre a lei do trânsito
Correio Braziliense
Obtém, porém não tanto, sucesso na lei seca para quem vai a bares e volta dirigindo. O sentimento inicial foi seguido por desleixo em virtude do feriado nacional. O amanhecer no estacionamento do mercado no Lago Norte foi horrível. Jovens usando rádio dos carros dançaram no estacionamento, fizeram estripulias e beberam à vontade. Não apareceu ninguém para reprimir. Dia da pátria não é de folga para quem tem obrigações a cumprir. Houve outro caso. O Detran anunciou que mais de 20% dos recursos no DF contra punições no tráfego fizeram reduzir a eficiência do serviço. Falhas técnicas são reconhecidas pelo coronel Jair Tedeschi, diretor-geral. A equipe é eficiente, pode-se dizer que não tanto. Os males não foram cortados pela raiz, como se fazia prever. Dados demonstrados indicam que algumas punições foram anistiadas nas primeiras providências de contraposição. Outras foram relegadas. É que o funcionamento do controle não está merecendo a atenção de quem adotou providências e está no direito de punir infratores. Há desengano na situação e a sugestão é para que a campanha ressurja com segurança. Só assim a cidade poderá receber o trânsito que a população merece.
Ari Cunha - Sofre a lei do trânsito
Mirella D´Elia
Correio Braziliense
Durante meia hora, o presidente do STF depõe diante de delegados e diz que suspeitava dos grampos desde maio do ano passado
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, disse ontem à Polícia Federal (PF) que suspeita ter sido vítima de grampo pela primeira vez em maio de 2007. Ele foi ouvido no início da noite, em seu gabinete, pelos delegados William Morad e Rômulo Berredo, que estão à frente das investigações sobre as denúncias de que Mendes teve uma conversa com o senador Demostenes Torres (DEM-GO) grampeada ilegalmente. A PF abriu inquérito para apurar o caso. Durante cerca de meia hora, o presidente do Supremo também confirmou o teor do diálogo que teve com o senador, publicado pela revista Veja. Ele disse que chegou a ver, em papel, a transcrição da conversa, mas que não ouviu a gravação do trecho que teria sido grampeado. Mendes também repassou aos delegados detalhes, como o horário do telefonema e quem fez a ligação que teria sido gravada irregularmente.
Mendes dá detalhes à PF
Satiagraha corre perigo
Correio Braziliense
Operação que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas pode ser anulada se for comprovada a participação de araponga nas investigações
O surgimento de um novo personagem na intrincada crise dos grampos, que teve como alvo os telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e do senador Demostenes Torres (DEM-GO), pode afetar as investigações que originaram a Operação Satiagraha, desencadeada em julho pela Polícia Federal. Dentro da PF há um grande temor de que, se ficar comprovada a participação do ex-agente da extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) Francisco Ambrósio do Nascimento na investigação, que resultou na prisão do banqueiro Daniel Dantas, controlador do Opportunity, o inquérito pode ser até anulado pela Justiça.
Satiagraha corre perigo
BC escapa de mico
Vicente Nunes e Edna Simão
Correio Braziliense
Banco Central se livra de prejuízo ao vender as ações da Fannie Mae e Freddie Mac. Ministros comemoram a intervenção e dizem que socorro põe fim à liberdade total dos mercados financeiros
O Banco Central brasileiro escapou por pouco de levar um tombo com títulos da Fannie Mae e da Freddie Mac, empresas que receberão um socorro de até US$ 200 bilhões para não quebrarem. Os papéis das duas empresas faziam parte das reservas internacionais do país, que somam US$ 205 bilhões, mas foram vendidos em julho do ano passado, um mês antes do estouro da bolha imobiliária. O BC não informou o valor das aplicações, mas assegurou que os investimentos foram baseados na excelente classificação de risco das companhias.
BC escapa de mico
Mais de 4,5 mil pedem para trocar de operadora
Correio Braziliense
A primeira semana em que os consumidores puderam mudar de operadora mantendo o mesmo número do telefone registrou 4.575 pedidos de troca, mas até sexta-feira apenas 458 tinham sido efetivamente transferidos. Até agora, a maioria das trocas é nos celulares (67% dos pedidos), com pequeno movimento no mercado residencial e praticamente nenhum pedido de mudança no corporativo. Do total de pedidos de mudança de operadora, 3.080 foram de usuários de serviços móveis e 1.495 de telefonia fixa. O calendário da portabilidade numérica vai até meados do próximo ano — em Brasília, ela só chega em 14 de fevereiro. Nessa primeira etapa, em 714 cidades e apenas três capitais, a maioria dos pedidos de troca foi feita no DDD 62, de Goiás, que concentra 29% dos casos. Na seqüência vêm os códigos 43 (19%), 27 (17%) e 67 (12%).
Mais de 4,5 mil pedem para trocar de operadora
Decifra-me ou te devoro
Coluna - Nas Entrelinhas
Correio Braziliense
Ao cidadão comum, importa mais saber, afinal, se a eleição de um petista para presidir os senadores vai mudar alguma coisa ou será apenas a colocação de uma nova cereja sobre o mesmo bolo
O senador Tião Viana (PT-AC) é candidato a presidir seus pares no próximo biênio. Se conseguir, vai comandar o Congresso Nacional no período crítico da sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Será uma missão e tanto. Será também um privilégio e tanto, para um parlamentar que representa um estado pequeno e nem pertence à maior bancada do Senado, a do PMDB. Viana tem se movimentado bastante nos últimos tempos. Sua última iniciativa é tentar levar senadores da oposição para bater um papo com Lula no Palácio do Planalto sobre os grampos telefônicos imputados à Agência Brasileira de Inteligência e que capturaram uma conversa entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demostenes Torres (DEM-GO).
