sábado, 2 de fevereiro de 2008

Arqueologia de Mazagão Velho



Sonho luso-marroquino



Durante o século XVI Portugal já fincara raízes em diferentes terras de além mar. Pontos de comércio, colônias, foram sendo implantados na América, em terras d’África e até mesmo no Oriente. As investidas portuguesas contra os mouros levaram à ocupação de diferentes cidades da área meridional de Marrocos, à implantação de Mazagão, erguida na parte sul da baía, bem junto ao mar. Aos poucos, no entanto, os mouros começavam a recuperar suas cidades:


Em março de 1541, Santa Cruz de Cabo de Gué caiu em poder dos mouros. A perda deste baluarte compeliu o rei D. João III a determinar já em outubro daquele ano, o abandono e a evacuação de Safim e Azamor.
Alguns anos mais tarde, em 1550, Alcácer-Ceguer e Arzila foram abandonadas pelos portugueses, restando a Portugal, de suas conquistas em Marrocos apenas Ceuta, Tânger e Mazagão. Posteriormente, em 1662 Tânger, que permanecera portuguesa, foi cedida à Inglaterra como parte do dote de casamento de D. Catarina com Carlos II. Assim, no final do século XVII até meados do XVIII apenas Mazagão permaneceu como marco de resistência do sonho lusitano em Marrocos.
Mazagão nascera uma cidade litorânea, voltada para o comércio. Sua vocação de concentrar riquezas contribuía para aumentar a cobiça de outros povos, com riscos de invasão a que era submetida. Riscos aos quais se somavam os objetivos mouros de recuperar seu território. Ainda por determinação de D. João III, a cidade Mazagão fora fortificada, transformada em uma cidadela da qual se dizia inexpugnável. E de fato, esta cidadela resistiu por mais de dois séculos, ainda que isolada por terra pelos contingentes marroquinos. A partir de 1750 intensificaram-se os ataques mouros à praça portuguesa de Mazagão. A partir de então se sucederam os cercos, os ataques sofridos por Mazagão: em 1751, 1752, 1753, 1754, 1756, 1760, e 1763. Neste último, a cidade se viu na iminência de ser tomada. Mas foi em 1769 que um poderoso contingente de 8.000 homens montou o último cerco à cidade. O transtorno, o perigo real, imposto pelos mouros que sitiavam a vila portuguesa de Mazagão, levou o Rei D. José I a ordenar o abandono da praça e o embarque imediato da população para Lisboa.

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