quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Carlos Chagas

Tem pianista, mas não tem piano

Um episódio envolvendo o general Flores da Cunha já foi contado por seu neto, o ministro do Superior Tribunal Militar, Flávio Flores da Cunha Bierremback, mas merece ser relembrado.
Feito interventor no Rio Grande do Sul com a revolução de 30, o caudilho passou a receber incontáveis pedidos de emprego, entre eles um especial: suas irmãs exigiam que nomeasse o “Pedruca”, um sobrinho sem profissão nem aptidão para o trabalho, com vinte e tantos anos de idade. O velho Flores resistiu o quanto pôde, não tinha o que fazer com o jovem, que em nada contribuiria para o seu gabinete ou o seu governo.
Um dia, não aguentou a pressão e chamou o secretário: “Prepare um ato nomeando o “Pedruca” pianista do palácio Piratini”. Diante da surpresa, o auxiliar lembrou: “Mas, general, o “Pedruca” não é pianista!”
Resposta de Flores: “Não tem importância, o palácio Piratini também não tem piano...”
Essa história se conta, com todo o respeito, a propósito do ministro do Futuro, Mangabeira Unger. Foi nomeado a pedido do vice-presidente José Alencar, a quem, pela lealdade, o presidente Lula nada pode negar. Quem quiser que conclua, mas a malícia pode estar na conclusão: ministro do Futuro? E o Brasil tem futuro?

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