Decifra-me ou te devoro
Clóvis Rossi - Fannie, Freddie e o Corinthians
Folha de S. Paulo
Uma de minhas chefes mais brilhantes (Claudia Antunes, editora de Mundo) pinçou de livro do historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira sobre o golpe no Chile, em 1973, uma frase de Henry Kissinger, então secretário norte-americano de Estado, que, adaptada, poderia servir para a crise financeira dos Estados Unidos 35 anos depois. Dizia Kissinger que os EUA não poderiam "deixar um país se tornar marxista só porque seu povo é irresponsável". Não deixaram. Puniram povo tão "irresponsável" com apoio e financiamento a um golpe que derivaria em genocídio. Agora, poder-se-ia dizer que os EUA deixam seu próprio país ser capitalista apesar de certos capitalistas serem irresponsáveis. No fundo, essa é a origem da crise das empresas de crédito imobiliário Fannie Mae e Freddie Mac, que acabam de ser estatizadas a um custo de até US$ 200 bilhões (mais ou menos um quinto de toda a economia brasileira).
Clóvis Rossi - Fannie, Freddie e o Corinthians
Jânio de Freitas - A maleta e a viagem
Folha de S. Paulo
O ministro Jobim age com impropriedade ao se valer de uma viagem com Lula para desviar-se de depor na CPI
CRIADOR DA confusão que desviou para uma tal maleta da Abin as atenções suscitadas pelo problema das escutas, o ministro Nelson Jobim age com a mesma impropriedade ao se valer, agora, de uma viagem de Lula para desviar-se do seu depoimento, quarta-feira, como convocado da CPI das Escutas Telefônicas. Ganhar uma semana, com a inquirição na quarta 17, talvez lhe ofereça um cenário mais abrandado na CPI, consideradas as explicações que deve. Mas seu compromisso, em todos os sentidos funcionais e pessoais, é com a convocação que vale como palavra do Congresso, para esclarecimentos relevantes no inquérito. E não com um passeio à Amazônia onde nada de importante tem a fazer. Tanto mais que o arranjo da escapada fica à mostra com o "convite" presidencial tão posterior à convocação da CPI.
Jânio de Freitas - A maleta e a viagem
Mercado Aberto - Greenspan apóia intervenção, mas diz que o pior não passou
Folha de S. Paulo
Em conferência fechada promovida pelo Deutsche Bank ontem, o ex-presidente do Fed Alan Greenspan afirmou que o socorro de US$ 200 bilhões do Tesouro americano às duas gigantes do crédito imobiliário, a Fannie Mae e a Freddie Mac, faz com que o cenário "se torne um pouco menos pior". Ele considera prematuro dizer que o pior da crise já passou. Na opinião de Greenspan, o principal objetivo do pacote de salvamento anunciado no domingo foi evitar que os preços da moradia continuem em queda. O preço da moradia é, para Greenspan, a causa fundamental da crise financeira, e, enquanto persistir essa queda, as incertezas no mercado também irão prosseguir. Greenspan afirmou também que não existe mais problema de liquidez no mercado. As ações do Fed ajudaram a irrigar o sistema financeiro. O que ocorre agora, segundo ele, é um problema de solvência dos mercados. Ele considera inclusive secundários os impactos econômicos decorrentes desse problema.
Mercado Aberto - Greenspan apóia intervenção, mas diz que o pior não passou
Mónica Bérgamo - Xadrez
Folha de S. Paulo
A área técnica do TCU está fazendo um levantamento das empreiteiras que participaram de licitações para reformas em aeroportos brasileiros que hoje estão sendo contestadas pelo tribunal. Quer estudar os consórcios formados para saber se as empresas poderiam ter acesso à estrutura de preços umas das outras, o que poderia facilitar a formação de cartéis.
LAÇOS
A formação de consórcios com empreiteiras que ora se aliam, ora disputam uma obra é comum. A Andrade Gutierrez, por exemplo, disputou obras no aeroporto de Congonhas em consórcio com a Odebrecht. O grupo perdeu a licitação para a OAS e a Camargo Corrêa. Já em Guarulhos a empresa disputa contra a Odebrecht -e em consórcio com a OAS e a Camargo.
ÁGUA E VINHO
Curiosamente, Norberto Odebrecht e Camargo Corrêa, que se engalfinharam recentemente por causa da concorrência para a construção da usina de Jirau, não aparecem juntas em nenhum dos consórcios estudados pelo TCU.
Mónica Bérgamo - Xadrez
Painel - Na mesa com Geraldo
Folha de S. Paulo
Os preparativos do jantar de arrecadação de fundos para Geraldo Alckmin, amanhã no Jóquei Clube, dão a medida do nervosismo que tomou conta do entorno do tucano. Secretário estadual de Gestão e um dos organizadores do evento, apresentado como "a entrada do Serra na campanha", Sidney Beraldo despachou e-mails exigindo confirmação da presença do primeiro escalão do governador. Maria Helena Guimarães (Educação) já avisou que não vai. Está nos EUA. Presidente do PSDB municipal, José Henrique Reis Lobo vetou a participação dos vereadores do partido, quase todos pró-Kassab. Para evitar a presença de "kassabistas infiltrados", foi estabelecido que o credenciamento da imprensa termina às 18h de hoje.
Futuro
Enquanto isso, os vereadores excluídos do jantar preparam adesivos cravando que o prefeito disputará o segundo turno contra Marta Suplicy (PT).
Refrão
O PT nacional está distribuindo um jingle para ser usado em todo o Brasil, vinculando a imagem de seus candidatos à de Lula. Em um minuto e meio de musiquinha, o nome do presidente é mencionado 27 vezes.
Relâmpago
Quase vinte dias após o início da propaganda de TV, Jacques Wagner (PT-BA) deu as caras no programa do petista Walter Pinheiro em Salvador. "Respeito os adversários, mas minha identidade maior é com Pinheiro", disse o governador em apenas 30 segundos.
