domingo, 25 de janeiro de 2009

Na Mira do Belmiro

Copa do Mundo no Amazonas - expectativas e promessas


A inclusão do Amazonas como sub-sede da Copa do Mundo de 2014 representa um marco contundente de grandes e novas oportunidades e um salto precioso e oportuno de qualidade no encaminhamento de alguns problemas que comprometem e constrangem nosso desenvolvimento ambiental, urbano, social e econômico. Os volumosos investimentos oficiais e privados, domésticos e estrangeiros, nas áreas da construção, tecnologia, e serviços, fontes de milhares de empregos, renda e prosperidade, trarão avanços e ganhos que se farão sentir por algumas décadas, além de colocar o Estado na vitrine digital de dois bilhões de telespectadores. De quebra, essa visibilidade alivia nosso maior desafio e demanda: o desconhecimento desta imensidade cultural, preservação ambiental e biodiversidade genética do reino das Amazonas. Para se ter uma idéia da rentabilidade dos investimentos, cabe lembrar que o PIB da Alemanha teria aumentado em 0,5% com a Copa da FIFA em 2006. O governo alemão gastou cerca de US$ 1 bilhão na construção ou renovação de sete estádios. No final do evento, apenas os cinco milhões de torcedores que compareceram aos jogos geraram um faturamento de US$ 3,7 bilhões para rentabilizar o investimento. No próximo ano, a África do Sul, que abrigará a Copa da FIFA, agregará a seu PIB a bagatela de US$ 3,5 bilhões, além do US$ 1,2 bilhão que deve ir para os cofres do governo em forma de impostos extras, somado aos 170 mil novos empregos que já estão sendo criados. Especialistas estrangeiros estimam que para a Copa no Brasil em 2014, já há estimativas de uma receita direta entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões. Por esse amontoado de possibilidades e avanços, é preciso mobilizar as forças vivas do Estado em torno da proposta - amazonicamente fascinante - encaminhada pelo governo para o comitê responsável pela organização da Copa. Políticos, entidades de classe, as instituições não-governamentais, as associações públicas, os clubes e a imprensa...todos têm seu lugar e papel nesta emergencial nau catarineta. O projeto do novo estádio seduz pelo apelo ecológico e remete ao mistério amazônico das anacondas, uma fantasia que perpassa o imaginário universal. A ela se somam os ícones do inusitado que as lendas, mistérios e promessas amazônicas sugerem e arrebatam. A nosso favor colabora a inexistência de um projeto similar em termos de glamour e sedução por parte dos Estados concorrentes e a consciência de que o imaginário da Humanidade reserva um olhar atento e extraordinário nesta direção. Em sua coluna semanal no Diário, o brilhante jurista Paulo Figueiredo conclamou "gregos e troianos" para empunhar a tocha de expectativas e promessas que a realização da Copa no Amazonas representa e exortou a união de todos em torno deste propósito. Provavelmente, este ensaio coletivo de cumplicidade, que congregue amigos e desafetos, crentes e ateus, seja um caminho promissor de uma nova etapa de nossa caminhada cívica, abundante em conquistas e plena de realizações. Uma aposta que pode ser adotada para outros desafios e metas coletivas, incluindo a reconstrução da cidade arruinada e o resgate da qualidade do futebol baré. Lembrando o lendário e carismático Papa João XXIII, neste momento decisivo de crise e de tantas apreensões econômicas, urbanas e sociais, "...é extremamente importante enfatizar o que nos une e deixar de lado o que nos separa!". Não há outra opção!

Zoom-zoom

Barack Obama - Uma aragem de esperança e renovação se espalhou pela planície e outeiros da aldeia global com a posse do novo presidente dos Estados Unidos, um afro descendente, o primeiro a ocupar o comando da maior nação do Ocidente, onde a Casa do poder é Branca. A repercussão mundial analisa o teor de mudança no discurso de posse e os países periféricos foram citados nessa manifestação. Não custa acreditar...


Expectativa e prudência - Assumindo o país em uma de suas maiores crises econômicas de toda a História, porém, não há muito o que esperar de Obama nessa fase inicial de governo, onde o protecionismo agrícola será reafirmado e as relações de comércio, pelas pressões da própria crise, se manterão adversas aos interesses do Brasil.


Boa notícia - O balanço da receita estadual divulgado nesta terça-feira traz uma sugestão de cautela mas não de retração. Com um crescimento nominal de quase 25% em relação a 2007, o Estado transparece eficiência e fôlego para enfrentar as adversidades conjunturais. E pode continuar crescendo...


Mobilização - O governador do Estado, a superintendente da Suframa e a direção sindical dos trabalhadores do Pólo industrial de Manaus se reúnem nesta semana com a Casa Civil da Presidência para cobrar medidas de alívio à onda do desemprego em Manaus, o segundo do país. É preciso emprestar peso e gravidade a iniciativas como essa pois estão em jogo muitos e delicados interesses da sociedade.


Belmiro Vianez Filho é empresário e membro do Conselho Superior da Associação Comercial do Amazonas.
belmirofilho@belmiros.com.br

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