Discurso de Papaléo reascende polêmica sobre a reserva
O apoio do governo aos índios da Reserva Raposa-Serra do Sol, em Roraima, poderá resultar na morte de um índio e no conseqüente surgimento de um mártir da causa indígena. Exatamente como se deu com Chico Mendes, o líder dos seringueiros assassinado há 20 anos em Xapuri (AC). Foi o que previu nesta quarta-feira (8) o senador Papaléo Paes (PSDB-AP), em discurso no qual criticou a demarcação da reserva e pediu que os brasileiros entendam a razão pela qual os fazendeiros que têm atividades na Raposa-Serra do Sol “podem perder a cabeça e matar um índio”.
“O nível de provocação é muito alto. Não dá para perder um trabalho de 60 anos. Ficam fomentando os índios e aí alguém perde a cabeça e dá um tiro, uma facada, atropela um índio”, disse o parlamentar.
No entender de Papaléo, personalidades como Chico Mendes e a irmã Dorothy Stang, assassinada em 2005, no município de Anapu (PA), devem ser questionadas para se averiguar o que de fato representam.
- Um dia precisamos ver se o Chico Mendes era tudo isso mesmo. A gente não sabe o que essas pessoas ficam fustigando - disse o senador.
Ele também se referiu com desconfiança aos responsáveis por muitas organizações não-governamentais, que estariam por trás de manobras para a exploração do valioso subsolo das reservas indígenas.
O discurso de Papaléo levou a uma série de intervenções sobre o conflito na reserva e sobre a questão indígena de uma maneira geral. Apenas o senador José Nery (PSOL-PA) defendeu a demarcação da reserva e a retirada de fazendeiros e outros moradores não-índios do local. Na opinião do parlamentar, os índios foram atacados violentamente na segunda-feira (6) por defenderem seus direitos constitucionais desrespeitados.
De acordo com o senador Jefferson Péres (PDT-AM), a demarcação da reserva em área contínua é um equívoco, uma vez que ali se encontram quatro etnias diferentes, e já exercendo atividade econômica similar à dos não-índios. Uma reserva só se justificaria, argumentou, no caso de índios vivendo em estado primitivo e em locais não agricultáveis, a exemplo do que ocorreu com os Ianomâmis.
“Na Raposa-Serra do Sol deveriam ter criado quatro ilhas distintas. Eles são aculturados. Não têm direito àquele espaço todo, não”, disse.
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que o melhor que se faz para os índios é tentar integrá-los ao restante do país. Ele mesmo apresentou projeto estipulando quota para índios em concursos públicos.
“Os Ianomâmis vivem na Idade da Pedra. Comem piolho e pulga de cachorro”, censurou o senador por Roraima.
O senador Augusto Botelho (PT-RR) disse concordar com o alerta de Papaléo. Previu que a situação de confronto na reserva “vai levar a uma desgraça”. Ele sugeriu que sejam ouvidos “os que conhecem o assunto”, inclusive do ponto de vista técnico. Para Papaléo, o general Heleno Ribeiro, que tachou a política indigenista de “desastrosa” é um dos com mais capacidade para opinar sobre a questão.
A Funai, no ver de Botelho, não abre realmente espaço à participação de outros entes na reserva, tendo impedido, por exemplo a construção de uma escola no local. Já Igreja Católica protege aqueles que têm voz na questão indígena. “A Igreja Católica, que deveria estar ensinando a verdade, vive mentindo por meio do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)”, opinou Mozarildo. O senador petebista reclamou ainda da Polícia Federal que foi mandada “para dar porrada” nos habitantes não índios.
Segundo o senador, cristalizou-se a idéia de que há uns poucos grandes produtores de arroz na reserva. Ao contrário, ali viveriam 458 pessoas, muitas delas pobres, e trabalhando na terra há muitos anos.
O senador Mão Santa (PMDB-PI) foi taxativo: “Não tem esse negócio de índio, preto e branco. Só existe a pátria brasileira”.
