FMI defende nacionalizar bancos para salvar crédito
Enquanto o FMI (Fundo Monetário Internacional) recomendou abertamente ontem a nacionalização de bancos privados para enfrentar a atual crise de crédito, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, afirmou que em breve anunciará um novo pacote de ajuda às instituições financeiras. Confrontado com a opção pela nacionalização de alguns bancos, Geithner afirmou: "Nosso sistema financeiro pertence a acionistas privados e é gerido por instituições privadas. Nós gostaríamos de fazer o possível para mantê-lo dessa maneira". Várias opções vêm sendo consideradas pelo Tesouro para a segunda etapa do socorro ao sistema financeiro, que deverá custar, no mínimo, US$ 350 bilhões. Essa é a segunda parcela do pacote de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso no ano passado. Entre as saídas, figura a criação de um "banco podre" estatal. As instituições privadas transfeririam para esse "banco podre" os chamados títulos "tóxicos" (resultados de empréstimos malfeitos e sem garantias) de suas carteiras.
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A persistência das efemérides
Bruno Leal Pastor de Carvalho
Para os que gostam de efemérides, o ano passado foi bastante generoso. Três datas foram lembradas à exaustão pela mídia e por outras instituições: o centenário de Machado de Assis, os quarenta anos de maio de 1968 e, sobretudo, o bicentenário da transmigração da Família Real. Nunca fomos tão sensíveis ao passado e sua celebração.
Em artigo recente, o historiador Manoel Luiz Salgado Guimarães (UFRJ) observou que essas ocasiões são extremamente significativas para a compreensão de nossa sociedade, não apenas por revelarem que passados nos são mais valiosos que outros (e que, portanto, devem ser lembrados), mas por serem também momentos chaves para a elaboração de nossas identidades e projetos. Mas nem tudo parece ser uma simples efeméride quando o assunto é lembrar. Desde 2005, quando se comemorou o fim da Segunda Guerra Mundial, as ocorrências da palavra Holocausto, na Folha de São Paulo Online, um dos maiores jornais do país, têm sido lembrado cada vez mais. Naquele ano, foram 88 aparições da palavra. Em 2006, o número passou para 114 e em 2007, para 129. Em 2008, o número alcançou o número de ocorrências chegou a 155. Em 2009, tudo indica que a média será mantida. Esta semana, por exemplo, o rabinato supremo de Israel rompeu as relações com o Vaticano, em protesto pela decisão do Papa Bento XVI de retirar a excomunhão de um bispo que negou publicamente o Holocausto. Por que lembramos tanto de certos eventos? Por que a mídia tem valorizando tanto o passado, quando o seu foco, por excelência, é o presente? Estaríamos nos tornando homens-calendários?
Leia o ensaio completo...
A criminalidade vai aumentar
Carlos Chagas
Do jeito que as coisas vão, chegaremos ao segundo semestre com um milhão de novos desempregados, a contar de outubro do ano passado. Ou não foram 665 mil até dezembro, mais pelo menos 100 mil este mês?
Não se dirá que os empresários dão de ombros para o drama de seus ex-empregados. Devem estar sentidos, mas, para eles, tanto faz como tanto fez. Estarão garantidos pessoalmente. Só que existe outro problema tão grande quanto o desespero dos que vai perdendo postos de trabalho, humilhados por precisarem recorrer ao pálido seguro-desemprego ou ao bolsa-família. Do milhão acima referido, quantos não resistirão à tentação ou à compulsão de buscar a marginalidade? Se for 1%, serão dez mil, mas poderão ser bem mais optando pelo crime, em especial em grandes centros como São Paulo, Rio, Belo Horizonte e outros. A falta de previsão tem sido característica centenária dos governos nacionais e estaduais. Preferem o imediatismo. Seria bom parar para pensar, especialmente numa hora em que o palácio do Planalto puxa a fila dos cortes orçamentários para enfrentar a crise.
Brasília
Gramática
Enquanto o FMI (Fundo Monetário Internacional) recomendou abertamente ontem a nacionalização de bancos privados para enfrentar a atual crise de crédito, o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, afirmou que em breve anunciará um novo pacote de ajuda às instituições financeiras. Confrontado com a opção pela nacionalização de alguns bancos, Geithner afirmou: "Nosso sistema financeiro pertence a acionistas privados e é gerido por instituições privadas. Nós gostaríamos de fazer o possível para mantê-lo dessa maneira". Várias opções vêm sendo consideradas pelo Tesouro para a segunda etapa do socorro ao sistema financeiro, que deverá custar, no mínimo, US$ 350 bilhões. Essa é a segunda parcela do pacote de US$ 700 bilhões aprovado pelo Congresso no ano passado. Entre as saídas, figura a criação de um "banco podre" estatal. As instituições privadas transfeririam para esse "banco podre" os chamados títulos "tóxicos" (resultados de empréstimos malfeitos e sem garantias) de suas carteiras.
