Ou decola ou vai para o hangar

Uma segunda alternativa seria o presidente Lula buscar o candidato junto a seus aliados. Ciro Gomes, do PSB, para começar. Cristovam Buarque, do PDT. Ou Aécio Neves, se trocar o ninho tucano pelo PMDB. Garantia, porém, inexiste para qualquer dessas projeções. O PT rejeita liminarmente todos e mais alguns, menos por desconfiar deles, mais por perceber a fragilidade partidária de cada um.
Então... Então, restará uma única solução para os atuais detentores do poder deixar de entregá-lo na bandeja para José Serra: a continuação do presidente Lula. Oferecer o ouro ao bandido, não admitem. Deixar que a revoada tucana aterrisse no palácio do Planalto, de jeito nenhum.
Uma crise real ou fictícia, pré-fabricada ou espontânea, tanto faz, levaria à reforma da Constituição para permitir o terceiro mandato ou a prorrogação dos mandatos. Quantas vezes aconteceram em nossa História mudança nas regras do jogo depois dele começado? Nem é preciso descer às profundezas do regime militar. Ainda há pouco, Fernando Henrique Cardoso foi eleito para um mandato e ficou dois. Com a maior desfaçatez, o PSDB comandou a reeleição, aprovada conforme as mais abomináveis regras institucionais, permitindo aos mandatários executivos disputar um segundo período de governo no exercício do primeiro, sem desincompatibilização. Por enquanto ouve-se que o terceiro mandato seria inadmissível, inviável até por conta das sucessivas declarações do presidente Lula de que não aceita. No segundo semestre pode ser diferente, com o companheiro-mor cedendo ao império das circunstâncias. Porque uma evidência sobressai sem qualquer dúvida: só ele teria condições de derrotar José Serra nas urnas eletrônicas. Venceria no primeiro turno, ou até sua candidatura poderia levar o governador paulista a ficar onde está, ou seja, disputar o segundo mandato no palácio dos Bandeirantes. Quem viver, verá, apesar do ceticismo com que estas considerações são recebidas. Faz parte do jogo negar a lambança em gestação.
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