segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Comunidade Lusófona

Presidente do Timor-Leste se encontra em estado crítico, segundo organização
EFE

O presidente do Timor-Leste, José Ramos Horta, foi levado hoje em estado crítico a um hospital de Darwin, no norte da Austrália, após uma tentativa de assassinato, segundo a organização CareFlight International, responsável pela transferência do chefe de Estado.Ramos Horta "está em estado crítico e precisa respirar com a ajuda de aparelhos e assistência para manter o corpo funcionado", disse Peter Murphy, porta-voz da organização destinada a transferências médicas e que foi responsável por levar o presidente de Díli a Darwin, segundo a imprensa australiana.O líder timorense, de 58 anos, tinha feito uma cirurgia em seu país para o ferimento a bala no estômago, e, segundo fontes diplomáticas, saiu bem da operação e se encontrava em situação estável."Está em estado crítico, mas em condição estável", acrescentou Murphy.A tentativa de assassinato ocorreu de manhã, quando Ramos Horta fazia exercícios físicos em sua residência e de forma quase simultânea à tentativa de outro comando de assassinar o primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão."O Estado foi atacado. Considero este incidente uma tentativa golpista contra o Estado por parte de (Alfredo) Reinado, e falhou", disse Gusmão aos jornalistas em Díli, citando o comandante rebelde que estava entre os militares expulsos do Exército em 2006."A tentativa de assassinar hoje o primeiro-ministro e o presidente falhou, e só o presidente ficou ferido", acrescentou Gusmão, que saiu ileso dos disparos de homens de Reinado contra seu carro quando ia para o escritório.Quase ao mesmo tempo, Reinado comandava o grupo que disparou contra Ramos Horta, em um incidente no qual o comandante rebelde e um guarda de segurança morreram.Austrália e Nova Zelândia anunciaram, após saber do incidente, que enviarão mais tropas para reforçar a segurança no Timor-Leste.Portugal, Malásia, Nova Zelândia e Austrália participam da Força Internacional de Segurança mobilizada na ex-colônia portuguesa desde 2006, sob comando australiano.Reinado era um dos 599 militares expulsos do Exército em 2006 por denunciar corrupção e nepotismo, e que acabou por formar um grupo rebelde.Com menos de um milhão de habitantes, o Timor-Leste obteve a independência em 2002 como um dos Estados mais pobres do mundo, após 24 anos de ocupação indonésia e uma sangrenta transição.
Brasil e Timor Leste prorrogam acordo para capacitação de professores

Em janeiro, Brasil e Timor Leste prorrogaram até 2010 programa em que 50 professores brasileiros ajudam na formação de docentes timorenses. A decisão foi firmada por ocasião da visita do presidente timorense, José Ramos Horta, ao Brasil. O Timor Leste é o único país da Ásia e da Oceania que tem o português como língua oficial. "Nossas iniciativas têm impacto direto sobre a qualidade de vida do povo timorense. A idéia é fornecer instrumentos para que homens e mulheres possam moldar seus próprios destinos", disse Lula, antes de oferecer almoço ao colega do Timor-Leste, no Palácio do Itamaraty.Lula disse ainda que grupo formado por representantes dos Ministérios das Relações Exteriores e da Cultura visitarão a capital timorense, Díli, para identificar oportunidades de intercâmbio entre artistas.O presidente brasileiro anunciou também que, a partir de março, o Brasil capacitará técnicos de futebol dos países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). José Ramos Horta apontou o combate à violência e à pobreza, que atinge quatro em cinco pessoas do país, como desafios do Timor Leste. "Temos de conquistar os investidores. Agora, temos a responsabilidade de combater a pobreza", disse Horta, que chamou o presidente Lula de "irmão mais velho".Lula afirmou ainda que existe interesse do Brasil em aprofundar acordo para treinamento de policiais timorenses.
Carolina Pimentel
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