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A persistência das efemérides
Bruno Leal Pastor de Carvalho
Para os que gostam de efemérides, o ano passado foi bastante generoso. Três datas foram lembradas à exaustão pela mídia e por outras instituições: o centenário de Machado de Assis, os quarenta anos de maio de 1968 e, sobretudo, o bicentenário da transmigração da Família Real. Nunca fomos tão sensíveis ao passado e sua celebração.
Em artigo recente, o historiador Manoel Luiz Salgado Guimarães (UFRJ) observou que essas ocasiões são extremamente significativas para a compreensão de nossa sociedade, não apenas por revelarem que passados nos são mais valiosos que outros (e que, portanto, devem ser lembrados), mas por serem também momentos chaves para a elaboração de nossas identidades e projetos. Mas nem tudo parece ser uma simples efeméride quando o assunto é lembrar. Desde 2005, quando se comemorou o fim da Segunda Guerra Mundial, as ocorrências da palavra Holocausto, na Folha de São Paulo Online, um dos maiores jornais do país, têm sido lembrado cada vez mais. Naquele ano, foram 88 aparições da palavra. Em 2006, o número passou para 114 e em 2007, para 129. Em 2008, o número alcançou o número de ocorrências chegou a 155. Em 2009, tudo indica que a média será mantida. Esta semana, por exemplo, o rabinato supremo de Israel rompeu as relações com o Vaticano, em protesto pela decisão do Papa Bento XVI de retirar a excomunhão de um bispo que negou publicamente o Holocausto. Por que lembramos tanto de certos eventos? Por que a mídia tem valorizando tanto o passado, quando o seu foco, por excelência, é o presente? Estaríamos nos tornando homens-calendários?
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A criminalidade vai aumentar
Carlos Chagas
Do jeito que as coisas vão, chegaremos ao segundo semestre com um milhão de novos desempregados, a contar de outubro do ano passado. Ou não foram 665 mil até dezembro, mais pelo menos 100 mil este mês?
Não se dirá que os empresários dão de ombros para o drama de seus ex-empregados. Devem estar sentidos, mas, para eles, tanto faz como tanto fez. Estarão garantidos pessoalmente. Só que existe outro problema tão grande quanto o desespero dos que vai perdendo postos de trabalho, humilhados por precisarem recorrer ao pálido seguro-desemprego ou ao bolsa-família. Do milhão acima referido, quantos não resistirão à tentação ou à compulsão de buscar a marginalidade? Se for 1%, serão dez mil, mas poderão ser bem mais optando pelo crime, em especial em grandes centros como São Paulo, Rio, Belo Horizonte e outros. A falta de previsão tem sido característica centenária dos governos nacionais e estaduais. Preferem o imediatismo. Seria bom parar para pensar, especialmente numa hora em que o palácio do Planalto puxa a fila dos cortes orçamentários para enfrentar a crise.
Brasília
Internautas rejeitam Praça da Soberania
A consulta sobre a Praça da Soberania, que perguntou aos internautas se eles aprovavam a construção do novo projeto de Oscar Niemeyer, foi a que mais fez sucesso na história do novo portal do Correio Braziliense, lançado em abril do ano passado. Das 8h de domingo passado até as 20h30 de ontem, quando a enquete foi encerrada, 4.066 pessoas deram sua opinião na internet, e o resultado mostrou-se contundente: 75,87% dos votos, ou 3.085 leitores, se colocaram contra a construção da praça. A minoria, 24,13% ou 981 pessoas, votou no sim, indicando que gostaria de ver o obelisco de 100m de altura construído entre a Rodoviária e o Congresso Nacional. O projeto elaborado por Niemeyer prevê dois prédios na Praça da Soberania, um para abrigar o Memorial dos Ex-Presidentes e outro (o próprio obelisco) onde ficaria um museu sobre os progressos do país. No subsolo, um estacionamento teria 3 mil vagas. Quando a proposta foi apresentada ao governador Arruda, em 9 de janeiro deste ano, Niemeyer mostrou ainda o esboço da Praça de Eventos, localizada no espaço em frente ao Teatro Nacional. O local terá uma arena multiuso preparada, por exemplo, para grandes espetáculos circenses, um grande auditório e um terraço com vista de toda a Esplanada. Dê sua opinião: escreva para o e-mail leitor.df@diariosassociados.com.br
A consulta sobre a Praça da Soberania, que perguntou aos internautas se eles aprovavam a construção do novo projeto de Oscar Niemeyer, foi a que mais fez sucesso na história do novo portal do Correio Braziliense, lançado em abril do ano passado. Das 8h de domingo passado até as 20h30 de ontem, quando a enquete foi encerrada, 4.066 pessoas deram sua opinião na internet, e o resultado mostrou-se contundente: 75,87% dos votos, ou 3.085 leitores, se colocaram contra a construção da praça. A minoria, 24,13% ou 981 pessoas, votou no sim, indicando que gostaria de ver o obelisco de 100m de altura construído entre a Rodoviária e o Congresso Nacional. O projeto elaborado por Niemeyer prevê dois prédios na Praça da Soberania, um para abrigar o Memorial dos Ex-Presidentes e outro (o próprio obelisco) onde ficaria um museu sobre os progressos do país. No subsolo, um estacionamento teria 3 mil vagas. Quando a proposta foi apresentada ao governador Arruda, em 9 de janeiro deste ano, Niemeyer mostrou ainda o esboço da Praça de Eventos, localizada no espaço em frente ao Teatro Nacional. O local terá uma arena multiuso preparada, por exemplo, para grandes espetáculos circenses, um grande auditório e um terraço com vista de toda a Esplanada. Dê sua opinião: escreva para o e-mail leitor.df@diariosassociados.com.br
