domingo, 11 de janeiro de 2009

Argemiro Ferreira

A paixão perdulária dos EUA por Israel

Como o presidente eleito Barack Obama (na foto, em visita ao AIPAC, o lobby de Israel) vai receber, com a herança desastrosa de George W. Bush, déficit orçamentário acima de US$1,3 trilhão, e como seu pacote de estímulo maciço à economia eleva-se a quase US$ 800 bilhões (para criar empregos e tirar o pais da recessão), supõe-se que gastos perdulários no atual quadro de dificuldades do país terão de ser revistos - ou repensados.
Nesse caso, pode ter chegado a hora de, digamos, pensar o impensável - e reexaminar a generosidade insólita (ou leviana) com que, nos últimos 60 anos, transferiu-se à responsabilidade do contribuinte americano o ônus de sustentar o estado de Israel e sua devastadora máquina de guerra. Dados conservadores da Washington Report On Middle East Affairs (WRMEA - saiba mais sobre ela
AQUI) sobre o período 1949-1997 são assustadores.
É a seguinte a lista dos benefícios em ajuda recebidos por Israel: em concessões e empréstimos, US$74,1 bilhões; outras, US$9,05 bi; juros para Israel de pagamentos adiantados, US$1,65 bi. Total: US$84,9 bi (US$14,6 mil por israelense). E eis aqui o custo para o contribuinte: Grande Total, US$84,9 bi; custo para os americanos dos juros, US$49,9 bi (custo de cada israelense para o contribuinte nos EUA: US$23,2 mil). (Confira os números
AQUI)

Não se faz paz indo à guerra

Fiquei intrigado e saí à procura desses dados depois de ler o comentário de um leitor à última coluna (“Why Israel Fights”) do neoconservador bushista Bill Kristol no New York Times (leia a coluna AQUI e a reação dos leitores AQUI). Na sua carta (na verdade, email) o leitor acha absurdo Israel ser na prática subsidiado com dinheiro do contribuinte em percentagem desproporcional do programa de ajuda externa. Até porque Israel é um aliado estranho, que usa seus agentes para espionar os EUA.
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