O apoio do governo aos índios da Reserva Raposa-Serra do Sol, em Roraima, poderá resultar na morte de um índio e no conseqüente surgimento de um mártir da causa indígena. Exatamente como se deu com Chico Mendes, o líder dos seringueiros assassinado há 20 anos em Xapuri (AC). Foi o que previu nesta quarta-feira (8) o senador Papaléo Paes (PSDB-AP), em discurso no qual criticou a demarcação da reserva e pediu que os brasileiros entendam a razão pela qual os fazendeiros que têm atividades na Raposa-Serra do Sol “podem perder a cabeça e matar um índio”.
“O nível de provocação é muito alto. Não dá para perder um trabalho de 60 anos. Ficam fomentando os índios e aí alguém perde a cabeça e dá um tiro, uma facada, atropela um índio”, disse o parlamentar.
No entender de Papaléo, personalidades como Chico Mendes e a irmã Dorothy Stang, assassinada em 2005, no município de Anapu (PA), devem ser questionadas para se averiguar o que de fato representam.
- Um dia precisamos ver se o Chico Mendes era tudo isso mesmo. A gente não sabe o que essas pessoas ficam fustigando - disse o senador.
Ele também se referiu com desconfiança aos responsáveis por muitas organizações não-governamentais, que estariam por trás de manobras para a exploração do valioso subsolo das reservas indígenas.
O discurso de Papaléo levou a uma série de intervenções sobre o conflito na reserva e sobre a questão indígena de uma maneira geral. Apenas o senador José Nery (PSOL-PA) defendeu a demarcação da reserva e a retirada de fazendeiros e outros moradores não-índios do local. Na opinião do parlamentar, os índios foram atacados violentamente na segunda-feira (6) por defenderem seus direitos constitucionais desrespeitados.
De acordo com o senador Jefferson Péres (PDT-AM), a demarcação da reserva em área contínua é um equívoco, uma vez que ali se encontram quatro etnias diferentes, e já exercendo atividade econômica similar à dos não-índios. Uma reserva só se justificaria, argumentou, no caso de índios vivendo em estado primitivo e em locais não agricultáveis, a exemplo do que ocorreu com os Ianomâmis.
“Na Raposa-Serra do Sol deveriam ter criado quatro ilhas distintas. Eles são aculturados. Não têm direito àquele espaço todo, não”, disse.
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse que o melhor que se faz para os índios é tentar integrá-los ao restante do país. Ele mesmo apresentou projeto estipulando quota para índios em concursos públicos.
“Os Ianomâmis vivem na Idade da Pedra. Comem piolho e pulga de cachorro”, censurou o senador por Roraima.
O senador Augusto Botelho (PT-RR) disse concordar com o alerta de Papaléo. Previu que a situação de confronto na reserva “vai levar a uma desgraça”. Ele sugeriu que sejam ouvidos “os que conhecem o assunto”, inclusive do ponto de vista técnico. Para Papaléo, o general Heleno Ribeiro, que tachou a política indigenista de “desastrosa” é um dos com mais capacidade para opinar sobre a questão.
A Funai, no ver de Botelho, não abre realmente espaço à participação de outros entes na reserva, tendo impedido, por exemplo a construção de uma escola no local. Já Igreja Católica protege aqueles que têm voz na questão indígena. “A Igreja Católica, que deveria estar ensinando a verdade, vive mentindo por meio do Conselho Indigenista Missionário (Cimi)”, opinou Mozarildo. O senador petebista reclamou ainda da Polícia Federal que foi mandada “para dar porrada” nos habitantes não índios.
Segundo o senador, cristalizou-se a idéia de que há uns poucos grandes produtores de arroz na reserva. Ao contrário, ali viveriam 458 pessoas, muitas delas pobres, e trabalhando na terra há muitos anos.
O senador Mão Santa (PMDB-PI) foi taxativo: “Não tem esse negócio de índio, preto e branco. Só existe a pátria brasileira”.
Acesse o site do senador Papaleo Páes (PSDB-AP)
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