Painel - Na mesa com Geraldo
Brasil e Argentina selam comércio em moeda local
Folha de S. Paulo
Para Mantega, acordo é 1º passo para padrão monetário único no Mercosul
Trocas comerciais serão feitas em peso e real, e não mais em dólar; operação deve reduzir custos para pequenas empresas. Após anos de negociações e ajustes, Brasil e Argentina selaram ontem o início das operações de comércio em moeda local a partir do dia 6 de outubro, o que deve reduzir custos especialmente para as pequenas e médias empresas. Com a medida, as trocas comerciais serão feitas em peso e real e não mais em dólar, como hoje. Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Cristina Kirchner também assinaram acordos de cooperação, prevendo o lançamento de um satélite e a criação de uma binacional de enriquecimento de urânio. Os dois países também passam a desenvolver estudos conjuntos na área de TV Digital, o que pode levar a Argentina a adotar o padrão japonês. Lula disse que, com o comércio em moeda local, Brasil e Argentina "dão o passo inicial para uma futura integração monetária regional". Depois de consolidado, será a vez de ampliá-lo para os demais sócios do Mercosul -Paraguai e Uruguai. Segundo Cristina, além de ser importante economicamente, a medida tem significado cultural para a integração. "Essa relação entre Brasil e Argentina, sustentadora do Mercosul e da unidade regional, assegura que a região pode desenvolver independência econômica, tecnológica e fundamentalmente de cabeças."
Brasil e Argentina selam comércio em moeda local
Conservator Tabajara e estatização
Artigo - Vinicius Torres Freire
Folha de S. Paulo
Para o governo Bush, controle estatal de megaempresas é "conservatorship". Para Paul Krugman, é "desprivatização"
"CONSERVATORSHIP" é o nome que o governo Bush deu ao controle estatal das duas maiores empresas de financiamento imobiliário do país. Um "conservator" é um tutor ou interventor. "Conservator" lembra Organizações Tabajara. Os problemas do mercado podem não ter acabado, mas o "Conservator" limpa de graça a lambança que o mercadismo promoveu, em propaganda e atos. Paul Krugman chamou a coisa de "desprivatização". O economista de Harvard, da "esquerda" americana, é colunista do "New York Times" (no Brasil, Krugman seria "ortodoxo", mas passemos). Escreveu em seu blog: "Prefiro que as pessoas não digam que Fannie e Freddie foram "nacionalizadas" [estatizadas]. Quer dizer, está basicamente certo, mas passa uma impressão errada".
Conservator Tabajara e estatização
Pré-sal: uma longa história
Artigo - Giuseppe Bacoccoli
Folha de S. Paulo
A camada pré-sal se constituía num objetivo tradicional, clássico e de reconhecido potencial havia muitas décadas
Há mais de 100 milhões de anos, poderosas forças subjacentes romperam o supercontinente Gondwana, propiciando a separação das placas sul-americana e africana em meio a intenso vulcanismo. No início, grandes lagos intracontinentais estabeleceram-se nas fendas e fissuras da crosta. Depois, o mar penetrou entre as placas, formando um golfo estreito e alongado, predecessor do oceano Atlântico. Nos lagos, depositaram-se formidáveis geradores de petróleo, sedimentos finos riquíssimos em matéria orgânica, ao lado de rochas reservatório. Sobre estes, precipitou-se uma camada de sal, relacionada à fase de mar restrito, e, mais acima, os sedimentos oceânicos de mar aberto. Essa evolução da margem continental brasileira, melhor estudada desde o final dos anos 1960, com o início da exploração no mar, já era relativamente conhecida nas bacias terrestres costeiras.
Pré-sal: uma longa história
Primeiro Plano - Grampo: senado é descartado
Márcio Falcão e Luiz Orlando Carneiro
Gazeta Mercantil
9 de Setembro de 2008 - A suspeita de que os grampos de autoridades brasileiras, com o suposto envolvimento da Abin, partiram dos telefones do Senado foi descartada ontem pela Polícia Legislativa.
Polícia descarta Senado como origem
A suspeita de que as escutas telefônicas que comprovariam o grampo de autoridades brasileiras e que teriam o envolvimento de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) partiram dos telefones do Senado foi descartada pela Polícia Legislativa. Ontem, o Departamento de Polícia entregou um relatório preliminar ao presidente do Senado, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), sustentando que as interceptações ilegais foram feitas fora da Casa. O documento reforça a tese de que o grampo teria sido realizado no celular do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O texto de 20 páginas vai ser distribuído hoje por Garibaldi aos senadores da Mesa Diretora. Segundo o diretor da polícia do Senado, Pedro Carvalho, o resultado da investigação considerou a varredura na central telefônica e nos gabinetes da Presidência e dos senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Álvaro Dias (PSDB-PR), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Tião Viana (PT-AC). O relatório definitivo da Polícia deve ser concluído em 30 dias. As investigações continuam uma vez que não foi esclarecido como as interceptações teriam flagrado este número de senadores. Na Casa, policias tentam confirmar ainda se há a possibilidade do grampo ter sido instalado pelas operadoras que controlam o sistema telefônico local, sem a fixação direta no Senado.
Primeiro Plano - Grampo: senado é descartado
Acordo reúne governadores para aprovar mudanças no Congresso
Gazeta Mercantil
As pressões para que o marco regulatório da exploração mineral seja alterada está unindo governadores de vários estados, inclusive de diferentes cores partidárias. O tucano Aécio Neves, governador de Minas Gerais, e a petista Ana Júlia Carepa, governadora do Pará, dois dos mais interessados no tema, se encontraram em maio, em Belo Horizonte para falar do assunto, especialmente sobre alterações de alíquota da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, a CFEM. Aparentemente mesmo sem ter grande interesse na exploração mineral, o governador de São Paulo, o também tucano José Serra, entrou nas negociações. Serra e Aécio se encontraram em meados de agosto no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para acertar uma espécie de barganha. Aécio colocou à disposição de Serra a forte bancada mineira na Câmara Federal para apoiar os interesses paulistas com relação aos royalties do petróleo - outra grande discussão no Congresso. Em troca, Serra teria disponibilizado o apoio dos parlamentares paulistas a uma série de propostas que alteram especialmente as alíquotas do CFEM e que atualmente tramitam no Congresso.
