Confiram o artigo abaixo. É de 1994, mas muitíssimo atual, como vocês perceberão. Vale a pena. Por favor, façam seus comentários.
Aquecimento global: ciência, política e negócios
Por Geraldo Luís Lino, engenheiro
Uma vez mais, no jornal "O Estado de São Paulo" de hoje, o físico José Goldemberg se faz arauto do apocalipse climático-ambiental que, supostamente, ameaça o planeta por conta do uso de combustíveis fósseis. Felizmente, a realidade é bem diferente da apresentada pelos catastrofistas, a grande maioria dos quais ignora dados elementares sobre a evolução geofísica do nosso planeta. Vejamos alguns deles.
É fato que, desde 1870, a temperatura média da Terra aumentou cerca de 0,6º C. Porém, se o ponto de partida for o ano 1000 (muito antes da Revolução Industrial), ela terá diminuído 1º C desde então. Ironicamente, antes que a climatologia fosse "politizada", tais períodos mais quentes eram chamados "ótimos climáticos", devido ao correto entendimento de que tais elevações de temperatura moderadas são benéficas para a biosfera em geral.
Já o nível do mar subiu 18 centímetros neste século, segundo alguns estudos, mas, no Brasil, há 5.000 anos (quando a indústria mais avançada era a da cerâmica na bacia do Amazonas), a linha costeira se encontrava 4 metros acima da atual. Em geral, o nível do mar subiu 80 metros desde o auge da última glaciação, há 20.000 anos.
Quanto à concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, ela passou de 277 partes por milhão (ppm), em 1750, para os atuais 380 ppm. Porém, há medições de 348 ppm (a mesma de 1987) com a idade de 9.600 anos. E o registro geológico indica que, no período Ordoviciano, há 440 milhões de anos, havia 16 vezes mais CO2 atmosférico, mas a temperatura média nos trópicos era aproximadamente a mesma de hoje e, nas altas latitudes, uma intensa glaciação cobria o então continente de Gondwana.
Esses dados evidenciam a grande complexidade da dinâmica planetária, aí incluídos os fenômenos atmosféricos, cujos múltiplos fatores causais a ciência ainda está longe de dominar e, mais ainda, de poder representá-los em modelos matemáticos, exceto como exercícios acadêmicos. É evidente que as variações de temperatura e concentrações de CO2 que têm causado tanto alarde se encontram totalmente dentro da faixa de variação natural que tem ocorrido há milhões de anos. Por conseguinte, não são razões científicas que estão motivando as decisões políticas de grande impacto econômico, social e nas relações internacionais, referentes às pretendidas limitações do uso de combustíveis fósseis, objeto do famigerado Protocolo de Kyoto - ao qual um país com a sólida tradição científica da Rússia está relutando corretamente em aderir.
Quanto ao alegado “consenso” científico sobre a ameaça, ela simplesmente não existe. Embora os cientistas que a defendem tenham uma exposição midiática muito maior que os chamados céticos, eles estão longe de ser maioria. Desde 1992, quatro importantes manifestos científicos foram divulgados, enfatizando a falta de evidências quanto ao apregoado papel das emissões antropogênicas de CO2 no aquecimento atmosférico. O mais recente, a Petição de Oregon, de 1998, foi assinado por quase 20.000 cientistas dos EUA, que afirmam categoricamente: “Não há evidências científicas convincentes de que as emissões humanas de dióxido de carbono, metano ou quaisquer outros gases de efeito estufa estejam causando, ou irão causar no futuro previsível um aquecimento catastrófico da atmosfera da Terra e a desestabilização do clima da Terra. Ademais, existem substanciais evidências científicas de que aumentos do dióxido de carbono atmosférico produzem muitos efeitos benéficos sobre os ambientes naturais vegetais e animais da Terra.”
Nesse particular, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas parece ter sido criado mais para conferir um simulacro de consenso a uma decisão já tomada, do que para elucidar verdadeiramente a natureza e a dimensão dos fenômenos envolvidos.
