sexta-feira, 2 de maio de 2008

Cel. Hiram Reis e Silva

O ‘piedoso’ padre Giorgio Dal Ben

“A política indigenista está dissociada da história brasileira e tem de ser revista urgentemente. Não sou contra os órgãos do setor. Quero me associar para rever uma política que não deu certo; é só ir lá para ver que é lamentável, para não dizer caótica.”
General de Exército Augusto Heleno Ribeiro Pereira (1)

STF e o bom senso


O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, no dia 09/04/2008, por unanimidade, a suspensão da ação da Polícia Federal de retirada dos moradores não-índios da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. O ministro Carlos Ayres Britto argumentou que a questão que vem se agravando desde a semana passada, é “de cunho supra-patrimonial e de interesse não só de particulares”.

Com a liminar, o STF atendeu pedido do governo de Roraima, que declarou ser tensa a situação na reserva, podendo desencadear “uma espécie de guerra civil”. Finalmente um pouco de lucidez em décadas de controversas ações e omissões por parte do governo federal.

CIR - Conselho Indígena de Roraima

Dionito José de Souza, coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), está insatisfeito com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a desintrusão e afirma que o ideal seria que isso ocorresse o mais breve possível. “A decisão do STF foi uma falta de respeito aos povos indígenas. Estamos chateados com isso e vamos continuar lutando pela terra que é nossa por direito e os não-índios vão ter que sair de lá”, afirmou Dionito.

SODIURR - Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima

“CIR é papagaio dos estrangeiros”, garantiu o presidente da Sociedade de Defesa dos Índios Unidos do Norte de Roraima (SODIURR), Lauro Barbosa. Lauro critica a política do CIR que propugna pela saída dos não-índios da Raposa Serra do Sol. “O CIR não sabe o que diz. Eles são como papagaios, ensinados pelo padre Giorgio. Tudo o que o padre os manda falar, o CIR fala. Sempre falam a mesma coisa, porque é o que o padre lhes manda falar. A área homologada é grande. Roraima vai acabar se retirarem os rizicultores, que estão trabalhando em Raposa”, afirmou Lauro Barbosa.

O ‘padre’ italiano Giorgio Dal Bem

Giorgio, que vive no Brasil desde a década de 60, a Igreja Católica e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) sempre defendeu a demarcação contínua das reservas de Raposa e Serra do Sol. Desde que chegou à região o padre guerrilheiro tem promovido, com seus simpatizantes, uma série de invasões a propriedades rurais no estado, procurando intimidar os não-índios e mesmo indígenas que não fazem parte de sua corja. “Ele anda armado e usa os índios na exploração de ouro e no garimpo de diamante. Antes isso era feito com máquinas, e hoje o trabalho é todo manual, feito pelos índios. Enquanto estivemos juntos, sempre vi o padre pegando ouro e diamantes. Não sei o que ele fazia com aquilo, para onde mandava. Só sei que ficava com ele.” acusava o tuxaua Terêncio Luiz.

O ‘bom’ padre chegou a transformar a aldeia Maturuca numa fortaleza à qual só permitia o acesso da FUNAI, missionários e representantes de Organizações Não-Governamentais. Sempre que se sente acuado, o ‘padre’ se refugia na Guiana.

Igreja Católica

Em abril de 1988, agentes do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI) e o secretário de Segurança de Roraima, Coronel Carlos Alberto Lima Menna Barreto, invadiram a casa do arcebispo dom Aldo Mongiano. No cofre da arquidiocese foram encontrados um saco com 615 gramas de diamante e dois quilos de ouro. Na queixa que fez à polícia sobre a invasão de sua residência, dom Mongiano não registrou o sumiço de ouro e diamante.

Aldo Mongiano, da Ordem Missionária da Consolata, fugiu de Moçambique onde apoiava a guerrilha de esquerda. O bispo italiano ofereceu, em 1993, recursos internacionais a Maurício Corrêa, então ministro da Justiça, para a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol.

CPI da Funai (20/05/1999 - 07/12/1999)

“Leva à indagação sobre a subjetividade dos critérios estabelecidos por uma legislação que outorga à FUNAI poderes discricionários no trato das questões indígenas, uma vez que os antropólogos contratados por esse órgão detêm poder absoluto, não só para dizer o que é terra indígena, como também para determinar as suas delimitações territoriais, dando-lhes as dimensões que melhor lhes aprouverem”.

O relatório da CPI da Funai, que registra uma “evidente e forte influência de Organizações Não-Governamentais na formulação dos laudos que esticam os limites das áreas indígenas a seu bel-prazer: a Funai, por depender de recursos externos para realizar essas demarcações, torna-se refém de ONGs nacionais ou estrangeiras”.
(1) Sustentaremos, doravante, as palavras do Gen Heleno em todos os nossos futuros artigos mostrando que a voz de um líder, de um patriota, como ele, jamais se calará.
Coronel de Engenharia Hiram Reis e Silva, professor do Colégio Militar de Porto Alegre (CMPA)

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