quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Helio Fernandes

A eleição de Sarney

Muitos ficaram satisfeitos com a eleição de Sarney. Ontem eu dizia que o Planalto-Alvorada, que até admitia apoiar o senador do Acre, mergulhou numa análise mais profunda e submergiu com bastante oxigênio. Compreendeu que o ex-presidente da República, tem cacife enorme.

Destino

Estava escrito, o vencedor teria que ser ele. No dia 17 de dezembro, me garantiu, "não sou candidato". É possível que não fosse, três vezes repetiu isso para o próprio Lula.

Coordenação

Na verdade sempre foi o que chamou de "candidato de consenso". Isso não significa concorrente único ou unanimidade. Votos em quase todos os partidos.
Esse título resume o pensamento e a convicção do ex-presidente da República. Ninguém se lança aberta e estabanadamente, que palavra, sem articulação. Quando alcançou 50 votos, decidiu.

Análise aritmética

Sarney não abriu o jogo com ninguém. (Nem com Fernando Cesar Mesquita, um sepulcro em matéria de revelação.) Esperou sua própria conclusão.

Numerologia

Foi conversando tranquilamente e registrando os votos na "maquininha da memória". Quando "gritou", eram os 50 votos. Teve 49, que precisão.

Diálogo

O Planalto-Alvorada tem tudo a conversar com Sarney e nada com o senador do Acre. O PMDB é completamente surrealista. Grandes nomes e nenhum para presidente da República.
Recusa
Mas o PMDB também não exige ou deseja a presidência. E a razão do partido é irrefutável. Tem 6 Ministros e uma porção de outros cargos. Se eleger o presidente, terá que distribuir esses cargos.

Imponência

Mesmo não elegendo o presidente da República, algum partido é mais importante do que o PMDB? De jeito algum.

Compensação

Mesmo não tendo nada a conversar ou a esperar de Tião Viana, o Planalto-Alvorada, cuida do seu futuro. E garante: "Em 2010 você presidirá o Senado". Está longe, hein. O que fazer?

A Pátria sem chuteiras

Ricardo Teixeira está no auge, sempre recebido ou citado pelo próprio Lula. Está completando 20 anos "dono" da Pátria de chuteiras. Mas desagradando ao povão que tem na seleção e no futebol a sua paixão-diversão.

Esquecimento

Francelino Pereira que teve o maior sucesso na ditadura foi ontem ao Senado. Saudado e felicitado, nem lembraram da frase símbolo de uma época: "Que País é esse, Francelino?"

Piauí

Não a revista, mas o estado, citadíssimo. Basta o seguinte fato, acontecido no Senado, inédito. Os 3 senadores foram eleitos para a mesa diretora.

Ur-gente

Embora não seja do tempo de muita gente atual, alguns membros da Academia não devem assistir no Canal Brasil (66 na Net) a um documentário sobre a vida do poeta Mario Quintana. Vem desde o seu começo de soldado e de farmacêutico, passa pelos áureos tempos do "Correio do Povo", do Rio Grande do Sul. E entrevista várias vezes, com ele mesmo lembrando coisas, realizadas ou perdidas.
Não esconde: "Queria muito entrar para a Academia, fui recusado". Faz justiça quando afirma: "Na primeira fui derrotado por Eduardo Portela, nenhum protesto". E registra que na segunda, ficou magoado. A Academia tem disso. Vetou Helio Silva, com todos os títulos e credenciais. E elegeu Getúlio Vargas, ditador escolhido com discursos dos outros. Mereceu o libelo de Sergio Buarque de Holanda, Erico Veríssimo e Gilberto Freire.
Em matéria de entrevistas, a revista "Carioquice", do Ricardo Cravo Albin, é quase antológica. Digo quase, pois na verdade deveria dizer histórica.
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Faz jornalismo que os jornalões abandonaram há muito tempo, porque não viram o tempo passar.
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Qual será o prefeito a inaugurar a ultrapassada Cidade da Música? Para Eduardo Paes é muito pouco.
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Primeiro é preciso escolher um nome, os filhos do "padrinho" recusaram a "homenagem contra".
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Logo depois da vitória de Sarney, o jornalista Vicente Limongi, viajou para o Ceará. Satisfeitíssimo com a volta de Renan Calheiros, que ele defendeu nos piores momentos. E sem pretender nada.
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Gastaram fortunas no Maracanã, com os governadores Garotinho e Dona Rosinha. Sempre com o mesmo porta-voz e eles em silêncio.
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Os "novos desbravadores", dizem: "Para usar o Maracanã serão necessários 345 milhões.
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Isso agora, até 2014 subirá para quanto?
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Será uma nova Cidade da Música, de "calção e chuteira?"

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