Os fenômenos geofísicos de alcance global têm que ser avaliados a longo prazo, em escala histórica e geológica, principalmente, quando se pretendem utilizá-los para direcionar o desenvolvimento da sociedade mundial. Portanto, sequer dever-se-ia pensar em alterar o padrão de consumo energético e as conseqüentes diretrizes de desenvolvimento do planeta com base nos dados de um período tão curto como os últimos 130 anos - a menos que os interesses envolvidos sejam políticos e econômicos, e não científicos.
O fato é que, por transcenderem fronteiras e soberanias, os fenômenos atmosféricos constituem pretextos perfeitos para o fomento de arreglos baseados no crescentemente popular conceito de “governança global”, a idéia de que os problemas mundiais estão se tornando muito complexos para ser tratados por Estados nacionais. Assim, o “buraco” na camada de ozônio motivou o Protocolo de Montreal e o banimento de toda uma família de versáteis produtos químicos - CFCs, halons etc. -, ainda que se trate de um fenômeno natural já observado na década de 1920, quando tais produtos sequer haviam sido inventados.
Além disso, é preciso considerar a “profissionalização” da militância ambientalista, que muitos transformaram em bem remunerada atividade profissional em milhares de organizações não-governamentais (ONGs) em todo o mundo. Sem esquecer da outra “indústria” que está surgindo à sombra do Protocolo de Kyoto, a dos chamados “créditos de carbono”, com os quais medidas como o plantio de árvores e até mesmo o enterro de uma baleia, como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, são transformadas em títulos negociáveis. As estimativas sobre o mercado potencial para esses autênticos “derivativos de fumaça” ascendem à casa dos bilhões de dólares.
Portanto, não é a ciência, mas a política e o big business, que estão determinando o rumo dessa questão crucial para o futuro da Civilização. Não obstante, se esta tendência for irreversível, como pretendem alguns, pelo menos, não precisamos ficar pensando que o apocalipse está a caminho.
Aquecimento global: ciência, política e negócios
Por Geraldo Luís Lino, engenheiro
Uma vez mais, no jornal "O Estado de São Paulo" de hoje, o físico José Goldemberg se faz arauto do apocalipse climático-ambiental que, supostamente, ameaça o planeta por conta do uso de combustíveis fósseis. Felizmente, a realidade é bem diferente da apresentada pelos catastrofistas, a grande maioria dos quais ignora dados elementares sobre a evolução geofísica do nosso planeta. Vejamos alguns deles.
É fato que, desde 1870, a temperatura média da Terra aumentou cerca de 0,6º C. Porém, se o ponto de partida for o ano 1000 (muito antes da Revolução Industrial), ela terá diminuído 1º C desde então. Ironicamente, antes que a climatologia fosse "politizada", tais períodos mais quentes eram chamados "ótimos climáticos", devido ao correto entendimento de que tais elevações de temperatura moderadas são benéficas para a biosfera em geral.
Já o nível do mar subiu 18 centímetros neste século, segundo alguns estudos, mas, no Brasil, há 5.000 anos (quando a indústria mais avançada era a da cerâmica na bacia do Amazonas), a linha costeira se encontrava 4 metros acima da atual. Em geral, o nível do mar subiu 80 metros desde o auge da última glaciação, há 20.000 anos.
Quanto à concentração de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, ela passou de 277 partes por milhão (ppm), em 1750, para os atuais 380 ppm. Porém, há medições de 348 ppm (a mesma de 1987) com a idade de 9.600 anos. E o registro geológico indica que, no período Ordoviciano, há 440 milhões de anos, havia 16 vezes mais CO2 atmosférico, mas a temperatura média nos trópicos era aproximadamente a mesma de hoje e, nas altas latitudes, uma intensa glaciação cobria o então continente de Gondwana.
