Matilde Ribeiro pede demissão após denúncias sobre a farra com cartão corporativo
Após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na tarde desta sexta-feira, a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, decidiu deixar o governo para se defender das acusações de uso ilegal de cartões corporativos. A ministra fez o anúncio de sua demissão em entrevista coletiva em Brasília.
Segundo Matilde "houve um erro administrativo que pode e deve ser corrigido" no uso do cartão. Na carta de demissão entregue ao presidente Lula, ela relata que "diante dos fatos apresentados, mas sabedora das implicações administrativas solicito meu desligamento do governo". Matilde está sendo investigada pelo uso indevido de seu cartão corporativo. As despesas da ministra somaram R$ 171 mil em 2007. Além do pagamento de uma conta em um free shop no valor de R$ 461,16, registrou-se gastos superiores a R$ 110 mil com aluguel de carros e mais de R$ 5.000 em restaurantes.
Demissão de assessores
A ministra informou ao deixar o cargo que demitiu Carlos Eduardo Trindade, Subsecretário de Planejamento e Informação; e Antônio da Silva Pinto, assessor especial da ministra.
Segundo Matilde, os assessores a teriam orientado a utilizar o cartão corporativo do governo para pagar despesas com viagens, alimentação e locação de carros para transporte. Porém, Matilde acrescentou que os gastos são relativos às atividades da agenda da secretaria que "é complexa, exigindo relações institucionais e contatos miúdos e continuos com pessoas, movimentos sociais, organização não-governamentais e entidades públicas e privadas, especialmente". Sobre o encontro com Lula, a ministra reforçou a importância de que o trabalho na secretaria tenha continuidade diante das dificuldades que o páis ainda enfrenta para vencer o preconceito racial. Ela evitou dizer que o fato de ela ser negra tenha influenciado na abordagem do caso. Entretanto, ela argumentou que o Brasil ainda enfrenta preconceito e racismo e que "isso é percebido em atos cotidianos". "O caminho (para o pagamento da dívida histórica com negros e negras) é o da politica pública com inclusão social", destacou.
Gastos com cartões
Nesta quinta-feira, o Ministério Público Federal (MPF) informou que vai investigar os gastos de pelo menos três ministros realizados por intermédio dos cartões corporativos do governo. Estão na lista os ministros da Pesca, Altemir Gregolin, das Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, e dos Esportes, Orlando Silva, além de outros funcionários federais cujos gastos foram postos em dúvida.
À tarde, os ministros Paulo Bernardo, do Planejamento, e Jorge Hage, da Controladoria Geral da União (CGU) anunciaram novas regras para reduzir os saques em dinheiro com cartões corporativos. As medidas, que entraram em vigor nesta sexta-feira, foram uma resposta do governo sobre as denúncias de abuso com os cartões.
O governo permitirá aos ministros que autorizem até 30% em saques desde que apresentem uma justificativa. Ficaram fora dessas restrições a Presidência da República, a Vice-presidência, os ministérios da Saúde e da Fazenda, além da Polícia Federal e repartições do Ministério de Relações Exteriores em outros países.
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O governo permitirá aos ministros que autorizem até 30% em saques desde que apresentem uma justificativa. Ficaram fora dessas restrições a Presidência da República, a Vice-presidência, os ministérios da Saúde e da Fazenda, além da Polícia Federal e repartições do Ministério de Relações Exteriores em outros países.
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