02/2/2008
Matilde pede demissão e diz que não se arrepende
Diante da ameaça de uma CPI para investigar o uso de cartões corporativos no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu demitir ontem (1), "com pesar", Matilde Ribeiro do cargo de ministra de Promoção da Igualdade Racial. Em entrevista à tarde, ela disse não estar arrependida pelos gastos, que somaram R$ 175 mil entre agosto de 2006 e dezembro do ano passado só com aluguel de carros, um recorde na Esplanada dos Ministérios.
Bebida dribla lei seca nas estradas
A norma criada pelo governo federal para reduzir o índice de acidentes nas estradas nasceu morta. Ontem, no primeiro dia de vigência, ambulantes aproveitavam o engarrafamento na saída para o carnaval, em plena Via Dutra, e vendiam bebidas alcoólicas livremente, a despeito da presença de agentes da Polícia Rodoviária Federal. Os patrulheiros estiveram em postos de gasolina, restaurantes, shoppings e lanchonetes para checar o cumprimento da medida, mas não reprimiram o comércio clandestino. Ao desafio de vendedores e motoristas - havia quem dirigisse bebendo cerveja - somou-se a decisão da Justiça de Brasília, que concedeu liminar derrubando a proibição no Distrito Federal. (pág. 1 e País, pág. A7)
Escândalo dos cartões de crédito derruba ministra
O uso irregular do cartão corporativo derrubou a ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial). Pressionada pela cúpula do Planalto a pedir demissão, ela não resistiu e entregou o cargo ao presidente Lula durante audiência no palácio. Logo após a conversa com o presidente, a ministra divulgou em entrevista sua decisão de pedir demissão, admitindo ter errado no uso do seu cartão corporativo -que utilizou inclusive durante período de férias, o que foi considerado no Planalto como a gota d'água para sua queda. Matilde tentou justificar seus erros alegando que sua secretaria, que tem status de ministério, não dispõe de estrutura adequada. "Erro, foi erro e aconteceu comigo", disse. A ministra vinha resistindo ao pedido de demissão. Mas foi atropelada pela divulgação sobre o uso do cartão num free shop (R$ 461,16), no aluguel sistemático de carros (mais de R$ 110 mil, sem licitação) e em seu período de férias (R$ 2.969,01), como revelou ontem a Folha. Matilde gastou R$ 171 mil com o cartão em 2007, a recordista entre os ministros. (Página 1)
Farra dos cartões derruba ministra
A ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, pediu demissão ontem - desgastada pela revelação, feita pelo Estado há 19 dias, de que ela efetuou despesas de R$ 175 mil com cartão corporativo do governo. O Planalto divulgou carta na qual o presidente Lula diz ter aceito o pedido "com pesar". Na entrevista que anunciou sua saída, Matilde afirmou ter sido inábil no controle de gastos e classificou o deslize como "um erro administrativo". Ela culpou dois auxiliares por terem recomendado o uso do cartão para pagar hospedagens, refeições e aluguel de carros. "Não estou arrependida", declarou. Ativistas do movimento negro avaliam que a ministra errou, mas afirmam que sua queda está relacionada ao fato de ela ser negra e mulher. "Ela foi usada como bode expiatório", disse Dogival Vieira, do Movimento Brasil Afirmativo. O mais cotado para o lugar de Matilde é o deputado Édson Santos (PT-RJ), também ligado ao movimento negro. Reportagem da revista Veja revela que três servidores encarregados das compras para o Palácio da Alvorada e a Granja do Torto gastaram R$ 205 mil em 2007 com cartões corporativos. A cifra inclui despesas em supermercados, açougues e lojas de bebidas. (págs. 1, A4 e A6)
Gastos com cartão derrubam ministra
Sob pressão do Palácio do Planalto após o escândalo dos gastos de R$ 171 mil reais com cartão corporativo, a ministra da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, pediu demissão ontem, sem demonstrar arrependimento. Ela admitiu ter cometido "erro administrativo" e culpou a má orientação dada por assessores que demitira na véspera. Após a demissão, o PT emitiu nota de solidariedade à ex-ministra. Por carta, o presidente lamentou a saída e disse que se mantém intacta sua confiança em Matilde. Um assessor especial do gabinete do presidente gastou, com o cartão corporativo, R$ 114 mil em compras como vinhos e carnes. (págs. 1, 3 e 4)