Acordo reúne governadores para aprovar mudanças no Congresso
Execução fiscal só com o fim do processo
Gazeta Mercantil
Algumas mudanças no Código de Processo Civil, em vigor desde janeiro do ano passado, trouxeram mais rapidez à execução de títulos extrajudiciais. Porém, advogados e empresários estão preocupados com a interpretação que o Fisco está dando à nova norma. "Essa mudança vale para pessoas particulares, não serve para a Fazenda Pública", diz o advogado Fernando Scaff, do escritório Silveira, Athias, Soriano de Mello, Guimarães, Pinheiro & Scaff Advogados. O especialista explica que obteve, na Justiça Federal do Pará, uma decisão que determina que o Fisco não pode executar os valores supostamente devidos pelo seu cliente sem o fim do processo judicial.
Execução fiscal só com o fim do processo
Governo quer fazer penhora de forma administrativa
Gazeta Mercantil
Um projeto de lei criado pelo governo federal para agilizar a execução fiscal está causando polêmica no meio jurídico. A proposta prevê que a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) pode penhorar bens dos devedores de tributos, sem a necessidade da execução judicial. O projeto previa, inclusive, a penhora on-line das contas bancárias dos contribuintes, sem a necessidade de autorização judicial. Esse ponto, um dos mais polêmicos, foi tirado do projeto depois de muito debate entre representantes da sociedade e o governo. A proposta final é um consenso entre a PGFN e os juízes federais. O projeto aguarda análise do Congresso Nacional.
Governo quer fazer penhora de forma administrativa
MINERADORAS TERÃO PRAZO PARA EXPLORAR JAZIDAS
Sabrina Lorenzi
Gazeta Mercantil
As mineradoras deverão ter prazos para descobrir e explorar recursos minerais sob pena de perder as áreas concedidas para a União. Também terão de relatar pesquisas, estudos geológicos e de viabilidade comercial, bem como a produção dos recursos do subsolo a um órgão responsável por regular o setor, de acordo com as discussões da comissão criada pelo Ministério de Minas e Enegia (MME) para a criação do marco regulatório da mineração. Hoje, as empresas têm direito de prospectar as jazidas até a exaustão, sem data para o fim das concessões. E o limite para pesquisar o solo praticamente não tem efeito porque o descumprimento deste prazo é punido apenas com o pagamento de multas irrisórias. "A lei de hoje não permite mecanismos eficazes para impedir que as empresas sentem em cima das áreas perpetuamente", relata um integrante do grupo do MME. O diretor-geral do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Miguel Nery, que também integra a comissão responsável pela elaboração do projeto de Lei para o setor, prefere não antecipar as mudanças que o governo vai propor ao Congresso Nacional. Mas afirma que um dos objetivos é garantir ao Estado mais poder de intervir quando necessário. "Estamos defendendo que o Estado tenha mais poder e mecanismos para exercê-lo sem que isso implique no rompimento das bases constitucionais", disse à Gazeta Mercantil.
Mineradoras terão prazo para explorar jazidas
Usina de Belo Monte deve ir a leilão em setembro de 2009
Roberta Scrivano
Gazeta Mercantil
Com o crescimento contínuo e cada vez mais rápido da demanda brasileira por energia, o governo federal corre para tirar do papel a usina hidrelétrica de Belo Monte, que será a segunda maior do Brasil em potência (11,1 mil megawatts - MW), ficando atrás apenas de Itaipu (14 mil MW). "Temos muita esperança de que o licenciamento (ambiental prévio) do projeto de Belo Monte saia rapidamente para podermos colocar a usina em licitação em setembro do ano que vem", afirma Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que participou do "Seminário Exame de Energias Renováveis", em São Paulo. Até então, a sinalização do governo era a de que o certame seria realizado no segundo semestre do próximo ano, mas sem definição de um mês.
Usina de Belo Monte deve ir a leilão em setembro de 2009
Álcool: divulgação e oportunidades
ARTIGO - Humberto Viana Guimarães
Gazeta Mercantil
É simplesmente incrível! Quando os poderosos lobbies das grandes petroleiras querem bombardear o etanol, logo em seguida aparece alguém declarando que "a produção de biocombustíveis é crime contra a humanidade". De fato, usar milho para produzir etanol é uma total estupidez. Por conveniência, esses mesmos lobistas preferem "botar a viola no saco" e não atacam os altos subsídios ao etanol de milho e de outros cereais pagos a seus agricultores e tampouco buscam desenvolver motores mais econômicos e menos poluentes. Esses movimentos acontecem, não só por falta de uma melhor divulgação a respeito das fantásticas virtudes do etanol de cana, assim como melhores práticas na produção do mesmo (proteção do meio ambiente e a erradicação do trabalho escravo, que volta e meia ainda permeia em alguns estados).
Álcool: divulgação e oportunidades
Equívocos no licenciamento de Angra 3
ARTIGO - Aquilino Senra Martinez
Gazeta Mercantil
A concessão da licença prévia para Angra 3 trouxe novamente ao debate público a questão dos rejeitos radioativos produzidos durante a operação de uma usina nuclear. Entre as 60 condicionantes incluídas na licença concedida pelo Ibama, uma se destaca, por ser precipitada. Trata-se da exigência de apresentação de uma proposta e do início da execução do projeto para disposição final dos rejeitos radioativos de alta atividade. Por ser possível e ambientalmente mais correto o reaproveitamento desses rejeitos, é inadequado condicionar a licença prévia de Angra 3 à construção de um depósito definitivo para seu armazenamento. Cabe legalmente à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) regular sobre essa matéria e também a responsabilidade pelo destino final dos rejeitos radioativos produzidos em território nacional. Por isso, a exigência não poderia ter sido endereçada ao empreendedor, no caso, a Eletronuclear.