Esses dados evidenciam a grande complexidade da dinâmica planetária, aí incluídos os fenômenos atmosféricos, cujos múltiplos fatores causais a ciência ainda está longe de dominar e, mais ainda, de poder representá-los em modelos matemáticos, exceto como exercícios acadêmicos. É evidente que as variações de temperatura e concentrações de CO2 que têm causado tanto alarde se encontram totalmente dentro da faixa de variação natural que tem ocorrido há milhões de anos. Por conseguinte, não são razões científicas que estão motivando as decisões políticas de grande impacto econômico, social e nas relações internacionais, referentes às pretendidas limitações do uso de combustíveis fósseis, objeto do famigerado Protocolo de Kyoto - ao qual um país com a sólida tradição científica da Rússia está relutando corretamente em aderir.
Quanto ao alegado “consenso” científico sobre a ameaça, ela simplesmente não existe. Embora os cientistas que a defendem tenham uma exposição midiática muito maior que os chamados céticos, eles estão longe de ser maioria. Desde 1992, quatro importantes manifestos científicos foram divulgados, enfatizando a falta de evidências quanto ao apregoado papel das emissões antropogênicas de CO2 no aquecimento atmosférico. O mais recente, a Petição de Oregon, de 1998, foi assinado por quase 20.000 cientistas dos EUA, que afirmam categoricamente: “Não há evidências científicas convincentes de que as emissões humanas de dióxido de carbono, metano ou quaisquer outros gases de efeito estufa estejam causando, ou irão causar no futuro previsível um aquecimento catastrófico da atmosfera da Terra e a desestabilização do clima da Terra. Ademais, existem substanciais evidências científicas de que aumentos do dióxido de carbono atmosférico produzem muitos efeitos benéficos sobre os ambientes naturais vegetais e animais da Terra.”
Nesse particular, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas parece ter sido criado mais para conferir um simulacro de consenso a uma decisão já tomada, do que para elucidar verdadeiramente a natureza e a dimensão dos fenômenos envolvidos.
Os fenômenos geofísicos de alcance global têm que ser avaliados a longo prazo, em escala histórica e geológica, principalmente, quando se pretendem utilizá-los para direcionar o desenvolvimento da sociedade mundial. Portanto, sequer dever-se-ia pensar em alterar o padrão de consumo energético e as conseqüentes diretrizes de desenvolvimento do planeta com base nos dados de um período tão curto como os últimos 130 anos - a menos que os interesses envolvidos sejam políticos e econômicos, e não científicos.
O fato é que, por transcenderem fronteiras e soberanias, os fenômenos atmosféricos constituem pretextos perfeitos para o fomento de arreglos baseados no crescentemente popular conceito de “governança global”, a idéia de que os problemas mundiais estão se tornando muito complexos para ser tratados por Estados nacionais. Assim, o “buraco” na camada de ozônio motivou o Protocolo de Montreal e o banimento de toda uma família de versáteis produtos químicos - CFCs, halons etc. -, ainda que se trate de um fenômeno natural já observado na década de 1920, quando tais produtos sequer haviam sido inventados.
Além disso, é preciso considerar a “profissionalização” da militância ambientalista, que muitos transformaram em bem remunerada atividade profissional em milhares de organizações não-governamentais (ONGs) em todo o mundo. Sem esquecer da outra “indústria” que está surgindo à sombra do Protocolo de Kyoto, a dos chamados “créditos de carbono”, com os quais medidas como o plantio de árvores e até mesmo o enterro de uma baleia, como aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, são transformadas em títulos negociáveis. As estimativas sobre o mercado potencial para esses autênticos “derivativos de fumaça” ascendem à casa dos bilhões de dólares.
Portanto, não é a ciência, mas a política e o big business, que estão determinando o rumo dessa questão crucial para o futuro da Civilização. Não obstante, se esta tendência for irreversível, como pretendem alguns, pelo menos, não precisamos ficar pensando que o apocalipse está a caminho.
Para maiores informações sobre o assunto, mais uma vez, recomendo a revista eletrônica
Nenhum comentário:
Postar um comentário