quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Morte Ontológica


Alma divina e teimosa que faz, de gente, Gente;
Alma bravia e poderosa que vence o tempo e doma sentimentos.
Que amordaça a animalidade do Homem e lapida a vingança feminina;
E que, masoquista, antecipa todos os sofrimentos.


Corpo que sente, vive, reproduz, trabalha e morre;
Corpo reprimido, nascido pra dor e prazer, usado e abusado,
Que peca, seduz e não explica porque quer outro corpo,
Que sofre, já que vive; e vive, já que sofre. Mesmo amado.

Corpo e Alma, vontade e razão, excitação e repressão,
Irmãos siameses ferozmente arrancados um do outro pela Razão,
Pela coisificação monstruosa de tudo e de todos.
Separação dolorosa que mata o Ser e sustenta a ocidental civilização.

Said Dib

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