Equívocos no licenciamento de Angra 3
Rússia e Venezuela farão manobras conjuntas no Caribe
Gazeta Mercantil
A Rússia e a Venezuela realizarão manobras navais em conjunto no mês de novembro no litoral do país sul-americano, das quais participarão navios emblemáticos da frota russa, anunciou ontem um comunicado do governo russo . Em Washington, a Casa Branca anunciou que observará as manobras navais "Vimos os relatórios e veremos como os exercícios estão avançando", disse o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança, Gordon Johndroe. Vários navios da Frota russa do Norte - entre eles o cruzeiro de propulsão nuclear Pedro o Grande, que pode transportar mísseis convencionais e atômicos - e aviões da Marinha russa participarão de "exercícios conjuntos com a Marinha da Venezuela", indicou a nota. A decisão de realizar essas manobras foi tomada durante a visita do presidente venezuelano, Hugo Chávez a Moscou, em julho, lembra o comunicado. Para esses exercícios a Rússia também levará a Venezuela aviões de luta anti-submarina, anunciou o porta-voz do Ministério russo das Relações Exteriores, Andrei Nesterenko. Moscou prevê "um estacionamento temporário de aviões de luta anti-submarina da Frota russa em um dos aeroportos da Venezuela", declarou Nesterenko, em entrevista à imprensa. Essas são as primeiras manobras de grande escala a serem realizadas pela Rússia, na vizinhança dos EUA, desde a Guerra Fria. Autoridades russas negaram que a missão tenha qualquer relação com a presença de navios de guerra norte-americanos no mar Negro, mas reconheceram que as manobras ocorrerão em um momento de nervos à flor da pele nas relações entre os EUA e a Rússia por causa do conflito na Geórgia. O governo russo criticou os EUA por enviarem um navio de comando militar e duas outras embarcações para a Geórgia a fim de distribuir material de ajuda ali e dar mostras de apoio ao presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, depois de a Rússia ter colocado seus soldados dentro do país vizinho. O presidente russo, Dmitri Medvedev, perguntou no sábado como os EUA se sentiriam se "nós enviássemos ajuda humanitária para o Caribe usando a nossa Marinha"?. O destróier mais moderno dos russos, o "Almirante Chabanenko", também rumará para o Caribe junto com outras embarcações, entre as quais um navio-tanque.
Rússia e Venezuela farão manobras conjuntas no Caribe
Delfim: luta por poder faz juro subir
Viviane Monteiro
Jornal do Brasil
Ex-ministro acha que BC elevará Selic em 0,75 ponto para demonstrar força sobre a Fazenda
Diante do ministro Guido Mantega e do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, Delfim Netto enxergou uma queda-de-braço pela primazia na condução da política econômica do governo. Ex-ministro da Fazenda e consultor da equipe econômica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Delfim disse que existe uma forte disputa entre as duas instituições por poder. A autoridade monetária vem adotando uma política fiscal austera para controlar a inflação, desde abril. Isso vem na contramão da postura do Ministério da Fazenda que quer garantir o crescimento econômico sem juros elevados.
– O Banco Central é autônomo. Há um cabo-de-guerra entre o Ministério da Fazenda e Banco Central e para reafirmar que é independente o Banco Central vai elevar o juro em 0,75 ponto percentual (na reunião do Copom) – avaliou o ex-ministro, antes de participar do seminário sobre os 200 anos do Ministério da Fazenda, em Brasília. – Desde abril, a autoridade vem elevando os juros, será uma grande surpresa se o Banco Central não elevar o juro em 0,75 ponto percentual.
Delfim liga juros a luta por poder
Brasil e Argentina aposentam o dólar
Ayr Aliski
Jornal do Brasil
Sem dólar - O presidente Lula e sua colega argentina, Cristina Kirchner, anunciaram que dispensarão o dólar do comércio entre os dois países, diminuindo em 4% os custos das exportações. Os governos do Brasil e da Argentina anunciaram a criação do convênio que estabelece as regras gerais de operação do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML). O exportador brasileiro, quando for vender para a Argentina, poderá fixar o preço do seu produto em reais. A inauguração do SML está marcada para ocorrer em 3 de outubro, em Buenos Aires, com as presenças dos presidentes dos bancos centrais do Brasil e da Argentina. Para entrar em operação, o Banco Central terá de editar normativos específicos, sendo que uma resolução terá de ser aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Os governos dos dois maiores sócios do Mercosul, aguardaram a visita oficial da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, nas comemorações da independência do Brasil para anunciar, ontem, o sistema de pagamentos. O novo mecanismo deverá beneficiar principalmente pequenos e médios exportadores, avalia a diretora de Assuntos Internacional do Banco Central do Brasil, Maria Celina Arraes. Ela destacou que o exportador não terá de fazer hedge cambial, ou seja, não terá de gastar para fazer um seguro contra flutuações do câmbio.
Transações em moedas locais
Informe JB - Galeão: concessão só daqui a um ano
Leandro Mazzini
Jornal do Brasil
A concessão do Aeroporto Internacional do Rio, o Galeão, pode demorar mais de um ano para sair. Quem acompanha o assunto diz que a euforia decolou tão rápido que esqueceram de fazer o plano de vôo. Aos fatos: o BNDES só teve o aval para esses estudos técnicos junto à Anac há duas semanas. É um processo que pode durar seis meses. Mesmo com a Lei de Concessões em vigor, é certo que apontarão para mudanças normativas, principalmente no marco regulatório, conjunto de leis que só o Congresso pode mexer, a fim de fixar regras claras para os investidores. Depois, o edital de licitação abre prazo de três meses para interessados. E, se não houver entrave jurídico para o vencedor, acredita-se que em pouco mais de um ano o Galeão saia das mãos da Infraero.
