Estado Indígena Independente?
Wilson Matos da Silva*

Veja o que diz os artigos 3,4 e5 da Declaração de Direitos Indígenas da ONU:
Art.3 Os povos indígenas têm direito à livre determinação. Em virtude desse direito, determinam livremente a sua condição política e perseguem livremente seu desenvolvimento econômico, social e cultural.
Art 4 Os povos indígenas no exercício do seu direito a livre determinação, têm direito à autonomia ou ao auto-governo nas questões relacionadas com seus assuntos internos e locais, assim como os meios para financiar suas funções autônomas.
Art. 5 Os povos indígenas têm direito a conservar e reforçar suas próprias instituições políticas, jurídicas, econômicas, sociais e culturais, mantendo por sua vez, seus direitos em participar plenamente, se o desejam, na vida política, econômica,social e cultural do Estado.
A confusão fica ainda maior quando entram em cena as autodenominações, isto é, a forma verbal através das quais um determinado povo refere-se a si mesmo. Em muitos casos, pesquisas de antropólogos e lingüistas ensinam que as autodenominações não têm nada a ver com os nomes aplicados aos grupos indígenas pelos"brancos". Muitos deles foram atribuídos por outros povos. Livre determinação, direito à autonomia ou ao auto-governo, dos nossos povos indígenas em nossos territórios, é apenas e tão somente termos o direito de termos direito primeiro
DETERMINAR como queremos ser chamados; o que queremos fazer de nossas terras, queremos produzir(soja), -como querem os `civilizados' - para alimentar europeu ou preservar o meio ambiente?;
AUTONOMIA, Preservar e conservar asriquezas naturais e minerais que há em nossos territórios, nãoprovocando a devastação, ou abrir nossas terras para mineradorasdilapidar o restante do nosso patrimônio, provocando assim o aumento doaquecimento global.
AUTO-GOVERNO, ter o respeito esperado desde a época da invasão colonialista 1500, em usarmos nossos próprios instrumentos normativos de direito consuetudinário, decidir sobre o nosso futuro com a sabedoria milenar repassada pelos nossos avós. Com o fito de evitar as experiências realizadas pelos "especialistas em índios", agentes do Governo que nos tratam como que ratos de laboratório. A palavra povos quer dizer que ainda que estejamos em outro lugar, temos livre determinação, temos direito à autonomia ou ao auto-governo pertencemos a um determinado Grupo Indígena e que temos garantido em lei a Livre determinação, autonomia e Auto Governo. Sequiséssemos uma outra pátria independente, nossos antepassados não teriam recebido cordialmente a esquadra de Cabral, teriam, por certo, eliminados todos já que éramos superior numericamente, antes da dizimação que se seguiu. QUEREMOS SIM! RESPEITO COM A NOSSA DIGNIDADE!!!
*Wison Matos da Siva é Índio (?) residente na Aldeia Jaguapirú, Advogado, Pós-graduado em Direito Constitucional, Presidente da Comissão Especial de Defesa dosDireitos Indigenas da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do MS(CEDDI OAB/MS), e Advogado da Warã Instituto Indígena Brasileiro com sede em Brasília
E-mail wilsonmatosdasilva@hotmail.com.
Comentário do prof. doutor Adriano Benayon* sobre o assunto:

Por que não temos governo próprio? Porque a economia brasileira foi aberta, desde meados do Século XX, e com subsídios, para ser controlada pelo capital estrangeiro. Eleições são determinadas pelo dinheiro e pela mídia (deixemos de lado a fraude feita com as urnas eletrônicas sem controle algum, coisa mais recente).
O poder mundial concentrado pela finança, principalmente anglo-americana, além de ter programado o subdesenvolvimento brasileiro, utiliza, de modo distorcido em função de seus interesses, todas as causas justas, como a social, a do meio-ambiente, a dos direitos das minorias e dos indígenas etc., para aprofundar seu domínio imperial, enquanto realiza o saque dos recursos naturais e financeiros para o exterior.
As reservas indígenas demarcadas no Extremo Norte do Brasil correspondem às áreas mais ricas do subsolo em todo o Mundo, e foram segregadas de fato do território brasileiro por pressão das potências hegemônicas, por n meios que não tenho tempo de resumir aqui. Especificamente por seus oligarcas mais notórios, como a família real britânica, além de n outros potentados e de seus empregados, ou seja, presidentes, primeiros-ministros, líderes de opinião etc.
Chegaram a ponto de inventar etnias inexistentes, como a dos ianomâmis, que começaram a ser artificialmente montadas nos anos 70. Apesar disso, entreguistas, como Jarbas Passarinho e muitos outros, alegaram estar tais índios ali desde tempos imemoriais. Alegam também que o Mundo criticava o Brasil e bobagens do gênero. Mas admitem que houve a pressão. Ora, quem faz pressão, senão a oligarquia do poder mundial e seus agentes? O que chamam de Mundo é a mídia e os círculos, nos países hegemônicos e em suas periferias, que repercutem e propagam as linhas ditadas pela oligarquia.
*Adriano Benayon é Diplomata de carreira, Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados e, depois, do Senado Federal, na Área de Economia, aprovado em 1º lugar em ambos concursos. Doutor em Economia pela Universidade de Hamburgo e Advogado, OAB-DF nº 10.613, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi Professor da Universidade de Brasília e do Instituto Rio Branco, do Ministério das Relações Exteriores.
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