Argemiro Ferreira é jornalista há mais de 40 anos. Desde 1992 vive nos Estados Unidos, para onde foi cobrir os quatro meses finais da campanha presidencial Clinton vs. Bush e acabou ficando por lá. Adotou, então, um regime de trabalho no qual conseguiu manter correspondência, sem vínculo trabalhista, para múltiplos veículos brasileiros. Hoje, Argemiro é correspondente da Tribuna da Imprensa, da GloboNews, do Jornal de Notícias de Portugal e do serviço em português da Rádio França Internacional. E está lançando o livro "O Império contra-ataca", com o subtítulo "as guerras de George W. Bush, antes e depois do 11 de Setembro", pela Editora Paz e Terra, São Paulo, 2004 - onde relata a discussão política havida entre 1992 e 2004, nos EUA, e revela os mecanismos utilizados pelos chamados neoconservadores, aliados aos fundamentalistas religiosos, para tirar partido da histeria patriótica que tomou conta do país depois do 11 de Setembro. Argemiro localiza o ovo da serpente no governo de Bush pai e mostra como os principais protagonistas da nova direita americana finalmente puderam aplicar suas idéias no mandato de Bush filho. E dá-lhe arrogância imperial e guerra interna às liberdades civis.
Abaixo, coluna de hoje, no TRIBUNA DA IMPRENSA, do grande jornalista:
As velhas piadas sobre os Clinton
Ao se entregar de forma tão apaixonada à campanha presidencial de sua mulher o presidente Bill Clinton pode ter subestimado o risco de seus críticos voltarem ao humor sarcástico sobre os casos extraconjugais dele. O escândalo Lewinsky foi fonte inesgotável de piadas na TV. Como esta: "Atenção: encontram-se na platéia três mulheres que não dormiram com o presidente Clinton".
Ou esta: "Como Al Gore se prepara para ser presidente? Dormindo com as estagiárias". E esta: "Se é bom presidente mas não controla o zipper, por que não votar o impeachment só da cintura para baixo?" Durante meses as piadas surgiam nos programas humorísticos, numa competição desenfreada, quase selvagem, explorando as versões do momento, muitas vezes de autenticidade duvidosa.
É difícil esquecer o circo criado na mídia. Na rede ABC, Bill Maher, criador e apresentador do "Politicamente Incorreto", defendia o direito de Clinton ter seus casos. "Se está bem para Hillary, por que vamos nos meter?" - perguntou uma vez. A competição à noite era entre Maher, o implacável e imprevisível David Letterman (na CBS) e o não menos corrosivo Jay Leno (na NBC).
Ao se entregar de forma tão apaixonada à campanha presidencial de sua mulher o presidente Bill Clinton pode ter subestimado o risco de seus críticos voltarem ao humor sarcástico sobre os casos extraconjugais dele. O escândalo Lewinsky foi fonte inesgotável de piadas na TV. Como esta: "Atenção: encontram-se na platéia três mulheres que não dormiram com o presidente Clinton".
Ou esta: "Como Al Gore se prepara para ser presidente? Dormindo com as estagiárias". E esta: "Se é bom presidente mas não controla o zipper, por que não votar o impeachment só da cintura para baixo?" Durante meses as piadas surgiam nos programas humorísticos, numa competição desenfreada, quase selvagem, explorando as versões do momento, muitas vezes de autenticidade duvidosa.
É difícil esquecer o circo criado na mídia. Na rede ABC, Bill Maher, criador e apresentador do "Politicamente Incorreto", defendia o direito de Clinton ter seus casos. "Se está bem para Hillary, por que vamos nos meter?" - perguntou uma vez. A competição à noite era entre Maher, o implacável e imprevisível David Letterman (na CBS) e o não menos corrosivo Jay Leno (na NBC).
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