Lulatur
O presidente Lula sanciona dia 17 a Lei Geral do Turismo. Quer fazer um barulho que pode ajudar a ex-ministra Marta Suplicy na campanha em São Paulo.
Nas alturas
O setor de entretenimento cresce muito, mostram dados que Lula tem às mãos. Por exemplo, 92 empresas geraram 90 mil postos de trabalho em 2007. A lei também vai abrir caminho para financiamento para o setor, via o Fungetur.
Informe JB - Galeão: concessão só daqui a um ano
Ajuda dos EUA é fim do neoliberalismo, dizem analistas
Viviane Monteiro
Jornal do Brasil
Intervenção americana em bancos é sintomática, acham brasileiros
A intervenção do governo dos Estados Unidos às empresas de hipotecas Freddie Mac e Fannie Mae marca o fim do sistema neoliberal, conhecido como Estado mínimo na economia. Essa é a visão de ministros e ex-ministros brasileiros que participaram ontem do seminário 200 anos do Ministério da Fazenda. A ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, é até mais contundente na afirmação. Para ela, a idéia de que o Estado deveria intervir menos na economia nunca foi aplicada em economias desenvolvidas, principalmente nos Estados Unidos, onde o sistema surgiu.
– Em momento algum os Estados nacionais de países desenvolvidos foram enfraquecidos. A história do neoliberalismo só valia para nós. No mundo capitalista desenvolvido jamais houve liberalismo – disse a ministra, que participou do seminário 200 anos do Ministério da Fazenda, em Brasília.
Ajuda dos EUA é fim do neoliberalismo, dizem analistas
Consumidor vai gastar mais pelo ponto extra até outubro
Ludmilla Totinick
Jornal do Brasil
Enquanto o conselho diretor da Anatel edita resolução, cliente paga a conta
A cobrança do ponto extra junto com a mensalidade da TV por assinatura ainda causa confusão. E tudo indica que até o início de outubro o consumidor vai desembolsar mais dinheiro se quiser ter mais de um ponto principal em casa. O Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem até o início do mês que vem para apresentar novo texto da resolução sobre os direitos dos assinantes desse serviço.De acordo com a advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Estela Guerrini, as operadoras poderão cobrar pelo ponto extra até que a nova resolução entre em vigência. O prazo é de dois meses.É o caso da arquiteta Luciana Sodré, que têm três pontos extras no apartamento onde mora em Laranjeiras. Só de mensalidade a arquiteta paga R$ 177,68, mais os R$ 75 dos pontos extras.– Quase cancelei um deles, mas fui informada pela operadora de que o ponto extra vai deixar de ser cobrado em breve, por isso mudei de idéia – contou Luciana.Outra reclamação é o aumento do preço cobrado por cada um. Segundo a arquiteta, eles custavam R$ 22 no fim do ano passado e atualmente custam R$ 25.
Consumidor vai gastar mais pelo ponto extra até outubro
Falácias da economia
Ives Gandra Martins
Jornal do Brasil
Certamente, a idade tem me tornado mais intolerante com uma enormidade de falácias que se ouve no mundo moderno e que não consigo esconder. Uma delas é de natureza econômica. A economia é, fundamentalmente, uma ciência psicossocial definida pelo mercado. São bons os economistas que percebem suas tendências, aproveitando-as e, quando possível – o que é raro – reorientando-as. A econometria é uma mera ciência instrumental e, decididamente, não há economia ideológica. O fracasso daqueles que entendem que os economistas fazem a economia, a partir de suas convicções políticas, têm seu retrato, no mundo moderno, na monumental falência de todos os países que estiveram sob o domínio soviético, na Cuba de Fidel e naquelas nações afro-asiáticas e latino-americanas que ainda vivem da vã ilusão de que a ideologia faz o mercado. O próprio MST, inspirado por economistas que defendem o avanço do retrocesso e da agricultura pré-histórica, é um movimento de natureza política e não econômica, totalitário e não democrático, cujo objetivo mais remoto é entregar terras para uma parcela reduzida da população. Seu principal e verdadeiro escopo é desestabilizar as instituições, impor ideologias anacrônicas pela violência – e não pelas urnas – e impedir o desenvolvimento do país, tomando terras que tornaram o Brasil uma das maiores potências do agronegócio, na atualidade.
Falácias da economia
TCE questiona contratos com ONG que somam R$ 14 mi
Jornal do Brasil
O Vital Brazil precisou explicar, este mês, contratos que ultrapassam a cifra de R$ 14 milhões, considerados irregulares pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), feitos através da Organização Não-Governamental (ONG) Núcleo de Cidadania e Ação Social (Nucas). Um dos contratos foi para apoio ao Programa Farmácias Populares Vital Brazil, que não é mais coordenado pelo instituto, e resultou no pagamento de R$ 9,5 milhões. Outro acordo foi para a prestação de serviços de suporte às áreas de gestão administrativa, financeira, comercial, industrial e científica, que soma R$ 4,4 milhões. Até 2006, a ONG usava o nome Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Cidadania e havia apresentado irregularidades em contratos com a Fundação Escola de Serviço Público (FESP-RJ).
– Fizemos tudo certo, não pedimos dispensa de licitação – justifica Joaquim Werneck, que foi chamado junto com o ex-presidente Carlos Henrique Minardi para apresentar justificativa para a contratação. Ele afirma que desconhecia a troca de nome. – A mim não importa se algum dia a empresa precisou cumprir um calvário. Se ela estiver interessada em trabalhar, é o que importa. Importa que ela apresente os documentos necessários e legais, foi isso que ela fez. É isso que estamos mostrando no tribunal, não vejo motivo para cancelar o contrato. Uma das determinações é para que a atual presidência faça um levantamento das carências de pessoal do instituto para fazer um concurso público para preenchimento das vagas. O TCE encontrou funcionários do instituto que acumulavam funções e recebiam duplamente. Caso sejam condenados, os responsáveis podem ter que pagar multas de até R$ 80.335,20, além da possibilidade de citação para devolução dos recursos contratados irregularmente.