- O presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, anunciou ontem obras de até R$ 400 milhões para, em três anos, recuperar totalmente o Aeroporto Tom Jobim, o que aumentará a sua capacidade em mais de 5 milhões de passageiros por ano. A primeira fase, de recuperação das pistas, ficará pronta em seis meses. A reforma geral levará ao fechamento do Terminal I. (págs. 1 e 17)
- Em interrogatório na Justiça Federal, o publicitário Marcos Valério confirmou que toda a cúpula do PT, inclusive o ex-ministro José Dirceu, sabia dos empréstimos tomados aos bancos Rural e BMG. Mas negou ter tratado do tema diretamente com Dirceu. (págs. 1 e 5)
- Em interrogatório na Justiça Federal, o publicitário Marcos Valério confirmou que toda a cúpula do PT, inclusive o ex-ministro José Dirceu, sabia dos empréstimos tomados aos bancos Rural e BMG. Mas negou ter tratado do tema diretamente com Dirceu. (págs. 1 e 5)
Crise com UE derruba preço do boi no País
A possibilidade de sobrar carne bovina no mercado brasileiro com a suspensão das compras pela União Européia (UE) fez os preços do boi despencarem aqui desde a última terça-feira (29). Em alguns locais como a capital de Goiás, estado que tinha oito frigoríficos habilitados a vender ao bloco europeu, o recuo chegou a quase 14%, de R$ 73 para R$ 63 a arroba. Na maioria das praças, a desvalorização ficou em 5%. Por enquanto, não há previsão de mudança na postura da UE, afirma o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Carne (Abiec), Marcus Vinícius Pratini de Moraes. "Eles não querem mudar de posição", afirma. A desvalorização do boi é vista por analistas como pontual. Para Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, não há espaço para esse nível de recuo. "Mesmo sem a UE, que consumia 25% das exportações de carne, a oferta de boi ainda fica justa com a demanda no mercado nacional. A queda deve resistir apenas até a Semana Santa", diz. (págs. 1 e C6)
Ministra pede para sair após farra do cartão
Matilde Ribeiro não suportou a pressão nem o constrangimento. A ministra que gastou R$ 171 mil no ano passado com o cartão corporativo do governo federal pediu demissão do cargo à frente da Secretaria da Igualdade Racial. Disse que errou porque foi mal0orientada por dois assessores. Matilde deixa a Esplanada, mas ainda enfrentará processo por suspeita de improbidade administrativa. Avisou que só por ordem judicial devolve o dinheiro gasto. (págs. 1 e Tema do Dia, págs. 2 e 3)
- Com crescimento das importações, superávit de janeiro fica em US$ 944 milhões e é o mais baixo desde 2002. (págs. 1 e 11)
- Sindicato dos bares do DF obtém liminar que mantém venda de bebida alcoólica às margens de rodovias. Em Taguatinga, campanha alertou motoristas. (págs. 1, 9 e 28)
- O Ministério da Saúde registrou a primeira morte por febre amarela adquirida no Distrito Federal. O número de casos confirmados no país subiu de 20 para 23, com 13 mortes. (págs. 1 e 30)
Fragilidade impede Anatel de avaliar a fusão das teles
A compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (ex-Telemar) terá de passar pelo crivo da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que foi esvaziada ao longo do tempo. O órgão precisa de maioria simples para tomar qualquer tipo de deliberação, mas, das 12 vagas do conselho consultivo, só cinco estão ocupadas. Dois novos integrantes foram nomeados pela Presidência da República no segundo semestre de 2007, mas não foram empossados até agora. O conselho não se reúne há um ano, por falta de quórum.
Pela Lei Geral de Telecomunicações (LGT), qualquer alteração no Plano Geral de Outorgas (PGO) ou no Plano Geral de Metas de Universalização deve passar pelo conselho consultivo, que não tem poder de veto. Seus pareceres podem referendar politicamente ou constranger o governo em caso de alteração do PGO - que precisa ser feita para que a criação da "supertele" nacional se concretize.
Pela Lei Geral de Telecomunicações (LGT), qualquer alteração no Plano Geral de Outorgas (PGO) ou no Plano Geral de Metas de Universalização deve passar pelo conselho consultivo, que não tem poder de veto. Seus pareceres podem referendar politicamente ou constranger o governo em caso de alteração do PGO - que precisa ser feita para que a criação da "supertele" nacional se concretize.
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