quinta-feira, 8 de maio de 2008

Política Muito Perigosa


Em tempos de arroz inflacionado em todo o mundo, Lula manda prender rizicultor em Roraima, dá um "sergipe" para as ONGs internacionais na Raposa/Serra do Sol e, ainda, insiste em financiar a baderna e a desagregação no campo. Só para entidades do MST foram repassados R$ 50 milhões.

Entidades ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) receberam quase R$ 50 milhões do governo nos últimos seis anos. A quantia vem caindo desde 2004, quando 327 ocupações ocorreram, maior número de todo o governo Lula. As instituições do movimento que mais receberam dinheiro público por meio de convênio foram o Iterra, a Concrab, a Anara e a Anca, essa sendo responsável por 43% de toda verba repassada pelo governo. As instituições atuam como receptadoras dos recursos da União porque o MST é um movimento social e não uma pessoa jurídica, condição necessária para o repasse. Apesar de o montante ter caído de 2004 para cá, a média anual de recursos transferidos à Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), à Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab), ao Instituto Técnico de Capacitação Pesquisa e Reforma Agrária (Iterra) e à Associação Nacional de Apoio à Reforma Agrária (Anara) passou de R$ 2,4 milhões em valores correntes no segundo governo de Fernando Henrique para R$ 9,4 milhões na primeira gestão petista.

Veja a tabela de repasses da União de 2004 até 2008.
As ocupações de terra, no entanto, cresceram apenas 4% de um mandato para outro.

De 1999 – início do segundo mandato de FHC – até 2002, a Ouvidoria do Ministério do Desenvolvimento Agrário contabilizou 999 ocupações e 71 mortes decorrentes de conflitos agrários. Já de 2003 a 2006, foram 1036 ocupações e 88 mortes. Desde que o Incra passou a contabilizar as invasões de terra, no entanto, o recorde de ocupações registradas foi em 1999, ainda no governo tucano (502 no total). Em todas essas ocupações, mais de 20 entidades estiveram envolvidas. No ano passado, quando o governo passou R$ 1,9 milhão às entidades que financiam o MST, 298 ocupações ocorreram em todo o país, sendo que 72% delas foram coordenadas pelo movimento. As regiões Sudeste e Nordeste foram os maiores alvos de protesto: 116 e 107 ocupações, respectivamente. O Norte é o terceiro mais visado, com 30 ocupações, seguido pela região Sul, com 24, e pelo Centro-oeste, com 21.De acordo com José Batista de Oliveira, da coordenação nacional do MST, os convênios firmados entre o governo e entidades da reforma agrária beneficiam milhares de trabalhadores sem-terra de diversos movimentos e sindicatos. Os recursos são aplicados em projetos de educação rural, construção de moradias, eletrificação, saúde, cultura, produção e comercialização agrícola. “As parcerias são legítimas e garantem que sejam cumpridos os direitos sociais previstos na Constituição Federal”, diz o representante do movimento. O especialista em economia agrária Jorge Madeira Nogueira, diretor do Centro Integrado de Ordenamento Territorial, explica que a correlação positiva entre repasses e aumento no número de invasões tem sustentação na lógica de uma economia política de relacionamento entre grupos de pressão e o aparelho estatal. “O MST não é o primeiro, nem o último grupo de pressão que usa sua capacidade de mobilização para colocar o governo contra a parede e, assim, obter vantagens, pecuniárias ou políticas. Isso não é novidade no aparelho estatal brasileiro”, diz.

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