TCE questiona contratos com ONG que somam R$ 14 mi
Relações perigosas do terceiro setor
editorial
Jornal do Brasil
O vácuo deixado pelo poder público em relação às atribuições que lhe são constitucionalmente obrigatórias, e as diversas dificuldades impostas pelo modelo burocrático em vigor propiciaram o surgimento de novas figuras jurídicas: as Organizações Não-Governamentais (ONGs) e, mais recentemente, as e Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). É inegável que a participação do terceiro setor na construção de uma sociedade melhor é positiva, diante das oportunidades que se abrem para a população com as parcerias estabelecidas com essas instituições nos setores de geração de renda, saúde pública, educação e cultura. É inadmissível, porém, o uso de uma possível solução para agilizar as diversas ações em benefício da população como protagonista de velhas táticas para desvio do erário. Há, entre os homens destinados a gerir o orçamento público, aqueles que se aprimoram em obter lucros espúrios com o verbas públicas, desvirtuando o real sentido que criou uma solução social. O mau exemplo vem do interior, como revela o Jornal do Brasil em uma série de reportagens especiais. As irregularidades cometidas em municípios do Noroeste Fluminense citados nas matérias publicadas desde domingo – Trajano de Moraes, Aperibé, Santo Antônio de Pádua, São Sebastião do Alto e Macaé – dão a exata dimensão de como maus políticos conseguem usar mecanismos antes criados com o intuito de solucionar problemas para driblar a fiscalização e aumentar seus rendimentos de forma obscura. Essas relações turvas fazem brotar cifras abusivas nos orçamentos desses municípios, tais como o muro do parque de exposições agropecuárias em Aperibé, que custou R$ 120 mil, e o contrato de R$ 3 milhões que serviria para suprir as carências existentes nas áreas da saúde pública à limpeza urbana no mesmo município. Sem contar com o uso indevido de Oscips para terceirizar a mão-de-obra com dispensa de licitação e de concurso público.
Relações perigosas do terceiro setor
Dunga deveria enviar telegrama ao Planalto: 'Obrigado, companheiro.'
Artigo - Renato Maurício Prado
O Globo
Valeu, companheiro!
E não é que, embora meio destrambelhada, a tal entrevista do Lula acabou mexendo com os brios dos nossos jogadores e ajudando a seleção brasileira a realizar uma de suas melhores exibições nos últimos tempos? Dunga garante que não usou as palavras do presidente, em sua palestra, mas é óbvio que, por causa delas, todos entraram mordidos e especialmente motivados em campo. Diego, por exemplo, parecia até o ... Messi! Nem tanto pelos passes e arrancadas geniais (embora tenha jogado muito bem), mas por sua incrível disposição em perseguir os adversários, quando perdia a bola - até fazer a falta (coincidentemente, uma das observações feitas pelo "companheiro", que citou o argentino como exemplo, queixando-se que os brasileiros cruzavam os braços e desistiam do lance, depois de desarmados).
Dunga deveria enviar telegrama ao Planalto: 'Obrigado, companheiro.'
Na contramão do mundo
Felipe Frisch
O Globo
AMEAÇA GLOBAL
Bovespa cai 2,35%, enquanto bolsas estrangeiras sobem com intervenção em empresas nos EUA
O mercado de ações brasileiro ficou na contramão do resto do mundo no primeiro pregão após o anúncio da intervenção do governo americano nas gigantes hipotecárias Fannie Mae e Freddie Mac. Enquanto as bolsas européias e dos Estados Unidos tiveram altas superiores a 2%, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) encerrou em queda de 2,35%, aos 50.717 pontos, menor pontuação desde 15 de maio de 2007. Os mais otimistas bem que tentaram: pela manhã, o Ibovespa chegou a subir 3,40%, acompanhando o bom humor externo. Mas, às 13h, o índice já estava negativo e assim ficou o resto do dia. O dólar acompanhou o mau humor e fechou em alta de 0,87%, a R$1,735, na maior cotação desde 1º de abril.
Na contramão do mundo
Ao “Clarín”, Lula diz que deve ser sucedido por uma mulher
Valor Econômico
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na segunda-feira que vai eleger seu sucessor e que este pode ser uma mulher, em entrevista publicada ao jornal argentino, "Clarin". As próximas eleições presidenciais acontecem em 2010 e a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, parece ser a principal aposta do presidente Lula. "Com muita humildade, digo que vou eleger meu sucessor. Não posso dizer quem é, mas posso assegurar que há muitas possibilidades de que seja uma mulher", disse Lula ao jornal argentino. Lula mostrou confiança de que sua escolhida ganhará as eleições "porque o Brasil estará muito bem em 2010. Tudo o que tem de acontecer em 2010, fora a política, já está programado".
Ao “Clarín”, Lula diz que deve ser sucedido por uma mulher
Lula convida argentinos a investirem no pré-sal
Paulo de Tarso Lyra
Valor Econômico
Depois de participar das cerimônias de 7 de setembro, no domingo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, recebeu ontem o convite para que o seu país participe da construção da infra-estrutura necessária à exploração do petróleo brasileiro na camada pré-sal. O convite foi feito em almoço no Palácio do Itamaraty. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, esclareceu que a parceria pode ocorrer seguindo os modelos atuais de concessão ou por meio de um processo de terceirização e prestação de serviços. Lobão afirmou que o mesmo tipo de convite pode ser feito a outros países, sem que isso necessariamente fira os interesses nacionais. Ele voltou a repetir que a comissão interministerial que estuda o modelo que será usado na produção de petróleo do pré-sal só apresentará o relatório final ao presidente no dia 30 de setembro e rebateu a possibilidade de que qualquer decisão - seja a tendência de se capitalizar a Petrobras ou de se criar uma nova estatal - já esteja tomada.