Gramática
Cefor disponibiliza Tutorial sobre Reforma Ortográfica
A Reforma Ortográfica pode não ser novidade na história da gramática portuguesa, mesmo assim a última, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula Silva, tem causado dúvidas e desencontros em relação às mudanças. Apesar de ter sido promulgado no ano passado, durante o governo atual, o decreto foi aprovado pelo Congresso Nacional em 1995. O Acordo Ortográfico passou a vigorar este ano, mas até 2012 serão aceitas as duas formas da escrita.Para confortar os cidadãos, o Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento –Cefor -, da Câmara dos Deputados disponibilizou, por meio do portal da Casa, um Tutorial sobre a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa. Trata-se de um programa virtual que além de apresentar as modificações sofridas pela gramática ao longo das décadas, demonstra a configuração atual da língua após o acordo.A navegação do Tutorial é auto-explicativa. Basta clicar nos botões "anterior" e "próximo", localizados na parte inferior da janela para acompanhar os esclarecimentos formulados pela equipe do Cefor.Acesse aqui a ferramenta
Fonte: Notícias Sindilegis
Os lados - bom e ruim - de todas as coisas
Por Flávio Riccocolaborou José Carlos Nery
A prostituição infantil virou assunto de rotina nos principais telejornais. Invariavelmente, aparece uma pauta, com lugares, personagens e histórias diferentes, revelando – antes de tudo – que este é mais um triste capítulo do cotidiano de nossas vidas e só uma peça de ocasião no irresponsável oportunismo de algumas autoridades. O jornalismo do SBT, por vezes tão combatido e criticado, está apresentando toda essa semana, uma das melhores séries de reportagens sobre o tema. Assinada pelo jornalista Sérgio Utsch, sem qualquer pieguice ou exploração barata, a matéria está sabendo denunciar o problema, mostrar o drama das crianças envolvidas e os inevitáveis riscos oferecidos aos seus antigos, atuais e futuros parceiros. A maioria não demonstra nenhuma intenção de interromper esta atividade, que em várias situações – como foi mostrado - começa em casa com o próprio pai. Por fim, lamentar que esta, como tantas outras questões sociais, só apareça na agenda dos nossos governantes em ocasiões propícias ou vésperas de eleições, mas ao mesmo tempo saudar e constatar a existência de oxigênio puro no jornalismo do SBT.
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A Reforma Ortográfica pode não ser novidade na história da gramática portuguesa, mesmo assim a última, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula Silva, tem causado dúvidas e desencontros em relação às mudanças. Apesar de ter sido promulgado no ano passado, durante o governo atual, o decreto foi aprovado pelo Congresso Nacional em 1995. O Acordo Ortográfico passou a vigorar este ano, mas até 2012 serão aceitas as duas formas da escrita.Para confortar os cidadãos, o Centro de Formação, Treinamento e Aperfeiçoamento –Cefor -, da Câmara dos Deputados disponibilizou, por meio do portal da Casa, um Tutorial sobre a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa. Trata-se de um programa virtual que além de apresentar as modificações sofridas pela gramática ao longo das décadas, demonstra a configuração atual da língua após o acordo.A navegação do Tutorial é auto-explicativa. Basta clicar nos botões "anterior" e "próximo", localizados na parte inferior da janela para acompanhar os esclarecimentos formulados pela equipe do Cefor.Acesse aqui a ferramenta
Fonte: Notícias Sindilegis
Os lados - bom e ruim - de todas as coisas
Por Flávio Riccocolaborou José Carlos Nery
A prostituição infantil virou assunto de rotina nos principais telejornais. Invariavelmente, aparece uma pauta, com lugares, personagens e histórias diferentes, revelando – antes de tudo – que este é mais um triste capítulo do cotidiano de nossas vidas e só uma peça de ocasião no irresponsável oportunismo de algumas autoridades. O jornalismo do SBT, por vezes tão combatido e criticado, está apresentando toda essa semana, uma das melhores séries de reportagens sobre o tema. Assinada pelo jornalista Sérgio Utsch, sem qualquer pieguice ou exploração barata, a matéria está sabendo denunciar o problema, mostrar o drama das crianças envolvidas e os inevitáveis riscos oferecidos aos seus antigos, atuais e futuros parceiros. A maioria não demonstra nenhuma intenção de interromper esta atividade, que em várias situações – como foi mostrado - começa em casa com o próprio pai. Por fim, lamentar que esta, como tantas outras questões sociais, só apareça na agenda dos nossos governantes em ocasiões propícias ou vésperas de eleições, mas ao mesmo tempo saudar e constatar a existência de oxigênio puro no jornalismo do SBT.
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