Ao “Clarín”, Lula diz que deve ser sucedido por uma mulher
Banda larga para os pobres, via satélite
Christopher Rhoads
Valor Econômico
Um empreendedor americano das telecomunicações quer levar acesso de alta velocidade à internet ao mundo em desenvolvimento com o lançamento de uma constelação de satélites voltados à África, ao Oriente Médio, à América Latina e a outras regiões há muito prejudicadas por conexões digitais inadequadas. A empreitada, apelidada de "grande cabo no céu", deve custar cerca de US$ 650 milhões. Tem financiamento inicial de cerca de US$ 65 milhões de um grupo de investidores que inclui o Google Inc., a Liberty Global Inc., o HSBC Holdings PLC e o banco de investimento Allen & Co. Executivos dessas empresas participam do conselho da O3b Networks Ltd., que será a responsável pelo serviço.
Banda larga para os pobres, via satélite
Justiça decreta a falência da Vasp
Beth Koike
Valor Econômico
Sem voar há mais de três anos, a Vasp teve sua falência decretada ontem pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. "A Vasp não teve condições de implementar seu plano de recuperação judicial", informou, em nota, Alexandre Alves Lazzarini, juiz titular da 1ª Vara de Falências e Recuperações de São Paulo. Mas o processo judicial, que se arrasta desde julho de 2005 envolvendo a companhia aérea de Wagner Canhedo, não termina por aqui. Roberto Carvalho de Castro, principal interventor da Vasp e representante oficial de Canhedo, disse que recorrerá da medida. "Vamos recorrer da decisão. Tivemos um plano de recuperação judicial aprovado, mas fomos impedidos de alienar os ativos para implementar a recuperação. Temos um prazo legal de dez dias para recorrer", disse Castro, que com a falência deixa de ser o gestor da Vasp. O administrador judicial continua sendo Alexandre Tajra.
Justiça decreta a falência da Vasp
Brasil - Saudável concordância
Antonio Delfim Netto
Valor Econômico
A grande discussão que existe hoje, de um lado sobre o papel do excesso de demanda interna quando comparado a um imaginário produto "potencial" (conceito interessante, mas usado mecanicamente e de fixação empírica muito difícil), e do outro sobre o aumento dos preços internacionais das commodities, internalizadas pela taxa de câmbio nominal, no aumento da taxa de inflação, é justificada. O Banco Central e os analistas financeiros tendem a dar um peso muito alto para o primeiro efeito e tratar marginalmente o segundo. Os analistas mais preocupados com a economia real fazem o oposto. Na verdade, para cada bom argumento a favor de uma hipótese, existe um outro tão bom contra ela. Não há divergência sobre o fato de que a estabilidade da expectativa inflacionária é fundamental para o sucesso da política monetária de metas de inflação executada por um Banco Central autônomo. Mas há divergência (não apenas no Brasil, mas no mundo envolvendo os próprios criadores do sistema) sobre a capacidade do Banco Central de manipular tal expectativa e sobre a natureza da melhor resposta a movimentos inesperados. Não há divergência sobre o fato de que dispondo de um único instrumento, a taxa de juro nominal de curto prazo, não se pode atribuir ao Banco Central outros objetivos como, por exemplo, o crescimento do PIB. É algo contudo, que ele não pode ignorar.
Brasil - Saudável concordância
Brasil passa ao largo da salvação dos EUA
Coluna - Daniele Camba
Valor Econômico
O gigantesco pacote de US$ 200 bilhões do Tesouro americano para salvar a dupla de refinanciadoras imobiliárias Fannie Mae e Freddy Mac, que estão em maus lençóis desde o início da crise do setor hipotecário dos EUA, fez os mercados do mundo inteiro esquecerem as significativas quedas que sofreram na semana passada. Com menos de meia hora de pregão, o Índice Bovespa já subia 3,40%, a máxima do dia. O investidor deixou o desânimo de lado e passou a acreditar que o pregão prometia grandes alegrias. No caso do Brasil, elas duraram pouco. Depois de atingir o maior nível, o Ibovespa engatou uma trajetória consistente de queda e duas horas depois da abertura dos negócios o indicador já estava no campo negativo. As quedas só se acentuaram e o índice terminou o dia em baixa de 2,35%, aos 50.717 pontos, bem longe dos 53.706 pontos que alcançou, enquanto tudo parecia muito bem.
Brasil passa ao largo da salvação dos EUA
Ucrânia, Rússia e a estabilidade na UE
Artigo - David Miliband
Valor Econômico
Desde o colapso da URSS, havia a impressão de que tinham sido estabelecidas novas regras para a conduta das relações internacionais na Europa Central, Leste Europeu e Ásia Central. Os lemas eram independência e interdependência; soberania e responsabilidade mútua; cooperação e interesses comuns. São palavras boas que precisam ser defendidas. A crise na Geórgia, contudo, foi um duro despertar. A visão de tanques russos em um país vizinho, no 40º aniversário da invasão soviética à Tchecoslováquia, mostrou que persistem as tentações das políticas de poder. As antigas feridas e divisões inflamam-se. A Rússia continua não reconciliada com o novo mapa da Europa. A tentativa unilateral da Rússia para redesenhar o mapa, reconhecendo a independência da Abkházia e Ossétia do Sul, não marca apenas o fim do período pós-Guerra Fria. Também é um momento que exige que os países estabeleçam suas posições sobre as importantes questões da nacionalidade e da lei internacional.
Ucrânia, Rússia e a estabilidade na UE
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